sábado, 30 de novembro de 2013

Soweto Gospel Choir: Many Rivers to Cross - Swing Low

Câmara Legislativa promove mostra de filmes sobre direitos humanos




Foto: Divulgação




No mês em que se comemora o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Câmara Legislativa realiza uma série de debates a partir da exibição de documentários que compõem a 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Entre os dias 3 e 6 de dezembro, serão exibidos no auditório da Casa três longas e dois curta-metragens sobre temas como diversidade sexual e cultural, direito à memória, à verdade e ao trabalho digno. A entrada é franca.

Programação:

3/12 - 14h - ABERTURA da Seleção Especial da 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul.

14h30: Documentário: DOMÉSTICA, de Gabriel Mascaro (Brasil, 2012, 75', classificação 10 anos).
Sinopse: Sete adolescentes assumem a missão de registrar por uma semana a sua empregada doméstica e entregar o material bruto para o diretor realizar um filme com essas imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e se transforma num potente ensaio sobre afeto e trabalho.

16h: Debate: Trabalho doméstico: registro do cotidiano.

17h - documentário: BRASÍLIA, SEGUNDO FELDMAN, de Vladimir Carvalho (Brasil, 1979, 22', classificação 12 anos)
Sinopse: Em 1957, durante uma visita turística a Brasília, o designer norte-americano Eugene Feldman filmou a construção cidade e o cotidiano dos candangos. As imagens poéticas e eloquentes. Décadas mais tarde, o material foi entregue a Vladimir Carvalho, que o resgatou neste filme, utilizando-o em uma denúncia dos maus tratos sofridos pelos operários, da repressão e das mortes ocorridas nos imensos canteiros de obras e acampamentos.

17h30 – Debate: Repressão de trabalhadores: registro, memória e verdade.

4/12 – 14h - documentário KÁTIA, de Karla Holanda (Brasil, 2012, 74', classificação 14 anos)
Sinopse: Conta a história da primeira transexual eleita para um cargo político no Brasil. Além de mostrar como José se transformou em Kátia Tapety, o filme nos apresenta a trajetória política da travesti piauiense que lidou com o preconceito do pai na infância, mas hoje é respeitada entre seus conterrâneos. Ela foi a vereadora mais votada de seu município por três vezes consecutivas e chegou a vice-prefeitura da cidade de Colônia do Piaui.

15h30 – Reflexões em debate: O desafio de romper barreiras e o preconceito.

5/12 – 14h - documentário: CAIXA D'ÁGUA, QUI-LOMBO É ESSE? de Everlane Moraes. (Brasil, 2012, 15', classificação Livre).
 Sinopse: Resgata a história da comunidade Maloca, no Bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, Sergipe, segundo maior quilombo urbano do Brasil, através da narrativa de antigos moradores descendentes de negros escravizados, enaltecendo então a importância da oralidade no processo de preservação da cultura afro-sergipana presente nesta região

 14h30 – documentário AS HIPER-MULHERES, de Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro (Brasil, 2011, 80', classificação 16 anos)
 Sinopse: Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios, enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.

16h – Debate: Diversidade Cultural: a identidade brasileira


Local: Auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal
Endereço: Praça Municipal – SIG Quadra 2 – Lote 5 – ao lado do TJDFT (Praça do Buriti, de frente para o Eixo Monumental)
Informações: 3348-8273 (à tarde)
agendaculturalcldf@gmail.com

Tirem as mãos dos nossos símbolos de luta!


Por Eliane Oliveira para as Blogueiras Negras
Esses dias li na internet uma nota dizendo que o jogador Neymar não se considera negro, tudo bem ate aí, pois entendo que identidade é algo construído a partir também de nossas vivências, como diz o poeta Sergio Vaz “nascer negro é consequência. Ser é consciência”. A partir dos comentários na matéria citada, falando do cabelo do jogador em questão e a respeito da nossa “mistura brasileira”, e de alguns outros textos lidos que versavam sobre nosso cabelo crespo, encaracolados, cacheados, de preto, enfim as várias falas referentes a esse que é um símbolo da negritude mundial, comecei a pensar em como tentam nos tirar tudo.
É fácil observar nas movimentações sociais da atualidade alguns componentes portando, com toda pomba, um cabelo black todo armado, mesmo a pessoa sendo branca como leite, ainda vemos com certa frequência o punho cerrado para cima em alusão ao gesto símbolo dos Panteras Negras na luta contra o racismo norte-americano e que ficou mundialmente conhecido graças aos atletas Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze nos 200 metros rasos nas Olimpíadas de 1968, que reproduziram o gesto no pódio em protesto contra a segregação dos negros nos EUA.
O que fico me perguntando é se essas pessoas tem noção do que estes “elementos” significam de fato para a luta do povo negro. Ok, o leitor pode me dizer, “é uma questão de identificação com a causa”, entendo que, realmente, a força que estes símbolos ganharam, de resistência e contestação atingiu um nível esplêndido, porem ninguém se “torna negro” sem vivenciar as lutas desse povo de alguma forma e tão pouco sem conhecer as literaturas que tratam do movimento negro. Além disso, os usos que se faz destes elementos símbolos são os mais diversos, temos Black Power em movimentos que estão longe de discutir e defender as reivindicações dos negros.
Como feminista, cientista social e pesquisadora que sou, observar é meu lugar comum, minha ferramenta de trabalho. Tenho cá minhas considerações em relação a movimentos que não conseguem agregar um grupo maior de pessoas simplesmente porque não dimensionam as diferentes mazelas que afligem uma população devido a sua cor ou etnia. Dessa forma, me causa certo incomodo ao ver pessoas ostentando os grandes símbolos da resistência negra apenas como forma de se legitimar dentro de um grupo político. Ou, pior ainda, para dizer que é contra a institucionalização de um padrão estético.
apropriação cultural
Ao me deparar com debates a cerca do alisamento dos nossos cabelos, não questiono quem o faz, pois ter cabelo afro só é problema para quem ainda não internalizou a beleza e a força que ele representa. O que mais me incomoda é ver pessoas fazendo uso dos elementos da nossa identidade étnica como fizeram com vários elementos da cultura negra, desvirtuando seus significados e se apoderando de algo que não lhes é legítimo. Dessa forma, a capoeira que era luta virou dança, Iemanjá virou estatua branca na maioria das praias brasileiras, a feijoada já conseguiu as mais diversas versões (light e até vegetariana), acarajé virou bolinho de Jesus e os turbantes se tornaram mais uma peça entre os vários acessórios da moda.
Fruto do nosso sincretismo, da nossa mistura, o brasileiro é um povo mestiço? O discurso é sempre o mesmo, bonito na teoria, pois passa a ideia de igualdade, de aceitação. A meu ver não é tão simples assim, acredito que essas “adaptações” servem muito mais para que a elite branca se aproprie da parte que melhor lhe cabe da cultura negra, ou seja, branquear Iemanjá a torna mais aceitável aos olhos dos brancos cristão que frequentam as praias nas férias. Posso parecer radical, mas não sou fundamentalista, todos tem a liberdade de fazer usos daquilo que lhes agrada. Para mim, ver uma negra loura e lisa é tão natural quanto ver uma branca usando Black, desde que ela não acredite que, ao fazer a escolha por este elemento étnico, esteja absorvendo todas as representações que eles traduzem, pois se referem a um povo e suas particularidades.
Dessa forma, alisar o cabelo não transforma ninguém em branco, bem como, usar Black Power não faz de ninguém um negro. Não basta ostentar uma “casa de cupim” na cabeça, achando que incorporou a atitude simbolizada nele, esta se constrói na prática consciente e ações que beneficiem uma população excluída dos mais diversos espaços. A força está na pessoa, à atitude esta nas suas práticas, usar os símbolos históricos da resistência negra não é um modismo, não precisamos de uma falsa representatividade, de uma pretensa identificação com a causa.
Tentam nos tirar tudo a todo o momento, ate nossa identidade histórica, seriam as velhas práticas advindas da época do tráfico negreiro que ainda povoa nossa sociedade?! Acredito que a harmonia ditada pela tal democracia racial só existe para aqueles que gostam de repetir frases feitas!
turbante

Fonte: Blogueirasnegras

Alunos da Rede Estadual estudam países africanos para entender suas próprias raízes


Mia Couto e Teixeira Souza foram alguns dos autores analisados
escola-africa
As professoras Letícia Queiroz, de Língua Portuguesa; Luciana Souza, de História; e Rosana Sobreiro e Silmara César, de Arte, levaram os alunos do CIEP 169 - Maria Augusta Correia, em São João de Meriti, a uma verdadeira viagem de reconhecimento das raízes africanas por meio da Literatura.
Aos jovens, foi recomendada a leitura de contos africanos que estivessem inseridos em países de Língua Portuguesa. O objetivo era identificar diferenças e semelhanças culturais, bem como linguísticas, específicas de cada área.
Os autores escolhidos como referência para o desenvolvimento do trabalho foram: Mia Couto, Moçambique; Teixeira Souza, Cabo Verde; Albertina Bragança, São Tomé e Príncipe; Odete Costa Semedo, Guiné Bissau; e Ondjaki, Angola.
EditeImagem
Sob a orientação das quatro docentes do CIEP 169, os alunos mergulharam em uma extensa pesquisa e levantamento de dados sobre os países africanos. Os professores explicaram e sugeriram reflexões a partir do contexto em que a migração involuntária de africanos cativos acontecia durante o período de tráfico de escravos.
- Seguindo esse processo de pesquisas, os alunos se descobriram descendentes de grupos étnicos africanos, entenderam os cultos religiosos oriundos da África e aprenderam a acrescentar o outro dentro de suas diferenças - afirmou a mediadora de Tecnologia Educacional, Teresa Cristina Lata.
Fonte: Conexão Professor/Geledes

BNDES deve atrair empresas e investimentos africanos ao Brasil

bndes facebook


A partir do próximo dia seis de dezembro, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) vai abrir um escritório de operações na África do Sul. A informação foi revelada pelo professor João Bosco Monte, presidente do Instituto Brasil-África, que visa promover o intercâmbio comercial entre os dois países. Essa unidade internacional, segundo ele, terá, como funcionários, somente técnicos brasileiros.

A função do escritório, conforme o presidente, será desenvolver atividades de financiamento de empresas brasileiras no continente africano e, também, fazendo a atração de empresas africanas para a realização de investimentos no Brasil. Ele observou que, antes mesmo da inauguração desse escritório, já existem clientes aguardando as operações da unidade.
FÓRUM

João Bosco foi a Brasília participar de reunião no Itamaraty, no ambiente de relações exteriores, para discutir os termos da participação da entidade no Fórum Brasil-África, que vai ocorrer em Fortaleza, nos dias 28 e 29 de agosto do ano que vem. Para o evento, está sendo aguardada a participação de, pelo menos, 40 delegações africanas, além de empresários brasileiros da área de infraestrutura.

As conversações servirão, também, para discutir a participação oficial do governo brasileiro neste importante Fórum a ser realizado aqui. Ainda em Brasília, João Bosco foi acompanhar os contatos de uma empresa do Ceará chamada G4flex, da área de telecomunicações e informática. Ele foi participar de uma reunião com três embaixadores - de Angola, Moçambique e Cabo Verde -, numa forma de expansão das atividades da empresa cearense.

O Fórum que acontecerá no próximo ano, na Capital cearense, e a abertura deste escritório do Bndes no continente africano, serão de grande importância, uma vez que no último dia dez, a Companhia Docas do Ceará (CDC) assinou o contrato de lançamento de uma linha marítima direto para Cabo Verde. O primeiro embarque acontecerá na segunda quinzena de dezembro e é composto de uma carga com três mil toneladas de produtos variados como aço, calçados, suco de frutas, revestimentos cerâmicos e argamassa para rejuntamento. O tempo de viagem, que hoje é de 45 dias e exige grande logística, será reduzido para apenas sete, de porto a porto.
Fonte: O Estado

Homens marcham contra a violência à mulher em Moçambique


Rede Homens pela Mudança quer questionar valores e práticas prejudiciais no contexto de masculinidade para eliminar a prática;  evento será seguido por atuação de vários artistas, neste sábado.
Campanha Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher. Foto: SayNO UNiTE
Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.
Moçambique acolhe, neste sábado, a quinta marcha da ONG Homens pela Mudança sob o lema: Pela paz em casa, pela paz no Mundo. O evento é organizado pela também chamada Rede Hopem, em parceria com a ONU Mulheres.
A iniciativa insere-se na campanha Internacional para a Eliminação da Violência às Mulheres e Raparigas, que arrancou a 25 de Novembro e deve encerrar a 10 de dezembro,  o dia dos Direitos Humanos.
Sensibilização
Em entrevista à Rádio ONU, o gestor de conhecimento da ONG Hopem, Cremildo Churrane, disse que a intenção é passar a mensagem de não-violência.
"Se temos o equilíbrio dentro de casa, não há violência dentro de casa que é o espaço micro da sociedade, vamos transmitir a mensagem positiva de não-violência no espaço social global. Vamos, nós juntos, nós homens da Hopem com várias organizações da sociedade civil marchar para dizer não a violência, mas abordagem desta marcha é mais de homens, pomos mais homens no sentido de eles próprios engajarem se nesta luta porque estamos a ver que os homens por causa destes estereótipos de Masculinidades negativa mais homens estão a morrer por querer ser homens de verdade".
Artistas
Após a marcha, será apresentado o momento cultural designado 16 horas de Arte 100 Violência, com o envolvimento de vários artistas de diferentes áreas de manifestação.
"Dezasseis horas levamos isto, fazendo uma ligação com os dezasseis dias de ativismo como uma maneira também de expressar que a arte traga esta mensagem positiva, que através da arte vamos difundido a mensagem positiva, a mensagem global destas todas atividades é dizer não à violência à mulher e à rapariga."
Não à Violência
A Rádio ONU ouviu a cantora moçambicana Xixel Langa que confirmou a sua participação associada a vários outros participantes da marcha.
"Vou sim à marcha. E vou à marcha porque também sou contra a mulher e rapariga aliás a qualquer tipo de violência, temos que dizer um basta definitivo a este tipo de ações, nós temos que eliminar parte por parte este tipo de ações, temos que acabar com a guerra, temos que terminar com a violência, e claro vou marchar com muito orgulho, muito empenhada contra a violência".
A Hopem espera que cerca de três mil pessoas participem na marcha.
Fonte: radioonu

Projeto agrário apoiado pelo Brasil é alvo de críticas em Moçambique


ANDREA FAMA
CECILIA ANESI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MOÇAMBIQUE


Um projeto de produção de alimentos em Moçambique, com financiamento do Brasil, vem recebendo críticas de pequenos agricultores e entidades do país do leste africano, ex-colônia portuguesa.
Com a ambição de ser um celeiro de alimentos para um dos países mais pobres do mundo, o ProSavana planeja revolucionar a produção agrícola no Corredor Nacala, uma área fértil no norte de Moçambique com 14,5 milhões de hectares de terras (área equivalente ao Ceará).

As características da região, parecidas às do cerrado, facilitaram o envolvimento do governo brasileiro.

O objetivo é aumentar a produção de alimentos para o mercado interno e exportar o excedente, mas Brasil e Japão (outro financiador do ProSavana) vêm recebendo criticas por estarem interessados apenas em promover o cultivo de produtos para exportação e biocombustíveis --o que os dois países negam.
Em maio deste ano, 23 entidades religiosas, agrárias e e de direitos humanos moçambicanas, além de 43 organizações internacionais, enviaram uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff, a seu colega moçambicano, Armando Guebuza, e a Shinzo Abe, premiê do Japão.

Nela, as entidades apontam risco de "séria e iminente ameaça de usurpação de terras das populações rurais e remoção forçada de comunidades de áreas que atualmente ocupam". Elas reclamam da falta de debate e transparência quanto aos objetivos do projeto.

Outra grande experiência brasileira em Moçambique, a da mineradora Vale, na região de Tete, colabora para a desconfiança. Moradores reclamam de terem sido retirados de suas casas e dizem não terem recebido indenização adequada.

No caso do ProSavana, o receio é de que multinacionais do agronegócio tomem áreas para promover monoculturas de milho, soja, algodão e cana de açúcar, entre outras), aniquilando pequenas lavouras de subsistência e criando uma massa de trabalhadores sem terra.
Cerca de 70% da população moçambicana dependem da agricultura.

Mulheres trabalham em plantação no norte de Moçambique, área que será afetada pelo programa ProSavana Alberto Santana/Divulgação
Mulheres trabalham em plantação no norte de Moçambique, área que será afetada pelo programa ProSavana
"A sociedade civil foi ignorada até agora. O envolvimento de agricultores é fundamental, pois são a base do país. Se não há diálogo, não há solução para o problema", diz Anabela Lemos, da organização moçambicana Justiça Ambiental.

O programa ainda está na fase inicial. Sua origem remonta a 2009, quando foi assinada uma parceria envolvendo Brasil, Japão e Moçambique de "assistência para produção agrícola" pelo pais africano.

O Brasil vivia então o auge de sua política externa de apoio à África, marca registrada do governo Lula.

Desde então, o governo brasileiro já investiu no projeto US$ 13,7 milhões, por meio da ABC (Agência Brasileira de Cooperação) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O Japão aportou outros US$ 23,8 milhões.

Mas o programa, que deveria estar operando neste ano, ainda não decolou.
Para os opositores do projeto, a grande ameaça é que seja criada uma situação de dependência dos pequenos agricultores com relação às grandes empresas.

O programa não prevê aquisições diretas de terra, mas esquemas de "cultivo por contrato", em que agricultores receberiam empréstimos para produzir determinada cultura para exportação.

Entidades temem que produtores caiam numa espiral de endividamento e deixem de produzir alimentos vitais para sua subsistência, contribuindo para um ciclo de fome e pobreza.

"O ProSavana não vai alimentar os moçambicanos nem as comunidades do corredor de Nacala. O objetivo é explorar a terra e impulsionar exportações. Isso vai causar e já está causando conflitos sociais", afirma Augusto Mafigo, presidente do sindicato dos produtores rurais de Moçambique.

Para João Mosca, economista da Universidade Politécnica de Maputo, "pode haver uma agenda invisível buscando objetivos que são diferentes dos declarados".
Este artigo é parte do programa Innovation in Development Reporting, do European Journalism Centre. A pesquisa de campo foi conduzida por Andrea Fama, Cecilia Anesi, Jacopo Ottaviani e Isacco Chiaf.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Eduardo White: Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser ave

Eduardo White é poeta moçambicano. Em sua poesia veremos uma linguagem poética que será levada pelo vôo onírico em questões existenciais, filosóficas e metapoéticas, ou como lembra Mia Couto, o poeta segue a tradição de que a "poesia lírica sempre arriscou em Moçambique" (WHITE, 1992, pp. 9). Essas questões são retomadas pela literatura moçambicana a partir dos anos 1980, com o país independente, porém, arrasado pela guerra de desestabilização realizada entre a Frelimo (partido que liderou a independência do país) e a Renamo (partido apoiado pela Rodésia e África do Sul).

Diante da situação de asfixia de séculos de colonização portuguesa e a posterior libertação de Moçambique, a poesia, principalmente nas décadas de 1960-1970, era engajada, política, doutrinária, não havendo espaço para questões existenciais e metapoéticas, que só seriam retomadas no raiar dos anos 1980 com Luís Carlos Patraquim (Monção) e Mia Couto (Raiz do orvalho), e a seguir pela geração da revistaCharrua (1984), da qual Eduardo White é contemporâneo.

Selecionei alguns poucos poemas de raríssima beleza do livro Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser ave (Lisboa: Caminho, 1992). Ao prefaciar a obra, Mia Couto aponta para a relevância da poesia de White diante de um momento delicado pelo qual passava o país, dilacerado e desgastado por tantos anos de uma fratricida guerra:

"Aqui está uma poesia fortemente embrenhada nos conflitos do seus tempo, empenhada com a alma moçambicana. Talvez a abundância da morte, a irracionalidade da tragédia moçambicana alimentem, pela negativa, os versos de Eduardo White. Porque há nestes textos fôlego de esperança que só os magos e adivinhos pressentem. Num mundo de caos e violência é preciso cuidar das palavras como se, no seu ventre, elas trouxessem o núcleo prenunciador de um outro mundo. (...)
Tudo nesta escrita quer voar. A pedra, o fogo, a casa. Porque estes versos sugerem um ritual de iniciação ao belo, uma reaprendizagem do fascínio. O poema confirma: sonhar é uma imitação do voo. Só o verso alcança a harmonia que supera os contrários - a condição de sermos terra e a aspiração do eterno etéreo. (...) O poeta vai a pedra e lhe concede a respiração. Toca no fogo e lhe empresta a febre da água. Magia de quem recusa a condição terrestre, ilusão da eternidade: as aves não envelhecem. Tradutor de uma caligrafia celestial, essa que só a pluma da asa pode redigir, Eduardo White reinventa as imensas paisagens do seu país, a geografia da ternura que só os pássaros sabem percorrer.
Eduardo não escreve sobre aves. Escreve em aves." (WHITE, 1992, pp. 9-10)

Espero que gostem.
Riso

----------------------------x----------------------------

Não faz mal.

Voar é uma dádiva da poesia.
Um verso arde na brancura aérea do papel,
toma balanço,
não resiste.

Solta-se-lhe
o animal alado.
Voa sobre as casas,
sobre as ruas,
sobre os homens que passam,
procura um pássaro
para acasalar.

Sílaba a sílaba
o verso voa.

E se o procurarmos? Que não se desespere, pois nunca o iremos encontrar. Algum sentimento o terá deixado pousar, partido com ele. Estará o verso connosco? Provavelmente apenas a parte que nos coube. Aquietemo-nos. Amainemo-nos esse desejo de o prendermos.

Não é justo um pássaro
onde ele não pode voar.

(p. 22)


Vou mostrar-vos de outra maneira toda a substância desta mania. Um pássaro bebe nu na minha boca e em vão vai querer saber que álcool o comove com tanta frescura. Primeiro pia, limpa as asas robusta ainda húmidas da saliva e depois canta e ferve e sua, e num minuto já todo o corpo lhe estrebucha. Chama por mim. São muito velozes e bruscas as suas tonturas e eu face a isso pergunto-vos por que terá vindo nu um pássaro a beber à minha boca? Que esplendor ou embriaguez ele procura? Que obscuros dons, que vocação, que loucura?
Vamos, entremos agora no mistério onde o poema nos vigia, rente ao murmúrio para que a alegria não retina e podem ver ao fundo, ali, um estábulo onde as palavras se abrigam, acolá, um bebedouro onde a memória bebe, os restos de feno, dois tipos que trabalham em pleno escuro e já visível a farma, a terra em uso. Estão aqui os instrumentos, os moldes da mania de que vos falei há bocado.
Voemos.
Voar não é senão essa ilusão,
fazê-la possível. Tê-la vivendo.
Voar é estender as mãos
a esse desejo que nos dói
como um punhal insurgente.

(p. 26)


Ocorre-me agora
a pupila minúscula de uma criança.
A sua engenharia
desde o corpo na guerreira pequenez
ao dedo provador da boca.
Ocorre-me esta criança
este monge da franqueza em seu templo de inocência.
Amo-a. Vivo-a.

Voar é poder amar uma criança.
Sonhar-lhe o peso no colo, as mãos acariciantes
sobre a palma da alma.

Voar é tardar a boca
na rosa do rosto de uma criança.
Pronunciar-lhe a ternura,
a seda fresca e pura
da sua infância.

Voar é adormecer o homem
na mão sonhadora
de uma criança.

(p. 28)


Por exemplo, o fogo.
O fogo estabelece o seu trabalho,
a sua centígrada destreza para arder.
E não sei se notaste
que na digital matriz das suas febres
o fogo opõe-se,
insubmisso,
a morrer.

Arde como se definitivo
e quando assim sucede tende a crescer,
busca aquela leveza das altas labaredas,
a implícita tontura das fagulhas.
O fogo arde como se quisesse fugir do chão,
das suas cavernas metalúrgicas,
ascende ao impulso dos foguetões,
à infância astral, à casa solar.

O fogo entristece, por vezes.
Chora inflamável na sua fatalidade terrestre
a estranha e lenhosa prisão
que o prende e embrutece.

Quer voar,
quer a sua ancestral condição de estrela
mas na corrida espacial com que o fogo queima,
na perpétua evasão,
a gula intestina-o
à sua pressa.

(p. 19)
Fonte: http://ricardoriso.blogspot.com.br/2008/03/eduardo-white-alguns-poemas.html

Literatura Negra – Inaldete Pinheiro

Por Larissa Santiago para as Blogueiras Negras
Morando no Recife há tanto tempo, eu ouço histórias de personagens incríveis tão bem contadas que ouso recontá-las vez por outra; eu as vivi ou ouvi com a curiosidade de uma filha que quer entrar no universo da mãe, do pai, da família…
Inaldete em Essas Mulheres – Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
inaldete.pinheiroProfessora Inaldete é conhecida pelo Recife como a contadora de histórias, a mulher sábia das oficinas no Núcleo Afro, a pesquisadora de maracatu e das mulheres de maracatu. Foi conversando com um colega na Rua da Moeda que descobri que ela além de ser tudo isso é também a fundadora do Movimento Negro no Recife (junto com Silvio Ferreira e outros mais). Atuando no Movimento Feminista desde 1979, é também é responsável pela articulação de ações entre mulheres de seis comunidades negras do interior de Pernambuco, remanescentes de antigos quilombos.
Nascida em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, Inaldete Pinheiro de Andrade é formada em Enfermagem pela UFPE e tem mestrado em Serviço Social e Administração Hospitalar pela mesma universidade. E usando seu conhecimento na área de saúde, ela fez parte do GT Saúde da População Negra da Prefeitura do Recife e da Comissão do Programa de Anemia Falciforme da Secretaria Estadual de Saúde.
“Na mitologia angolana existe uma aranha chamada Ananse. Ela tece a história do mundo. Quando ela sai da sua teia, ela puxa o fio e vai contando histórias.”
Professora Inaldete é aquela que tece: dona de uma vasta literatura, é filiada à União Brasileira de Escritores (UBE) e seus livros e publicações dão ênfase na difusão da riqueza da cultura negra em Pernambuco, fazendo análises sobre Racismo e Negritude além de alguns especialmente direcionados às crianças.
Carismática e Militante foi protagonista na defesa da inclusão da disciplina História da África e da Cultura Afro-pernambucana, primeiro no currículo da rede de ensino municipal do Recife, depois na grade da rede pública estadual. Os esforços na Câmara Municipal do Recife e na Casa de Joaquim Nabuco, em legislaturas passadas, não vingaram. Contudo, tal mobilização não foi em vão, pois anos depois Inaldete testemunhou a defesa incansável da proposição por parte do então deputado federal Humberto Costa no Congresso Federal. A aprovação e sanção de lei federal neste sentido ocorreu oito anos depois, em 9 de janeiro de 2003, com o número 10.639, tornando obrigatório o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira nos três níveis de escolaridade.
Para nosso orgulho, Inaldete Pinheiro de Andrade, é detentora do título de Cidadã Recifense (2011), recebendo a Medalha Zumbi dos Palmares pela sua contribuição com a história e memória do povo negro pernambucano. Há quatro décadas ela vem fazendo ecoar da capital pernambucana o vigor de sua militância e do povo negro.

Alguns de seus livros: “Cinco cantigas para se contar” (1989), “Pai Adão era Nagô” (1989), editado pelo Centro de Cultura Luiz Freire, “Racismo e anti-racismo na literatura infanto-juvenil” (2001), pela Etnia Produção Editorial, “A Calunga e o Maracatu” (2007), editado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife, e “Baobás de Ipojuca” (2008), pelas Edições Bagaço, são exemplo de sua preocupação com a educação em cultura afro-brasileira.

Racismo americano x racismo brasileiro

Kerry-Washington-Red-Carpet-Pictures-2013


Na mais recente lista de celebridades mais bem vestidas dos EUA divulgada pela revista People figuram três mulheres negras: as atrizes Kerry Washington (em primeiríssimo lugar) e Zoë Saldana, além de Solange Knowles (cantora e irmã caçula da estrela pop Beyoncé).
Por: Patrícia Fortunato

Você pode até achar que listas desse tipo são de uma futilidade sem tamanho, mas tente ver por outro ângulo. No mundo de imagens em que vivemos, uma galeria em que celebridades negras são reconhecidas como bem vestidas são uma injeção de autoestima para milhares de adolescentes e mulheres mundo afora, que muitas vezes não se sentem representadas pelos programas de tevê que costumam assistir ou nas revistas que leem.

Outro aspecto interessante da escolha da People é que estamos falando de mulheres bem vestidas, não de mulheres sensuais. No Brasil parece haver uma lei não escrita segundo a qual para negras e mestiças cabem classificações como sensual, sexy ou "dona de beleza exótica", mas raramente o rótulo de elegante, exceção feita à atriz Camila Pitanga. É como se a elas só fosse permitido ser lindas durante o carnaval, atividade importante até mesmo do ponto de vista econômico, mas muitas vezes encarada como manifestação cultural de menor valor.

Há uma diferença muito grande na maneira como EUA e Brasil lidam com o inglório passado da escravidão. Em ambos os casos, aboliu-se a prática, mas persistiu o racismo. Nos EUA praticou-se uma segregação escancarada e oficial, com leis que determinavam, por exemplo, que brancos e negros deveriam ocupar assentos em ônibus e trens de acordo com sua cor de pele. Já no Brasil, a segregação nunca foi oficial, o que facilitou a convivência diária, mas também originou um racismo subjetivo e perversamente sofisticado que muitos não enxergam. Talvez por isso os versos de "O Teu Cabelo Não Nega" (mas como a cor não pega, mulata, mulata, eu quero o teu amor ...)" ou não são compreendidos por muitos que os entoam ou tem seus efeitos minimizados.

O fato é que o racismo oficial praticado pelos americanos fez com que os negros se organizassem, o que foi decisivo para a derrubada de anomalias como as leis segregacionistas. Quando as batalhas mais duras contra a segregação foram vencidas, essa organização foi em parte canalizada para a conquista do sonho americano: o sonho de fazer parte da classe média.

Não é incomum por aqui (ou é bem mais comum que no Brasil) que membros da classe média negra americana manifestem-se quando acreditam ser representados de maneira caricatural em atrações televisas. E o poder econômico dessa classe que se manifesta se traduz em comerciais de cereais, medicamentos toda uma gama de produtos consumidos pelas classes medias protagonizados por negros. Os catalogos de roupas tambem costumam apresentar mais diversidade que os brasileiros, como modelos brancas, negras e asiáticas.

No Brasil, nesse momento em que tanto se discute a ascensão social dos mais pobres, os publicitários tem uma chance de ouro para criar campanhas mais inclusivas, que reflitam a beleza de todos.

*Esta coluna foi publicada originalmente no blog Ideação do Banco Interamericano de Desemvolvimento (BID).

França: "O racismo não é uma opinião, é um crime"

taubira

Brilhante oradora e uma das mais bem avaliadas integrantes do governo, Christiane Taubira enfrenta reiterados ataques pela cor de sua pele, que são expressão de um aumento do racismo e da xenofobia na França.
"As palavras utilizadas contra a ministra de Justiça são balas. Trata-se de um verdadeiro linchamento verbal", assegurou a delegada titular da Francofonia, Yamina Benguigui.
A verdade é que poucas vezes uma personalidade de sua importância foi objeto de tantas agressões através da imprensa, da internet e em atos públicos.
Os ataques começaram há várias semanas, quando Anne-Sophie Leclere, candidata a prefeita pelo partido de extrema direita Frente Nacional (FN) na comuna de Rethel, publicou no facebook uma fotomontagem onde representou a servidora pública como um macaco.
Interrogada por uma jornalista de TV sobre este ato, Leclere assegurou que "isto não tem nada a ver com racismo" e acrescentou que preferia "vê-la pendurada em galhos de uma árvore que no governo".
Estas declarações provocaram uma chuva de críticas e a FN viu-se obrigada a suspender Leclere e convocá-la a um conselho disciplinatório.
Em resposta a estas ofensas, Taubira condenou a ideologia da FN e o modo de pensar de membros desse partido, que, disse, preferem ver "os negros nos galhos, os árabes no mar, os homossexuais no Sena e os judeus no forno".
Alguns dias após este incidente, a revista Minute, também de ultradireita, publicou em sua capa uma fotografia de Christiane Taubira com uma inscrição insultante, onde também a comparava com um macaco.
A estas agressões somou-se Claudine Declerck, conselheira municipal da conservadora União por um Movimento Popular pela comuna de Combs-la-Ville, que teve que renunciar a seu cargo após colocar no facebook uma imagem com insultos a Taubira.
As ofensas chegaram a tal ponto que em uma manifestação na cidade de Angers, no estado de Maine et Loire, vários participantes incentivaram crianças a atirar cascas de banana e agredir a ministra.
"Encaro o golpe, mas é violento para meus filhos, para meus familiares", confessou Taubira em uma entrevista à televisão pública.
A ministra recordou que "o racismo não é uma opinião, é um crime", mas admitiu que a resposta judicial não basta porque é impossível pedir à justiça para consertar as patologias profundas que minam a democracia.
"Estes são ataques contra o coração da República. É a coesão social que se está derrubando", disse Taubira, que tem evitado apresentar denúncias perante os tribunais.
A ministra advertiu que estes excessos proveem de um longo e progressivo deslizamento e recordou que, desde a presidência de Nicolás Sarkozy, aqueles incapazes de traçar um horizonte para o país passam a vida dizendo ao povo francês que o país está invadido, sitiado e em perigo.
Originária da Guiana Francesa, Taubira conta com uma longa carreira política desde que, em 1992, fundou no território de ultramar o movimento político Walwari, aliado ao Partido Radical de Esquerda (PRG, por sua sigla em francês).
Em 1993, foi eleita deputada à Assembleia Nacional Francesa por esse território ultramar e, em 2002, chegou a ser candidata à presidência pelo PRG.
Taubira é diplomada em Ciências Econômicas na Universidade de Paris 2 (sede também da principal faculdade de direito do país) e graduada em Sociologia e Etnologia afro-americana na Sorbona.
Ela impulsionou uma lei homônima aprovada em 2001, que reconhece como crime contra a humanidade o tráfico de negros e a escravatura praticadas a partir do século 15.
Desde sua nomeação como Ministra de Justiça, promoveu numerosas reformas ao sistema penal, como o tratamento aos jovens reincidentes e o cumprimento de penas fora da prisão.
Também liderou a iniciativa para a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovada pela maioria da população, mas recusada por setores católicos e conservadores.
Durante os últimos dias, diversos analistas têm tentado explicar o porquê dos ataques violentos contra a integrante do gabinete francês.
"Ela acumula quatro pontos de estigmatização fortes e indeléveis: é mulher, vem de ultramar, é negra e atreve-se a representar a justiça", opina o historiador Pascal Blanchard.
Blanchard recordou que Taubira defendeu duas leis emblemáticas, o casamento homossexual e a legislação sobre a memória da escravatura, pecado capital para racistas e neocolonialistas.
O analista adverte que este não é um fenômeno novo. "O erro seria pensar que esta brutalidade não existia antes, na realidade o que estava invisível se fez visível", diz.
Como exemplos concretos, recorda as imitações de barulho de macaco nos estádios quando entram as equipes de futebol e as expressões de que há muitos negros na seleção de futebol.
Blanchard considera que faz falta educar, atuar de outra maneira e descolonizar esse imaginário que ainda arraiga na sociedade francesa.
Além das reações provocadas aqui, este caso ultrapassou as fronteiras e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos condenou firmemente os ataques e demandou do governo francês que cumpra as recomendações feitas pelo Comitê para a Eliminação da Discriminação.
Na opinião do organismo internacional, "esses abusos totalmente inaceitáveis contra uma autoridade política pela cor de sua pele são uma manifestação clara do aumento do racismo, da xenofobia e da intolerância contra as minorias étnicas e religiosas e os imigrantes em muitos países europeus".
Fonte: Vermelho

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Roda Gigante e o motor da casa grande - Por Cidinha da Silva

camila-lazaro



A FIFA ao recusar Lázaro Ramos para sortear os grupos da Copa disse ao Brasil e ao mundo que pretinhos como ele devem tratar de ser bons de bola e ter destaque dentro das quatro linhas. Esse é o lugar reservado aos homens negros.

Ao recusar Camila Pitanga para a mesma função, vocifera aos quatro cantos do universo empresarial da bola que lugar de mulher negra é azarando jogador, prestando-lhes serviços sexuais ou no máximo vendendo a imagem de Globeleza.

Em uma das salas da casa grande, outra atriz negra da novela Lado a lado, surpreende a gente altiva ao apresentar-se como pregoeira de um conjunto de bundas e pernas negras naturais (hiper malhadas) ou siliconadas: glúteos, vasto lateral, bíceps da coxa, trato iliotibial. Acém. Cupim. Músculo. Coxão Duro.Paleta. E não se sabe que parte da imagem é mais triste e deprimente, a carne de segunda e seu corte de costas ou o Filé Mignon disfarçado, maquiado, bem vestido, de sorriso angelical e dengoso a serviço do leilão de mulheres no mercado dos corpos.

Mas Camila e Lázaro batem um bolão, driblam a FIFA e ganham o prêmio Emmy com a novela Lado a lado. Superaram outra adversária poderosa, a novela das nove de maior audiência nos últimos anos, Avenida Brasil. Que vitória!

Os autores da novela das seis, de maneira inaugural na teledramaturgia tupiniquim, rasgaram, dilaceraram, escancararam os privilégios dos brancos brasileiros alicerçados na exploração reiterada e arraigada dos negros ao longo de séculos e foram premiados, a novela foi considerada "a melhor do mundo."

Ê... volta do mundo camará! Alegria e tristeza alternam lugares na Roda Gigante e o motor da casa grande funciona a pleno vapor.
Fonte: Geledes

13 mulheres negras brasileiras de destaque na política


13mulheresnegrasbrasileirasdedestaquenapolticaDados do IBGE apontam que existem, no Brasil, cerca de 97 milhões de pessoas negras. Segundo um estudo realizado pela União dos Negros pela Igualdade (Unegro) em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (MG) os negros tem baixa representatividade no Parlamento. O estudo revelou que apenas 0,0001% dos negros brasileiros exercem mandatos nas principais casas legislativas. A pesquisa foi realizada no Congresso Nacional, nas 27 assembleias legislativas do País (incluindo o Distrito Federal) além das câmaras municipais de todas as capitais. 
Atualmente, a Câmara dos deputados é composta por 9% de parlamentares negros, ou seja, 44 dos 513 deputados federais. Já nas Assembleias Legislativas de todo o Brasil, foram constatadas a presença de 46 deputados, alguns estados não possuem parlamentares afrodescendentes. A falta de representatividade também atinge as câmaras municipais, principalmente das capitais do país. 
No caso das mulheres negras a diferença é ainda mais acentuada, elas não ocupam na mesma proporção os espaços institucionais da vida política nacional. Mesmo com essa falta de representatividade de Mulheres Negras nas principais casas legislativas! Abaixo segue uma lista de13 mulheres negras brasileiras em destaque na política: 
Antonieta de Barros  
AntonietadeBarrosaprimeiraaassumirummandatopopularnoBrasil
Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta de Barros foi a primeira mulher a integrar a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Educadora e jornalista atuante, teve que romper muitas barreiras para conquistar espaços que, em seu tempo, eram inusitados para as mulheres – e mais ainda para uma mulher negra. 
Deu início às atividades como jornalista na década de 1920, criando e dirigindo em Florianópolis, onde nasceu, o jornal A Semana, mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa, na mesma cidade. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros, que dirigiu até a sua morte, em 1952, além de ter lecionado em outros três colégios. 
Manteve intercâmbio com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, na primeira eleição em que as mulheres brasileiras puderam votar e receberem votos, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, que a elegeu deputada estadual. Tornou-se, desse modo, a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, trabalhando em defesa dos diretos da mulher catarinense.

Theodosina Rosário Ribeiro
TheodosinaRosrioRibeiro4
Theodosina Rosário Ribeiro foi à primeira deputada negra da Assembléia Legislativa de São Paulo. Nasceu em 29 de maio de 1930 na cidade de Barretos (SP). Quarenta anos depois, em 1970, a maior cidade da América Latina a elege como primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo. E, em 1974, a primeira deputada negra da Assembléia Legislativa do Estado, onde ocupou também o cargo de vice-presidente. 
Theodosina formou-se filósofa, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da universidade de Mogi das Cruzes, e advogada, pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Na vida pública, teve quatro candidaturas vitoriosas - uma como vereadora e três como deputada estadual. 
Ela se tornou uma referência e estímulo para negras e negros. Depois dela, outras mulheres negras se engajaram na vida pública. 

Benedita da Silva 
Benedita da Silva2
Benedita Sousa da Silva Sampaio, nasceu em 1942 no cidade do Rio de Janeiro, e viveu, durante 57 anos, no Morro do Chapéu Mangueira no Leme. Formada no curso de Serviço Social, iniciou sua carreira política ao se eleger vereadora do Rio de Janeiro em 1982, após militância na Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986, foi eleita deputada federal, e se reelegeu para este cargo em 1990. Na Legislatura de 1987-1991, Benedita participou da Assembleia Nacional Constituinte, onde atuou como titular da Subcomissão dos Negros, das Populações Indígenas e Minorias. Em seguida, passou à Comissão de Ordem Social e da Comissão dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher. Em 1992, foi candidata do PT a prefeitura do Rio de Janeiro. Em 1994, elegeu-se senadora, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar uma vaga no Senado. Foi eleita vice-governadora do Rio de Janeiro em 1998 na chapa de Anthony Garotinho. Para assumir o cargo, renunciou ao mandato de Senadora, que só terminaria em 2002.  Com a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República em abril de 2002, assumiu o governo do estado do Rio de Janeiro.
Em 2001, presidiu a Conferência Nacional de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que reuniu mais de dez mil pessoas de todo país, entre lideranças de ONGs e governos. 
Com a eleição de Lula para a Presidência da República, assumiu a Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social, com status ministerial. 
Assumiu em janeiro de 2007, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, no Governo Sérgio Cabral Filho. Foi em 2010 eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro. 

Marina Silva 
Marina Silva
Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, nasceu no Rio Branco em 8 de fevereiro de 1958, é uma ambientalista, historiadora, pedagoga e política brasileira. Foi senadora pelo estado do Acre durante 16 anos. Atualmente, está sem partido. 
Foi Ministra do Meio Ambiente no Governo Lula do seu início (2003) até 13 de maio de 2008. Também foi candidata à Presidência da República em 2010 pelo Partido Verde (PV), obtendo a terceira colocação entre nove candidatos, com 19,33% da porcentagem total - expressivos 19.636.359 votos válidos em todo o território nacional. 
"Também sou negra, mas seria muito pretensioso da minha parte me apresentar como similar ao Obama". Marina Silva, em entrevista durante a campanha para presidente. 

Janete Pietá 
Janete Pietá
Janete Rocha Pietá, nasceu no Rio de Janeiro em 3 de novembro de 1946, é uma política brasileira. Formou-se em História pela Faculdade de Filosofia Ciências Santa Úrsula, em 1971. Ainda no Rio de Janeiro, trabalhou como professora, até mudar-se para Belo Horizonte, em 1972, onde prosseguiu em seu ofício até 1974. 
Chegou a Guarulhos em 1974. Foi metalúrgica até 2001. Participou das lutas sindicais e atuou nos movimentos de moradia. Janete Pietá foi a primeira mulher a se formar pelo SENAI, em 1977. Licenciou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Guarulhos, em 1993. 
Eleita deputada federal em 2006 pelo Partido dos Trabalhadores de São Paulo, com 116.865 votos, foi à única representante mulher entre os 14 eleitos pelo PT do estado de São Paulo e a primeira parlamentar afro-descendente eleita pelo PT paulista para a Câmara dos Deputados

Jurema Batista
JuremaBatistalivro2
Jurema Batista começou a carreira política como presidente da Associação de Moradores do Andaraí, em 1979. E formada em português e literatura pela Universidade Santa Úrsula, participou da criação do Partido dos Trabalhadores, Rio de Janeiro, no início da década de 80. Foi eleita três vezes vereadora pelo PT, a primeira em 1992. Em 2002, foi eleita deputada estadual. Durante seu mandato na Assembléia Legislativa, presidiu a Comissão de Combate à Discriminação de EtniaReligião e Procedência Nacional. Em 2005 foi uma das 1000 mulheres do mundo indicadas para ganhar o Nobel da Paz. Em 2007 foi convidada para presidir a Fundação para a Infância e Juventude (FIA) do governo do estado. 
Atualmente exerce o cargo de Gerente de Segurança Alimentar na Secretaria de Assistência Social, da qual é funcionária de carreira. É membro do Movimento Negro Unificado, onde exerce o cargo de coordenadora de formação política. 
Entre seus  projetos mais importantes: o que torna gratuito para famílias pobres o teste de DNA, realizado pela Uerj; o projeto de lei que cria o Dia de Lembrança do Holocausto; o que mantém a Feira de Tradições Nordestinas em São Cristóvão; e o projeto Rio Charme que permitiu a permanência do baile charme no Viaduto de Madureira. É autora da lei que garante 40% de negros na propaganda oficial do município, bem como, autora do Diploma Zumbi dos Palmares na ALERJ e do disque Discriminação na mesma casa de Lei.
Leci Brandão 
LeciBrando2
Leci Brandão da Silva, nasceu no Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1944, é uma cantora, compositora brasileira e umas das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira. Começou sua carreira no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a participar da ala de compositores da Mangueira. Ao longo de sua carreira, gravou 20 álbuns e três compactos. Participou do Festival MPB-Shell promovido pela Rede Globo, em 1980, com a música Essa tal criatura. Em 1985, gravou Isso é fundo de quintal. Em 1995 foi a intérprete do samba-enredo da Acadêmicos de Santa Cruz durante o carnaval. Atuou na telenovela Xica da Silva da TV Manchete, como Severina. 
Atualmente, além de se dedicar à carreira musical, é membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Desde 2003 também vem exercendo a função de comentarista dos desfiles de escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, pela Rede Globo. 
Em fevereiro de 2010, Leci Brandão filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e candidatou-se ao cargo de Deputada Estadual pelo estado de São Paulo, tendo sido eleita. Sua defesa dá ênfase à negros, igualdade racial, combate ao racismo e a inclusão do samba na política cultural do Estado de São Paulo, entre outras propostas. No carnaval 2012, foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Tatuapé. 

Olívia Santana 
OliviaSantana3
Maria Olívia Santana, nasceu em Salvador no dia 25 de março de 1967, na comunidade do Alto de Ondina. é uma política brasileira, educadora e militante do movimento de mulheres negras brasileira. Começou a fazer política no movimento estudantil, mas conquistou posição de destaque na luta contra a discriminação racial. É dirigente da União de Negros pela Igualdade (Unegro) e foi secretária de Educação e Cultura do Município. Marcou sua gestão com ações como a implantação da matrícula informatizada e do estudo da cultura afro-brasileira. foi secretária Municipal de Educação de Salvador, atualmente como vereadora (PC do B) e integra o Fórum das Mulheres Negras e o Conselho de Promoção da Igualdade Racial. E Dirigente Nacional do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e Presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador. 
Desde que assumiu uma cadeira no Legislativo, em 2003, defende o tombamento da Feira de São Joaquim como patrimônio cultural da Bahia e do Brasil. Defende a educação como a principal fonte de transformação social. 
Candidatou-se à Câmara Federal em 2006, conquistando 37.803 votos. Em 2008, renovou seu mandato no legislativo municipal. Neste mandato – Olívia Santana foi eleita Ouvidora-geral da Câmara para o biênio 2011-2012. Além de ser membro das comissões de Finanças, Orçamento e Fiscalização e de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, a Edil é ex-presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer.
Claudete Alves 
claudetealves
Claudete Alves, formada em Pedagogia com Especialização em Administração Escolar, Mestranda em Ciências Sociais pela PUC/SP. Uma negra em movimento. Militante e ativista do movimento sindical na área do serviço público. Articulou a criação do Instituto Todos a Bordo, organização não governamental que busca combater toda forma de discriminação. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, desde 1983. Nos anos 80, participou ativamente do Movimento de Luta por Creches no Município de São Paulo, já tendo um histórico de atuação também no Movimento Negro. 
Fevereiro de 2003 assume o Legislativo Municipal de São Paulo, tendo como principais áreas de atuação o combate à discriminação racial, defesa dos direitos da mulher, criança e adolescente e a luta pela oferta de um serviço público de qualidade, com ênfase na Educação e Saúde. Autora da lei 13.707/03 que instituiu o 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, como feriado na cidade de São Paulo
Claudete Alves é idealizadora e proponente junto ao Ministério Público Federal, da Representação que requereu o ajuizamento de uma Ação Civil Pública contra o Estado Brasileiro, pleiteando indenização pelos danos causados a todos os DNAEB (Descendentes de Negros Africanos Escravizados no Brasil) que residem na cidade de São Paulo. 
Atualmente Claudete Alves é presidente do SEDIN – Sindicato da Educação Infantil. 

Rosangela Gomes
RosangelaGomes5
Deputada Rosangela Gomes, nascida na cidade de Nova Iguaçu no estado do Rio de Janeiro. É graduada em Direito, Pós-graduada em Políticas Públicas no ano de 2007 pela IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro) e em Direito Público em 2008 pela Universidade Cândido Mendes.  Rosangela cumpre agora seu primeiro mandato estadual, pelo Partido Republicano Brasileiro, após ser eleita pela terceira vez como vereadora em Nova Iguaçu. Em 2004 foi reeleita como a vereadora mais votada da Baixada Fluminense com 6.262 votos. No ano de 2000 marcou a eleição como a única mulher a eleger-se no município de Nova Iguaçu, quando obteve 5108 votos. Para atender a convocação do seu partido Rosangela Gomes concorreu ao Senado da República Federal em 2006, surpreendendo o cenário político atingindo a marca de 262.132 votos. 
Em seu último mandato como vereadora, Rosangela presidiu a Comissão de Defesa do Direito do Consumidor e a Comissão de Combate a Desigualdade Racial, fundada por ela. Rosangela Gomes, devido ao grande comprometimento seu partido lhe atribuiu mais um grande desafio em assumir a presidência nacional da militância do PRB Mulher, a qual vem desenvolvendo um excelente trabalho. 
Hoje como deputada, preside a Comissão de Prevenção ao Uso de Drogas e Dependentes Químicos em Geral, além de ser membro das Comissões de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião, Defesa dos Direitos da Mulher, Saneamento Ambiental e Segurança Alimentar e também como relatora da Comissão Especial para Tratar da Deficiência do Abastecimento de Água na Baixada Fluminense. 

Rosário Bezerra 
VereadoraRosrioBezerra
Maria do Rosário de Fátima Bezerra Rodrigues nasceu na cidade de União - PI. É bacharel em Ciências Econômicas e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Piauí. Como mulher negra, mãe, irmã, filha e sonhadora, estabeleceram sua militância política em movimentos sociais (mulheres, negros, coisa de nego), de igreja (juventude operária católica - JOC) e na fundação do Partido dos Trabalhadores no Piauí. Durante três anos, foi assessora parlamentar da Câmara dos Deputados em Brasília . É membro do Núcleo de Pesquisa sobre Africanidades e Afrodescendência Ifaradá, da UFPI
Exerceu a função de diretora da Escola de Governo do Estado do Piauí e Ouvidora Geral do Governo na gestão de Wellington Dias. É servidora pública da Fundação Cepro(Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí) de onde licenciou-se para exercer o Parlamento. Eleita vereadora em 2008 como a mais votada do seu partido. Como parlamentar, tem honrado os votos recebidos pelos teresinenses, procurando através de uma atuação marcante na Câmara, nas comunidades, nas diversas esferas do poder atender os pleitos daqueles que mais precisam. 
Tem trabalhado para fortalecer os segmentos: mulheres, negros e a saúde da população. É autora da lei 4034 de 20 de agosto de 2010, a Lei Antifumo de Teresina; Criou a frente parlamentar pela livre expressão sexual, entre outras ações.
Cristina Almeida
cristina almeida2 amapa
Cristina Almeida é Bacharel em Administração de Empresas. Desde 1990 é funcionária do quadro efetivo da Assembleia Legislativa do Amapá. Iniciou sua militância no movimento estudantil como membro do Centro Acadêmico de Administração da Faculdade Integrada do Colégio Moderno- FICOM.É militante do Movimento de mulheres e do Movimento Negro, iniciando na União dos Negros do Amapá – UNA e hoje sócia fundadora do IMENA- Instituto de Mulheres Negras do Amapá. Participa ativamente do grupo de Marabaixo da Comunidade de Campina Grande. É Membro da Executiva Estadual do PSB e Secretaria Nacional da Negritude Socialista Brasileira. 
Cristina Almeida foi a primeira mulher eleita vereadora do Município de Macapá, e em 2010 eleita como deputada estadual. Cristina leva como bandeira de luta o combate ao preconceito, discriminação e todas as formas correlatas de intolerância, defensora na batalha pela inclusão de políticas públicas para as mulheres, bem como os negros e homossexuais, possui o Jornal Informativo Impresso que mensalmente apresenta todos os resultados do seu mandato circulando nos quatro cantos da cidade de Macapá. O projeto Gabinete Itinerante Compromisso e Participação, visita semanalmente os bairros de Macapá e nos finais de semana desenvolve ações na zona rural, colhendo reivindicações da população, valendo ressaltar que em 2009 realizou inúmeras reuniões, conseguindo intervir com mais de 1.000 requerimentos a Prefeitura Municipal de Macapá, conseguindo resultados e persistindo pelo crescimento da igualdade social da população amapaense. 
Outro grande projeto da vereadora é o “Capacitando para gerar renda”, onde mulheres de diversos bairros de Macapá e da zona rural recebem cursos de capacitação, cujo objetivo é o aumentar a renda de suas famílias. 

Fátima Santiago
fatimasantiagobiografia
Fátima Santiago é formada em Ginecologia e Obstetrícia e pós-graduada em medicina do trabalho. Há vinte anos iniciou o trabalho de prevenção do câncer de colo uterino nas comunidades carentes do estado, quando ainda era acadêmica de medicina. Prestou concurso e foi aprovada como professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Escola de Ciências Médicas. 
Na área política, no ano de 2000, recebeu excelente votação, sendo a primeira suplente de sua coligação, o que a fez ingressar como vereadora em 2002. Já em 2004, tornou-se a única mulher eleita vereadora em Maceió. Idealizou e inaugurou dois institutos de atendimento gratuito; um no bairro Dubeaux Leão e outro no Eustáquio Gomes. 
Atualmente, Fátima Santiago é a vice-presidente da Câmara Municipal de Maceió. Já para o biênio 2011/2012, a vereadora é a 2° vice-presidente, sendo a única mulher na composição desta Mesa Diretora. Como vereadora, se destaca pela sua atuação nas Comissões Parlamentares, que são importantes espaços de decisão política onde é definido o destino da população maceioense.
Hernani Francisco da Silva - Afrokut


Veja também:

10 mulheres negras ativistas de destaque no Brasil

Referências: 


Fonte: Afrokut

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...