segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Daniel Munduruku: "Índio é invenção total, folclore puro"

Daniel Mundukuru: "Índio é invenção total, folclore puro"
Tatiana Mendonça
Volta e meia, o paraense Daniel Monteiro Costa, 50, ouve cochichos de desconhecidos apostando se ele é ou não índio. Quase sempre concluem que não, já que anda vestido como qualquer outra pessoa, fala português corretamente, escreve livros, ganha prêmios – como o Jabuti e a Ordem do Mérito Cultural, da presidência da república – e ainda tem doutorado em educação pela USP. Sempre que isso acontece, Daniel fica feliz. Não se considera um índio, esse “apelido horroroso”, mas tem orgulho de ser munduruku, etnia a que pertence. “Só o nome diz o que a gente é”. É como Daniel Munduruku que assina os 47 livros que já publicou. O mais recente deles, Das coisas que aprendi, foi lançado no dia 25/11 em Salvador. Ele defende, porém, uma variação do “apelido” para marcar a literatura que faz, comumente chamada de literatura indígena, para evitar comparações com escritores como José de Alencar. “A literatura indigenista que ele escreveu detonou com a gente”. Sua luta tem, naturalmente, direção oposta.  Deseja que os povos que habitam o Brasil desde antes de o Brasil existir sejam respeitados como são, sem estereótipos, sem folclore. Para isso, recomenda que as escolas comecem por abolir do calendário a comemoração pelo 19 de abril. No começo deste mês, ele foi escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o país no Salão do Livro de Paris, ao lado de 47 autores.
No livro, o senhor fala que na escola a criança “abandona sua compreensão real dos sentidos da existência” em troca de um “futuro linear”. Para combater isso, defende uma pedagogia do “desentortamento do pensamento”. Que pedagogia é essa?
Minha percepção é que criança é livre, inteira, intensa. Quando ela entra na escola, entra numa forma, que é a chamada formação. A criança não divide os saberes. Brincar, aprender, correr, subir na árvore, tudo é uma coisa só. Quando ela vai para a escola, é tirada desse universo integral e é apresentada para ela uma sociedade dividida em conhecimentos. Por isso a escola entorta o pensamento da criança. A gente precisa voltar para a nossa origem de aprender as coisas não divididas. Quando a gente trata as coisas como um conjunto, a gente toma conta, cuida. Não tem rico nem pobre, branco nem preto, noite nem dia. Tudo é uma coisa só e você faz parte da natureza. A escola aprisiona o pensamento nessas categorias de certo, errado, bom e mau. A teia da vida é completa e a gente acaba se esquecendo disso, ao desenvolver a ideia de que nós somos donos. A criança aprende na escola que ela tem que dominar e aí passa a destruir tudo, né, porque é dela, ensinaram isso para ela. É educada para ser senhor da natureza, das coisas.
Como a escola poderia se aproximar disso que o senhor fala?
Não é a escola que tem que fazer isso. Ela é vítima também. A escola foi criada para ser um instrumento de colonização do pensamento. Só quem pode fazer isso é a família, a comunidade. O desentortamento do pensamento só é possível com pais conscientes, com uma comunidade consciente. A escola é um instrumento de escravização. Então não adianta pensar em mudar a escola no sistema econômico que a gente vive. É importante para esse sistema que a gente não goste uns dos outros, porque com a inveja se vendem mais coisas. Aí a gente quer ter a melhor roupa, o melhor carro, a melhor casa. A gente não trata mais ninguém como um igual.
Mas os pais têm cada vez menos tempo de passar esses ensinamentos.
A criança ora é vista como um estorvo, porque ainda não é economicamente produtiva, ora é vista como um investimento. São duas formas desqualificadas de tratar a criança.  A sociedade perdeu a dimensão dos rituais. Não marca mais o tempo como deveria marcar. De modo que as crianças não são mais crianças, adolescentes não são mais adolescentes, estão todos envolvidos com essa busca incessante de ser alguém na vida. E ser alguém na vida parece ser uma maldição que as pessoas carregam consigo, como se criança já não fosse alguém, ou o velho já não fosse alguém. É uma sociedade que está mudando seu conceito de família justamente porque está jogando a mãe no mercado de trabalho. Essa ideia de direitos iguais, mãe e pai, mulher e marido, isso foi a grande derrocada do nosso sistema atual. Não que não seja igual ou não tenha direitos iguais, mas o fato é que a mãe ocupa um papel fundamental na vida da criança. E quando ela abre mão disso, todos pagam um preço muito alto. Eu nem sei se é certo ou errado o que digo, e também não estou preocupado com isso.
As feministas não devem gostar muito.
Quero fazer as pessoas pensarem. É a ideia da teia. Se cada um não segura sua ponta no fio dessa teia, alguma coisa vai ficar faltando. E infelizmente é o que está acontecendo.
O senhor falava de rituais. Nós estamos “desbussolados” em relação ao tempo?
Novamente a gente entra na questão da educação, em que a gente é levado a pensar o tempo como um negócio. A pessoa vive para um tempo que não existe. Especulação e planejamento são palavras que têm a ver com uma tentativa de dominar um tempo que a gente não tem. O que é planejar senão tentar trazer o futuro para o agora? Quando você faz esse movimento, esquece de viver o agora. E aí é que entra a grande lição dos povos indígenas. São povos educados para o hoje. Por isso, são mal vistos na sociedade, são considerados um estorvo, porque não entram na roda-viva da produção, da busca de riquezas. Representam o contrário de tudo isso. Representam o fazer a vida acontecer agora. Só existe esse tempo, esse momento. A criança só é criança hoje. E ela tem que viver plenamente o seu ser criança para poder se realizar. Quando vira adolescente, ela não tem saudade de ser criança. E quando vira adulto, não tem saudade de ser adolescente. E quando você vira avô, é um outro papel. É papel do avô numa sociedade indígena educar o espírito da criança, contar histórias. E isso, claro, numa sociedade que precisa que as pessoas produzam não vale nada… A sociedade de hoje é uma sociedade de um amanhã que não existe.
Como o senhor passou de professor a escritor?
De uma maneira muito natural. Eu me graduei em filosofia, que é um conhecimento que não serve para outra coisa a não ser dar aula. Eu dava aula sobretudo para adolescentes. Comecei a relacionar mitos indígenas brasileiros à mitologia grega e a contar essas histórias também para crianças. Um dia, uma delas me perguntou se ela encontraria em algum livro aquilo que eu estava contando.  Descobri que não, que as histórias que eu sabia contar não estavam escritas. Aquilo foi como um cair de ficha. Comecei a escrever primeiro numa perspectiva pedagógica e depois apenas por deleite. Quando escrevo, é como se atualizasse uma memória, sabe? Meu primeiro livro, Histórias de índio, foi lançado em 1996. Até hoje é meu best-seller, tem mais de 50 mil exemplares vendidos. No conjunto da minha obra, já vendi uns dois milhões de livros.
Sempre se referem ao senhor como um autor de literatura indígena. Esse apêndice o incomoda ou o orgulha?
Sempre faço questão de dizer que sou um indígena que escreve. Alguns colegas escritores falam: ‘Mas, Daniel, você escreve bem… Por que tem que colocar literatura indígena?’.   Respondo que, se eu não colocar literatura indígena, vão me comparar a José de Alencar. Não quero isso. Porque a literatura indigenista que ele escreveu detonou com a gente. Tem muitos livros de bons escritores que dizem  bobagens sobre os indígenas.  Não é culpa deles. É o estereótipo que aprenderam e reproduzem. Hoje a literatura indígena é um fenômeno no Brasil. São mais de 40 autores. É importante que a gente reafirme de onde é que vem o que a gente escreve. Senão, sempre vai dar a impressão de que o indígena é só um brasileiro, e não é isso. O indígena não é brasileiro.
Não?
Não do ponto de vista do lugar dele. Ele é brasileiro do ponto de vista do território, que, aliás, querem acabar com o nosso território… Porque a ideia do brasileiro é exatamente aquele que pertence a esse território, a essa nação, sem contar as diferenças. E nós somos brasileiros, sim, mas diferenciados, e como tal queremos continuar sendo. Não queremos simplesmente ser José de Alencar. Eu quero ser o  Daniel Munduruku. Munduruku significa dizer que eu pertenço a um povo, a uma tradição, a uma trajetória de vida que é peculiar.
Hoje há uma lei que determina que a cultura e a história indígenas sejam ensinadas nas escolas e também há um maior acesso dos indígenas à universidade, por meio das cotas. Quão longe estamos de vê-los por um viés menos folclórico?
São avanços. Há 10 anos, não tinha literatura indígena para ser lida nas escolas. Já que existe a lei, a gente quer oferecer um material que avance um pouquinho nessa nossa relação, sabe? A gente não quer ser tratado por esse apelido horroroso que colocaram na gente,  índio. A gente quer ser tratado pelos nossos nomes. Apelido só detona a gente. Só o nome diz o que a gente é. Eu ser Munduruku é diferente de ser índio. Índio é uma invenção total, é folclore puro. Agora, ser Munduruku, não. É ter toda uma série de saberes que me dá identidade. As escolas têm que começar a arrancar do seu calendário a comemoração do dia 19 de abril. O que faz uma escola comemorar o dia do Índio? Ela está comemorando o folclore, uma ideia congelada de que são seres do passado, que nem existem mais… Ou quando existem, são esses camaradas meio mestiços, né, que a maioria das pessoas diz: “Ah, esse não é mais índio, não…”. Quantas vezes já ouvi isso, e fico até feliz. Por ser graduado, por ser doutor, por falar bem o português, por escrever livro, por ganhar prêmio… Esse daí não é mais índio… Fico feliz. Finalmente, alguém entendeu alguma coisa (ri).
Quando  pensamos em minorias históricas, vemos alguns avanços nas políticas públicas direcionadas às mulheres, aos negros, aos gays, ao menos em termos de visibilidade. Os índios, no entanto, permanecem como uma espécie de minoria da minoria. Como mudar isso?
O grande problema do indígena é que ele quer uma coisa que os outros não querem. Ele quer terra, precisa da terra para manter sua identidade. O movimento negro, quando muito, luta pela demarcação de um quilombo, mas na maioria das vezes briga pelo direito de ir à universidade, de ter acesso ao mercado de trabalho. Ou seja, luta para ser um brasileiro comum. O indígena não quer fazer parte da sociedade. Ele quer manter a sua maneira de viver. O pior é que estão nas terras que os megalomaníacos capitalistas querem. Para um governo resolver a situação do indígena, tem que brigar com esses grupos que são donos dos financiamentos de campanha. Espero que agora, no segundo mandato de Dilma, inclusive empurrado pelo governo popular, ela tome consciência… Ela tem feito discursos de que vai ouvir mais essas populações, coisa que não fez até agora. Ao mesmo tempo, quando alguém diz que Kátia Abreu vai assumir o Ministério da Agricultura, a gente já fica meio com o pé atrás… Mas ainda tenho um pinguinho de esperança de que o grito das urnas faça acordar esse gigante… Vamos ver.
O senhor vive no interior de São Paulo. Como o senhor acompanha as questões relacionadas à sua tribo?
Com essa coisa de internet, tenho contato direto com a turma dentro das aldeias, nas brigas aí pela não construção de hidrelétricas. O povo munduruku tem decidido que não quer essas hidrelétricas. Talvez para os paulistas e para o pessoal daqui do Nordeste, isso não cause grande impacto, mas é novamente a falta de compreensão de que nós somos uma teia. O que afeta o rio Tapajós lá no meio da Amazônia há de afetar cedo ou tarde essa região aqui e todas as outras do Brasil. Com toda essa transformação climática que a gente está vivendo, é impressionante como as pessoas ainda não  se dão conta disso.
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Primeira negra a chefiar universidade federal, Nilma Lino Gomes assume SEPPIR

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Nilma Lino Gomes é a atual reitora da Unilab. Ela é pedagoga formada pela UFMG e não tem vínculo com partidos.
Mineira de Belo Horizonte, a nova ministra da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, é pedagoga, graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1988. Concluiu o mestrado em educação também pela UFMG em 1994. É doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP).
Mudou-se para Portugal onde fez o pós-doutorado em sociologia pela Universidade de Coimbra, em 2006.
Nilma Lino Gomes coordenou o Programa de Ações Afirmativas da UFMG.
Em abril de 2013, tornou-se a primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab).


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A surpresa da literatura negra

Jennifer Nansubuga homenageia sua tradição oral. / D. R.
Nem americana, nem africana, nem cidadã do mundo. O termoafropolita, impulsionado pela escritora Taiye Selasi, equivale a uma realidade: ser africana do mundo, que é a sua própria. Esta ganesa residente em Berlim – cujo livro Ghana Must Go – faz referência a “uma noção mais flexível de identidade.” Faz parte de uma geração de narradoras nascidas no continente e educadas no Ocidente, lançadas ao mundo a partir do Canadá, dos EUA ou do Reino Unido, que mostram o outro lado de sua sociedade. “As representações ocidentais reduzem todo um continente ao clichê que convém a eles”, comenta Selasi, que viu como as traduções para o italiano e o alemão de seu livro suprimiam a alusão ao país no título. “E despojada de suas complexidades culturais, políticas, religiosas, linguísticas e econômicas – acrescenta –, a história se transforma em uma tragédia, nada mais. Tenho muita fé em meus leitores e confio em que conseguirão ver além disso.”
Revelou-se com The Sex Lives of African Girls, um texto entre o ensaio e a ficção publicado na prestigiosa revista Granta. Taiye Selasi não tem certeza “se o talento vai ser repatriado”. /NANCY CRAMPTON
Se os seus personagens mantêm uma relação complicada com sua origem, ela vive o paradoxo de contar sobre a África sem residir ou publicar lá. “Acho antiquado reduzir o problema aos escritores locais e leitores ocidentais. Um escritor atinge o mundo inteiro”, diz ela. Aminatta Forna concorda, seu livro The Hired Man (Donde crecen las flores silvestres), acabou de ser traduzido ao espanhol pela Alfaguara. Criada entre a Escócia e Serra Leoa, e orgulhosa de sua “dupla herança”, Forna evita os estereótipos: “Muitas atitudes das mulheres no leste da África são mais progressistas do que as das ocidentais. A mulheres de Serra Leoa trabalhavam e mantinham seus sobrenomes muito antes que as europeias”.
We Should All Be Feminists, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie (publicado em formato digital pela Vintage Books), argumenta que o feminismo é também uma luta dos homens. /GETTY IMAGES
De fato, países como Ruanda (56%), África do Sul (45%) e Moçambique (42%) têm uma representação política feminina igual ou superior à de muitos países europeus. Os esforços destas autoras “podem mudar a ideia predominante sobre a mulher africana”, explica Izaskun Legarza, responsável pela Librería de Mujeres das Ilhas Canárias. “As revoluções devem ser geradas de baixo para cima e não vendidas a partir do exterior”, acrescenta. Contribuindo com isto estão novos personagens como Ifemelu, a protagonista do romance Americanah(Literatura Random House, 2014), da nigeriana Chimamanda Ngozi. Depois de passar pela universidade nos Estados Unidos, afasta-se do sucesso para recuperar sua vida na Nigéria e decide quem e como quer amar, viver e trabalhar. O destino reserva infelicidade para aquelas que se submetem aos homens; para Ifemelu também, quando renega seu cabelo afro e, sutilmente, sua raça.
Aminatta Forna insiste no erro de pensar que “um escritor é desconhecido por não ser popular no Ocidente”, e defende que há características da mulher africana desconhecidos por aqui. / GETTY IMAGES
Nova fornada. Outros nomes de destaque são o da combativa NoViolet Bulawayo, do Zimbabwe, que acaba de ganhar o Prêmio PEN/Hemingway por seu romance We Need New Names; o de Carole Enahoro, filha de nigeriano e britânica, que divide editores com Alice Munro e analisa em Doing Dangerously Well a conversão capitalista da Nigéria usando a ironia; Chinelo Okparanta, também nigeriana e premiada nos EUA por seus romances e livros de contos, que aborda questões como o lesbianismo na África ou a religião católica no seu país de origem; ou a ugandesa Jennifer Nansubuga Makumbi, vencedora pela saga de Kintu do Prêmio Kwani de melhor manuscrito – um dos poucos prêmios na África para obras inéditas – em uma espécie de viagem contra a corrente: ela mora em Manchester, Reino Unido, embora publique em Nairóbi, capital do Quênia.
Toni Morrison, a única mulher negra que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. / GETTY IMAGES
Qual o impacto deste novo feminismo na África promovido a partir da literatura? “Talvez haja uma sensibilização, mas muitas vezes é uma ilusão. Você não pode falar de direitos quando não tem dinheiro para a educação dos seus filhos, ou para ir ao médico, quando a sua opinião não importa”, diz a escritora madrilenha María Ferreira, que trabalha em Nairóbi. “Além disso, não é uma sociedade homogênea. Na minha cidade, por exemplo, as mulheres podem optar por ter cargos de responsabilidade, vão à faculdade... mas nas zonas rurais, muitas não foram à escola.”

“O termo feminismo é controverso por seu viés ocidental”, diz Soledad Vieitez, professora da Universidade de Granada, que trabalha em seu livro Revoluciones de género em África. “No entanto, uma nova geração de autores (também homens) está reinterpretando estes conceitos.”
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/11/24/cultura/1416829709_660565.html

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

História de Anne Frank ganha versão ilustrada para crianças

MARIA FERNANDA RODRIGUES


E mais na Babel: os livros de não ficção de Goethe em tradução, a correspondência entre Vilém Flusser e Sergio Paulo Rouanet, um estudo sobre ‘Dois Irmãos’, de Milton Hatoum, contos de Natal por autores brasileiros em e-book gratuito, etc

INFANTIL
História de Anne Frank ganha versão ilustrada para crianças
anne570O Diário de Anne Frank sempre vendeu bem (só no Brasil, foram quase 400 mil exemplares), mas a história da garota vítima do nazismo ganhou novo impulso quando John Green a incluiu em seu best-seller A Culpa é das Estrelas. Conforme a coluna noticiou, as vendas dobraram na semana da estreia do filme. Agora, outro livro deve fazer sucesso com leitores ainda mais jovens. A Rocco lança, em 2015, o infantil Lá Fora, A Guerra, de Janny van der Molen e ilustrações (acima) de Martijn van der Linden. A trajetória dela é contada a partir de 10 temas como alegria, família, escola, guerra e medo. Outras duas dicas – agora para adolescentes: O Menino da Lista de Schindler (Rocco), do sobrevivente Leon Leyson (e o mais jovem entre os salvos por Oskar Schindler), e Antissemitismo Explicado Aos Jovens (Edições de Janeiro), de Michel Wieviorka.
NÃO FICÇÃO – 1
Coleção para Goethe
As traduções de Poesia de Verdade (por Wilma Patrícia Maas), de Viagem à Itália(por Maurício Mendonça Cardozo) e de Conversações com Goethe (por Mário Frungillo), que inauguram a coleção da Unesp dedicada aos textos de não ficção de Goethe, começam a ser entregues em janeiro. O lançamento, que chegou a ser anunciado para 2013, ficará para o fim do ano.
NÃO FICÇÃO – 2
De/Para: Flusser
A Annablume acaba de lançar com a FlusserBrasil Ser Judeu e Gestos, de Vilém Flusser, checo que viveu aqui, e prepara obra com a correspondência entre o filósofo e Sergio Paulo Rouanet.
NÃO FICÇÃO – 3
Estudando Hatoum
Está chegando às livrarias Dois Irmãos e Seus Precursores (Humanitas), livro de Lucius de Mello originado de dissertação de mestrado defendida no Departamento de Estudos Judaicos e Árabes da USP. Trata-se de uma comparação entre a obra de Milton Hatoum, a mitologia ameríndia e a narrativa bíblica dos embates fraternos.
ROMANCE
A lógica de Vila-Matas
Não Há Lugar Para a Lógica em Kassel, de Enrique Vila-Matas,sai pela Cosac Naify em julho. Tudo começa com o convite para que o escritor protagonista se torne uma instalação numa feira de arte contemporânea.
BEST-SELLER
Politicamente incorreto
Amado e odiado, Tucker Max terá seu livro de estreia Espero Que Sirvam Cerveja no Inferno, de 2006, publicado aqui pela Faro em janeiro. São histórias de bebedeira e sexo vividas pelo autor. É a tentativa da editora de trazer ao País uma literatura – ela diz – mais masculina.
ERÓTICO
O próximo de Stephens
A Valentina, que publica a série Rock Star, de C. S. Stephens – o último volume,Perigoso Demais, sai em janeiro -, acaba de adquirir os direitos da coleção seguinte, Thoughtful (ainda sem título), também de livros eróticos da autora descoberta em plataforma de autopublicação.
DIGITAL
Biblioteca bilíngue
A biblioteca digital brasileira Nuvem de Livros será lançada em Madri em janeiro.
CONTO
No clima natalino
Luisa Geisler, André de Leones, Victor Heringer, Estevão Azevedo e outros seis autores da agência literária MTS terão seus textos publicados no e-book Contos de Natal, uma parceria entre a agência e a e-Galáxia. O livro estará disponível para download gratuito a partir de quarta em lojas de e-book.
Fonte: O estadão

Novo Código Penal moçambicano legaliza o aborto

aborto moçambique
Moçambique torna-se o quarto país africano a aplicar a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). O presidente Armando Guebuza promulgou o novo Código Penal e, entre outras disposições, legalizou o aborto.
por Lígia Anjos no RFI
Depois de Cabo Verde, África do Sul e Tunísia, Moçambique junta-se a estes poucos países africanos que legalizaram o aborto. Esta nova lei permitirá que a IVG seja feita apenas em centros de saúde habilitados e intervenção realizada por profissionais qualificados, nas primeiras 12 semanas de gravidez.
A sociedade civil em Moçambique debate-se em torno desta questão desde 2006 e dá conta que o aumento de complicações, em seguimento a abortos sem assistência médica, representa, em muitos casos, a morte de 11% mulheres.
A Organização Mundial de Saúde calcula que uma gravidez em cada cinco, a nível mundial, termina em aborto induzido e cerca de 47 mil mulheres morrem devido a complicações surgidas em interrupções de gravidez feitas de forma insegura.
“O que nós queremos aqui é que as mulheres saibam que têm esse direito e o Estado tem o dever e direito de promover os serviços e condições de acessibilidade. O nosso país está de parabéns, o nosso parlamento está de parabéns, o pessoal do sector de saúde estão de parabéns porque tiveram um papel muito importante em fazer isto acontecer”, saudou a presidente do Fórum Mulher, Graça Samo.
A dirigente desta ONG moçambicana espera ainda que o país sirva de exemplo para outros países. “Sabemos que isto não é um ganho como um todo mas é um ponto de partida para um outro nível de advocacia”, uma vez que não será suficiente restringir-se a esta aplicação da lei “é preciso que os serviços e as condições sejam criadas nas unidades sanitárias e que as mulheres sejam educadas para evitarem irem à procura de serviços alternativos quando podem ir às unidades sanitárias”.
22/12/2014Geledés Instituto da Mulher Negra


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Novos ossos de escravos são descobertos no centro do Rio de Janeiro

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Novos ossos de escravos foram encontrados nas escavações feitas em frente ao Cemitério dos Pretos Novos na rua Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro. O achado arqueológico aconteceu no meio do esforço de revitalização do centro do Rio e dá mais elementos para as pesquisas em torno do tema.
Aproveitando-se as obras que já estão paralisando vários pontos do Centro do Rio, os arqueólogos isolaram a parte da rua na Gamboa (foto abaixo), onde, no final dos anos 1990, foram encontrados restos mortais de escravos que morreram logo que chegaram da longa viagem nos navios negreiros.
oUTUBRO-NOVEMBRO-2014-047-2-590x393Arqueólogos isolaram parte de rua no Rio em frente ao hoje Instituto dos Pretos Novos, centro cultural e de preservação da história da escravidão e dos negros. (Merced Guimarães dos Anjos)
O nome “pretos novos” definia os escravos recém chegados da África, que não sobreviviam ao suplício da viagem e morriam antes de serem comercializados, explica o historiador Julio Cesar de Medeiros. Ele estudou o local em uma premiada tese de mestrado.
A importância desse sítio arqueológico no Rio cresce a cada dia com o aumento dos estudos sobre a origem das pessoas escravizadas trazidas para o Brasil. Mas o local é desconhecido pela maioria da população brasileira. Ele nos revela sinais do estarrecedor passado em que a escravidão foi a base do trabalho e da economia por mais de 300 anos.
O historiador encontrou registros de que, no curto período de 1824 a 1830, 6.119 corpos foram jogados no local. E digo “jogados” porque eles não eram enterrados propriamente, eram descartados lá, e deixados insepultos ou apenas com um pouco de terra por cima. Até agora não foram encontrado corpos inteiros nas escavações feitas em outras partes do entorno. Uma das razões é que os ossos eram quebrados, às vezes queimados, para caber mais corpos no mesmo local.
Esta é a primeira vez que a própria rua Pedro Ernesto, na Gamboa, é escavada. Como se pode ver nas imagens, a história do Rio, está em toda a parte, inclusive a alguns palmos abaixo do chão. A tese do professor Medeiros, que virou o belo livro “À flor da terra”, é um trabalho exemplar de investigação. O historiador encontrou os registros dos sepultamentos — ou “insepultamentos” — em antigo catálogos da Cúria Metropolitana do Estado.
Os negros recém chegados, em sua maioria, não tinham ainda nomes na nova terra. Por isso o registro informa o porto onde a pessoa havia sido embarcada, a idade presumida, o navio que o trouxe e o nome do traficante. Dá para saber que havia muitas crianças. O catálogo analisado ponto a ponto pelo historiador trata apenas de 1824 a 1830. Em entrevista ao blog, Medeiros contou que existe outro livro de um período anterior, de 1816 a 1824, mas está praticamente ilegível. O cemitério funcionou ali desde o fim do século XVIII.
HISTÓRICO
O Cemitério dos Pretos Novos foi primeiramente encontrado pela descendente de espanhóis, Ana Maria de la Merced Guimarães dos Anjos, conhecida como Merced, e o marido Petrucio Guimarães durante uma obra na casa que haviam comprado ao lado da sua. Eles queriam fazer um estacionamento no local, para uma renda extra, mas se depararam, quando começaram a escavar, com uma grande quantidade de ossos. Pararam a obra e chamaram os peritos da prefeitura.
Os estudos arqueológicos revelaram que aquele local vinha sendo procurado há muito tempo por pesquisadores porque fora descrito pelos visitantes estrangeiros que vieram para o Brasil no início do século XIX. Chocados, eles descreveram o cemitério com palavras fortes.
Em 1814, o alemão G. W. Freireyss escreveu: “No meio deste espaço [de 50 braças] havia um monte de terra da qual, aqui e acolá, saíam restos de cadáveres descobertos pela chuva que tinha carregado a terra e ainda havia muitos cadáveres no chão que não tinham sido ainda enterrados”.
Outro, um inglês, relatou: “Quase não é preciso acrescentar-se que nesses cemitérios assistiam às mais repugnantes cenas aqueles que entendiam de escolhê-los para campos de suas observações, sendo o mau cheiro intolerável, e pondo eles em sério perigo a saúde da cidade, enquanto não houver uma reforma”.
Pesquisadores e os donos da casa se uniram para transformar o local no que hoje é o Instituto dos Pretos Novos, um centro cultural e de preservação da história da escravidão e dos negros.
O blogueiro esteve recentemente em visita à casa. É impressionante, triste, ver as marcas desse passado, mas ao mesmo tempo, é importante constatar que se começa o trabalho de preservação e de respeito à memória dos que viveram e morreram de forma tão trágica, e que foram desrespeitados até depois da morte.
O que a gente vê são alguns ossos juntos, arcadas dentárias, um pedaço de fêmur, e outros fragmentos no chão, à flor da terra. Numa terra que nasceu supostamente cristã, religião que tem por lema, no Novo Testamento, o “amai o teu próximo como a ti mesmo” é difícil entender esse passado. Não era o caso ali, um pequeno território com sinais de um tempo extremo. Nas primeiras escavações do sítio arqueológico, foram encontrados 5.563 fragmentos de ossos permitindo identificar 28 corpos — jovens do sexo masculino, com idades entre 18 e 25 anos, um em cima do outro.
Agora as novas fotos obtidas pelo blog, e que foram feitas durante os trabalhos da nova escavação na rua em frente à casa, mostram um crânio (imagem principal, acima), uma arcada e um bloco que eles acreditam ser de ossos compactados (foto abaixo), porque assim eram tratados os restos mortais dos escravos para caberem em espaço tão pequeno que a cidade destinou para este cemitério. O resultado das análises do material nos trará mais informações que irão se somar ao que já sabemos: o Cemitério dos Pretos Novos é um patrimônio histórico da humanidade.
arqueologia-011-1-590x393Bloco que arqueólogos acreditam ser de ossos de escravos compactados (Merced Guimarães dos Anjos)
O professor Medeiros conta que o cemitério era administrado pela paróquia de Santa Rita, uma entidade católica que cobrava do Estado pelo serviço. O respeitado professor José Murilo de Carvalho, orientador da tese de Medeiros, descreveu o estudo com um relato de um outro mundo, “marcado pelo sofrimento de uns e pelo desrespeito de outros, um mundo de práticas desumanas. […] Ao horror dos navios negreiros e das senzalas, será preciso acrescentar agora o do Cemitério dos Pretos Novos”. Esse era o tratamento que dávamos a seres humanos: enterros a um palmo de profundidade, ou nem isso, sem direito a qualquer ritual religioso.
Após 1830, espaço temporal na qual termina a pesquisa da tese de mestrado, a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas. Assim, eram criadas apenas “pra inglês ver”.
É esta a origem do hábito conhecido de mentir, dissimular, e disfarçar o não respeito às leis. Depois de 1830 o tráfico negreiro continuou, mas como estava oficialmente proibido, os mortos na chegada foram jogados em outros lugares, que permanecem desconhecidos. Em 1850, a lei Eusébio de Queiroz veio para confirmar que as antigas proibições deveriam ser respeitadas. Foi só a partir daí que o tráfico começou a declinar.
O Cemitério dos Pretos Novos tem enorme importância por ser apenas de africanos recém chegados, o que nos ajuda a saber exatamente as etnias que formam parte da gente brasileira. Sua importância histórica também começa a ser entendida. O Instituto está reivindicando que fiquem lá os ossos encontrados na rua, da mesma forma que foi doado ao Instituto, um ferro de marcar escravos encontrado em outra escavação nas proximidades.


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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Negros representam 56,2% da população do DF, diz pesquisa

Eles são maioria na Estrutural, Fercal e São Sebastião, aponta Codeplan.
Base do levantamento é o ano de 2010; Lago Sul tem menor proporção.

Do G1 DF
Uma pesquisa feita pela Companhia de Planejamento apontou que mais da metade da população do Distrito Federal é negra – 56,2%. A base do levantamento é o ano de 2010.
As regiões administrativas com maior contingente populacional de negros são Estrutural, Fercal e São Sebastião. De acordo com a própria companhia, esses locais são conhecidos pela violência e condições de moradia precária. Já a menor proporção está na área de maior poder aquisitivo: Lago Sul.
Outro dado levantado pelo estudo destaca a desigualdade social: nas favelas, 70% dos moradores são negros. O índice chega a 83% na Vila Rabelo, em Sobradinho II.
Salários
Pesquisa do Dieese mostra que a renda média por hora de um trabalhador negro é de R$ 11,37, o equivalente a 64,7% do salário médio por hora de um trabalhador não negro, que é de R$ 17,46. Os dados foram divulgados em 20 de novembro, dia da Consciência Negra.
De acordo com o levantamento, realizado com base em dados de 2013, os negros estão em ocupações mais precárias, com jornadas de trabalho maior e sem proteção social. Eles também são os que mais sofrem com desemprego.
Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/12/negros-representam-562-da-populacao-do-df-diz-pesquisa.html

Obama e Raúl Castro anunciam retomada das relações de Cuba e EUA

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Prisioneiro americano em Cuba e cubanos detidos nos EUA são soltos.
Obama diz que espera que Congresso levante embargo à ilha.

Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram nesta quarta-feira (17) o restabelecimento das relações dos Estados Unidos e Cuba. O embargo comercial ao país caribenho, no entanto, permanecerá.
Do: G1
Obama confirmou que Cuba libertou nesta quarta o prisioneiro americano Alan Gross e, em troca, três agentes de inteligência cubanos que estavam presos nos Estados Unidos voltaram à ilha. A transferência de Gross e dos cubanos Luis Medina, Gerardo Hernandez e Antonio Guerrero foram concluídas.
Os EUA anunciaram as seguintes medidas:
– restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países;
– facilitar viagens de americanos a Cuba;
– autorização de vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba;
– autorização para norte-americanos importarem bens de até US$ 400 de Cuba;
– início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet.
As medidas incluem ações práticas como o restabelecimento de uma embaixada americana em Havana e a revisão da designação dada pelos EUA a Cuba de Estado que patrocina o terrorismo.
Obama também disse que espera um debate sério do Congresso norte-americano para que levante o embargo que o país mantém a Cuba, que proíbe a maioria das trocas comerciais. Os dois países não se relacionavam desde 1962 –  mantendo apenas seções de interesse de nível menor desde 1977 em suas respectivas capitais
A mudança é ainda mais difícil quando nós carregamos a carga pesada da história nos nossos ombros. Mas hoje nós estamos fazendo essas mudanças porque é a coisa certa a fazer”
Obama disse que a normalização das relações com Cuba encerram uma “abordagem antiquada” da política externa americana. Ao justificar a decisão, o presidente disse que a política “rígida” dos EUA em relação a Cuba nas últimas décadas teve pequeno impacto.
O presidente americano afirmou acreditar que os EUA poderão “fazer mais para ajudar o povo cubano” ao negociar com o governo da ilha.
Ele usou uma frase em espanhol durante o discurso: “Todos somos americanos”.
“A mudança é difícil nas nossas vidas e na vida das nações. E a mudança é ainda mais difícil quando nós carregamos a carga pesada da história nos nossos ombros. Mas hoje nós estamos fazendo essas mudanças porque é a coisa certa a fazer.”
Em Havana, Raúl Castro confirmou o restabelecimento de relações diplomáticas e disse que quer restabelecer os vínculos especialmente no que se refere a viagens, correio postal direto e telecomunicações.
“Exorto ao governos dos Estados Unidos a remover os obstáculos que impedem os vínculos entre nossos povos”, disse Castro.
“Devemos aprender a arte de conviver de forma civilizada com nossas diferenças”
‘Profundas diferenças’
Castro disse ainda que reconhece que há “profundas diferenças” entre os dois países, “fundamentalmente em matéria de soberania nacional, democracia, direitos humanos e política exterior”, para em seguida completar: “Reafirmo nossa vontade de dialogar sobre todos esses temas.”
O presidente cubano ainda disse que a ilha vai libertar e mandar para os EUA um homem de origem cubana que espionou para os americanos — não se trata, nesse caso, de Alan Gross, que já está em solo americano.
Papel do Vaticano
Obama e Castro mencionaram o papel do Vaticano e do Papa Francisco em facilitar as negociações históricas entre os dois países. Obama dissse que o Papa ajudou ao pressionar pela libertação do americano Alan Gross. Raúl Castro também agradeceu o apoio do Papa Francisco para “ajudar a melhorar as relações entre Cuba e os EUA”. Ele também agradeceu ao Canadá pelo apoio logístico.
Após o anúncio, Papa Francisco parabenizou os dois países e disse que continuará a apoiar o fortalecimento das relações bilaterais.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a troca de prisioneiros entre EUA e Cuba foi um gesto “corajoso” do presidente Barack Obama e que tratou-se de uma vitória para a ilha. “Temos que reconhecer o gesto de Obama, um gesto corajoso e necessário”, disse Maduro a líderes do Mercosul em reunião na Argentina.


Leia a matéria completa em: Obama e Raúl Castro anunciam retomada das relações de Cuba e EUA - Geledés 
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Provérbio africano



"Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá acompanhado" - Provérbio africano.

Desejamos um bom fim de semana a todos nossos amigos, e amigos das crianças de Moçambique.

Juntos pelas crianças
www.unicef.org.mz

Ban Ki-moon elogia retomada de relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos

Países encerraram diálogo político no início da década de 60 durante o governo do presidente John F. Kennedy.
Foto: Flickr/Jon Crel
Foto: Flickr/Jon Crel
O secretário-geral da ONU elogiou o anúncio dos Estados Unidos e de Cuba sobre o início de conversações para normalizar as relações diplomáticas entre os dois países. As nações encerram o diálogo político no início da década de 60 durante o governo do presidente John F. Kennedy.
Ban Ki-moon disse que queria agradecer aos presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Raúl Castro, de Cuba, pela decisão.
Segundo agências de notícias, o presidente norte-americano afirmou que a medida representa “as mudanças mais importantes na política dos Estados Unidos em relação a Cuba nos últimos 50 anos”. Há relatos de que o governo dos EUA deverá abrir uma embaixada em Havana, capital de Cuba, já nos próximos meses.
Segundo Ban, a ONU destacou insistentemente, através de repetidas resoluções da Assembleia Geral, que os dois países devem normalizar suas relações bilaterais. “A este respeito, eu saúdo calorosamente o progresso de hoje. Espero sinceramente que estas medidas e este anúncio ajudem a ampliar ao máximo os intercâmbios entre os dois povos que estiveram separados por muito tempo”, disse o chefe da ONU.
Ban afirmou que a Organização está pronta para ajudar ambos os países a cultivar as relações diplomáticas. Ele fez a declaração durante uma entrevista de fim de ano a correspondentes na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Fonte: http://nacoesunidas.org/ban-ki-moon-elogia-retomada-de-relacoes-diplomaticas-entre-cuba-e-estados-unidos/

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Oyelowo será par romântico de Lupita Nyong'o em filme

ComplicitDavid Oyelowo as Edward Ekubo
Segundo a Variety, David Oyelowo (Planeta dos Macacos: A OrigemObsessão) foi escolhido para viver o par romântico de Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão) em Americanah, drama independente baseado no livro homônimo de Chimamanda Ngozi Adichie.
Por  Antônio Tinôco no Cinema em Cena 
A trama apresenta a história de amor entre Ifemelu e Obinze, jovens nigerianos que precisam abandonar o país após o estabelecimento da ditadura militar. Ifemelu chega aos Estados Unidos e, mesmo sendo uma acadêmica de sucesso, sofre preconceito e é forçada a buscar trabalhos mais simples para se sustentar. Obinze queria se juntar a ela, mas acaba ficando com uma perigosa vida na Inglaterra. Mais de uma década depois, eles finalmente podem se reunir em uma democrática Nigéria.
Produzido por Brad Pitt (Guerra Mundial Z) e Nyong’o, Americanah está procurando por um diretor e um roteirista e ainda não há previsão para o início das filmagens.
Recentemente, Oyelowo foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator por Selma, longa sobre a perigosa e importante marcha pelos direitos civis dos cidadãos negros que foi liderada por Martin Luther King Jr.
Leia a matéria completa em: Oyelowo será par romântico de Lupita Nyong'o em filme - Geledés 
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Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...