sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O PAPEL E O MAR - Um encontro entre Carolina Maria de Jesus e João Cândido



Personalidades Negras – Cruz e Sousa



Nascido em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis) em 1861, João Cruz e Sousa foi um dos precursores do simbolismo no Brasil. Filho de ex-escravizados, ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após estes serem alforriados. Apesar da educação refinada que recebeu teve que enfrentar o preconceito racial que era mais evidente em sua época.
Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Em 1881, dirigiu o jornal abolicionista Tribuna Popular, no qual lutou contra a escravidão e o preconceito racial. Dois anos mais tarde, foi nomeado promotor público de Laguna (SC), no entanto, foi recusado logo em seguida por ser negro.
Em 1893, publicou suas obras Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesias), as quais são consideradas o marco inicial do Simbolismo brasileiro. A linguagem de Cruz e Sousa, herdada do Parnasianismo, é requintada, porém criativa, na medida em que dá ênfase à musicalidade dos versos por intermédio da exploração dos aspectos sonoros dos vocábulos.
Cruz e Sousa faleceu aos 36 anos, em 19 de março de 1898, vítima do agravamento no quadro de tuberculose.
Fonte: FCP

A saúde mental da população negra

Por Jarid Arraes para as Blogueiras Negras
Muitos jovens brasileiros aprendem sobre o Banzo nas aulas de História nas escolas. O Banzo costuma ser descrito como uma espécie de “estado de espírito” que acometia os africanos trazidos ao Brasil como escravos – explica-se geralmente que as pessoas negras entravam em um estado de “melancolia”, com um forte sentimento de saudade da terra natal e desmotivação pela vida; por isso, muitos deixavam de comer e até cometiam suicídio. No entanto, há autores que questionam essa interpretação do Banzo. Marcos Antônio Chagas Guiamarães, Doutor em Psicologia Clínica, acredita que o Banzo sempre foi descrito de forma muito romantizada e folclórica. Para ele, essa abordagem trata do fenômeno como se fosse um acontecimento “sobrenatural” que pousava sobre os africanos, o que tira o peso do sofrimento psíquico sofrido pelos escravos negros: a depressão.
Os transtornos mentais são cercados de enganos e estereótipos preconceituosos. Não é incomum, por exemplo, a ideia de que a depressão clínica é um transtorno “fútil”, uma simples invenção de quem não tem problemas e, portanto, “não tem do que reclamar”. Por isso é tão comum o ditado popular que diz que depressão é coisa de gente rica, já que quem é pobre supostamente tem muitos problemas e, portanto, não tem “tempo” pra sofrer de depressão. Essa trivialização é extremamente nociva para a saúde mental e emocional da população, mascarando o sofrimento legítimo de muita gente, e se agrava quando feita em relação às camadas mais pobres do país. Uma vez que, segundo dados do IBGE, a maior parte da população pobre brasileira é formada por pessoas negras, não é difícil fazer a conexão: a saúde mental das pessoas negras e pobres, os descendentes dos mesmos escravos que sofreram “Banzo” há 500 anos, é extremamente ignorada.
O Banzo é um exemplo de como a saúde mental da população negra é negligenciada. Como se não bastasse o contexto de exclusão gerado pela condição financeira desfavorecida, o racismo também potencializa o quadro de sofrimento desses indivíduos. Sabendo-se que a exclusão social e a discriminação geram profunda tristeza, letargia e desespero, acabam com a autoestima, a esperança e a motivação de vida, e levam até mesmo a outros problemas, tais como a dependência química, não é difícil concluir que há uma quantidade enorme de pessoas negras passando por transtornos psicológicos sem receber qualquer tipo de auxílio.
Os cidadãos negros se encontram em um contexto extremamente hostil, onde a permanência exorbitante da discriminação racial torna muito difícil enxergar-se de maneira positiva. Por isso é tão complicado para as mulheres e homens negros construirem e manterem um nível de autoestima saudável. Além de prejudicar severamente a autoimagem de seus alvos – ou seja, a percepção de si mesmo como indivíduo com valor e relevância social -, o racismo dificulta o acesso a atividades e papéis sociais considerados importantes. Empregos e profissões de qualidade, ou mesmo moradias ou locais para o consumo são comumente barrados para as pessoas negras, gerando um efeito “bola-de-neve”: como são marginalizados pela sociedade e não são incluídos naquilo que a cultura julga importante, muitas dificuldades emocionais e psicológicas aparecem; afinal, pertencer a uma comunidade, ser bem visto dentro dela e manter laços sociais de cooperação são fatores indispensáveis para o bem estar do ser humano.
É preciso ainda pensar sobre as pessoas que estão em situação de rua: quantas delas são negras e quantas vivem com transtornos mentais? São incontáveis os exemplos de moradores de rua amplamente conhecidos em suas cidades que estão periodicamente em surto ou apresentam comportamentos que sugerem algum transtorno mental. No entanto, esses fatos só são conhecidos por depoimentos informais, uma vez que não há uma quantidade representativa de trabalhos de pesquisa e análise nessa área específica. É difícil fazer uma estimativa apurada quanto a questão da Saúde Mental e as relações étnico-raciais no Brasil, já que os dados não são devidamente colhidos. Quando pesquisas são feitas, a cor do indivíduo atendido não é registrada e analisada criticamente; faltam dados e estudos concretos sobre esse aspecto, de forma que a execução de políticas públicas específicas e eficientes é muito improvável. Além disso, o acompanhamento de um psicoterapeuta é um privilégio para poucos, um luxo que somente grupos muito bem delimitados conseguem manter.
O combate ao problema se torna ainda mais difícil, uma vez que a cultura promove a resignação e a habituação ao sofrimento do outro, principalmente quando esse outro quase não é visto como um ser humano similar. O racismo levanta e fortalece barreiras difíceis de transpor, inibindo a presença de empatia e tornando os cidadãos “comuns” insensíveis aos problemas dos excluídos e marginalizados. É por isso que é necessário questionar a origem, a descrição e a perpetuação do Banzo que existiu no passado e que continua existindo hoje. O Banzo é o estereótipo do pobre que não tem depressão ou transtorno pós-traumático e é a representação única do negro que vive sorrindo e sambando.
Por que pessoas negras desenvolvem transtornos mentais e por que não recebem auxílio psicológico? O racismo precisa ser apontado, revelado e discutido. Sem combate ao racismo, não há saúde pública mental no Brasil. Não é mais possível manter a folclorização do sofrimento: a mente cuidada não pode ser um privilégio de poucos.

Pesquisa inovadora mostra como crianças negras foram retratadas no período pós-abolição dos escravos


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Uma pesquisa desenvolvida na UFSCar mostra como crianças negras foram retratadas no período pós-abolição dos escravos. Com imagens produzidas entre os anos de 1880 e 1940, o trabalho inovador, tanto no Brasil quanto no exterior, reúne fotos da vida cotidiana e escolar de uma infância quase esquecida pela história.

Foram pesquisados museus e acervos históricos do Brasil, em São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Paraná, São Carlos e Dourados, e também no exterior, em Paris e Portugal. Anete Abramowicz, docente do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar e responsável pela pesquisa “Representações da Criança e da Infância na iconografia brasileira dos anos 1880-1940”, conta que houve grandes dificuldades para reunir as imagens, já que fotos de crianças negras no século XIX e início do século XX, são bem raras, apesar de sua importância social. “As crianças ocupam um lugar aparentemente periférico na história em geral e isso se reflete na dificuldade em encontrar imagens delas e sobre elas”, relata a professora.

Um dos principais sinais de uma infância negra perceptíveis nas imagens recolhidas e em algumas fotografias do século XIX é a experiência ligada ao trabalho e à escravidão. Ainda que não tenham idade para realizar trabalhos, crianças pequenas, por exemplo, aparecem às costas de suas mães para que estas tenham as mãos livres para os afazeres. As imagens retratam também a proximidade das crianças com os adultos, especialmente em relação ao modo como se vestem que não se difere para cada faixa etária. O papel mediador dos pequenos também é reconhecido, já que durante a escravidão, por exemplo, muitas crianças negras realizavam a mediação entre sua família e a sociedade, ajudando a compreender o Português, e recolhendo objetos que conseguiam andando pela cidade.

Imagens de crianças brincando ou com brinquedos são as mais raras. Os poucos sinais de infância encontrados, mesmo com a pequena quantidade e a dificuldade de localizar as fotografias, levaram Anete e sua equipe de pesquisadores a ponderar sobre a invisibilidade da considerável população de crianças, sobretudo, negras, daquela época. “Após a abolição da escravatura, a parte da população composta de pretos e pardos era cerca de 56% para 44% de brancos, e mesmo assim pessoas negras, em especial a criança, se tornaram praticamente invisíveis na história”, afirma a coordenadora da pesquisa.

A invisibilidade, segundo a professora, se deve ao motivo de que as crianças não escrevem a história por si só, e a ênfase que recai sobre elas é a de provisão, cuidado, tutela e nada de representação. “Não há espaços e experiências sociais de representação das crianças, ou seja, onde elas possam falar por si só e serem escutadas. Suas falas são consideradas infantis, em uma perspectiva negativa, e na hierárquica ordem discursiva da qual fazemos parte, as crianças estão num patamar inferior, ao lado dos loucos, dos miseráveis”, afirma Anete.

A pesquisa, que deixa um registro de crianças que raramente foram retratadas, também reconhece a iconografia como um documento legítimo na contribuição para a construção da história da criança nesse período. Para Anete Abramowicz, o resultado do trabalho, que retrata vidas quase esquecidas, é o que tem de mais importante nas pesquisas nas áreas das ciências humanas: “Captar vidas e pontos de vistas que escapam de uma certa historiografia, no sentido de contar a historia da perspectiva dos invisíveis, dos infames, daqueles cujas vozes não ressoam”.

As imagens reunidas no projeto estão disponíveis no site do Núcleo de Imagens de Crianças e Infâncias do Grupo de Pesquisa “Estudos sobre a criança, a infância e a educação infantil: políticas e práticas da diferença”, criado em 1998 na UFSCar.

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Fonte: UFSCar

Angola é o segundo a registar mais mortes de menores de cinco anos


Relatório do Unicef destaca que em cada 1 mil crianças, país perde 164; Guiné-Bissau é o outro lusófono colocado nos 10 primeiros lugares da lista liderada pela Serra Leoa.
Foto: Unicef Angola
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Angola é o segundo pior país no ranking de mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos, refere um relatório publicado esta quinta-feira pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
No que é considerado um dos indicadores mais importantes do bem-estar da criança, o país africano regista 164 óbitos em cada 1 mil crianças, refere a agência. A Serra Leoa, com 182 óbitos, regista o maior número.
Fraqueza
Falando à Rádio ONU, de Luanda, o representante do Unicef em Angola, Francisco Songane, disse que o posicionamento deve-se ao conflito e a desafios na elaboração de informação.
"Há ainda uma fraqueza em termos da geração de dados estatísticos que possam ser disponibilizados em condições de serem utilizados para o uso nas avaliações globais, onde se  faz a compilação de em todo o mundo."
O lusófono melhor posicionado é Portugal com 4 mortes, seguido pelo Brasil com 14 óbitos de menores de cinco anos em cada 1 mil crianças. No caso do Brasil, a redução foi de quase 80% nos últimos 20 anos.
Experiência Brasileira
Songane revela que a experiência brasileira pode impulsionar os esforços para combater a mortalidade nos outros países lusófonos.
" (O Brasil) Teve um trabalho na área social bastante forte. Um trabalho de ir ao encontro dos problemas dos mais desfavorecidos. Este ataque à pobreza na versão de expressão familiar, no que se deve fazer para que a pobreza possa ser menos expressiva a nível das famílias, foi muito importante."
Descida
O Estado Mundial da Criança de 2014 indica após Angola, nos países de língua portuguesa segue-se a Guiné-Bissau com 6 óbitos em cada 1 mil menores de cinco anos.
Moçambique está no lugar 22 da lista de menores mortos, Timor-Leste no lugar 48, São Tome e Príncipe em 53º e Cabo Verde no lugar 88.
África Subsaariana
Tanto São Tomé como Cabo Verde estão entre os países que registaram uma descida rápida dos indicadores de mortalidade.
Em todo o mundo, 18 mil crianças com menos de cinco anos morrem todos os dias.
As primeiras 25 nações com os piores indicadores são da África Subsaariana.
Em 2012, cerca de 6,6 milhões de crianças até cinco anos morreram em todo o mundo. A agência da ONU diz que grande parte dos casos fatais ocorreu por causas evitáveis, que considera uma "violação do direito fundamental das crianças à sobrevivência e ao desenvolvimento."    
Fonte: radioonu

Inscrições para o Programa Inglês sem Fronteiras começam hoje


As inscrições para concorrer às 9.225 vagas do Programa Inglês sem Fronteiras serão abertas a partir das 12h de hoje (31) na internet. O prazo termina às 23h59 do dia 13 de fevereiro. Os cursos presenciais de língua inglesa serão ministrados em universidades federais e terão prioridade os estudantes que podem participar do Programa Ciência sem Fronteiras.
A inscrição será confirmada por e-mail até 17 de fevereiro. As aulas começam no dia 20 de fevereiro e os cursos terão a duração mínima de 30 dias e máxima de 120 dias. A carga horária presencial é quatro aulas de uma hora, distribuídas em pelo menos dois encontros semanais, em locais e horários definidos pela universidade credenciada.
De acordo com edital publicado no Diário Oficial da União do último dia 24, podem se inscrever no processo seletivo estudantes que atendam cumulativamente aos seguintes critérios: ser aluno de graduação, mestrado ou doutorado, com matrículas ativas nas universidades federais credenciadas como Núcleo de Línguas (NucLi); participantes e ativos no curso My English Online, cujas inscrições tenham sido validadas com até 48 horas de antecedência à inscrição junto ao NucLi; e alunos que tenham concluído até 90% do total de créditos da carga horária de seu curso.
Para efeito de classificação, terão prioridade os candidatos que sejam alunos de graduação de cursos pertencentes às áreas do Programa Ciência sem Fronteiras, que tenham feito à prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010 com média superior a 600 pontos, incluindo a redação, e que tenham concluído até 80% da carga horária do curso. Outros critérios de prioridade são o maior índice de rendimento acadêmico e ser bolsista ou ex-bolsista do Programa Jovens Talentos para a Ciência de qualquer curso de graduação.
Fonte: midiamax

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O herói negro ocultado pela Ditadura


POR DANIEL KENY
Os livros didáticos de história contam a trajetória do Brasil, da colonização à independência, da abolição da escravatura aos tempos modernos.
Apesar de todo o conhecimento cultural e intelectual que transmitem às crianças e jovens, deixam para trás muitos personagens importantes, que merecem ter suas histórias exaltadas ou, no mínimo, contadas. Coincidência ou não, existem figuras negras emblemáticas que fazem parte da “lista dos esquecidos”.
A ausência de registros nos livros escolares pode e deve ser compensada pela internet e por veículos segmentados como a Raça Brasil.
Assim sendo, nas próximas páginas apresentaremos um sujeito que poucos conhecem, mas que foi um grande herói na luta contra a ditadura militar. Militante comunista e figura de destaque na Guerrilha do Araguaia, ocorrida entre o final da década de 1960 e o início dos anos 70, Osvaldo Orlando da Costa, ou Osvaldão, como era conhecido, até hoje é lembrado pelo povo local por sua compleição física, inteligência e bondade
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"ELE [OSVALDÃO] ERA MUITO HÁBIL NA FLORESTA, TINHA DOM PARA CAÇAR E PESCAR. OS ÍNDIOS FALAM DA TÉCNICA DELE PARA IMITAR OS SONS DOS ANIMAIS. OSVALDÃO SE INTEGROU À NATUREZA E À VIDA DE CAMPONÊS"
A Guerrilha do Araguaia

O golpe mais duro do governo militar na democracia, o AI-5 (Ato Institucional número 5), deu poderes absolutos ao regime. No dia 13 de dezembro de 1968, entrou em vigor como forma de represália ao discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que havia pedido ao povo brasileiro que boicotasse as festividades de 7 de setembro daquele ano. Na verdade, o ato determinava uma série de proibições e concessões de poder ainda mais extremas aos militares. Entre os absurdos, concedia ao presidente o poder de dar recesso à Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de Vereadores, sendo que neste período o Executivo Federal assumiria todas as funções; permitia que o presidente interviesse nos estados e municípios e cassasse mandatos de deputados federais, estaduais e vereadores; e o mais importante dentro do contexto do Araguaia: suspendia o direito ao habeas corpus e impunha a censura prévia sobre os meios de comunicação, espetáculos de arte e obras musicais.
Toda essa repressão fomentou lutas de grupos esquerdistas, entre eles, os guerrilheiros do Araguaia, em sua maioria integrantes do Partido Comunista do Brasil (PC do B), instalados nas proximidades do rio Araguaia, entre os estados do Pará, Maranhão e Tocantins. Eram várias frentes de resistência. No Vale do Ribeira, o político e fundador do partido comunista, Pedro Pomar, liderava as ações. O Araguaia era um ponto estratégico por conta da sua geografia – a mata fechada servia de refúgio e esconderijo para os guerrilheiros. Com a instituição do AI-5, muitos militantes do sudeste do país migraram para lá, a fim de manterem-se em segurança.
osvaldo2Os guerrilheiros buscavam inspiração tática nas guerras populares de China e Cuba, com pensamento alinhado aos dos líderes Mao Tsé-Tung, Che Guevara e Fidel Castro. “A ideia era a população se levantar contra a tirania, a ditadura no Brasil. Neste tipo de guerra, montam-se diferentes núcleos e se faz uma preparação com a população local para que a revolução possa acontecer”, explica Osvaldo Bertolino, jornalista e pesquisador da Fundação Maurício Grabois.
E com a estratégia de ganhar o apoio da população rural, os guerrilheiros ocuparam o Araguaia e se prepararam para uma luta armada. Foi formada a Comissão Militar, responsável por coordenar três agrupamentos, cada um composto por cerca de 21 militantes. Embora estivessem na região já há alguns anos, os comunistas não foram descobertos prontamente pelo governo militar. Os primeiros indícios de que havia um grupo organizado ali foram notados pelos militares no final dos anos 1960. “Tudo que formos falar sobre os militares, é algo mais da nossa percepção, porque não há versão oficial. Uma das pistas pode ser a forma dos camponeses negociarem com os latifundiários. No final dos anos 1960, houve um aumento do preço das matérias-primas da região e o latifundiário começou a estranhar. Até então, eles viam os camponeses quase como escravos, o que os levou a achar que estes estavam recebendo orientações para negociar. A mineração é outra questão importante. Foi descoberta, no mesmo período, a Serra Pelada, e há quem diga que foram os guerrilheiros paulistas que a encontraram. A exploração articulada dos minérios e a comercialização despertaram a atenção do governo e do exército”, afirma Vandre Fernandes, pesquisador e diretor do documentário “Camponeses do Araguaia” e do longa-metragem “Osvaldão”, que ainda esta em fase de produção.
Em 1972, o exército brasileiro avançou até a região para encontrar os guerrilheiros que viviam entre os civis. Os quase 70 militantes estavam misturados à população local, exercendo tarefas profissionais na agricultura, como professores e comerciantes. Na primeira investida, o exército não sabia o que iria encontrar na região e acabou sofrendo algumas baixas. A partir daí, percebeu que se tratava de uma resistência organizada militarmente. Na segunda campanha, saíram novamente derrotados, após combates em diferentes localidades; veio então a terceira e derradeira investida militar, segundo Bertolino, marcada pelo desrespeito à Convenção de Genebra, que estabelece normas relativas aos direitos humanos em tempos de guerra. “A última campanha do exército foi suja, foram praticados crimes contra a humanidade. Criaram um vazio em torno da guerrilha, prenderam praticamente toda a população masculina e todos foram submetidos a torturas bestiais. Na pior delas, eles amarravam pessoas nas árvores e jogavam açúcar para que as formigas vermelhas atacassem. Muitos camponeses morreram. Até mesmo napalm foi usado, arma química, para criar campos de pouso para os helicópteros”.
"NÃO TEM IMAGENS EM MOVIMENTO DE CARLOS MARIGHELLA E CARLOS LAMARCA, POR EXEMPLO, QUE SÃO ÍCONES DE RESISTÊNCIA. DO OSVALDO TEM, E FORA ESSA QUESTÃO, ELE TEM UM LEGADO FORTE NA REGIÃO. É O ÚNICO NEGRO QUE PEGOU EM ARMA [...] PRECISA ESTAR NO PATAMAR DE HERÓI BRASILEIRO"
Tamanha violência pode ser explicada, do ponto de vista do exército na época, pela importância da região para os militares e porque consideravam ser causa de segurança nacional. O governo difundia para a população que era necessário proteger o país dos comunistas e rebeldes alinhados com as ideias dos soviéticos e cubanos. A guerrilha resistiu por quase dois anos, mas foi derrotada definitivamente no Natal de 1973, quando a Comissão Militar foi aniquilada pelo exército. Uma equipe do Major Curió, responsável pelo combate ao movimento no Araguaia, conseguiu chegar a uma reunião do corpo pensante da guerrilha e liquidou quase todos os presentes, com poucas exceções. Uma delas foi Osvaldão, que conseguiu fugir para a mata.
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Imagem original de uma gravação feita durante o período em que Osvaldão esteve na Tchecoslováquia para estudar (cena do filme “Osvaldão”)
DICA: O longa-metragem mencionado, “Osvaldão”, produzido por Ana Petta e dirigido por Vandre Fernandes, está em fase de produção e recebe apoio da Fundação Mauricio Grabois. A Raça Brasil irá noticiar a estreia do filme. Aguardem!

Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão


Osvaldão foi a figura mais forte da Guerrilha do Araguaia. Mineiro de Passa Quatro, foi o primeiro comunista do PC do B a chegar à região, entre 1966 e 1967. Negro, quase 2 metros de altura, ficou marcado e é até hoje lembrado pelo povo local por sua coragem e generosidade. Lá, é considerado um herói, e muitas pessoas o enxergam como um ser mítico, conforme descreve Ana Petta, atriz e produtora do filme “Osvaldão”. “Ele era muito hábil na floresta, tinha dom para caçar e pescar. Os índios falam da técnica dele para imitar os sons dos animais. Osvaldão se integrou à natureza e à vida de camponês. Mesmo não sendo nativo, ele ensinava as pessoas a sobreviverem na mata. Perguntei a um índio se eles o ensinaram a imitar os sons dos bichos e, para a minha surpresa, ele respondeu: ‘não, ele que nos ensinou’”.
Inteligente e hábil para aprender, Osvaldo dominava a língua francesa, idioma que aprendeu junto com o pai, um padeiro, por causa da amizade com um chefe de cozinha francês. Aprendeu também o tcheco, após uma passagem de 6 meses pela então Tchecoslováquia, em 1962. Antes disso, Osvaldão morou na cidade de São Paulo, onde fez o curso Industrial Básico de Cerâmica na Escola Técnica. Mudou-se para o Rio de Janeiro e se formou na Escola Técnica Federal como Técnico de Construção de Máquinas e Motores, em 1958. Seu porte físico avantajado o colocava sempre entre os melhores nos esportes que praticava; como atleta, foi campeão de boxe pelo Botafogo Futebol e Regatas após servir o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva - CPOR - do Rio de Janeiro, onde adquiriu preparação militar.

"A ÚLTIMA CAMPANHA DO EXÉRCITO FOI SUJA, FORAM PRATICADOS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE"

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Não se sabe ao certo quando Osvaldão foi visto pela última vez, acredita-se que tenha sido em 1973 ou 1974. Durante os quase oito anos em que esteve na região do Araguaia, tornou-se grande referência entre guerrilheiros e camponeses. “Andei pela região do Araguaia e conversei com as pessoas que conviveram com Osvaldão. Eles se lembram dele com orgulho e carinho. Ele era mariscador, o cara que entra no mato para tirar pele dos animais. Naquela época ainda não era proibido. Ficava dois, três meses lá, vivendo de caça, pesca e mariscando. Voltava com uma montanha de peles sobre as costas. Ele tinha esse poder do carisma, era capaz de interagir com pessoas de diferentes segmentos com a mesma simpatia e inteligência”, comenta Vandre. O cineasta acredita que Osvaldão merece um lugar de maior destaque na memória do brasileiro. “Não tem imagens em movimento de Carlos Marighella e Carlos Lamarca, por exemplo, que são ícones de resistência. Do Osvaldo tem, e fora essa questão, ele tem um legado forte na região, algo que os demais não possuem. E, ainda, um terceiro fator muito importante: ele é o único negro que pegou em arma. Em uma população majoritariamente negra como a nossa, a história é contada sem Osvaldão. Falam de Zumbi dos Palmares e Antônio Candido, mas fica uma lacuna. Ele precisa estar no patamar de herói brasileiro”, completa.
Osvaldão era o guerrilheiro mais bem preparado para o confronto armado. Lendas à parte – muitos camponeses e até mesmo membros do exército acreditavam que ele transformava-se em pedra e em animais –, era temido pelos inimigos e admirado pelo povo local por sua força, coragem e pontaria. Foi comandante do Destacamento B, onde participou com êxito de vários combates. Em um confronto na região próxima ao Suruí, povoada por índios, foi dito pelos militares que Osvaldão baleou um oficial. Deste momento em diante, sua captura e morte tornou-se o principal objetivo do exército. “Os militares sabiam que ele havia passado pelo CPOR no Rio de Janeiro, sabiam da educação militar que ele tinha. Sem contar o treinamento de guerra que fez na China. Ele era o inimigo número um, pegá-lo era questão de honra e um grande troféu para o regime militar. Tanto que, quando ele foi morto, passearam com o seu corpo amarrado no helicóptero como forma de comemoração. Fazendeiros e mateiros contam que foi feito um grande churrasco em Xambioá, uma zona de prostíbulo. Todos foram convidados a participar de uma grande festa, e ficou só um núcleo do exército responsável por enterrar Osvaldo. Até hoje não se sabe o paradeiro da ossada dele”, conta Vandre.

"O POVO NEM SABIA DA GUERRILHA ATÉ O FIM DA DITADURA E, NA VERDADE, ATÉ HOJE NÃO SE SABE EXATAMENTE O QUE ACONTECEU [...] A GUERRILHA FOI RESULTADO DE UM PENSAMENTO POLÍTICO COMUNISTA"

Estima-se que o conflito tenha deixado 76 mortos. Além de Osvaldão, outra figura emblemática não teve seus restos mortais encontrados: Dinaelza Coqueiro. Dina esteve junto dos companheiros de guerrilha pela última vez em 30 de dezembro 1973, e foi vista pela última vez enquanto estava presa na base dos militares em Xambioá, onde insultava e cuspia nos oficiais que a interrogavam, incluindo o Major Curió. “Ela estava sendo procurada pelo Curió e suas tropas, e a ordem destes para os camponeses era que, se a vissem, deveriam capturá-la, do contrário poderiam ser fuzilados. No desespero, os camponeses a pegaram quando ela apareceu em busca de água e comida na aldeia. Conseguiram amarrá-la e foram avisar o Curió, mas Dina conseguiu fugir para a mata. Nas buscas pela floresta, a encontraram em cima de uma árvore. Ela ainda tentou lutar, mas foi a última vez em que foi vista”, detalha o pesquisador Osvaldo Bertolino.
Na época, a censura não permitia a divulgação de notícias sobre a guerrilha na imprensa local e nacional, ordens diretas do presidente Ernesto Geisel. O sigilo fazia parte do controle que o governo exercia sobre a população, que poderia ser inflamada e ter reações contra o regime militar por conta dos acontecimentos no Araguaia. Todo e qualquer vestígio do conflito deveria ser apagado. “O povo nem sabia da guerrilha até o fim da ditadura e, na verdade, até hoje não se sabe exatamente o que aconteceu, porque os arquivos do Araguaia não foram abertos. Mas a partir do fim da ditadura, começaram a aparecer reportagens e livros para esclarecer que a guerrilha foi resultado de um pensamento político comunista. A história não foi divulgada, pois a guerrilha poderia ter um apelo popular, não digo nos grandes centros, mas a massa camponesa e empobrecida do norte e nordeste poderia ter se motivado pela luta. A ditadura varreu qualquer vestígio, os corpos dos guerrilheiros são considerados desaparecidos. Os arquivos estão fechados, não há detalhes sobre as mortes e ainda hoje há receio em se falar no assunto. Há gente por aí que teria de se retratar pelo que aconteceu naquela época, por exemplo, Curió, que continua vivo. Mas há essa resistência porque o Exército e a Marinha têm culpa, foi um crime de Estado”, avalia Bertolino.
Com o abafamento da revolta, foi ocultada a história de Osvaldão, de maneira que ainda hoje poucos têm conhecimento de um dos principais líderes da luta contra os abusos cometidos na época da ditadura militar. “O Osvaldão sempre foi uma figura forte para quem se aproximou da história da guerrilha. Tem algo especial por ser um líder negro, por ter despertado diversas emoções, ódio e medo para os inimigos, sendo ao mesmo tempo uma figura carismática, um homem carinhoso. Merece ter a sua história contada”, conclui Ana Petta.


Fonte: Revista Raça

Ontem na História, 29 de janeiro 1905 – Morria José do Patrocinio, o "Tigre da Abolição"


Se toda a propriedade é roubo, a propriedade escrava é um roubo duplo, contrária aos princípios humanos que qualquer ordem jurídica deve servir." Não se tratava apenas de uma retórica inflamada de nítida inspiração socialista, nem de um mero exercício de propagandismo desabusado que se poderia esperar de um dos jornalistas mais famosos do pais. Filho de um padre com uma escrava que vendia frutas, José do Patrocínio (1853 – 1905) sabia do que estava falando: senhor por parte de pai, escravo por parte de mãe, vivera na pele todas as contradições da escravatura.
Nascido em Campos (RJ), um dos pólos escravagistas do país, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a vida como servente de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia do Rio. Pagando o próprio estudo, formou-se em farmácia. Em 1875, porém, descobriu a verdadeira vocação ao um jornal satírico chamado "Os Ferrões” Começava ali a carreira de um dos mais brilhantes Jornalistas brasileiros de todos os tempos. Dono de um texto requintado e viril, José do Patrocínio - que de início assinava Proudhon -- se tornou um articulista famoso em todo o país. Conheceu a princesa Isabel, fundou seu diário, a "Gazeta da Tarde" virou o "Tigre do Abolicionismo". Em maio de 1883, criou, junto com André Rebouças, uma confederação unindo todos os clubes abolicionistas do país. A revolução se iniciara. "E a revolução se chama Patrocínio», diria Joaquim Nabuco.
Pouco depois de a princesa Isa­bel assinar a Lei Áurea, sob uma chuva de rosas no paço da cidade, a campanha que, por dez anos, Patrocínio liderara enfim parecia encerrada. “Minha alma sobe de joelhos nestes paços", diria ele, curvando-se para beijar as mãos da "loira mãe dos brasileiros”. Aos 35 anos in­completos, era difícil         difícil supor que, a partir dali, Patrocínio veria sua carreira ir ladeira abaixo. Mas foi o que aconteceu: seu novo jornal, “A Cidade do Rio” (fundando em 1887), virou porta-voz da monarquia – em tempos republicanos. Patrocínio foi acusado de estimular a formação da "Guarda Negra", um bando de escravos libertos que agiam com violência nos comícios republicanos. Era um "isabelista".
Em 1889, aderiu ao movimento republicano: tarde demais para agradar aos adeptos do novo regime, mas ainda em tempo para ser abandonado pelos ex-aliados. Em 1832, depois de atacar o ditador de plantão, marechal Floriano, Patrocínio foi exilado na Amazônia. Rui Barbosa o defendeu, num texto vigoroso. "Que sociedade é essa, cuja consciência moral mergulha em lama, ao menor capricho da força, as estrelas de sua admiração?" Em 93, Patrocínio voltou ao Rio, mas, como continuou o "Marechal de Ferro", seu jornal foi fechado. A miséria bateu-lhe à porta e Patrocínio mudou-se para um barracão no subúrbio. Por anos, dedicou-se a um projeto delirante: construir um dirigível de 45 metros de comprimento. A nave jamais se ergueria do chão.
jose do patrocinio
No dia 29 de janeiro de 1905, José do Patrocínio sentou-se em frente da sua pequena escrivaninha no modesto barracão em que vivia no bairro de Inhaúma, no Rio de Janeiro. Começou a redigir: “Fala-se na organização de uma sociedade protetora dos animais. Tenho pelos animais um respeito egípcio. Penso que eles têm alma, ainda que rudimentar, e que têm conscientemente revoltas contra a injustiça humana. Já vi um burro suspirar depois de brutalmente espancado por um carroceiro que atulhava a carroça com carga para uma quadriga, e que queria que o mísero animal a arrancasse do atoleiro...” Não terminou a palavra nem a frase – Um jato de sangue jorrou-lhe da boca. O “Tigre do Abolicionismo” – pobre e desamparado – morria, imerso em dívidas e mergulhado no esquecimento.  



Bibliografia:
História do Brasil - Luiz Koshiba - Editora Atual
História do Brasil - Bóris Fausto - EDUSP
 Fonte: Cultura Brasil

Oprah faz 60 anos; veja como a apresentadora se tornou a mais poderosa da TV


60 anos

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Oprah Winfrey completou 60 anos ontem quarta-feira (29) como uma das personalidades mais poderosas da televisão. Mas a jornada para chegar a esse nível não foi fácil para a apresentadora que empresária, que teve de vencer uma infância cercada por dificuldades. Veja nas fotos a seguir como Oprah se tornou uma das mulheres mais influentes da mundo

1954

oprah

Nome bíblico

Filha de uma mãe adolescente, Oprah nasceu na pequena cidade de Kosciusko, no estado norte-americano de Mississippi. Ela recebeu o nome bíblico de Orpah, mas acabou virando Oprah de tanto que as pessoas erravam seu nome

 

 

 

 

 

 

 

 

1960

oprah-winfrey11Infância difícil

De família pobre, Oprah teve uma infância difícil. Logo após seu nascimento, ela e a mãe se mudaram para a casa da avó materna da apresentadora, onde ficaram por cerca de seis anos. Devido às más condições em que viviam, Oprah tinha de se vestir com roupas feitas de sacos de batatas e era alvo de bullying das outras crianças por conta disso. A avó a levava frequentemente à Igreja e a encorajava a ler, mas tinha o costume de bater na menina com uma vara quando julgava que ela havia se comportado mal









1963

60 anosAbuso sexual

Após sair da casa de sua avó e passar uma temporada com seu pai, Oprah, com nove anos, voltou a viver com sua mãe, que já tinha mais dois filhos, no estado norte-americano de Wisconsin. Lá, ela foi estuprada por um primo mais velho e, nos anos seguintes, sofreu abusos por parte de um tio e de um amigo da família. Cansada das agressões, ela começou a faltar no colégio e chegou a fugir de casa aos 13 anos




1968

oprah121Gravidez e morte do filho

Voltando a viver com seu pai, na cidade de Nashville, no Tennessee, Oprah engravidou aos 14 anos. Ela escondeu por vários meses a gestação e, no dia em que contou a notícia a seu pai, entrou em trabalho de parto. A criança nasceu prematura, aos sete meses, e morreu no hospital, poucas semanas depois. A história foi revelada em 1990 pelo tabloide "National Enquirer", e Oprah afirmou anos depois que se sentiu traída por ter o fato exposto por um parente ao mundo inteiro







1971

oprah-winfrey9Educação e conquistas

Em sua temporada com o pai, Oprah se dedicou com bastante atenção a sua educação - algo que ele sempre havia priorizado. Ela venceu uma competição da escola como a menina mais popular e se juntou à equipe de oratória dos estudantes. Ela saiu como ganhadora de um concurso de oratória e garantiu uma bolsa na Tennessee State University, onde mais tarde estudaria comunicação. A futura apresentadora também foi eleita Miss Negra Tennessee, aos 17 anos










1973

oprah-winfrey8Primeiras experiências no jornalismo

Com seu bom desempenho em oratória, Oprah chamou a atenção da estação de rádio WVOL, que a contratou em meio período. Ela trabalhou lá por três anos e depois foi para a emissora WLAC-TV, onde se tornou a primeira âncora negra e a mais jovem. Em 1976, ela começou para a rede WJZ-TV, em Baltimore, como âncora de um jornal das seis da tarde. Pouco depois, a jornalista começou a apresentar um talk-show e, dois anos mais tarde, ela também passou a apresentar a versão local de um popular game-show









1983

oprah-winfrey7Sucesso e o Oprah Winfrey Show

Em 1983, Oprah foi transferida para Chicago, onde começou a apresentar o talk-show "AM Chicago" a partir do ano seguinte. O programa, que amargava baixos índices de audiência, teve uma grande melhora com a chegada da apresentadora e se tornou o mais visto da cidade. No ano de 1986, a atração foi totalmente reformulada, teve seu tempo ampliado para uma hora e ganhou o nome "The Oprah Winfrey Show", que consagrou a apresentadora. À frente dele, Oprah ficou milionária e entrevistou personalidades como Michael Jackson, Elizabeth Taylor e Tom Cruise














1985

oprah-winfrey6Carreira no cinema

Oprah teve sua primeira experiência no cinema em 1985, quando participou de "A Cor Púrpura", de Steven Spielberg. Pela sua interpretação, a apresentadora recebeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro como melhor atriz coadjuvante. O longa foi adaptado em 2005 para dar origem a uma peça da Broadway, que foi produzida por Oprah. Em 1998, depois de fazer algumas participações em filmes para a TV, Oprah foi destaque em "Bem Amada". Recentemente, ela esteve em "O Mordomo da Casa Branca"









1998

oprah-winfrey5Trabalho filantrópico

Oprah começou a se envolver diretamente com causas sociais em 1998, quando criou a Angel Network, organização dedicada a levantar fundos para serem repassados a outras instituições beneficentes. E no ano de 2007, ela fundou na África do Sul a Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls,escola voltada para melhorar a educação de meninas de comunidades carentes no país










2000

oprah-winfrey4Revista e livros de sucesso

Em 2000, Oprah lançou uma revista própria, chamada "O, The Oprah Magazine". A publicação logo fez sucesso e, dois anos mais tarde, a revista especializada "Fortune" chamou a revista de "a start-up mais bem sucedida do meio". A apresentadora também fez sucesso com a publicação de vários livros em que é co-autora











2011

oprah-winfrey3Fim do The Oprah Winfrey Show

O "The Oprah Winfrey Show" chegou ao fim no dia 25 de maio de 2011, após 25 anos no ar. A temporada final do programa ficou marcada pela entrevista que a apresentadora fez com o presidente norte-americano Barack Obama e a primeira dama, Michelle Obama. Oprah se despediu em grande estilo e, nas duas edições que antecederam seu grande final, ela realizou um especial com Madonna, Beyoncé, Tom Hanks e Will Smith, entre outros famosos. O episódio final trouxe a jornalista conversando com seus fãs e fazendo uma despedida emocionada, que a levou às lágrimas









2011

oprah-winfrey2Oprah Winfrey Network

Enquanto dava adeus a seu talk-show, Oprah inaugurava a Oprah Winfrey Network (OWN). A emissora com o nome da apresentadora foi fruto da parceria entre sua produtora, a Harpo Productions, e a Discovery Communications. O canal sofreu dificuldades em seu primeiro ano e demitiu 30 pessoas. Oprah depois admitiu que cometeu erros no lançamento do canal. Apesar dos problemas, Oprah continuou fazendo sucesso com suas entrevistas - a que fez com o atleta Lance Armstrong foi vista por 28 milhões de pessoas









2013

Celebridade mais poderosaoprah-winfrey-1

Oprah figura na lista da "Forbes" de celebridades mais poderosas do mundo desde 1999. Em 2013, ela conquistou o primeiro lugar pela quinta vez, após passar dois anos na segunda posição













Fonte: UOL

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...