quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A força da Palavra manifestava-se no homem que pintava pessoas!








A coruja agoira-me
e diz-me que nunca chegarei
além onde o desejo me leva
e assim evapora-se o sonho;


O tambor foi tocado
na noite densa do feitiço
enquanto Kokwana Muhlonga
apitava o Kokwana Hehlise
que morreu depois dos gatos terem miado.


Eu lutando só
é impossível vencer as ondas
que feiticeiramente me esboçam
as corujas, gatos e tambores.

Malangatana Valente Ngwenya, nasceu em Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique, em 1936 e faleceu em Matosinhos (Portugal), no dia 5 de janeiro de 2011. Antes de tornar-se conhecido internacionalmente por seu trabalho como pintor, escultor, ceramista, poeta, Malangatana foi pastor de gado, criador de meninos, apanhador de bolas de golfe no clube da elite colonizadora da ex-Lourenço Marques(Maputo, a atual capital de Moçambique). Tornou-se pintor profissional graças a ajuda de várias pessoas, como um de seus professores, que lhe dava as tintas para pintar; como também o arquiteto português Miranda Guedes, que lhe cedeu sua garagem para servir de atelier. Chegou a ser preso pela PIDE (polícia da ditadura ), juntamente com o poeta José Craveirinha e Rui Nogar, acusados de ligações com a FRELIMO (Frente para a Libertação de Moçambique).
Sua obra está exposta em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Seus murais estão espalhados em vários locais da capital(Maputo), na África do Sul, no Chile, na Colômbia, EUA, Grã-Bretanha e Suécia.
Malangatana era um artista na verdadeira acepção da palavra, para além das artes plásticas, porque era ator de teatro, cantava, dançava, era animador cultural e desenvolvia um trabalho cultural em seu país.

Fonte: Literatas

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