sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Contos africanos - A gazela e o caracol

contos africanos


Uma gazela encontrou um caracol e disse-lhe:
__ Tu, caracol, és incapaz de correr, só te arrastas pelo chão.
O caracol respondeu:
__ Vem cá no Domingo e verás!
O caracol arranjou cem papéis e em cada folha escreveu: «Quando vier a gazela e disser “caracol”, tu respondes com estas palavras: “Eu sou o caracol”».
Dividiu os papéis pelos seus amigos caracóis dizendo-lhes:
__ Leiam estes papéis para que saibam o que fazer quando a gazela vier. No Domingo a gazela chegou à povoação e encontrou o caracol.
Entretanto, este pedira aos seus amigos que se escondessem em todos os caminhos por onde ela passasse, e eles assim fizeram.
Quando a gazela chegou, disse:
__ Vamos correr, tu e eu, e tu vais ficar para trás! O caracol meteu-se num arbusto, deixando a gazela correr.
Enquanto esta corria ia chamando:
__ Caracol!
E havia sempre um caracol que respondia:
__ Eu sou o caracol. Mas nunca era o mesmo por causa das folhas de papel que foram distribuídas.
A gazela, por fim, acabou por se deitar, esgotada, morrendo com falta de ar. O caracol venceu, devido à esperteza de ter escrito cem papéis.
Fonte: Gelèdes

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Programa de Igualdade Racial lançado em Campo Grande nesta terça-feira.

Aconteceu nesta terça-feira (26), às 20h, em Campo Grande, o lançamento do programa de igualdade racial "Respeito Dá o Tom", da empresa Aegea, holding da Águas Guariroba, que tem o objetivo de contribuir na redução da desigualdade racial e dar amplitude para a diversidade étnico-racial em todo Brasil.
O evento reunirá autoridades municipais e estaduais, empresários, artistas, lideranças de movimentos de luta pelos direitos da população negra. Haverá exposição de artes plásticas, música e ações de conscientização sobre o tema.
Na ocasião, a Aegea receberá o selo “Sim à Igualdade Racial”, do ID-BR (Instituto Identidades do Brasil), uma organização sem fins lucrativos que atua na promoção de direitos humanos e na luta pela igualdade racial da população negra, através da inserção no mercado de trabalho.
Segundo Luana Génot, diretora-executiva do ID-BR, a realidade acerca do incentivo de pessoas negras no mercado do trabalho é discrepante em relação à pessoas brancas. Tudo isso passa por questões de educação, transparência, combate ao racismo, mas também alcança o incentivo das empresas a treinarem e absorverem essas pessoas em suas equipes. 

Por isso o selo é dado às empresas que promovem essa integração. "Este é um momento muito especial, que demonstra que a mensagem em prol da igualdade racial está alcançando o Brasil para além do eixo Rio – São Paulo, sobretudo com a aderência de uma das maiores empresas de saneamento do país, como é a Aegea”, afirma Luana.

SERVIÇO - 
O lançamento do programa "Respeito Dá o Tom" acontece nesta terça, às 20h, no Yodety da Rua Antônio Maria Coelho, 6.200, Parque das Nações Indígenas
Daiane Llibero
Fonte: Midiamax

De mãe - Conceição Evaristo

De mãe
O cuidado de minha poesia
aprendi foi de mãe,
mulher de pôr reparo nas coisas,
e de assuntar a vida.
A brandura de minha fala
na violência de meus ditos
ganhei de mãe,
mulher prenhe de dizeres,
fecundados na boca do mundo.
Foi de mãe todo o meu tesouro
veio dela todo o meu ganho
mulher sapiência, yabá,
do fogo tirava água
do pranto criava consolo.
Foi de mãe esse meio riso
dado para esconder
alegria inteira
e essa fé desconfiada,
pois, quando se anda descalço
cada dedo olha a estrada.
Foi mãe que me descegou
para os cantos milagreiros da vida
apontando-me o fogo disfarçado
em cinzas e a agulha do
tempo movendo no palheiro.
Foi mãe que me fez sentir
as flores amassadas
debaixo das pedras
os corpos vazios
rente às calçadas
e me ensinou,
insisto, foi ela
a fazer da palavra
artifício
arte e ofício
do meu canto
da minha fala.
Conceição Evaristo, no livro “Poemas da recordação e outros movimentos”. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.

Calendário Internacional da Cultura Negra - Setembro

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Steve Biko


Dia 04
– Promulgada a lei Euzébio de Queiroz, extinguindo o tráfico de escravos no Brasil (1850).

Dia 12
– Morre o líder sul-africano, Steve Biko, idealizador do movimento pela consciência negra. Cidade do Cabo/África do Sul (1977).
Dia 14
– Fundado o jornal O Homem de Cor, o primeiro periódico dedicado à causa negra da imprensa brasileira (1833).
Dia 16
– Fundada a Frente Negra Brasileira, primeira agremiação política composta por afro-descendentes. São Paulo/SP (1931).
Dia 28
– Aprovada a Lei do Ventre Livre, que declarava livre os filhos das escravas que nascessem após essa data (1871).
Dia 28
– Assinada a Lei do Sexagenário, garantindo a liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade (1885).
Fonte: FCP

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...