quinta-feira, 31 de julho de 2014

Namibe: OMA realiza encontro recreativo em alusão ao dia da mulher africana



Namibe - A Organização da Mulher Angolana (OMA) no Namibe realiza neste final de semana, na sua sede provincial, um encontro recreativo com as mulheres de outros países residentes nesta cidade.


Segundo a secretária provincial da OMA no Namibe (município de Angola), Josefa de Assunção André Miguel,  o ato visa saudar o dia da mulher africana a assinalar-se hoje, quinta-feira, para o qual a sua organização agendou um programa que contempla palestras e encontros de sensibilização de mulheres para as tarefas úteis na sociedade.
No encontro recreativo, segundo a secretária, as mulheres vão refletir sobre a sua vida no dia-a-dia e assim trocar algumas ideias e impressões.
“ Nesta altura, as nossas atenções estão viradas para a sensibilização das mulheres na área da educação e da utilização e conhecimento das novas tecnologias, trabalho este que está a ser realizado com algumas palestras em algumas instituições escolares”, acrescentou.
No Namibe existem mulheres residentes de vários países como Cuba, São Tomé, Moçambique, Congo, Coreia, Vietname, África do Sul , Namíbia, Portugal, Cabo-verde e Brasil.
Fonte: http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/politica/2014/6/31/Namibe-OMA-realiza-encontro-recreativo-alusao-dia-mulher-africana,09a38c40-7293-420b-89ab-0c95bb75076e.html

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Geração Brasil e Vitória emocionam ao falar em racismo



Geração Brasil e Vitória emocionam ao falar em
racismo


Da Redação
Acima, Camila Avancini e Silvio Guindane. Em Geração, Lázaro Ramos, Danilo e Humberto Carrão
Acima, Camila Avancini e Silvio Guindane. Em Geração, Lázaro Ramos, Danilo e Humberto Carrão























As duas novelas de canais concorrentes, Geração Brasil, da Globo, e Vitória, da Rede Record, acertaram em cheio ao tratar de forma sensível o tema "Racismo" esta semana. Levada ao ar no início da semana, a novela escrita por Cristianne Fridman, o personagem vivido por Silvio Guindane não admite a própria cor. Já na trama de autoria de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, o ator Danilo Santos Ferreira, que vive Matias, sofre um processo de "reprogramação" cerebral para aceitar que o complexo de inferioridade motivado pelo preconceito o faz acreditar ser menos preparado.

As cenas das duas novelas suscitaram comentários de internautas que foram além da qualidade de interpretação dos atores. A abordagem de Vitória, interpretada por Camila Avancini e Silvio Guindane o que mais chamaou a atenção foi a originalidade do argumento. Nele, o personagem não acredita estar no rol daqueles que são vítimas de preconceito: "não sou um negro tição daqueles que despertam a fúria dos preconceituosos". 

No caso de Geração Brasil também houve extrema sensibilidade interpretativa. Embalado por Lázaro Ramos que vive um singular Brian Benson, o jovem personagem Matias tem dificuldades em admitir que o êxito de seu irmão adotivo se dá porque o David, acredita em si. O diálogo, extenso para um padrão de novela, prende a atenção até o final.

Fonte: http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/esportes/mma/geracao-brasil-e-vitoria-emocionam-ao-falar-em-racismo-20-31007

terça-feira, 22 de julho de 2014

Festival reúne em Brasília personalidades e artistas de vários Estados brasileiros, América Latina, Caribe, EUA e Moçambique, em prol da promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo e sexismo.

A programação da 7ª Edição do
LATINIDADES
Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha
acontece de 23 a 28 de julho, no Museu Nacional da República, toda com entrada franca. O Festival tem patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura do GDF, Secretaria de Igualdade Racial, Funarte, Fundação Cultural Palmares e Petrobras. E é uma realização da Griô Produções.


Consolidado como o maior festival de mulheres negras da América Latina, o Latinidades, desde 2008, dá visibilidade ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – 25 de julho –, fazendo convergir, num mesmo espaço e ao longo de seis dias, atividades formativas, de iniciativa do Estado e da Sociedade Civil, e ações culturais. No Brasil, o Dia Nacional da Mulher Negra foi sancionado em 2 de junho deste ano, pela presidenta Dilma Rousseff, por meio da Lei n. 12.987. A lei aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados teve sua publicação no Diário Oficial da União dia 3. A comissão aprovou também o PL 5371/09, que inclui, no calendário comemorativo nacional, o dia 25 de julho como Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

O Latinidades, a cada edição, promove as atividades de formação, palestras, debates e mesas redondas, que giram em torno de um tema central. O tema que vai reger todas as atividades desta 7ª Edição é “Griôs da Diáspora Negra”. Debatedores e palestrantes convidados, de esferas Civis e Governamentais, vindos de vários Estados brasileiros e também do exterior, irão apresentar, discutir e propor políticas públicas para a valorização de griôs* e a preservação da tradição oral, especificamente as transmitidas, de geração para geração, por mestras negras, que atuam nos diversos campos e linguagens.
*Griô é um abrasileiramento do termo Griot, que define o universo da tradição oral africana. É uma corruptela de “Creole”, ou seja, Crioulo - a língua geral dos negros na diáspora africana.

 Nesta Edição de 2014 do Latinidades, 19 palestrantes, das mais diversas áreas, participarão de quatro conferências e três palestras discutindo e apresentando temas ligados à saúde, sabedoria ancestral, política, sustentabilidade, igualdade racial, religião, vulnerabilidade da mulher negra e o enfrentamento ao racismo e ao sexismo. “O objetivo desta Edição é discutir e trabalhar pelo fortalecimento da imagem das mulheres negras, detentoras de saberes indispensáveis à construção de uma sociedade livre de desigualdades de raça, gênero/sexualidade, classe, geracional, territorial etc”, diz Jaqueline Fernandes, idealizadora e coordenadora do Festival. Ela, assim, sintetiza a temática deste ano: “É uma edição sobre herança, tradição e ancestralidade”.

O Latinidades é um projeto de escopo abrangente, que promove a interlocução com diversas redes, por meio de parcerias com organizações brasileiras e internacionais como Fundação Palmares, Ministério da Cultura, Sepir - Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, UNFPA - Fundo da População das Nações Unidas e Secretaria Geral da Presidência da República. Nas seis edições anteriores, o Festival recebeu cerca de 300 palestrantes, entre eles Sueli Carneiro, Cida Bento, Conceição Evaristo, Presidente Lula, Makora Valdina, Creuza Oliveira e Leci Brandão.

As edições mais recentes do Festival obtiveram resultados e desdobramentos significativos: “Em 2010, foi muito importante a campanha que o Festival fez pela autodeclaração de pessoas negras no censo e também pudemos trazer os primeiros dados com recorte de gênero e raça à tona, graças à participação do IBGE em uma das mesas. Em 2011, o debate em torno da PEC das Trabalhadoras Domésticas foi muito importante para dar visibilidade à luta e à conquista que viria a seguir. Em 2012, o Festival reuniu diversas/os jovens em torno do tema juventude negra, ainda no berço do programa Juventude Viva. Em 2013, o tema políticas públicas para a cultura negra trouxe debate e articulação em torno de políticas e editais específicos para a cultura negra e para produtores negros”, recapitula e destaca Jaqueline Fernandes.

Programação

            Este ano, entre 23 e 26 de julho, sempre com início às 10h da manhã, a 7ª Edição do Latinidades realiza ações de formação e fomento de políticas públicas, que incluem debates, conferências e oficinas, exibição de filme, lançamentos literários, Saraus e performance. As atividades reúnem num mesmo espaço, o Auditório Principal do Museu da República – com capacidade para 780 pessoas –, personalidades que são referência, no Brasil e no Mundo, e vozes ativistas no enfrentamento a desafios e em prol de políticas das mulheres negras.

            Abrindo a programação do Festival, no dia 23 às 10h, quatro vozes da diáspora negra, Inaldete Pinheiro (PE), Nina Silva (RJ), Sulia Maribel Caicedo (Equador), e Shirley Campbell Barr (Costa Rica), lançam livros de suas autorias e conversam sobre literatura negra. No mesmo dia, às 15h, as atrizes Vera Lopes e Pâmela Amaro, com direção de Jessé Oliveira (RS), apresentam a performance Quadros. Fechando o dia, às 16h, as escritoras Ana Maria Gonçalves (BA), e Paulina Chiziane (Moçambique) apresentam a Conferência de Abertura – Diálogos Afro-Atlânticos.

            O segundo dia tem programação extensa, começando com o painel “Sabedoria ancestral: memória, política e sustentabilidade”, às 10h, com a presença de representantes do Iphan e Fundação Palmares, Célia Maria Corsino (RJ), e Martha Rosa Queirós (PE), respectivamente, e também da educadora e escritora Heloísa Pires Lima. Às 14h acontece a oficina “História da Princesa Alafiá”, para o público infanto-juvenil. Uma Engenheira florestal, um turismólogo e uma atriz brasileiros e ainda a ativista equatoriana Inés Morales conversam sobre o racismo e meio ambiente no painel “Territórios Negros: fontes de sabedoria ancestral”, com início às 15h. Às 18h30, os presentes conferem à exibição do curta “O Dia de Jerusa”, de Viviane Ferreira.

            Ainda no dia 24, acontece pela primeira vez no Brasil, a conferência da socióloga norte-americana Patricia Hill Collins. Autora de vários livros, a intelectual-ativista irá dialogar sobre os desafios da ação política das mulheres negras. Patricia vai discorrer sobre sociedades organizadas em sistemas de poder que articulam raça, gênero, sexualidade, classe, nacionalidade, argumentando que nesse cenário de desigualdades, as mulheres negras aparecem entre os mais vulnerabilizados.

            Para o dia 25, o Latinidades reservou uma programação voltada para a saúde, religiosidade e cultura que se inicia às 9h30, com lavagem simbólica da área externa do Museu da República, convidando religiosos de matriz africana. Ainda pela manhã, a partir das 10h, acontece um painel com a sofisticada presença de uma psicóloga, uma benzedeira/ curandeira e um estudioso das religiões afro-brasileiras, pessoas com conhecimento ancestral que desempenham papel valioso na promoção da saúde no cotidiano, em especial em comunidades populares do país. À tarde haverá a conferência da senhora Jurema Werneck, médica e doutora em Comunicação e Cultura, também coordenadora da ONG Criola. Uma ativista carioca que instrumentaliza mulheres de todas as idades para o enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia.

            A Conferência Especial do dia estará na voz de luta contra o racismo no mundo de Angela Davis. Filósofa, escritora, professora e ativista negra, Angela Davis é uma das maiores referências dos Panteras Negras e das lutas contra o racismo. Está entre as ativistas políticas mais importantes dos Estados Unidos. Dona do black power mais famoso do mundo, estampado em camisas, músicas, bottons e corações que pulsam pela luta anti-racista, Angela segue ainda hoje sendo uma grande ativista e atua com veemência na luta contra a escravidão e o racismo no sistema prisional. Sem dúvida, um dos momentos mais esperados desta edição.

            O 25 de julho no Latinidades, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, também será um dia de eventos coletivos, com o lançamento de seis livros de autores brasileiros e estrangeiros. Todos acontecendo a partir das 17h. Às 21h, um grande encontro entre saraus reúne poetisas e poetas de vários grupos afro-brasileiros e também de outros países. Estão confirmados os saraus Cooperifa, Supernova, Sarauê, Blacktude, Quilombhoje, Sopapo Poético e Sarau da Kambinda.

            Nas noites dos dias 26 e 27, o Festival ocupa a área externa do Complexo Cultural da República com a realização de grandes shows. A programação privilegia artistas engajados em formar plateia para a música preta, sem distinção de vertente, porém, que prezam pela qualidade e por estilos marcantes. Músicos, interpretes e compositores vindos dos Estados Unidos, Ilha de Guadalupe, São Paulo, Rio de Janeiro, Haiti, Pernambuco e, claro, de Brasília.

            Entre os convidados, estão Elza Soares, Mart’nália, Naná Varconcelos, Diogo Nogueira, Hamilton de Holanda, Malika Tirolien, Fabiana Cozza, Ellen Oléria, Marabeau Jazz, Indiana Nomma, Alissa Sanders, Vox Sambou, Cris Pereira e outros. Verdadeiras excelências da música nacional e internacional que irão mostrar, ao longo de 13 horas, distribuídas nas duas noites de shows, a mais fina black music nas batidas e levadas do samba, jazz, soul, funk, bossa-nova, coco e muito mais.

            O 7º Latinidades se despede no dia 28, segunda-feira, com um grande almoço de confraternização e o plantio de Baobás, ainda em local a ser definido, com a orientação do turismólogo e especialista nesta espécie de árvore, Fernando Batista. Os pés de Baobás serão cuidados, regados e monitorados contra pragas pela produção do Festival ao longo dos seus quatro primeiros anos de vida. Depois, irão compor o paisagismo de Brasília, a Cidade Parque.



SERVIÇO:
Programação formativa
Local: Auditório principal do Museu Nacional da República.
Capacidade: 780 pessoas
Programação musical
Local: Área externa do Museu Nacional da República
Capacidade: 15 mil pessoas
Todas as ações e atividades do Festival são gratuitas: para mais informações, acesse: http://afrolatinas.com.br/




23 de julho – Quarta-feira

9h30 – Abertura: Saudação à ancestralidade

10h – Letras e Vozes da Diáspora Negra
Inaldete Pinheiro (PE) – Literatura negra infanto-juvenil
Nina Silva (RJ) – Literatura feminina negra e erotismo
Shirley Campbell Barr (Costa Rica) – Literatura feminina negra em Costa Rica e na Diáspora
Sulia Maribel Caicedo (Equador) – Literatura afro-equatoriana
Mediação: Raíssa Gomes

15h – Performance Quadros, em comemoração ao Centenário de Carolina Maria de Jesus
Atrizes: Vera Lopes e Pâmela Amaro, Direção: Jessé Oliveira (RS)

16h − Conferência de Abertura – Diálogos Afro-Atlânticos
Ana Maria Gonçalves (escritora, MG/BA) − À força e a fórceps: Mulher negra
Paulina Chiziane (escritora, Moçambique) – A identidade africana e as religiões mundiais
Mediação: Ana Flávia Magalhães Pinto.


24 de julho – quinta-feira

10h − Sabedoria ancestral: memória, política e sustentabilidade
Célia Maria Corsino (RJ/DF) – Diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN
Heloisa Pires Lima (RS/SP) – Educadora, escritora e editora
Martha Rosa Queirós (PE/DF) – Chefe de Gabinete da Fundação Cultural Palmares
Mediação: Dalila Negreiros

14h − Oficina infanto-juvenil História da Princesa Alafiá (Projeto Ton Ogbon)
Sinara Rúbia e Ludmilla Almeida (RJ)

15h − Territórios Negros: fontes de sabedoria ancestral
Ângela Gomes (MG) – Engenheira Florestal e ativista do MNU-MG
Débora Marçal (SP) − Capulanas − Cia de Arte Negra, de São Paulo
Fernando Batista (PE) – Turismólogo, especialista em Baobás
Inés Morales (Equador) – Movimiento de Mujeres Negras de la Frontera de Esmeraldas (MOMUNE)
Mediação: Paula Balduino

18h30 − Exibição do curta-metragem O Dia de Jerusa, de Viviane Ferreira (BA/SP)

19h – Conferência – Nós que acreditamos na liberdade não podemos descansar: lições do feminismo negro
Patrícia Hill Collins
Mediação: Ana Cláudia Pereira


25 de julho – sexta-feira

9h30 – Benção das águas – Lavagem simbólica com religiosas/os de matriz africana

10h − Griôs da Saúde Integral
Adriana de Holanda – Psicóloga, Rede Independente Educação Griô, Grupo Semente de Jurema
Iradilva Miranda Dantas (PA) − benzedeira/curandeira e membro da Malungu − Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará
José Marmo da Silva (RJ) − coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro)
Mediação: Sabrina Faria

14h30 – Conferência − Legados das Ialodês: samba e resistência feminina negra
Jurema Werneck
Mediação: Christen Smith

16h30 – Panfletaço “Marcha Nacional das Mulheres Negras 2015”

17h − Lançamento de livros
Coletânea Poética, obra coletiva da Ogum’s Toques Negros
InCorPoros − nuances de libido, de Nina Silva e Akins Kintê
Pretextos de Mulheres Negras, obra coletiva organizada por Elizandra Souza e Carmen Faustino
Revista Afirmativa, um projeto dos Estudantes de Jornalismo da UFRB
Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz, de Cristiane Sobral
Versos de la Diaspora/Verses from the Diaspora, de Tony Polanco-Bethancourt (Panamá/EUA)

19h – Conferência − Feminismo negro e lutas mundiais por equidade
Angela Davis
Mediação: Chaia Dechen




21h − Encontro de Saraus Negros no Festival Latinidades
Apresentação: Cristiane Sobral (DF)
Sarau Afro Mix / Quilombhoje (SP)
Sarau Apafunk (RJ)
Sarau Bem Black / Blackitude (BA)
Sarau da Cooperifa (SP)
Sarau da Kambinda (SP)
Sarau Super Nova (DF)
Sarauê (DF)
Sopapo Poético (RS)
Participação de poetisas e poetas da Diáspora Africana


26 de julho – sábado

11h-21h − Feira Preta Latinidades
14h – Oficina Vivências do Balé, com Sinara Rúbia e Ludmilla Almeida (RJ)
16h − Oficina do Coletivo Meninas Black Power (estética e beleza negras), com Élida Aquino e Fabíola Oliveira (RJ)
17h30 – Oficina Turbantes e poéticas da beleza negra, com Nina Silva (RJ) e Marlene Tello (Colômbia)
19h − Desfile: Coleção Mônica Anjos em Homenagem aos 40 anos dos Blocos Afros

19h30-2h – Show musicais
Lei di Dai (SP)
Dj Donna (DF)
Malika Tirolien (Guadalupe)
Elza Soares (RJ)
Voz Sambou (Haiti)
Homenagem ao Buena Vista Social Club com Ibrahin Ferrer Jr. (Cuba) e participação de Marina de La Riva
Divas do Jazz (Ellen Oléria, Marabeau Jazz, Indiana Nomma e Alisa Sanders)


27 de julho – domingo

11h-21h − Feira Preta Latinidades
16h – Roda de Capoeira Angola com Mestra Janja e Contramestra Cristina

18h-0h – Show musicais
Dona Martinha do Coco (DF)
Bongar (PE)
Bossa Negra – Hamilton de Holanda + Diogo Nogueira (DF/RJ)
Cris Pereira com participação de Fabiana Cozza em Canções para Carolina (homenagem à escritora Carolina Maria de Jesus)
Naná Vasconcellos (PE)
Mart’nália (RJ)

28 de julho – segunda-feira

Das 10h às 17h
Roda de Conversa, Almoço coletivo e plantio de mudas de Baobás, com Fernando Batista (PE).


FICHA TÉCNICA


Coordenação Geral e de comunicação: Jaqueline Fernandes

Coordenação de comunicação visual e audiovisual: Chaia Dechen

Coordenação de Atividades Formativas: Ana Flávia Magalhães Pinto

Assessoria da Coordenação: Débora Carvalho
Produção Artística: Alê Capone
Produção Técnica: Eli Moura

Produção Formativa: Marcela Coelho
Produção Logística: HANDHS Tecnologia, Produções, Turismo e Logística Integrada
Receptivo: Uila Gabriela
Produção de Montagem e desmontagem – Marcelo Moita Arquidesigner
Produção Backstage: Fernanda Picorelli
RH e camarins: Silvia Letícia
Produtor de Credenciamento/Coordenação de Segurança: Paulão Silva
Direção de palco: Renato Nunes
Assessoria de Imprensa: Território Cultural
Fotografia: Tatiana Reis
Filmagem: Acervo Cultne
Tradutoras e acompanhamento de palestrantes internacionais
Patrícia Hill Collins – Ana Claudia
Angela Davis – Aline Maya
Cenografia: George Pedro e Renato Aurélio Ventura
Produção Backstage: Fernanda Picorelli
RH e camarins: Silvia Letícia
Produtor de Credenciamento/Coordenação de Segurança: Paulão Silva
Direção de palco: Renato Nunes
Apresentadora: Marta Carvalho
Coordenação de Acessibilidade: Bárbara Barbosa (Babi)



Rodrigo Machado
Território Cultural - Assessoria de Comunicação
+ 55 61 33494113 (NET) ou 86542569 (Oi)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Prêmio Nobel de Literatura Nadine Gordimer morre aos 90 anos

A escritora sul-africana Nadine Gordimer, Prêmio Nobel de Literatura em 1991 e engajada na luta contra o apartheid, morreu no domingo (13), aos 90 anos.

De acordo com um comunicado da família divulgado pelo escritório de advocacia Edward Nathan Sonnerbergs, Gordimer morreu durante o sono, em sua residência em Johannesburgo, ao lado dos filhos Hugo e Oriane.

"Seu maior orgulho não foi apenas ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1991, mas também ter testemunhado (no julgamento), em 1986, ajudando a salvar o vida de 22 membros do ANC (Congresso Nacional Africano), todos acusados de traição", dizem os filhos no comunicado. "Ela se importava profundamente com a África do Sul, sua cultura, seu povo, e sua atual luta para perceber sua nova democracia".

Guillermo Arias/Associated Press
A vencedora do Prêmio Nobel Nadine Gordimer, em novembro de 2006
A vencedora do Prêmio Nobel Nadine Gordimer, em novembro de 2006
Nascida em 20 de novembro de 1923, Gordimer era filha de imigrantes judeus oriundos da Europa Oriental. Ela cresceu em um bairro rico da pequena cidade de Springs, ao leste de Johannesburgo. Sua mãe, convencida de que ela sofria de uma doença cardíaca, retirou-a da escola.

Frequentou regularmente bibliotecas e começou a escrever aos nove anos de idade. Publicou o primeiro romance aos 15 anos em uma revista local.
"Anos mais tarde, eu percebi que se eu fosse negra, eu provavelmente não me tornaria uma escritora, uma vez que as bibliotecas que eu frequentava eram proibidas a eles", disse ela ao receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1991.

Ela sempre se negou a deixar o país, mesmo nos momentos mais sombrios do apartheid, o regime de segregação racial que durou entre 1948 e 1994.

Autora de de 15 romances e inúmeros contos, teve três de seus livros censurados pelas autoridades do regime, além de uma antologia de poemas de escritores negros sul-africanos, que ela mesma havia reunido e publicado.

No livro "O Conservador", ela imagina o desconforto de um rico afrikaner que se vê com o cadáver de um de seus empregados negros nos braços. Em "July's people", de 1981, ela descreve o estado emocional de uma família branca obrigada a refugiar-se na casa de sua empregada doméstica por causa de uma revolução.

Próxima de Nelson Mandela (1918-2013), a escritora foi uma das pessoas que o líder sul-africano pediu para ver quando saiu da prisão, em 1990.
Em 1991, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura por seus romances sobre as tensões do apartheid. Na ocasião, ela foi chamada de uma das "maiores guerrilheiras da imaginação" pelo poeta irlandês Seamus Heaney (1939-2013), e de uma "magnífica escritora épica", pelo comitê do Prêmio Nobel. "Ela torna visível as condições de vida extremamente complicadas e completamente inumanas de um mundo de segregação racial", disse a secretária da Academia Sueca Sture Allen quando entregou o prêmio.

Com a introdução da democracia em 1994, Gordimer não hesitou em apontar os erros dos sucessores de Nelson Mandela no poder e falou sem piedade dos males de sua sociedade. Ela criticou o atual presidente Jacob Zuma por um projeto de lei que limitaria a publicação de informação considerada "sensível", pelo governo.

"Chamam-na lei para 'proteção da informação' –um outro jeito de dizer censura. Uma espécie de tribunal para a imprensa. Afeta também gente que escreve ficção, pois se você criar personagens que sejam parte do governo pode estar sujeito a uma condenação por supostamente revelar segredos de Estado", disse à Folha em 2012.

Ela esteve no Brasil em 2007, participando da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). O encontro foi lembrado por uma das fundadoras do evento, a inglesa Liz Calder, como um dos mais marcantes do festival. "Lembro sempre de dois momentos: Nadine Gordimer e Amós Oz (em 2007), dois grandes escritores que não só tinham muitas coisas interessantes a dizer, mas que são grandes amigos. Aquela mesa foi emocionante. Era palpável a emoção do público", disse.

Nadine Gordimer se casou duas vezes e teve um filho de cada matrimônio.

Fonte: http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/07/1485624-premio-nobel-de-literatura-sul-africana-nadine-gordimer-morre-aos-90-anos.shtml

terça-feira, 8 de julho de 2014

Nova onda de escritores africanos com olhar internacionalista

chimamanda

A escritora Chimamanda Ngozi Adichie com seu livro “Americanah” Neil Hall – 4.jun.2014/Reuters
Mais de uma década atrás, quando a jovem escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie estava tendo dificuldade em publicar seu primeiro romance, “Hibisco Roxo”, um agente lhe disse que as coisas seriam mais fáceis “se você fosse indiana”, porque os autores indianos estavam em voga. Outro sugeriu ambientar a história na América, em lugar da Nigéria. Adichie diz que não interpretou as sugestões como comentários sobre seu trabalho, mas sobre a timidez do mundo editorial quando se trata de escritores e culturas pouco conhecidos, especialmente os africanos.
Hoje em dia ela não receberia esse tipo de conselho. Escritores literários negros com raízes africanas (embora alguns tenham crescido fora da África), em sua maioria autores jovens e cosmopolitas que escrevem em inglês, estão ganhando destaque no mundo dos livros, especialmente nos Estados Unidos. Eles figuram em listas dos mais vendidos, são temas de resenhas destacadas e recebem prêmios importantes nos EUA e Reino Unido. Adichie, 36, autora de “Americanah”, que recebeu o prêmio de ficção do National Book Critics Circle (Círculo Nacional de Críticos de Livros) este ano, é participante destacada de um grupo em expansão que inclui Dinaw Mengestu, Helen Oyeyemi, NoViolet Bulawayo, Teju Cole, Yvonne Adhiambo Owuor e Taiye Selasi, entre outros.
Escritores, editores e estudiosos de literatura dizem que a boa recepção crítica atual a esses autores tem suas razões. Após anos de turbulência política e social, as mudanças positivas efetuadas em vários países africanos estão ajudando a ampliar em muito o número de autores e leitores. Prêmios literários mais novos, como o Prêmio Caine para Escrita Africana, têm ajudado, assim como as mídias sociais, a internet e os melhores programas de mestrado em Belas Artes, com programas de escrita criativa. No Workshop de Escritores do Iowa, mais de 10% dos alunos de ficção a partir do próximo setembro serão escritores negros com raízes africanas recentes. E o número de imigrantes africanos nos Estados Unidos mais que quadruplicou nas duas últimas décadas, chegando a quase 1,7 milhão.
O mundo editorial segue tendências: mulheres, escritores asiático-americanos, indianos e latinos todos foram “descobertos” e tiveram seus momentos ao sol –assim como os afro-americanos, alguns dos quais invejam a atenção que está sendo dada hoje aos escritores com vínculos mais recentes com a África.
“Antigamente as pessoas perguntavam onde estavam os escritores africanos”, disse Aminatta Forna, autora de “The Hired Man” (2013, ambientado na Croácia). “Estavam trabalhando como faxineiros e balconistas.”
Alguns escritores e críticos ironizam a ideia de se juntar num mesmo saco autores diversos com vínculos com um continente diverso. Mas outros dizem que essa onda representa algo novo por sua simples dimensão, após um longo período de seca. (Houve algumas exceções notáveis, como o Nobel de Literatura dado a Wole Soyinka em 1986 e o Prêmio Booker de 1991 recebido por Ben Okri.) E a tendência atual se distingue da onda pós-colonial, que teve início por volta dos anos 1960 e levou ao reconhecimento internacional escritores como Chinua Achebe e Nuruddin Farah, entre outros.
Adriano Vizoni – 6.jul.2012/Folhapress O escritor Teju Cole na Flip 2012
Adriano Vizoni – 6.jul.2012/Folhapress O escritor Teju Cole na Flip 2012
Há mais mulheres no grupo atual, para começar. Mais importante que isso é o fato de que as histórias relatadas, embora às vezes aconteçam na África, com frequência refletem a experiência dos autores de viver, estudar ou trabalhar em outras partes do mundo, sendo pontilhadas por referências culturais e lugares com os quais o público ocidental está familiarizado.
“Americanah”, de Adichie, narra a vida de Ifemelu e seu amante, Obinze, cujas aventuras os levam da Nigéria para a América e então para o Reino Unido. Nos Estados Unidos, Ifemelu escreve um blog muito lido sobre sua consciência racial crescente e encontra o amor com homens americanos, negros e brancos. Na Nigéria, suas amigas usam a palavra “Americanah” para ironizar suas atitudes americanizadas.
Adichie, que divide seu tempo entre os EUA e a Nigéria e comanda um workshop de redação em Lagos, já publicou três romances e um livro de contos, todos bem recebidos. Ela acumula prêmios, e este ano será lançada uma adaptação para o cinema de seu romance “Meio Sol Amarelo”, sobre a guerra do Biafra. Ela chegou a figurar numa canção de Beyoncé: “Flawless”, lançada em dezembro, sampleou vários versos sobre feminismo de uma palestra pública dada por Adichie.
O sucesso de “Meio Sol Amarelo” (2006), depois da adesão crítica a “Hibisco Roxo” (2003), contribuiu decisivamente para levar editoras a sair à procura de outros escritores africanos de talento.
A explosão de novos autores africanos é “um fenômeno assombroso”, segundo Manthia Diawara, professor de literatura comparativa e cinema na New York University. “É uma literatura que fala mais sobre ser cidadão do mundo –voltar à Europa, voltar a Lagos. Agora estamos falando de como o Ocidente se relaciona com a África, e isso liberta os escritores para criarem seus próprios mundos. Eles possuem várias identidades e falam várias línguas.”
Akintunde Akinleye – 1º.jul.2014/ReutersO escritor nigeriano vencedor do Nobel Wole Soyinka
Akintunde Akinleye – 1º.jul.2014/ReutersO escritor nigeriano vencedor do Nobel Wole Soyinka
Apesar de todos os temas diferentes e os tipos distintos de escrita, contudo, o romancista Dinaw Mengestu disse que enxerga um fio condutor. “Há uma investigação sobre o que acontece com a alma deslocada”, falou Mengestu, 36 anos, autor de “All Our Names” e ganhador do prêmio “gênio” MacArthur. Ele nasceu na Etiópia, mas deixou o país aos 2 anos de idade e cresceu no Illinois.
O romancista Okey Ndibe, 54, comentou: “Meus reflexos são moldados principalmente pela vida na Nigéria, mas tantos de meus aspectos seguem o modo americano”. Seu segundo romance, “Foreign Gods, Inc.”, trata de um nigeriano altamente instruído que vive em Nova York e ganha a vida como taxista. Ndibe, que chegou aos Estados Unidos em 1988, disse que, sendo alguém que veio de um lugar onde ser negro era a norma, ele ficou fascinado com a experiência dos negros americanos. “A vida de meu protagonista na América é tão importante quanto sua vida na Nigéria, se não mais.”
Jonathan Galassi, presidente e publisher da Farrar, Straus and Giroux, concordou que “há um internacionalismo novo, consciente de si mesmo” e um “interesse muito mais receptivo” nos EUA, também. Para ele, as coisas foram muito mais difíceis para gerações anteriores.
Mesmo assim, penetrar em um mercado novo não é fácil para todos. Alguns profissionais do mundo dos livros dizem que muitos editores literários prefeririam publicar trabalhos de autores da África a textos de afro-americanos, porque, no clima atual, os africanos são vistos como mais atraentes para ocupar algo que é visto como um “nicho negro”.
Craig Ruttle – 22.jan.2008/Associated Press O escritor Chinua Achebe, morto em março de 2013
Craig Ruttle – 22.jan.2008/Associated Press O escritor Chinua Achebe, morto em março de 2013
A jovem escritora afro-americana Marita Golden, fundadora da Hurston/Wright Foundation, que apoia escritores negros em todo o mundo, reconheceu que esses sentimentos existem, mas discorda deles.
“Os escritores negros operam dentro de uma esfera pequena, culturalmente definida”, explicou. “Esse espaço não é definido por nós; por isso, com qualquer mudança nele, as pessoas podem sentir-se vitimadas, sentir que perderam ou que estão sofrendo um déficit.”
Adichie disse que também compreende esses sentimentos. “Nos Estados Unidos, ser uma pessoa negra que não é afro-americana é visto, em certos círculos, como ser ‘o negro bom’. Ou então as pessoas dizem: ‘Você é africana, então não é revoltada’. Ou ‘você é africana, então não tem aqueles problemas todos’.”
Divulgação O escritor Ishmael Beah, de Serra Leoa
Divulgação O escritor Ishmael Beah, de Serra Leoa
As editoras tendem a discordar da ideia de que os escritores afro-americanos estejam sendo relegados a um segundo plano. “Isso é pura bobagem”, reagiu Robin Desser, vice-presidente e diretora editorial da Alfred A. Knopf e editora de Adichie. “Quando a próxima Toni Morrison chegar, posso garantir que as editoras vão enlouquecer.”
Em vista dos avanços que já fizeram e das novas raízes que plantaram, os escritores africanos dizem que já provaram que são muito mais que uma mera tendência.
“Minha esperança é que todos nos tornemos parte de um cânone, não apenas aqui, mas internacionalmente”, falou Ishmael Beah, 33, que vive nos Estados Unidos. Seu livro de memórias “Muito Longe de Casa”, de 2007, sobre a guerra civil em Serra Leoa, foi best-seller. Seu romance “Radiance of Tomorrow”, sobre o que se seguiu ao conflito, saiu este ano.
“Todos nós temos muito a dizer”, ele prosseguiu, “e sabemos que precisamos falar por nós mesmos sobre a diversidade, as dificuldades e a beleza deste continente.”
Tradução de CLARA ALLAIN
Fonte: Geledes

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Luís Cezerilo retrata questões prisionais em livro




"Um olhar para as janelas da esperança" é o título do livro lançado recentemente em Maputo. Da autoria de Luís Cezerilo e lançado sob chancela da Alcance Editores, a obra retrata o  crime, a pena e a punição, a prisão preventiva, a reincidência, as penas alternativas, a reabilitação do recluso, a segurança e a liberdade, no contexto moçambicano.
Em  216 páginas, Luís Cezerilo percorre o mundo prisional numa perspectiva de esperança, numa obra que é uma compilação de ideias sobre o sistema prisional moçambicano estruturado de forma a reconhecer as suas próprias limitações, para desenvolver e melhorar a capacidade crítica com perspectivas de novas abordagens.
Trata-se de um levantamento minucioso de questões e dados de vários estabelecimentos prisionais, realizado nos últimos anos, retratado em fotografias, gráficos e tabelas, com abordagem sobre questões de trabalho em áreas técnico-profissionais.
“A obra "Um Olhar Para as Janelas da Esperança" é um bom livro e vem contribuir para o enriquecimento das artes literárias do país. É com grande orgulho que a mcel decidiu associar-se a esta iniciativa literária, afirma o director de Marketing e Vendas da mcel, Benjamim Fernandes.
Segundo Benjamim Fernandes, a iniciativa da operadora enquadra-se nas suas acções de responsabilidade social, que têm incidido principalmente sobre as áreas do desporto, saúde, cultura, entre outras.

Luís Cezerilo, autor, diz que  a obra é uma tentativa de falar de prisões, quiçá seja a metalinguagem da própria prisão que no autor habita: "A nossa missão reside em reflectir sobre o presente, perspectivando o futuro. É óbvio que este é invisível, podendo apenas ser imaginado, mas talvez seja possível sonhar que ele está próximo", sublinhou.
A Ministra da Justiça Benvinda Levi fez a apresentação do livro tendo dito  que "o autor apresenta críticas sobre aspectos menos bons e que afectaram o Sistema Prisional, bem como aponta rumos para uma reabilitação e reinserção do condenado assente na humanização da pena".
"Trata-se de uma das raras senão pioneiras abordagens no país, sobre matérias que compõem o mundo hermético que são as questões penitenciárias e como tal, a publicação deste livro merece ser saudada e encarada como um passo importante para a superação de uma cultura penitenciária ainda bastante enraizada no nosso sistema jurídico herdado. Um sistema que elege o encarceramento como forma principal de controlo social, assente no pressuposto de que a criminalidade pode ser enfraquecida tão só com o agravamento das penas e com a severidade da execução das sanções", disse Benvinda Levi.
Fonte: http://jornaldomingo.co.mz/index.php/cultura/3785-luis-cezerilo-retrata-questoes-prisionais-em-livro

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Transplante mais brando cura anemia falciforme em estudo com adultos



Um experimento feito nos EUA com um forma menos agressiva de transplante de medula óssea para o tratamento da anemia falciforme grave em adultos teve uma taxa de sucesso de quase 90%. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (2) na revista científica "Jama".
A anemia falciforme é a doença genética com maior prevalência no Brasil. Ela atinge mais a população negra e é causada por uma alteração genética na hemoglobina, proteína que dá a coloração avermelhada ao sangue e ajuda no transporte de oxigênio pelo corpo.

Essa alteração faz com que as hemácias –glóbulos vermelhos do sangue– assumam a forma de foice. As células deformadas se tornam rígidas e dificultam a circulação sanguínea.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
O transplante é um procedimento indicado apenas para as formas mais graves da anemia falciforme –em torno de 20% dos casos– e é a única cura conhecida para a doença.
O procedimento tradicional destrói completamente a medula óssea do paciente por meio da quimioterapia para que a pessoa receba a nova medula. Apesar da alta taxa de cura (95%), é um procedimento arriscado em pacientes já comprometidos pela doença.

"É difícil prever a evolução da doença e as complicações vão se somando com a idade, o que torna o transplante arriscado para adultos", diz Belinda Simões, hematologista da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Já o novo procedimento usa doses menores de químio e imunossupressores e doses maiores de células-tronco do que a terapia tradicional.
O estudo americano durou quase dez anos e envolveu 30 pacientes adultos que tinham complicações decorrentes da doença –26 ficaram livres da doença e 1 morreu.
Simões diz que o estudo é importante porque mostra que, mesmo utilizando doses baixas de quimioterapia, é possível que uma nova medula óssea se desenvolva.
Como no experimento feito nos EUA a medula do paciente não é completamente destruída, parte dela convive com a medula do doador.
Por isso, ainda é preciso avaliar se essas medulas compartilhadas continuarão funcionando corretamente ou se a medula "doente" vai prevalecer sobre a transplantada, o que levaria ao retorno da anemia falciforme, explica Luis Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca (Instituo Nacional de Câncer).
NO SUS
O transplante para o tratamento da anemia falciforme ainda é experimental no Brasil e não é feito pelo SUS.

"Estamos esperando a portaria que regulamenta o transplante ser publicada. O último pedido foi enviado no final de 2012, mas até agora não houve nada", diz Belinda Simões. Nos EUA e na Europa o procedimento é autorizado e cerca de 1.200 transplantes já foram realizados.
No estudo americano, o número de hospitalizações dos pacientes caiu de 14 por ano (um ano antes do transplante) para 1 (três anos após ele).

"Esse dado é importante porque mostra que, apesar dos altos custos do transplante, no médio prazo há economia, com a diminuição das hospitalizações, além de melhora na qualidade de vida do paciente", diz Simões.

Bouzas também é favorável à inclusão do transplante no SUS, mas adverte que os riscos do procedimento devem ser bem avaliados.

"No caso de transplante convencional, a taxa de mortalidade no primeiro ano gira em torno de 30% a 40% dos pacientes", diz.

O Ministério da Saúde afirmou que está concluindo as análises técnicas e de impacto orçamentário para incluir o transplante de medula óssea para anemia falciforme no SUS o mais breve possível.
Fonte: Folhauol

terça-feira, 1 de julho de 2014

A Bíblia como literatura africana: o discurso religioso no olhar da igualdade racial

Por dentro da África 
Pesquisa: A BÍBLIA COMO LITERATURA AFRICANA: O Discurso Religioso no Olhar da Igualdade Racial
Autor: André da Silva Barros

O presente artigo pauta-se na Bíblia Sagrada como sendo um livro da literatura africana, uma vez compreendida a noção de que Moisés, cuja história representa a sétima parte da Bíblia, autor dos cinco primeiros livros das Escrituras, nascera e se criara em território africano. Sua formação ocorrera nos palácios do Egito, sendo que muito do que é percebido em seu Pentateuco pode ser encontrado na literatura secular da época.

A reflexão será feita a partir de informações de autores que estudaram a relação entre a Bíblia (como a Comissão Católica Internacional, o biógrafo São Jerônimo, o enciclopedista Orlando Boyer, o pastor Martin Luther King Junior, o deputado Marco Feliciano e o papa João Paulo II), os estudos culturais (Antônio Sérgio Alfredo Guimarães e Stuart Hall), a arte (Manuel de Ataíde), envolvendo o negro (Marcos Rodrigues da Silva) e a egiptologia (faraó Akhenaton, Albert Adu Boahen e Alain Quesnel), além da legislação que incentiva o estudo da Cultura Africana e das relações étnico-raciais nas escolas públicas.
Festival Ortodoxo em Lalibela – Divulgação: Holiday to Ethiopia
Festival Ortodoxo em Lalibela – Divulgação: Holiday to Ethiopia

1
. Fundamentos do discurso religioso na formação da identidade do ser humano Ver-se-á o mapeamento de personagens e contatos africanos no Antigo e no Novo Testamento, dos papas e bispos africanos do início da Igreja e suas contribuições e a relação entre artistas afrodescendentes brasileiros que usaram como tema os trechos bíblicos.

“Contudo, devo também dizer, há certas relações muito estreitas entre a diáspora negra e a diáspora judaica — por exemplo, a experiência de sofrimento e exilio, e a cultura do livramento e da redenção que resultam daí. Isto explica porque o rastafarismo usa a Bíblia, o reggae usa a Bíblia, pois ela conta a história de um povo no exilio dominado por um poder estrangeiro, distante de “casa” e do poder simbólico do mito redentor. Portanto, toda a narrativa da colônia, da escravidão e da colonização esta reinscrita na narrativa judaica. E no período da pós–emancipação, muitos escritores afro-americanos exploraram fortemente a experiência judaica como metáfora. Para as igrejas negras nos Estados Unidos, a fuga da escravidão e o livramento do “Egito” eram metáforas paralelas.” (HALL, 2003, p. 417)

O que se entende por igualdade racial? Será que socialmente existe uma raça humana que seja diferente da outra a partir do critério da cultura, do povo, da nação de cada pessoa ou grupo, ou existe como visto pela Biologia apenas uma espécie? Guimarães (2013, p. 95) responde que há esta diferença, o que depende do sentido analítico que se quer atribuir ao conceito. Para ele:
“[…] as raças são, cientificamente, uma construção social e devem ser estudadas por um ramo próprio da sociologia ou das ciências sociais, que trata das identidades sociais. Estamos, assim, no campo da cultura, e da cultura simbólica. Podemos dizer que as “raças” são efeitos de discursos; fazem parte desses discursos sobre origem (Wade 1997).

As sociedades humanas constroem discursos sobre suas origens e sobre a transmissão de essências entre gerações. Esse é o terreno próprio às identidades sociais e o seu estudo trata desses discursos sobre origem. Usando essa ideia, podemos dizer o seguinte: certos discursos falam de essências que são basicamente traços fisionômicos e qualidades morais e intelectuais; só nesse campo a ideia de raça faz sentido. O que são raças para a sociologia, portanto? São discursos sobre as origens de um grupo, que usam termos que remetem à transmissão de traços fisionômicos, qualidades morais, intelectuais, psicológicas, etc., pelo sangue (conceito fundamental para entender raças e certas essências).” (GUIMARÃES, 2013, p. 96) [grifo nosso]

Festival Ortodoxo em Lalibela – Divulgação: Holiday to Ethiopia
Festival Ortodoxo em Lalibela – Divulgação: Holiday to Ethiopia
O que faz alguém entender que os “traços fisionômicos, as qualidades morais, intelectuais, psicológicas, o sangue”, a cor de pele, a língua, o pensamento são capazes de distinguir uma espécie a ponto de se pensar pertencente a esta ou aquela raça? Como é possível, em sociedade, conhecer e respeitar o próximo, independente de sua condição ou opção sexual, racial, religiosa, cultural?

A Constituição Brasileira diz no artigo quinto que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 2013a, p. 5), bem como o Catecismo Católico:
“1935. A igualdade entre os homens diz respeito essencialmente à sua dignidade pessoal e aos direitos que daí decorrem.
Qualquer forma de discriminação nos direitos fundamentais da pessoa, seja (essa discriminação) social ou cultural, ou que se fundamente no sexo, na raça, na cor, na condição social, na língua ou na religião deve ser superada e eliminada, porque contrária ao plano de Deus.” (COMISSÃO CATÓLICA INTERNACIONAL, 2000a, p. 512)

Boyer (2013, p. 638) diz que RAÇA é“espécie, variedade, casta, classe” (De um só fez toda rhumana, At 17.26. Sois r eleita, 1 Pe 2.9). Versículos reforçam a noção de igualdade entre os homens e que condenam a acepção de pessoas, o preconceito e a consequente discriminação, inclusive atos de racismo são:
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1:27)
“Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas.” (Atos dos Apóstolos 10:34)
“Pois para com Deus não há acepção de pessoas.” (Romanos 2:11).
“Todos os homens pecaram.” (Romanos 3.23),
“Por isso em Cristo não deve existir nem judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3.28).
“Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores.” (Tiago 2:9)

Festival Ortodoxo em Lalibela – Divulgação: Holiday to Ethiopia
Festival Ortodoxo em Lalibela – Divulgação: Holiday to Ethiopia
Mas, e quando existe por detrás da formação da sociedade uma ideologia calcada no preconceito, no racismo, na desigualdade, sem respeitar os traços sociais, culturais, sexuais, de raça, de cor, de condição social, linguísticas, religiosas, como fazendo parte da identidade da pessoa? Hall diz que:
“A manutenção de identidades racializadas, étnico-culturais e religiosas, é obviamente relevante a autocompreensão dessas comunidades. O fator da “negritude” é decisivo para a identidade da terceira geração de afro-caribenhos, assim como e a fé hindu ou muçulmana para a segunda geração de certos asiáticos. Mas certamente essas comunidades não estão emparedadas em uma Tradição imutável. Assim como ocorre na maioria das diásporas, as tradições variam de acordo com a pessoa, ou mesmo dentro de uma mesma pessoa, e constantemente são revisadas e transformadas em resposta as experiências migratórias. Ha notável variação, tanto em termos de compromisso quanto de prática, entre as diferentes comunidades ou no interior das mesmas – entre as distintas nacionalidades e grupos linguísticos, no seio dos credos religiosos, entre homens e mulheres ou gerações.” (HALL, 2003, p. 66)

Hall parece propor aqui um estudo cultural sobre identidade e ainda sobre religião. Para ele, existem, dentro da identidade do homem negro, divisões a partir do fenômeno religioso, tais como o negro católico, o negro protestante e o negro rastafári ou afro-caribenho e por que não  dizer além “do católico, o negro do sincretismo, das matrizes africanas e os islâmicos” (Silva, 1987, p. 18, 19)? Isso chama a atenção para o poder que o discurso religioso possui sobre a formação da pessoa, sendo este um fator cultural determinante.

Hall (2003, passim), levando em consideração esta questão, cita trinta e nove vezes a palavra “religião”, tendo como conceito um elemento da formação cultural inerente a todo ser humano, assim como a questão étnica e linguística. Segundo ele:
“Na Jamaica, por exemplo, seus traços ainda podem ser encontrados em milhares de locais não investigados — nas congregações religiosas de todos os tipos, formais e irregulares; nas vozes marginalizadas dos pregadores e profetas populares de rua, muitos deles loucos declarados; nas histórias folclóricas e formas narrativas orais; nas ocasiões cerimoniais e ritos de passagem; na nova linguagem, na música e no ritmo da cultura popular urbana, assim como nas tradições politicas e intelectuais — no garveyismo, no “etiopismo”, nas renovações religiosas e no rastafarismo. Este, sabemos, rememorou aquele espaço mítico, a “Etiópia”, onde os reis negros governaram por mil anos, local de uma congregação cristã estabelecida séculos antes da cristianização da Europa Ocidental.

Lalibela – Unesco – Vincent L Long
Lalibela – Unesco – Vincent L Long
Mas, como movimento social, ele nasceu realmente, como sabemos, naquele “local” fatídico, mas ilocalizável mais próximo de casa, onde o retorno de Garvey encontrou a pregação do Reverendo Hibbert e os delírios de Bedward, levando ao recolhimento na comunidade rastafári, Pinnacle, e a dispersão forçada desta.” (HALL, 2003, p. 42, 43) [sic, grifo nosso]

Hall compara a religião com movimentos sociais e questões míticas (op. cit, p. 42), com traços culturais compartilhados e de aproximação e identidade (p. 66), regionais, urbano-rurais, culturais (p. 69), com etnicidade (p. 70), racismo (p. 71) discriminação, exclusão e diferenciação cultural (p. 72), com tolerância e liberdade de expressão (p. 77), identificação e pertencimento (p. 78), dissidência politica (p. 83), padrões de consumo (p. 93), conflito de gerações e o declínio da religião (p. 94), associações fenotípicas apoiadas numa deturpação da leitura bíblica (p. 192), com teóricos políticos como Marx e Gramsci (p. 295) e a luta ideológica, gerando um repertório religioso (p. 193, 269), artistas como Bob Marley (p. 194), escritores como Bakhtin que estudam a linguagem (p. 234) e enquanto reducionismo econômico (p. 305), sociedade civil (p. 317), movimento social, cultural e ideologia orgânica (p. 321) e bíblica (p. 417).

“Uma outra, inteiramente diferente, e gerada dentro dos poderosos discursos religiosos que tanto tem varrido o Caribe: a associação da luz com Deus e o espírito, e da Escuridão ou “negrume” com o Inferno, o Diabo, o pecado e a condenação. Quando eu era criança e era levado à igreja por uma das minhas avós, pensava que o apelo do pastor negro ao Todo Poderoso, “Senhor, ilumine nossa escuridão”, fosse um pedido bem específico por um pouco de assistência divina pessoal.” (Hall, 2003, p. 192)


Os estudos publicados pelo veículo Por dentro da África são voluntariamente cedidos pelos próprios pesquisadores na intenção de disseminar o conhecimento sobre muitos aspectos do continente africano.
Fonte: Geledes

Mulheres negras relatam dificuldade para encontrar maquiagem no Brasil

Nayra Oliveira, modelo, testa maquiagem para o seu tom de pele, que acaba deixando a pele mais opaca, sem brilho (Zé Carlos Barretta/Folhapress)
Uma cena fictícia: a ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante deste ano, eleita a mulher mais bonita do mundo pela revista "People" e capa da "Vogue" dos EUA deste mês, Lupita Nyong'o, vem ao Brasil e esquece seu estojo de maquiagem. Fica sem base, pó e corretivo.

Comprar os produtos por aqui não seria uma tarefa fácil. Lupita não encontraria cosméticos para sua cor nem mesmo da Lancôme, grife da qual é garota-propaganda. Lupita, aliás, é a primeira garota negra a se tornar o "rosto" da marca.

De acordo com a Lancôme, há bases para negras à venda no Brasil, mas alguns tons mais escuros são encontrados apenas no exterior.

A assistente de atendimento Jaque de Paula, 27, de São Paulo, confirma que não é fácil encontrar as bases mais escuras no Brasil, país onde 7,6% das pessoas se declaram pretos e 43,1%, pardos, de acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Por isso, muitas modelos acabam trabalhando de cara limpa. "Na maioria dos trabalhos, os maquiadores fazem uma maquiagem mais pesada no olho, passam batom e pronto", diz Nerida Cocamaro, 22.

A modelo Mari Fernanda, 35, da agência HDA, especializada em modelos negros, tem um estoque de bases desde os 20 anos. "É comum que a base fique com uma cor cinza no rosto", conta.

As modelos contam que aprenderam desde cedo a fazer misturas para encontrar o seu tom e guardam um estoque de diferentes cores.
A dificuldade é maior para encontrar bases nacionais, mais baratas. As marcas gringas que fazem parte do acervo de bases de Jaque também estão à venda no Brasil, mas o preço é maior: a base da M.A.C sai por R$ 119 e a da Make Up Forever, R$ 177. Essas duas marcas têm os maiores portfólios de cores de base.

"Fui recentemente para Nova York e me abasteci de produtos. Lá, em qualquer shopping ou farmácia tem uma prateleira de produtos só para peles negras. Não dá para comparar com as lojas daqui", diz Jaque.

Priscila Sena, 34, também modelo, diz que já não se importa com a textura ou a marca do produto. "Se vejo que tem uma base da minha cor na perfumaria, eu compro", diz. Para as meninas negras, também é mais difícil escolher a base por detalhes, como o nível de oleosidade da pele, ou por outros atributos, como a presença de protetor solar e efeito antirrugas.

MARCAS

O Boticário não possui tons mais escuros em sua linha principal, a Make B. Já a marca Quem Disse, Berenice?, do mesmo grupo e aberta há poucos anos, tem um tom que se assemelha ao da pele da atriz Lupita Nyong'o. A Natura tem um tom mais escuro na linha Aquarela.

"Essas cores não existiam no mercado até pouco tempo atrás", afirma Carolina Schomer, da Quem Disse, Berenice?, que participou do processo da criação dos tons de base da marca. Segundo ela, é comum encontrar apenas dois tons para pele negra nos portfólios das bases, e normalmente elas são de baixa cobertura.

Schomer conta que os tons mais escuros não são os que mais vendem. "Muitas meninas estão descobrindo e tendo acesso a esses produtos agora", afirma. "Essas bases vendem menos, mas a gente vê uma procura crescente."

A Avon afirma que sua linha passou por mudanças no final do ano passado e que as consumidoras podem não conhecer todas as cores ainda. "Relançamos toda a nossa linha de maquiagem pensando na pele da brasileira", afirma a assessoria da marca.

"Hoje em dia está mais fácil de achar base na cor certa. Eu uso duas marcas: uma que vende na farmácia, mais barata, e outra que comprei no shopping", diz Élida Aquino, 22, uma das autoras do blog Meninas Black Power.

Ela ressalta, porém, que, para meninas com a pele mais escura, a procura ainda é árdua. "Mas as coisas estão melhorando", diz.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/07/1479002-mulheres-negras-relatam-dificuldade-para-encontrar-maquiagem-no-brasil.shtml

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...