terça-feira, 31 de maio de 2016

Autores negros se reúnem na UnB

Discriminação racial é um dos focos das discussões de encontro na próxima quarta-feira (1º), no Instituto de Letras

No dia 1º de junho, a Universidade de Brasília sedia a III Jornada Literária de Autoria Negra: Percursos Contemporâneos. Onze autores nacionais estarão reunidos no auditório do Instituto de Letras (IL) para discutir, com professores e estudantes, questões relacionadas ao racismo e ao discurso da “democracia racial” no Brasil.
O Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (Gelbc), responsável pelo encontro, propõe um espaço de diálogo entre a Universidade e escritores negros para abordar questões que envolvem perspectivas, linguagem, gênero, edição e recepção desta produção. A imagem do negro e a sua representação nos veículos de comunicação de massa também serão objetos de discussão.

Entre os escritores convidados estão o paulista Allan da Rosa (vencedor do prêmio Funarte em Arte Negra, de 2014) e a brasiliense Meimei Bastos, estudante de Artes Cênicas da Universidade de Brasília e educadora. Durante a jornada, haverá o lançamento da 38ª edição do livro Cadernos Negros, além de outras publicações dos autores participantes do encontro.

Serviço:
Data: 1º/6/2016, a partir das 8h30
Local: Auditório do IL, campus Darcy Ribeiro

Confiando nos contos de fadas,
todas as noites antes de dormir eram cem escovadas.
Como doía escovar o cabelo seco.
Trecho do poema Genealogia, da escritora Mel Adún

Fonte: http://www.noticias.unb.br/

Tocha Olímpica é recebida com muita festa em União dos Palmares



Milhares de pessoas acompanharam na manhã desta segunda-feira, 30, a chegada da Tocha Olímpica em União dos Palmares. O símbolo dos Jogos Olímpicos foi recebido com muita festa e apresentações culturais, ao longo do percurso.
A chama foi conduzida por onze pessoas num trajeto de 2,5 km pelas principais ruas e avenidas da cidade. “É uma emoção muito grande participar desse momento, estou emocionado demais, pois o pobre só aparece em coisa ruim na televisão, e eu estou aqui representando minha terra”, disse Cícero do carro de confeito, último condutor da Tocha na cidade.
Após a celebração na cidade, a Tocha seguiu para a Serra da Barriga, onde está localizado o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. No solo sagrado, a chama foi recebida por centenas de religiosos de matrizes africana, comunidades quilombolas, um grupo de afoxé e autoridades.
Na Serra, a tocha foi conduzida pelo professor Francisco Viana, a iyalorixá Mãe Neide Oyá d’Oxum, Mãe Miriam e Pai Célio. “Estou emocionada e feliz por esse momento especial aqui neste solo de guerreiros”, disse Mãe Neide.
O prefeito Eduardo Pedroza, destacou a importância do evento para o município. “A vinda da Tocha a União dos Palmares mostra a nossa importância cultural para o mundo, sinto-me muito feliz por todo esse evento ter dado certo”, disse.
João Paulo Farias
Assessoria de Comunicação
Prefeitura Municipal de União dos Palmares

Eleito por Obama o melhor de 2015, livro 'Destinos e Fúrias' chega ao Brasil

Em 2008, embalada pelas promessas eleitorais do candidato democrata Barack Obama, Lauren Groff, 37, foi de porta em porta na vizinhança onde mora, em Gainesville, no Estado americano da Flórida, pregar sua palavra. Sete anos depois, ela entrou em parafuso quando o agora presidente dos Estados Unidos elegeu seu terceiro romance como o melhor de 2015 na revista "People".

"Descobri pelo Twitter. Não soube como reagir, chorei, contei para o meu marido, saímos e compramos champanhe", conta a autora à Folha.

Em "Destinos e Fúrias", ela narra a vida de Lancelot e Mathilde. Grandiloquente, a começar pelo nome, Lotto, como é apelidado, é alto, bonito, solar, com a altivez dos bem-nascidos. Ela, também bela, é sisuda, magnética e algo escabrosa.

Divulgação
A escritora norte-americana Lauren Groff em foto de 2010
A escritora norte-americana Lauren Groff em foto de 2010

O livro é dividido em duas partes. A primeira, sob as lentes de Lotto, é uma ode à união extraordinária entre o jovem dramaturgo e sua mulher benevolente. A segunda, sob olhar de Mathilde, um rasgar violento das costuras do suposto idílio conjugal.

"Casar foi a melhor decisão que já tomei, mas sou ambivalente quanto à instituição em si, enraizada na misoginia e no papel social subserviente atribuído à mulher", afirma Lauren. "A versão simplista de um casamento é muito falsa e prejudicial. É mais fácil tomar o cônjuge como certo, não se perguntar quem ele é, no que se transformou. Caso alguém faça isso, planta-se uma crise."

DESTINOS

Como as moiras da mitologia grega, Lauren é a tecelã inflexível do destino de seus personagens, ditando glórias e infortúnios ao elaborar, entrelaçar e interromper o fio de suas vidas. "É cruel, mas os deuses são cruéis", brinca.

Ela se inspira na escrita da britânica Virginia Woolf em "Ao Farol", com lampejos agourentos do futuro dos personagens, separados da ação por colchetes.
Prenúncios à parte, uma mesma corrente sanguínea corre pelos dois polos da obra: a herança shakesperiana. Lotto casa arquétipos do bardo e velhos signos da mitologia grega para construir sua carreira como dramaturgo, enquanto Mathilde parece confortável em seu papel de Lady Macbeth, orquestrando as escolhas do marido.

A autora é mais comedida em sua adoração. "Não sou tão fã dele quanto Lotto é, mas Shakespeare aborda uma psicologia profunda dos personagens, algo que até hoje é muito difícil de fazer. Quando encontro essa dificuldade, regresso a ele em busca de aspectos mais ricos da experiência humana."

Ao dar voz a Mathilde na metade final do romance, Lauren flerta com a literatura "pulp", revelando uma anti-heroína lúgubre, com passado tortuoso e fúria escondida por trás de sorrisos educados e bons modos.

Lotto é alheio aos esqueletos no armário da mulher, que vê na ignorância dele uma bênção. Mathilde só se indispõe quando o marido, incapaz de reconhecer o papel dela em alavancar seu sucesso no teatro, defende a superioridade criativa masculina –um episódio tirado da vida da autora.

"Certa vez, eu sentei para conversar com um escritor muito famoso, a quem não posso nomear, que certamente se vê como feminista. Havia uísque envolvido, e ele dissertou sobre como os homens são criadores intelectuais, e as mulheres, criadoras físicas, por darem à luz. Fiquei tão embasbacada que não consegui refutá-lo na hora, fui para casa, deitei na cama e olhei para o teto por horas, pensando em argumentos para demoli-lo", relembra Lauren.

Destinos e Fúrias
Lauren Groff
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Poucas são as vezes em que Mathilde deixa transparecer sua frustração com o marido. Quando o conflito se instala, não ameaça a fidelidade e a devoção do casal. "É uma ironia trágica, mas a maioria dos livros sobre casamento são, na verdade, sobre infidelidade, e eu cansei disso", argumenta.
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Leia trecho do livro:
Duas pessoas vinham pela praia. Ela era loura e estilosa em um biquíni verde, embora fosse maio no Maine, e frio. Ele era alto, vívido; cintilava nele uma luz que captava o olhar e o prendia. Eles se chamavam Lotto e Mathilde.

Por um minuto observaram uma poça formada pela água do mar, repleta de criaturas espinhosas, que levantou espirais de areia ao desaparecer. Então ele segurou com as mãos o rosto dela e beijou seus lábios pálidos. Seria capaz de morrer de felicidade naquele momento. Em um devaneio, viu o mar subindo para tragá-los, descarnando-os com a língua e fazendo os ossos deles rolarem pelos molares de corais que habitam as profundezas. Se ela estivesse ao seu lado, pensou, ele flutuaria à deriva, cantarolando.

Bem, ele era jovem, vinte e dois anos, e eles haviam se casado em segredo naquela manhã. A extravagância, sob tais circunstâncias, era perdoável.
Os dedos dela descendo pelas costas dele lhe queimavam a pele. Ela o empurrou para trás, conduzindo-o para cima de uma duna coberta de vegetação, depois para baixo novamente, onde a parede de areia bloqueava o vento, onde se sentiam mais aquecidos.
MARIA CLARA MOREIRA
Fonte: Folhauol

Pelas palavras e pelo silêncio, Raduan Nassar é um gigante

O que faz um autor de poucos livros e que equiparou a criação literária à de galinhas ser considerado, com pouca chance de controvérsia, o maior escritor brasileiro vivo? Não um prêmio, é certo, ainda essas distinções só venham a confirmá-lo. A grandeza de Raduan Nassar é tal que não carece do autor ou de ninguém como relações públicas —algo difícil de conceber hoje.

O que está em cena em sua obra é a tensão entre uma apologia da destruição da verdade e a defesa feroz da própria fala. Nisso reside uma afirmação categórica, realizada de forma violenta, de uma virilidade à beira do colapso e potencializada tanto pela intensidade quanto pela precariedade.

Moacyr Lopes Jr./Folhapress
O escritor Raduan Nassar


Esse protagonismo do corpo tem dois pilares. O primeiro, a relação de distanciamento dos textos com seu contexto histórico. Sua ficção considera um embate mais amplo: o de vontades de poder que se manifestam pela linguagem.
"Menina a Caminho" bebe na infância de Raduan, mas o texto não só não o explicita como cria, na descrição do armazém, parentesco com a Tebas de Sófocles. Um copo de cólera opõe, aparentemente durante a ditadura, a jornalista da cidade ao chacareiro, mas dessa ambientação há apenas indícios. Em "Lavoura", a origem mediterrânea da família é citada, mas a falta de referentes termina por lhe conferir um forte tom mítico. Isso não significa que a obra seja alheia a seu tempo, mas sim que opta por via mais indireta entre realidade e ficção, que leva em conta o fato de as questões humanas esconderem, sob a máscara da linguagem e o disfarce do cinismo, a luta pelo poder e o controle dos corpos.

O segundo pilar da obra de Raduan é o erotismo. Para o chacareiro, associar a verdade dogmática à mulher significa dotar esse inimigo conceitual de um corpo material, apto portanto a estabelecer relações tanto de poder quanto de prazer. É na imposição de uma fala que o vigor sexual pode ser reencontrado: a fricção dos discursos é tão ou mais erótica que a das peles. Em "Lavoura", André recusa uma ordem na qual o corpo seja levado em conta apenas como instrumento do trabalho. Assim, subverter sua função e votá-lo ao dispêndio e à infertilidade passa a ser também um ato político. Como a linguagem só pode ser portadora de verdades provisórias, as narrativas de Raduan se abrem a um recomeço que perpetua o sofrimento e transforma os narradores em Tântalo ou Sísifo. Enfim, Raduan Nassar: tanto pelas palavras como pelo silêncio, um gigante.

ESTEVÃO AZEVEDO é escritor e mestre em literatura brasileira pela USP, especializado na obra de Raduan Nassar 
Fonte: Folhauol

Artista faz autorretratos nus em palcos da violência escravagista nos EUA

Gorda e negra, a fotógrafa norte-americana Nona Faustine equilibra seu corpo nu em branquíssimos sapatos de salto alto para produzir autorretratos em locações nova-iorquinas que, há cerca de 200 anos, foram palco da violência escravagista.

"Por alguns instantes, eu me planto em uma cortina do tempo, destruindo dimensões, evocando a memória e o espírito daqueles que construíram a cidade de Nova York, chorando por eles e celebrando-os como seres humanos", diz Faustine, autora da série "White Shoes", em entrevista à Folha.

Pesquisando a região do Brooklyn, onde nasceu nos anos 1970 –ela prefere não dizer a idade–, e Nova York em geral, a artista revela locais em que as marcas da escravidão hoje passam despercebidas.

Nona Faustine
Foto: Divulgação

Um deles é Wall Street, centro do mercado financeiro. Ali funcionou, no período colonial, um mercado de escravos. Já os prédios da prefeitura e da Suprema Corte foram erguidos sobre o que foi um cemitério de escravos. "Para a construção dos edifícios, colocaram oito metros de terra sobre as tumbas, mas os corpos foram deixados no local."

Após participar de exibições coletivas no ano passado, as fortes imagens que produziu foram apresentadas no início de 2016, em Nova York, em sua primeira individual. "[As mostras] São uma chance de abrirmos portas para discutir os traumas e a injustiça da escravidão nos EUA."

Espécie de guerrilheira da arte, Faustine usa a irmã, Channon, para compor suas imagens. "Depois, entro no cenário, e ela bate as fotos sob minha direção", afirma a fotógrafa, que atualmente participa de uma exposição coletiva na galeria de arte do College of Staten Island.

Folha - O que é a série "White Shoes"?

Nona Faustine - São autorretratos nus em diversos locais que remetem para os 250 anos da história oculta da escravidão em Nova York, lugares desconhecidos ou esquecidos, enterrados sob o asfalto em que caminhamos todos os dias.
Vestindo apenas esses simbólicos scarpins brancos, eu documento locais em que a história se mostra de forma tangível. Conjunto memórias, atuando ao mesmo tempo em protesto contra a escravidão e em solidariedade a essas pessoas cujos nomes foram esquecidos e cuja contribuição até hoje não é reconhecida.
Por alguns instantes, eu me planto em uma cortina do tempo, destruindo dimensões, evocando a memória e o espírito daqueles que construíram a cidade de Nova York, chorando por eles e celebrando-os como seres humanos.

Por que ficar nua nas fotos?

A nudez fala sobre a história de opressão e racismo, sobre a forma como o corpo dos negros foi usado e explorado durante a escravidão. Fala sobre a história de mulheres negras expostas como figuras de circo, como Saartjie Baartman, mais conhecida como Venus Hottentot. Fala sobre a brutalidade contra a mulher negra, a opressão e a violência que ainda hoje existem no mundo inteiro.
Há muitas questões envolvendo o corpo feminino, negro e gordo, incluindo sua presença –ou falta de presença– na mídia e nas artes. A nudez é essencial para expor esses pontos.

Qual o significado dos sapatos brancos?

Eles representam o patriarcado branco do qual as pessoas de cor não conseguem escapar, o ideal de beleza ocidental ao qual as negras não podem aspirar. Basicamente, representam as relações entre europeus e africanos e a assimilação forçada.

Qual sua imagem predileta?

Cada uma é muito especial para mim. Wall Street era a que mais me assustava, antes de produzir as fotos. A cena é literalmente no meio da rua, não há como se esconder. Fiquei completamente exposta, totalmente vulnerável. Eu não sabia se conseguiria fazer as fotos sem ser presa ou atropelada.
Mas consegui: fiquei no ponto em que escravos eram leiloados há 250 anos, e tive um momento de reflexão profunda. Sentir o pulsar da cidade, enquanto os carros passavam por mim, de pé sobre um banquinho, foi uma experiência que nunca esquecerei.

Como as pessoas reagiram?

As pessoas geralmente davam uma olhadinha e seguiam em frente. Os nova-iorquinos não se surpreendem facilmente. Nós estamos acostumados com filmagens e shows televisivos nas ruas, mas somos curiosos. Em Wall Street, eu fiquei parada no meio do tráfego, com os carros passando ao meu lado. Nenhum motorista buzinou nem gritou comigo. Fiquei chocada! 
RODOLFO LUCENA
DE SÃO PAULO
Fonte: Folhauol

terça-feira, 3 de maio de 2016

Dilma diz que, mesmo com crise política, Rio 2016 será a 'mais bem-sucedida Olimpíada'

“Sabemos das dificuldades políticas que existem em nosso país hoje. Conhecemos a instabilidade política. O Brasil será capaz de, mesmo convivendo com um período difícil, muito difícil, verdadeiramente crítico da nossa história e da história da democracia do nosso país, conviver porque criamos todas as condições para isso com a melhor recepção de todos os atletas e de todos os visitantes estrangeiros”, afirmou.
De acordo com a presidente, a edição deste ano deve ser ‘a mais bem-sucedida’ dentre todas da história. “Está pronto e nós trabalhamos para isso. Praticamente, todas as instalações esportivas nos centros olímpicos da Barra e de Deodoro estão prontas. Todos os 39 eventos-testes realizados até agora foram bem-sucedidos”, disse.

‘Nada a temer’

Na segunda-feira (2), o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, havia declarado que ‘não há o que temer’ em relação aos jogos e a eventuais protestos que possam atrapalhar o andamento do evento. Ele afirmou que o povo brasileiro entende o significado do ‘espírito olímpico’.
A chama olímpica chegou durante esta manhã a Brasília, num voo em que estavam presentes o próprio Bach, além de executivos de empresas patrocinadoras do evento, membros do Comitê Organizador e atletas da delegação olímpica brasileira.
Fonte: midiamax

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Paul McCartney encontra mulheres que inspiraram a canção 'Blackbird'

Paul McCartney se encontrou no sábado (30) com duas mulheres que inspiraram a composição de "Blackbird", faixa do álbum "White Album", de 1968, e um dos maiores clássicos dos Beatles.

Elas fizeram parte do processo de integração racial da escola Little Rock's Central, no Estado norte-americano do Arkansas, em 1957. O episódio marcou o ingresso de negros na instituição, que antes só recebia alunos brancos.

Divulgada por Paul em sua conta no Instagram, a reunião com Elizabeth Eckford e Thelma Mothershed Wair ocorreu na noite em que ele se apresentava na cidade de North Little Rocky.

Na legenda, escreveu: "Incrível encontro com duas pioneiras pelos direitos civis e inspiração para 'Blackbird'."

Foto: Divulgação
Paul McCartney com Elizabeth Eckford e Thelma Mothershed Wair – Reprodução/Twitter/Paul McCartney

O ex-Beatle afirmou que na época acompanhava da Inglaterra o movimento e desejava escrever uma mensagem de apoio. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada

Grupo de pesquisadores da UnB 'traduz' poesias para sistema braille

Notas musicais e tamanhos de fonte ajudam a indicar tom e intensidade.
Obra de Mallarmé abre projeto e deve ser lançada no segundo semestre.

Muher com deficiência visual lê livro em Braille em biblioteca de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)
Mulher com deficiência visual lê livro em Braille em biblioteca de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)Projeto desenvolvido por dois professores e uma aluna de doutorado da Universidade de Brasília (UnB) pretende converter clássicos da poesia mundial para o sistema braille, utilizado por pessoas com deficiência visual. Chamada de "Poesia Sensorial", a iniciativa pretende oferecer os textos na web em arquivos acessíveis para usuários de todo o país.
A poesia escolhida para iniciar o projeto foi "Un coup de dés jamais n'abolira le hasard" ("Um lance de dados jamais vai abolir o acaso", em tradução livre), do escritor francês Stéphane Mallarmé. O texto é um exemplo de poema tipográfico, em que o formato dos versos e a disposição na página também compõem parte da mensagem.
"Nossa proposta é fazer as pessoas cegas recitarem e cantarem as poesias", afirma o professor de Tradução Eclair Almeida, um dos responsáveis pela iniciativa. Ele diz que o projeto buscou inspiração no "Musibraille", criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para ensinar noções de música aos deficientes visuais.
Ritmo e tom
Para dar ritmo à leitura e simbolizar os diferentes tipos de letras usados no poema visual, a transcrição para o braille incluiu notas musicais e cinco tamanhos de fontes. Com esses dados, o deficiente visual poderá recitar o texto em voz alta, sem perder as dicas oferecidas pela visão. O livro deve ser lançado no segundo semestre deste ano.
O projeto é capitaneado por Almeida em parceria com o professor Augusto Rodrigues e a doutoranda Josina Nunes. O suporte técnico para as transcrições em braille é dado pela mestranda Carolina Dias Pinheiro, que converte as letras para o sistema tátil. Além das poesias, o projeto pretende incluir romances, partituras musicais e outros gêneros de texto.
Com a ideia, o grupo de pesquisa espera garantir o acesso dos cegos às mesmas obras de arte que, hoje, estão disponíveis para apreciadores com visão regular. Entre os próximos "escolhidos" pelo Poesia Sensorial, estão os textos do poeta americano E. E. Cummings e do filósofo francês Paul Valéry.
Fonte: G1 DF

GDF fecha parceria com Moçambique para melhoria de ações comunitárias

Viúva de Mandela e ativista política Graça Machel compareceu à cerimônia.
Objetivo é aumentar eficiência no trato com movimentos sociais dos países.


Governador do DF, Rodrigo Rollemberg, e ativista política Graça Machel em assinatura de acordo pela paz (Foto: Dênio Simões/GDF)
Governador do DF, Rodrigo Rollemberg, e ativista política Graça Machel em assinatura de acordo pela paz (Foto: Dênio Simões/GDF)O governo do Distrito Federal assinou nesta segunda-feira (2) uma parceria com a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), uma organização privada sem fins lucrativos que busca o desenvolvimento social de Moçambique. O evento contou com a participação da presidente da entidade, Graça Machel, viúva dos ex-presidentes da África do Sul Nelson Mandela e de Moçambique Samora Machel.
A cooperação entre os dois países acontecerá em projetos técnicos, científicos e educacionais. O objetivo é trocar informações sobre os métodos mais efetivos para abordar a comunidade e os movimentos sociais, de modo a preservar a segurança. Detalhes da parceria ainda devem ser firmados, sem prazo definido.
“Qualquer política de segurança que tenha sucesso, ela precisa ter apoio da sociedade e de movimentos sociais”, disse o governador Rodrigo Rollemberg. “A doutora Graça Machel e sua instituição têm uma experiência muito grande no sentido de mobilizar a comunidade na construção de uma cultura de paz.”
Graça é reconhecida mundialmente por sua atuação em prol dos direitos humanos de mulheres, recém-nascidos e crianças, com participação em conselhos das Nações Unidas sobre o tema. Nesta terça (3), a ativista política deve participar de cerimônia pela paz durante o percurso da tocha olímpica, que passará o dia em Brasília.
Além de Graça e Rollemberg, o acordo também foi assinado pela primeira-dama, Márcia Rollemberg, pela secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar, pelos comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e pelos embaixadores da África do Sul e de Moçambique no Brasil.
Gabriel LuizDo G1 DFFonte: G1 DF

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...