sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Entrevista - Marcelo Panguana


Entrevista sobre o lançamento do livro: Conversas do fim do mundo.

Marcelo Panguana


Como se pode explicar um fim? Como ele é ou como será? O que dizer perante o mundo que se acaba? Qual será o tempo final?

Todas estas questões que podem incomodar o leitor (como a nós incomodam), levam-nos a este, no mínimo, satírico título do escritor moçambicano Marcelo Panguana, “Conversas do Fim do Mundo”, que foi apresentado em público cerca de dois anos atrás, no Instituto Camões – Centro Cultural Português em Maputo.

Realmente, perante o fim, não se tem nenhum argumento, se não o próprio fim que se instala, afinal, Marcelo Panguana, autor de outras reflexivas obras como, “As Vozes que Falam Verdade” (1987), “A Balada dos Deuses” (1991), “O chão das coisas” (2003) e “Como um Louco ao Fim da Tarde” (2010), é aquele que não se cansa de falar o que vê, vive e sente.

É como dizia Francisco Noa, crítico literário, “na literatura moçambicana o que há de melhor são contistas e são contos que não se precisa inventar”. Panguana, é esse escritor que não inventa, usa os “chãos” que tem para contar várias histórias com o devido cuidado de se perder no texto, típico de jornalista que é Marcelo Panguana, embora se ocultando.

Em “Conversas do Fim do Mundo” não encontrará-se um “eu” novo deste escritor, no entanto, há nessa obra, a novidade dos próprios assuntos retratados, desta vez, em jeito de críticas de obras literárias moçambicanas, reflexão filosóficas, análise de assuntos existenciais e, como não podia faltar, tendo em conta o estilo característico das suas abordagens, interrogações do país que vive e de onde é.

“Estou a cumprir as minhas obrigações como escritor e como cidadão. Vou falar do país, das coisas que vejo no quotidiano e outros textos que fui produzindo ao longo dos últimos tempos, na sua maioria já publicados em jornais e revistas e alguns inéditos”.

A olhar pelas declarações do autor, tidas em exclusivo pela Literatas, “Conversas do Fim do Mundo” será o prenúncio dos nossos dias no olhar da lucidez de um literato.

“A Literatura  não pode ser tida apenas como uma forma de proporcionar lazer, mais do que isso, a Literatura é uma forma de intervir.”



O fato deste livro estar a adiantar-se para o “fim” não implica o fim da carreira de Marcelo Panguana aos 61 de idade. “um escritor não morre”, disse o escritor.

Fonte: revistaliteratas

Poeira do Saara viaja até a Amazônia, mostra Nasa

Vídeo mostra poeira transportada do deserto do Saara para a floresta amazônica
Exame/DN prev
  • Animação é feita em 3D (Foto:Reprodução)


  • Um vídeo criado pela Nasa mostra que, apesar dos mais de 2.500 quilômetros de distância, o deserto do Saara e a floresta amazônica estão mais ligados do que parece.A agência espacial americana coletou dados entre 2007 e 2013 que mostram a relação entre o deserto, que ocupa um terço do território africano, e a maior floresta tropical do mundo.
    O estudo mostra que 182 milhões de toneladas de poeira atravessam o oceano Atlântico todos os anos, saindo do Saara para o continente americano. É a primeira vez que a Nasa consegue quantificar quanta poeira faz essa viagem.Do total, 27,7 milhões de toneladas caem na floresta, trazendo diversos nutrientes, como o fósforo.
    A região amazônica recebe em média 22 mil toneladas de fósforo, que funciona como um fertilizante e é fundamental para o crescimento das plantas, compensando as perdas desse nutriente durante as chuvas e inundações.O estudo também mostra que a quantidade de poeira transportada depende das chuvas que ocorrem no Sahel, região ao sul do Saara. Quando as chuvas aumentam, a quantidade de poeira transportada no ano seguinte para a floresta é menor.
    A descoberta faz parte de uma pesquisa que visa compreender o papel da poeira e outros agentes no meio ambiente e no clima local e global.
    Fonte: Midiamax

    domingo, 22 de fevereiro de 2015

    ONU procura voluntários fluentes em língua portuguesa | Rádio das Nações Unidas

    ONU procura voluntários fluentes em língua portuguesa | Rádio das Nações Unidas

    Especial Haiti: Africanos e haitianos retratam semelhanças e diferenças

    Africanos dizem que se sentem bem no Haiti, a não ser pela dificuldade de falar
    o crioulo, a língua local. Haitianos sentem proximidade cultural mas revelam
    haver distância.


    Meninos haitianos. Foto: Minustah.
    Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

    " Eu disse: ai, meu Deus, este é um país africano que Deus esqueceu no
    continente americano e não teve tempo de puxar. Aquilo é mesmo África
     não tem nada de América.".
    A opinião é da angolana Adelaide Costa Ferraz, que falou à Rádio ONU,
     um ano após o terremoto do Haiti, quando arrecadava donativos para as
    vítimas do sismo. Hoje, quatro anos depois, nós fomos para as ruas de Porto Príncipe
     para conferir as semelhanças entre a ilha caribenha e as raízes africanas,
    que um dia ajudaram a lançar as bases do primeiro país a se tornar independente
    nas Américas.
    Pelo Haiti, o País de Ancestrais o hino nacional cantam estas crianças de um
     centro comunitário de Porto Príncipe.

    Independência
    Em 1804, o Haiti declarou sua independência da França, ficando conhecido
     como a primeira nação negra a se tornar independente no mundo. A rebelião
    contra ingleses, espanhóis e franceses foi liderada por Toussaint L’Ouverture,
    que nasceu escravo do Benim.
    Os primeiros trabalhadores levados à força da África chegaram ao que é hoje o
     Haiti em 1502. Entre os lugares de origem estão Congo, Benim, Nigéria, Senegal,
    Guiné Conacri, Serra Leoa, Gana, África do Sul e Madagáscar.
    Os laços históricos e culturais entre Haiti e África fazem do país uma espécie de
    referência para muitos africanos na África e na diáspora quando se fala do triunfo
     sobre a escravidão.
    País-membro fundador das Nações Unidas, o Haiti, segundo a União Africana,
    também teria se engajado pessoalmente a favor do processo de descolonização de
    África durante o movimento pelas independências que teve o seu auge na década de
     60 do século passado.

    Máscara produzida no Haiti. Foto: Minustah.
    Herança Cultural

    Lokua Kanza é um cantor congolês que se apresentou em setembro no Haiti num
    concerto pela paz.
    Dados oficiais sugerem que mais de 9 em cada 10 haitianos têm ascendência africana.
     Mas essa conexão é realmente reconhecida pelos jovens haitianos hoje? Foi o que
     perguntamos a este rapaz da comunidade de Cité Soleil.
    O jovem haitiano cita alguns exemplos, segundo ele, de herança cultural como a dança
    do voduísmo que diz saber que veio de África. Mas revela que os haitianos dançam
    salsa e kompa que, apesar de diferentes das danças africanas, conservam semelhanças
    nos ritmos e instrumentos de base. O que para ele, não impedem os haitianos de
    sentir-se africanos.
    A cultura é importante na identificação do elo entre as duas áreas geográficas. Para
    visitantes do Haiti e os próprios haitianos, basta entrar em qualquer restaurante ou
    local com música no país caribenho para sentir o som da África.
    E não é só na música. Na pintura, a receita parece ser a mesma.
    A etíope Meh Ron contou o seu fascínio com semelhanças nas artes visuais.
    Segundo ela, os haitianos são bons em obras de arte. Mas quando se trata de recursos
     e infraestrutura, ela reconhece que o Haiti é mais pobre do que muitas das nações mais
     carentes do continente africano incluindo o seu próprio país: a Etiópia.


    Cena de teatro com um modelo do taxi tap tap. Foto: Minustah
    Continente Distante
    Já esta moradora de Cité Soleil nunca parou para pensar neste tipo de relação
    cultural.
    Segundo ela, a África é um continente distante do qual ela sabe quase nada.
    Para um condutor de Porto Príncipe, a escola ensinou uma outra lição
    incluindo o tão esperado processo de independência de antigos colonizadores
     europeus.
    Ele lembrou da disciplina de História que, nos tempos da secundária, lhe
    permitiu aprender um pouco sobre a África incluindo a histórica Convenção de Lomé.
    O pacto assinado em 1980 no Togo permitiu que colónias do Reino Unido,
    da França, da Holanda e da Bélgica recebessem US$ 18 bilhões para financiar
     uma integração inicial na comunidade internacional com direito de livre acesso
    aos mercados europeus e outros passos de uma soberania conquistada.

    Comunidade Internacional

    A cooperação do Haiti, com a comunidade internacional e não só outros países
    africanos, foi ganhando força. Hoje, Jean Pierre Koumana, chefe do Banco
     Mundial e diz-se completo pela possibilidade de apoiar o "país irmão."
    Como cidadão do Burundi chegou ao Haiti após ter passado dois anos no Gana.
    Como conta, a primeira vez que pisou na ilha caribenha sentiu-se no Gana pela
    semelhança com alguns bairros da capital Acra. E depois, disse ter verificado que
     algumas das pessoas têm a sua raiz no Golfo da Guiné: Togo, Benim e Acra no Gana.
    Considerou importante que quando um cidadão africano chega ali, sente-se em casa
     e é bem recebido.
    Jean Pierre conta que acha engraçado quando percebem que ele é africano e não fala
    crioulo, dizem logo: Como estás africano? Para Jean Pierre, eles não têm muito clara
     a ideia de várias nações na África, mas olham o todo, como um continente uniforme.
    A opinião é partilhada pela queniana Judy Otieno, a trabalhar no Haiti.


    Mulheres de grupo cultural haitiano. Foto: Minustah.
    Semelhanças
    Ela disse que os haitianos são gentis e eles confundem-lhe com uma haitiana,
    uma convicção que se desmancha, quando Judy revela não falar a língua local.
    Ela diz haver semelhanças com o Quénia no engarrafamento e nos táxis coloridos,
     conhecidos no Haiti como tap tap e no Quénia como matato, até mesmo os sons são
     semelhantes.
    Um momento marcante de solidariedade foi registado após o terramoto de 2010. Uma
     angolana casada com um haitiano liderou um movimento que mobilizou ajuda para os
    afetados no Haiti.
    Um esquema de contacto entre haitianos carenciados e patrocinadores em Angola
     enviou valores através de uma agência de transferência financeira. Um projeto que
    Adelaide Costa Ferraz diz que não vai ficar por aí e explica porquê.
    “Eles têm a identidade africana muito dentro deles. Você quando chega no Haiti
    sente mesmo que está na África. A minha primeira impressão foi essa e eu disse:
     meu Deus, este é um país africano que Deus esqueceu no continente americano e
    não teve tempo de puxar. Aquilo é mesmo África não tem nada de América.
    Por isso, creio que a ligação entre Africa e o Haiti devia ser mais estreita. Esta
    é minha inspiração. Se eu pudesse fazer esta ponte seria um grande objetivo
    cumprido na minha vida. ”
    A angolana disse que a resiliência dos haitianos em levantar dos infortúnios
    prontos para a vida é uma herança africana. Mas os desafios no Haiti são revelados
     pelo jovem Júnior que, em português, disse que haverá algo por aprender dos visitantes.
    Culturas
    Ele disse que, como haitiano, sente que o governo “está um pouco fraco”.
    Sente que a população não tem vagas e empregos mas os haitianos precisam
    de condição para poder viver em paz.
    Nos últimos momentos na ilha caribenha,  a música volta ao aeroporto e o som
     marcado da percurssão com a reconhecida influência africana. A memória do plátano,
     da mandioca e até o crioulo com tons de línguas africanas misturadas a palavras do
     inglês e do francês.
    O encontro de culturas, expressões, crenças e raízes que com o passar de séculos
     e séculos remetem um pedaço do Haiti ao coração da África.
    *Série produzida com o apoio da Missão Integrada das Nações Unidas no Haiti,
     Minustah.
    Fonte: radioonu

    Cris Vianna ganha beijo do namorado antes de desfilar pela Imperatriz

    Cris Vianna e o namorado, Luiz Roque (Foto: Thyago Andrade / Foto Rio News)
    Cris Vianna e o namorado, Luiz Roque (Foto: Thyago Andrade / Foto Rio News)


    Cris Vianna voltou a desfilar na Sapucaí neste sábado (21), na apresentação das campeãs do Rio de Janeiro. Já pronta para representar novamente a Imperatriz Leopoldinense, a atriz recebeu beijos do namorado, Luiz Roque, mais vez a atriz de 37 anos impressionou com a fantasia de rainha africana, criada pelo estilista Henrique Filho. Com saltos altíssimos adicionando preciosos centímetros ao seu 1,74 metro de altura, Cris sobressaiu à frente da bateria de mestre Noca. No primeiro desfile pela Imperatriz, no último sábado (14), ela se mostrou ansiosa:"É uma alegria, uma emoção representar a negritude. Estou homenageando a minha raça", contou à QUEM.
    Fonte: Revistaquem.globo.com

    segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

    Convite: Feira Literária Internacional de Mato Grosso do Sul - Literatura de Todas as Águas

    João P. C. Furtado

    A MINHA CEBELE

    Tive um belo e especial sonho
    Tudo parecia lindo tal desenho
    Teu braço é que era tão estranho

    Tuas costas tinham a cor da pele
    Encantadoras tal da deusa Cebele
    Uma asa era teu braço e peguei nele


    Bela, o teu corpo, contemplavas Tal estrela

    Que engano meu, a asa enfeitava a pintada tela
    João Pereira Correia Furtado
    http://joaopcfurtado.blogspot.com

    A minha fotografia

    João Pereira Correia Furtado (João Furtado), nasceu em 1958 na Ilha do Príncipe, S. Tomé e Príncipe e reside na Cidade da Praia, Cabo Verde. É casado e tem 4 filhos, dois masculinos e dois femininos, dois netos, uma neta de dois anos de idade e um neto de tres meses, mais duas sobrinhas que cria (juntamente com a esposa) desde os 2 anos de idade.
    É filho de pai Cabo-Verdiano e Mãe Guineense, e nasceu e cresceu na comunidade emigrante Cabo-verdiana. Confessa que se sentiu sempre um estrangeiro na terra onde nasceu. Tem várias formações profissionais de Meteorologia e de Companhia aérea, sendo estas, formações comerciais.
    Escreve como passatempo e quando sente vontade, não se considerando poeta ou escritor.Confessa-se muitíssimo tímido. Já participou com poemas no jornal «Cabo Verde connections», no Liberal online, entretanto com conto e tem participado com contos e poemas no Jornal RAIZ ONLINE . Participou com dos contos e um poema no livro "ANTOLOGIA DO AMOR" da autoria da U.L.L.A. 
    É membro da U.L.L.A – Associação Lusófona das Letras e das Artes.
    É membro da SOCA - Sociedade Caboverdiana de autores.  


    Obs: João Furtado participará da " Feira Internacional Literária de Mato Grosso do Sul de 14 a 17 de maio de 2015"

    Fonte: http://joaopcfurtado.blogspot.com.br/

    quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

    A terceira margem do rio - Guimarães Rosa

     Guimarães Rosa

    GUIMARÃES ROSA
    Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.
    Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a ideia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.
    Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: — “Cê vai, ocê fique, você nunca volte!” Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — “Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?” Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.
    Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu para. estarrecer de todo a gente. Aquilo que não havia, acontecia. Os parentes, vizinhos e conhecidos nossos, se reuniram, tomaram juntamente conselho.
    Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura; por isso, todos pensaram de nosso pai a razão em que não queriam falar: doideira. Só uns achavam o entanto de poder também ser pagamento de promessa; ou que, nosso pai, quem sabe, por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a lepra, se desertava para outra sina de existir, perto e longe de sua família dele. As vozes das notícias se dando pelas certas pessoas — passadores, moradores das beiras, até do afastado da outra banda — descrevendo que nosso pai nunca se surgia a tomar terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava no rio, solto solitariamente. Então, pois, nossa mãe e os aparentados nossos, assentaram: que o mantimento que tivesse, ocultado na canoa, se gastava; e, ele, ou desembarcava e viajava s’embora, para jamais, o que ao menos se condizia mais correto, ou se arrependia, por uma vez, para casa.
    No que num engano. Eu mesmo cumpria de trazer para ele, cada dia, um tanto de comida furtada: a ideia que senti, logo na primeira noite, quando o pessoal nosso experimentou de acender fogueiras em beirada do rio, enquanto que, no alumiado delas, se rezava e se chamava. Depois, no seguinte, apareci, com rapadura, broa de pão, cacho de bananas. Enxerguei nosso pai, no enfim de uma hora, tão custosa para sobrevir: só assim, ele no ao-longe, sentado no fundo da canoa, suspendida no liso do rio. Me viu, não remou para cá, não fez sinal. Mostrei o de comer, depositei num oco de pedra do barranco, a salvo de bicho mexer e a seco de chuva e orvalho. Isso, que fiz, e refiz, sempre, tempos a fora. Surpresa que mais tarde tive: que nossa mãe sabia desse meu encargo, só se encobrindo de não saber; ela mesma deixava, facilitado, sobra de coisas, para o meu conseguir. Nossa mãe muito não se demonstrava.
    Mandou vir o tio nosso, irmão dela, para auxiliar na fazenda e nos negócios. Mandou vir o mestre, para nós, os meninos. Incumbiu ao padre que um dia se revestisse, em praia de margem, para esconjurar e clamar a nosso pai o ‘dever de desistir da tristonha teima. De outra, por arranjo dela, para medo, vieram os dois soldados. Tudo o que não valeu de nada. Nosso pai passava ao largo, avistado ou diluso, cruzando na canoa, sem deixar ninguém se chegar à pega ou à fala. Mesmo quando foi, não faz muito, dos homens do jornal, que trouxeram a lancha e tencionavam tirar retrato dele, não venceram: nosso pai se desaparecia para a outra banda, aproava a canoa no brejão, de léguas, que há, por entre juncos e mato, e só ele conhecesse, a palmos, a escuridão, daquele.
    A gente teve de se acostumar com aquilo. Às penas, que, com aquilo, a gente mesmo nunca se acostumou, em si, na verdade. Tiro por mim, que, no que queria, e no que não queria, só com nosso pai me achava: assunto que jogava para trás meus pensamentos. O severo que era, de não se entender, de maneira nenhuma, como ele aguentava. De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis de meio-do-ano, sem arrumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos — sem fazer conta do se-ir do viver. Não pojava em nenhuma das duas beiras, nem nas ilhas e croas do rio, não pisou mais em chão nem capim. Por certo, ao menos, que, para dormir seu tanto, ele fizesse amarração da canoa, em alguma ponta-de-ilha, no esconso. Mas não armava um foguinho em praia, nem dispunha de sua luz feita, nunca mais riscou um fósforo. O que consumia de comer, era só um quase; mesmo do que a gente depositava, no entre as raízes da gameleira, ou na lapinha de pedra do barranco, ele recolhia pouco, nem o bastável. Não adoecia? E a constante força dos braços, para ter tento na canoa, resistido, mesmo na demasia das enchentes, no subimento, aí quando no lanço da correnteza enorme do rio tudo rola o perigoso, aqueles corpos de bichos mortos e paus-de-árvore descendo — de espanto de esbarro. E nunca falou mais palavra, com pessoa alguma. Nós, também, não falávamos mais nele. Só se pensava. Não, de nosso pai não se podia ter esquecimento; e, se, por um pouco, a gente fazia que esquecia, era só para se despertar de novo, de repente, com a memória, no passo de outros sobressaltos.
    Minha irmã se casou; nossa mãe não quis festa. A gente imaginava nele, quando se comia uma comida mais gostosa; assim como, no gasalhado da noite, no desamparo dessas noites de muita chuva, fria, forte, nosso pai só com a mão e uma cabaça para ir esvaziando a canoa da água do temporal. Às vezes, algum conhecido nosso achava que eu ia ficando mais parecido com nosso pai. Mas eu sabia que ele agora virara cabeludo, barbudo, de unhas grandes, mal e magro, ficado preto de sol e dos pelos, com o aspecto de bicho, conforme quase nu, mesmo dispondo das peças de roupas que a gente de tempos em tempos fornecia.
    Nem queria saber de nós; não tinha afeto? Mas, por afeto mesmo, de respeito, sempre que às vezes me louvavam, por causa de algum meu bom procedimento, eu falava: — “Foi pai que um dia me ensinou a fazer assim…”; o que não era o certo, exato; mas, que era mentira por verdade. Sendo que, se ele não se lembrava mais, nem queria saber da gente, por que, então, não subia ou descia o rio, para outras paragens, longe, no não-encontrável? Só ele soubesse. Mas minha irmã teve menino, ela mesma entestou que queria mostrar para ele o neto. Viemos, todos, no barranco, foi num dia bonito, minha irmã de vestido branco, que tinha sido o do casamento, ela erguia nos braços a criancinha, o marido dela segurou, para defender os dois, o guarda-sol. A gente chamou, esperou. Nosso pai não apareceu. Minha irmã chorou, nós todos aí choramos, abraçados.
    Minha irmã se mudou, com o marido, para longe daqui. Meu irmão resolveu e se foi, para uma cidade. Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, residir com minha irmã, ela estava envelhecida. Eu fiquei aqui, de resto. Eu nunca podia querer me casar. Eu permaneci, com as bagagens da vida. Nosso pai carecia de mim, eu sei — na vagação, no rio no ermo — sem dar razão de seu feito. Seja que, quando eu quis mesmo saber, e firme indaguei, me diz-que-disseram: que constava que nosso pai, alguma vez, tivesse revelado a explicação, ao homem que para ele aprontara a canoa. Mas, agora, esse homem já tinha morrido, ninguém soubesse, fizesse recordação, de nada mais. Só as falsas conversas, sem senso, como por ocasião, no começo, na vinda das primeiras cheias do rio, com chuvas que não estiavam, todos temeram o fim-do-mundo, diziam: que nosso pai fosse o avisado que nem Noé, que, por tanto, a canoa ele tinha antecipado; pois agora me entrelembro. Meu pai, eu não podia malsinar. E apontavam já em mim uns primeiros cabelos brancos.
    Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando ideia.
    Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto. Estava ali, sentado à popa. Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: — “Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto… Agora, o senhor vem, não carece mais… O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!…” E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.
    Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n’água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia… Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.
    Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.
    Texto extraído do livro “Primeiras Estórias”, Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 1988, p. 32.


    Homenagens à Mandela e Moçambique, levam andradinense a ser destaque nos carnavais do Rio e São Paulo


    Samora-3
    O Carnaval de 2015 vai ser inesquecível para o Andradinense Samora Machel. Homenagens à Mandela e Moçambique, renderam convites para que o andradinense fosse destaque nos carnavais do Rio e São Paulo. A participação de Samora como gerente regional da entidade no interior de São Paulo, tem sido muito importante para difundir a África, em especial Moçambique. Recentemente ele fez uma nova viagem ao país para fortalecer o seu network e o leque de possibilidades para investimentos brasileiros no país.
    São Paulo – “Moçambique, a lendária terra do Baobá sagrado”, será o enredo da escola de samba paulista Nenê de Vila Matilde que este ano firmou uma inédita parceria com a Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil Moçambique, a CCIABM. O acordo aconteceu por intermédio de Samora.
    A Nenê de Vila Matilde será a última escola a se apresentar, encerrando a primeira noite de desfiles do Grupo Especial paulistano, na sexta-feira, dia 13 de fevereiro. Samora vai desfilar no Carro Abre-Alas ao lado de autoridades e personalidades moçambicanas.
    “Estou indo pra São Paulo esse fim de semana pra uma reunião com a diretoria, acertar os detalhes”, disse.
     Rio de Janeiro – Samora já esta garantido no desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, que entra na Marquês de Sapucaí com o enredo “AXÉ NKENDA! Um ritual de liberdade. E a voz da igualdade seja sempre a nossa voz”.  A escola Pretende através deste desfile exaltar a figura do povo negro e sua contribuição para a formação da cultura brasileira, celebrar suas raízes, contação de histórias e revelar heróis grandes negros que fizeram a luta contra o racismo e a intolerância, uma bandeira de luta pela liberdade, fraternidade e respeito. Em Especial o homenageado Nelson Mandela
    Samora Machel tem grande familiaridade com a família Mandela. Quando ainda pequeno Samora Machel Messias de Almeida teve o primeiro encontro com o casal Nelson Mandela e Graça Machel, em 1998, em Brasília. Ele tinha nove anos e encantou Graça, ex-mulher do líder moçambicano Samora Machel, por ser brasileiro e levar o nome do grande responsável pela libertação do país. O caminho do andradinense voltaria a cruzar com os destinos da África em 2010, durante um evento promovido pelo Centro Ruth Cardoso em parceria com a USP para homenagear Nelson Mandela. Atendendo a um convite de Graça, o nosso Samora esteve em Moçambique em 2011 onde participou das comemorações dos 25 anos da morte do líder Samora Machel. Ele foi o único entre as autoridades a se hospedar na casa da família.
     “Estou correndo para entrar em contato com a Graça Machel para tentar a participação dela no desfile, já que é uma justa homenagem a Mandela, no maior evento de cultura popular do Brasil”, disse.
      Flávia Avelar/Foto: Cleber Carvalho.
    Fonte: http://averdadeonline.com.br/

    terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

    A infinita fiandeira, por Mia Couto

    A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.
    E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem nem finalidade. Todo bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatias funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.
    Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.
    – Não faço teias por instinto.
    – Então, faz porquê?
    – Faço por arte.
    Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. os pais, após concertação, a mandaram chamar. A mãe:
    – Minha filha, quando é que acentas as patas na parede?
    E o pai:
    – Já eu me vejo em palpos de mim…
    Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse:
    – Estamos recebendo queixas do aranhal.
    – O que é que dizem, mãe?
    – Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas.
    Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro.
    – Vai ver que custa menos que engolir mosca – disse a mãe.
    E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa?
    A aranhiça levou o namorado a visitar sua coleção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor.
    A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Qaundo ela, já transfigurada., se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?
    – Faço arte.
    – Arte?
    E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempos de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.
    MIA COUTO
    No livro “O Fio das Missangas”
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    Manuel Vilches. Hilandera del mercado de los artesanos de Bamako. Niger, Año 2006.
    Seleção Nara Rúbia Ribeiro
    Fonte: http://www.contioutra.com/

    A história de Kafka e a menininha da boneca perdida em Berlim: para onde vai o amor que se perde?

    Por Nando Pereira
    Há uma história do escritor Franz Kafka(1883-1924), famoso por “A Metamorfose“, “O Processo” e “Carta ao Pai“, que mostra um singelo e doce lado do autor que já foi descrito como esquizóide, depressivo e anoréxico nervoso: uma história de amor em que ele ajuda uma menina desolada pela perda de uma boneca em uma praça de Berlim. A história tem algumas versões e abaixo seguem duas delas (traduzidas para o português): a primeira da terapeuta americana May Benatar, que ouviu da psicóloga e instrutora de meditação budista Tara Brach, publicada no site The Huffington Post, e a segunda do renomado tradutor de Kafka, Mark Harman, como foi publicado no site The Kafka Project. “Para mim essa história traz duas sábias lições: a primeira que tristeza e a perda são presentes mesmo para uma pequena criança, e a outra que o caminho para a cura é ver como o amor volta em outra forma”, diz May Benatar, cuja narrativa segue abaixo.
    A história de Kafka e a menina que perdeu sua boneca em Berlim, segundo May Benatar:
    kafka-boneca-52618_186x186“Franz Kafka, conta a história, certa vez encontrou uma menininha no parque onde ele caminhava diariamente. Ela estava chorando. Tinha perdido sua boneca e estava desolada. Kafka ofereceu ajuda para procurar pela boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar. Incapaz de encontrar a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. “Por favor, não se lamente por mim, parti numa viagem para ver o mundo. Escreveu para você das minhas aventuras”. Esse foi o início de muitas cartas. Quando ele e a garotinha se encontravam ele lia essas cartas compostas cuidadosamente com as aventuras imaginadas da amada boneca. A garotinha se confortava. Quando os encontros chegaram ao fim, Kafka presenteou a menina com uma boneca. Ela era obviamente diferente da boneca original. Uma carta anexa explicava: “minhas viagens me transformaram…”. Muitos anos depois, a garota agora crescida encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta. Em resumo, dizia: “Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente”.
    ~ May Benatar, no artigo “Kafka and the Doll: The Pervasiveness of Loss” (publicado no Huffington Post)
    E a versão da história de Kafka e a menina que perdeu sua boneca em Berlim, segundo Mark Harman, que acrescenta detalhes como o tempo que durou a troca de cartas e os detalhes do desfecho:
    65.2A estada de Kafka na cidade (Berlin) não foi totalmente sombria; daí o primeiro dos meus dois pequenos enigmas – uma história sobre Kafka e uma menina em Steglitz. Dora Diamant conta-a ao crítico francês e tradutor Marthe Robert, e, em uma versão um pouco diferente, a Max Brod. Enquanto caminhava certo dia em Steglitz, Kafka e Dora conheceram uma menina em um parque que chorava porque havia perdido sua boneca. Kafka disse a ela para não se preocupar porque a boneca tinha partido em uma viagem e lhe enviara uma carta. Quando a menina perguntou desconfiada pela carta, ele disse que não estava com ele, mas que se ela voltasse no dia seguinte ele iria trazê-la. Fiel à sua palavra, todos os dias durante as próximas três semanas, ele foi ao parque com uma nova carta da boneca. Dora Diamant enfatiza o cuidado que ele dedicou a esta tarefa auto-imposta, que era do mesmo grau que o que ele dedicava à sua outra obra literária. Ela também comenta a dificuldade de Kafka em chegar a um final que iria deixá-lo livre e ao mesmo tempo com uma conclusão razoavelmente satisfatória, para a menina. Na versão que Dora contou a Marthe Robert, Kafka conseguiu isso fazendo a boneca ficar noiva: “Ele (Kafka) pesquisou por um longo tempo e, finalmente, decidiu que a boneca ia se casar. Primeiro ele descreveu o jovem, o noivado.. .., os preparativos para o casamento, em seguida, em grande detalhe, a casa dos recém-casados”. Por causa desses “preparativos do casamento” em andamento, uma palavra que lembra o título de uma de suas primeiras histórias e sugere o grau de autobiografia fictícia que se engendrou neste envolvente conto – a boneca não poderia mais, compreensivelmente, visitar sua ex-dona. Max Brod não menciona esse final, mas escreve que antes de sair de Berlim para Praga, Kafka se certificou que a menina recebera o presente de uma nova boneca. Esta é, naturalmente, apenas uma discrepância menor e não diminui a credibilidade desta história, que revela um Kifka gentil, atencioso e compreensivo, que não é tão amplamente conhecido como o introvertido e auto-atormentando de “A Metamorfose” e “Um Artista da Fome”.
    ~ Mark Harman, em “Missing Persons: Two Little Riddles About Kafka and Berlin” (publicado no The Kafka Project)
    PS: Essa história da boneca certamente deve ter servido de inspiração para a sequência do filme “Le Fabuleux Destin D’Amélie Poulain” (Jean-Pierre Jeunet, 2001), em que a protagonista Amélie Poulain (Audrey Tatou) pega uma estátua de anão de seu pai e faz ela viajar o mundo e enviar cartões postais para o pai, que não sai de casa e se sente atraído pelas aventuras da estátua.
    Fonte:  http://www.contioutra.com/

    Curso gratuito a distância “Trajetórias das Mulheres Negras no Brasil” Inscreva-se!

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    Fonte: https://quilombacao.wordpress.com/2015/02/10/curso-gratuito-a-distancia-trajetorias-das-mulheres-negras-no-brasil-inscreva-se/

    segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

    Entenda diferenças entre Pós, MBA, Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado

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    Qual a diferença entre Pós e MBA? Onde buscar os melhores cursos de especialização? Posso fazer doutorado sem ter feito mestrado? O que é mestrado profissional? Tire suas dúvidas!

    Por Davi Lira  Do Ultimo Segundo
    Com o crescimento no número de concluintes em cursos de graduação no país – o quantitativo ultrapassa mais de 1 milhão de formados em um ano, de acordo com o Censo Escolar -, um dos caminhos naturais da carreira é a realização de uma pós-graduação. E opções de cursos é o que não faltam. Só de mestrados e doutorados, por exemplo, existem mais de 5 mil cursos.
    Dentro desse leque, questionamentos é o que não falta. Por exemplo, os MBA´s (da sigla em inglês, Master Business Administration) são cursos de mestrado? Ou ainda: Existem cursos gratuitos de pós-graduação? E onde buscar as melhores opções de especialização?
    Para tirar essas e outras dúvidas sobre o tema, além de descobrir que é possível, por exemplo, tentar um doutorado mesmo sem ter feito o mestrado, o iG Educaçãopreparou um guia amplo sobre as principais diferenças e as informações mais fundamentais sobre todos os tipos de pós-graduações existentes no país.
    Pós-graduação no Brasil
    No País, existem dois tipos de cursos de pós-graduação. São os cursos “lato sensu”, como as especializações e os MBA´s, e os “stricto sensu”, que são os mestrados e os doutorados. Existe uma série de diferenças entre eles. As pós-graduações “lato sensu”, geralmente, têm uma menor duração e tendem a ser menos exigentes que os mestrados e doutorado. Além disso, elas não precisam ter uma autorização prévia do MEC. A instituição que já oferece cursos de graduação, e é autorizada pelo ministério a funcionar, não precisa pedir permissão ao MEC para criar novos cursos. Sendo assim, eles tendem a ser mais flexíveis, conseguindo atender necessidades mais específicas do mercado de trabalho, por exemplo.
    Já os cursos “stricto sensu” precisam de autorização do governo para funcionar. Cabe à Capes realizar a recomendação do curso para que ele possa funcionar. É durante a avaliação realizada por essa agência que são atribuídas as notas para cada um dos programas de pós-graduação (“stricto sensu”) existentes no país. Essa pontuação, que se torna pública e pode ser consultada na internet, atesta o nível de qualidade do curso, tornando-se mais fácil a escolha do candidato.
    Confira, a seguir, características mais específicas sobre cada modalidade:
    1. ESPECIALIZAÇÃO:
    De forma mais ampla, todo curso que é realizado após o ensino superior é chamado de curso de pós-graduação. Contudo, no país, o termo abreviado “pós” foi comumente associado a cursos de especialização. Essa modalidade de pós-graduação é vista por muitos candidatos como uma oportunidade de mudar de área. É comum os cursos de especialização estarem abertos a graduados de qualquer área de conhecimento. De acordo com o MEC, normalmente, a “pós” é um curso que tem o objetivo técnico ou profissional mais específico, sem abranger totalmente uma área de conhecimento. No entanto, ele precisa seguir algumas regras mínimas. Caso contrário, ele será considerado um simples curso livre. Conheça as principais exigências da especialização:
    #Perfil do candidato: requisito mínimo exigido é que o candidato tenha diploma de curso superior
    #Como escolher os cursos? Pela falta de fiscalização e controle na criação dos cursos de especialização pelo MEC, não existe um sistema oficial disponibilizando uma relação completa desses cursos. Assim, a melhor forma de escolher a pós é analisando algumas informações que podem melhor indicar o nível de qualidade da instituição.
    Por meio do sistema eletrônico E-mec é possível fazer uma busca em todas as faculdades, centros universitários e universidades brasileiras. Lá, é possível conferir o endereço da instituição, telefones e sites. Também é possível conferir as áreas de conhecimento dos cursos de graduação que a instituição oferece, além de dados sobre fundação e se ela tem ficha suja no MEC (opção “ocorrências”). Adicionalmente, recomenda-se fazer visitas prévias à coordenação do curso, avaliar o programa de aulas da pós e verificar se ela é bem reconhecida no mercado.
    #Fique atento! Dos professores que farão parte do corpo docente do curso, pelo menos metade deles devem ser mestres ou doutores. E os demais, devem ter, pelo menos, a formação de especialista.
    #Duração: os curso têm duração mínima de 360 horas. Nesse tempo, no entanto, não estão computados as horas de estudo individual, sem assistência do professor, e nem do tempo reservado, obrigatoriamente, à elaboração do trabalho final.
    #Processo seletivo: cabe à própria instituição definir seus critérios de seleção. Se o candidato se sentir injustiçado durante o processo, ele pode até levar sua queixa à Secretaria de Educação Superior (SESu), responsável pelos cursos “lato sensu”.
    #Custo: geralmente os cursos de especialização são pagos, tanto em instituições privadas quanto nas públicas. A cobrança pelo pagamento em universidades estaduais e federais, por exemplo, ocorre porque esses cursos não são considerados “atividades de ensino regulares, como os mestrados e o doutorado”.
    #Trabalho final de conclusão: é comum que os cursos exijam a elaboração de uma monografia. No entanto, é possível outras modalidades de trabalho final, como a elaboração de artigos, por exemplo.
    #Titulação: ao concluir, o aluno ganha o título de especialista. A titulação ocorre por meio da emissão de um certificado pela instituição que ofertou o curso. Com o documento em mãos, o candidato pode, por exemplo, ser professor universitário em instituições privadas.
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    2. MBA:
    O MBA (da sigla em inglês, Master Business Administration) não é um curso de mestrado, como o nome sugere. Junto com a especialização, ele é um curso “lato sensu”. Sendo assim, muitas de suas características são comuns com a “pós”. De acordo com o próprio MEC, os MBA´s “nada mais são do que cursos de especialização em nível de pós-graduação na área de Administração”.
    Muitos dos cursos oferecidos são voltados para o campo dos negócios e da gestão. No entanto, é possível encontrar MBA´s de outras áreas, como comunicação e saúde.
    #Perfil do candidato: independente do segmento do MBA, o curso em si é visto como uma oportunidade de realização e troca de contatos profissionais. Para fomentar essenetworking é comum algumas instituições exigirem que o candidato tenha tido experiências de trabalho já consolidadas. O diploma da graduação também é obrigatório.
    #Como escolher os cursos? O candidato pode, como nos cursos de especialização, consultar o portal E-mec para obter mais informações sobre se a instituição pretendida oferece algum tipo de MBA.
    #Fique atento! De Forma complementar, o candidato também pode consultar se o curso faz parte da Associação Nacional de MBA (Anamba) – uma organização que monitora os parâmetros de qualidade. Mas vale lembrar que a não presença de cursos na Anamba não significa que ele não é de qualidade.
    #Duração: os cursos têm duração mínima de 360 horas. Nesse tempo, no entanto, não estão computados as horas de estudo individual, sem assistência do professor, e nem do tempo reservado à elaboração do trabalho final.
    #Processo seletivo: cabe à própria instituição definir seus critérios de seleção. Se o candidato se sentir injustiçado durante o processo, ele também pode levar sua queixa à Secretaria de Educação Superior (SESu), responsável pelos cursos lato sensu.
    #Custo: geralmente os cursos de MBA são pagos. Tanto em instituições privadas quanto públicas. A cobrança pelo pagamento em universidades estaduais e federais, por exemplo, ocorre porque esses cursos não são considerados “atividades de ensino regulares”, como os mestrados e o doutorado.
    #Trabalho final de conclusão: elaboração de uma monografia ou outras modalidades de trabalho final
    #Titulação: ao fim do curso, o candidato tem o título de pós-graduação em nível “lato sensu”.
    3. MESTRADO:
    Para funcionar, os cursos “stricto sensu” como os mestrados precisam ser recomendados pela Capes e reconhecidos pelo MEC. É essa agência do Ministério da Educação que avalia o curso e atesta sua qualidade. As notas vão de 1 a 7 (nota máxima). Os cursos precisam ter, ao menos, a nota 3. Aqueles que possuem nota 5 já são considerados com “elevado padrão de qualidade”. Mas, para ter essa nota, é preciso que tenham cursos de doutorado, além do mestrado. O máximo possível é a nota 7, que significa que o curso tem um “desempenho claramente destacado”, afirma a Capes.
    #Perfil do candidato: é importante que o candidato tenha interesse na realização de pesquisas científicas. Muitos dos mestrandos pretendem seguir a carreira acadêmica, ou seja, querem ser professores universitários.
    #Como escolher os cursos? Os cursos recomendados pela Capes podem serconsultados pela internet. No portal da agência é possível conferir as notas dos programas e também relatórios detalhados sobre a qualidade do corpo docente, das instalações e da proposta curricular do mestrado.
    #Fique atento! Ao contrário dos cursos de especialização e MBA, em cursos “stricto sensu” como o mestrado, é desejável que o postulante se dedique integralmente aos estudos, deixando de lado o trabalho e outras atividades.
    #Duração: geralmente têm duração de dois anos. Mas é comum ser estendido até dois anos e meio. No primeiro ano os estudantes têm aulas, no segundo, se dedicam à confecção do trabalho final de conclusão.
    #Processo seletivo: cabem às instituições de ensino ditarem as regras de seleção dos alunos. De acordo com a Capes, “eventuais abusos de poder podem ser corrigidos através de recurso na própria instituição ou dos órgãos de defesa do consumidor “.
    #Custo: como são considerados cursos regulares pelo MEC, nenhuma instituição de ensino pública pode cobrar pelo mestrado. Dessa forma, o candidato selecionado não precisa pagar mensalidades para a realização do mestrado. Além disso, é comum parte dos estudantes ganharem bolsa mensal de auxílio durante o curso. Além da Capes, que oferece uma bolsa no valor médio de R$ 1.500, outras agências de fomento como o CNPq, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e as fundações de pesquisa como a Fapesp também oferecem esse tipo de auxílio. Já nas privadas que têm mestrado, praticamente todos os cursos são cobrados. Contudo, os alunos matriculados em instituições particulares também podem postular a essas bolsas de auxílio.
    #Trabalho final de conclusão: é necessário que o estudante elabore uma dissertação ao final do curso. E a pesquisa deve ser apresentada e defendida diante de um grupo de pesquisadores e especialistas para ser aprovado.
    #Titulação: ao final do curso, o aluno adquire um diploma de mestre.

    4. MESTRADO PROFISSIONAL:
    É uma modalidade mais recente de cursos “stricto sensu”. O mestrado profissional foi regulamentado em 2009. Sua principal diferença em relação ao mestrado (acadêmico) é o seu enfoque voltado à qualificação profissional do candidato. Além disso, o candidato tem mais opções de realização do trabalho final de conclusão.
    #Perfil do candidato: geralmente o postulante não tem pretensão de abandonar o mercado de trabalho após a conclusão do curso para seguir a carreira acadêmica.
    #Como escolher os cursos? Segue a mesma sistemática do conjunto de cursos “stricto sensu”. Assim, para consultar os cursos de mestrados acadêmicos recomendados pela Capes basta o candidato acessar o portal da agência.
    #Fique atento! Como a modalidade é recente, a oferta é restrita.
    #Duração: geralmente têm duração de dois anos, mas pode se estendido por mais meses.
    #Processo seletivo: cabe à instituição ofertante definir e anunciar publicamente as regras do certame.
    #Custo: mesma sistemática dos mestrados acadêmicos, ou seja, cabem às instituições de ensino ditarem as regras de seleção dos alunos.
    #Trabalho final de conclusão: pode ser apresentado em vários formatos além da dissertação, como por exemplo por meio da elaboração de um artigo, desenvolvimento de aplicativo, elaboração de estudo de caso ou produção artística.
    #Titulação: De acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE) – orgão consultor do MEC -, como todo curso “stricto sensu”, o diploma do mestrado profissional tem validade nacional e grau “idêntico” ao mestrado acadêmico. Sendo assim, quem finaliza o mestrado profissional também fica habilitado a ser um professor universitário, por exemplo.
    5. DOUTORADO:
    Além dos mestrados, o doutorado é outra modalidade de cursos “stricto sensu”. Sendo assim, os normativos são semelhantes. No país, são quase 2 mil cursos voltados para a formação de doutor. Uma quantidade bem mais baixa que a de mestrados acadêmicos, mas superior a de mestrados profissionais. Saiba mais sobre os números:
    Uma das principais diferenças entre o mestrado e o doutorado está no nível de exigência que é solicitado aos candidatos selecionados no doutorado. Para ser professor de uma universidade pública, por exemplo, é preciso ter o doutorado.
    Já depois dessa titulação, o candidato que finaliza o curso de doutorado ainda pode prosseguir nos estudos, realizando aprofundamentos de pesquisas. Tais atividades já são consideradas como de ” pós-doc”, ou seja, de pós-doutorado. No Brasil, ainda não existe a modalidade de doutorado profissional.
    #Perfil do candidato: é recomendável que o postulante tenha forte interesse analítico no desenvolvimento de pesquisas científicas. É preferível que o candidato se dedique inteiramente ao doutorado em regime de dedicação exclusiva.
    #Como escolher os cursos? Segue a mesma sistemática do conjunto de cursos “stricto sensu”. Assim, para consultar os cursos de doutorado recomendados pela Capes basta o candidato acessar o portal da Capes. Lá, é possível conferir as notas dos programas e também relatórios detalhados sobre a qualidade do corpo docente, das instalações e da proposta curricular do doutorado.
    #Fique atento! Mesmo exigindo um nível alto do candidato, é possível que pessoas que tenham apenas o título de graduação tentem uma vaga em doutorados. O candidato deve ficar atento aos editais de seleção.
    #Duração: geralmente quatro anos.
    #Processo seletivo: Mesma sistemática dos mestrados , ou seja, cabem às instituições de ensino ditarem as regras de seleção dos alunos. De acordo com a Capes, “eventuais abusos de poder podem ser corrigidos através de recurso na própria instituição ou via órgãos de defesa do consumidor”.
    #Custo: Como são considerados cursos regulares pelo MEC, nenhuma instituição de ensino pública pode cobrar pelo doutorado. Dessa forma, o candidato selecionado não precisa pagar mensalidades para a realização do doutorado. Além disso, é comum parte dos estudantes ganharem uma bolsa mensal de auxílio financeiro durante o curso. Além da Capes, que oferece uma bolsa no valor médio de R$ 2.200, outras agências de fomento como o CNPq, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e as fundações de pesquisa como a Fapesp também oferecem esse tipo de auxílio. Já nas privadas que têm doutorado, praticamente todos os cursos são cobrados. Os alunos de instituições particulares, contudo, também podem postular a essas bolsas de auxílio.
    #Trabalho final de conclusão: o candidato precisa defender uma tese “que represente trabalho de pesquisa importando em real contribuição para o conhecimento do tema”, atesta a Capes. É também fundamental que o objeto de estudo tenha um enfoque inovador.
    #Titulação: oferece o título de doutorado, ou seja, os concluintes podem, sim, ser chamados de doutores.
    Fontes
    Para a elaboração dessas orientações e construção desse mapeamento consolidado, a reportagem contou com a colaboração de especialistas na área, como o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), José Fernandes de Lima, Gustavo Balduíno, secretário executivo da Andifes (a associação dos reitores das universidades federais), e o especialista em educação Claudio de Moura Castro, ex-diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão federal responsável pela avaliação dos cursos de mestrado e doutorado no país.
    Adicionalmente, ainda foi consultada uma série de normativas presentes nos bancos de dados do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Capes. O objetivo era ficar por dentro de todos os detalhes e meandros e simplificar, ao máximo, a legislação. Tudo isso para esclarecer as principais dúvidas dos futuros candidatos da forma mais prática possível.
    Os dados sobre o número de pós-graduados formados no país e a relação de doutores por milhão de habitantes no Brasil e em Portugal foram coletados de publicação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
    9/2/2015Geledés Instituto da Mulher Negra
    Fonte: Leia a matéria completa em: Entenda diferenças entre Pós, MBA, Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado - Geledés 
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    Mulheres Pretas

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