quinta-feira, 28 de abril de 2016

Primeiros do Brasil a disputar Olimpíada no badminton saíram de favelas do Rio

O Brasil definiu nesta quinta-feira (28) os dois atletas que irão representar o país nos Jogos Olímpicos pela primeira vez no badminton. E ambos saíram de um mesmo projeto social, na favela da Chacrinha, zona oeste do Rio.
Ygor Coelho, na simples masculina, e Lohaynny Vicente, na simples feminina, ambos de 19 anos, serão os primeiros atletas do badminton do Brasil a disputarem o megaevento esportivo. Os dois foram confirmados nesta quinta pela Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), em entrevista em Campinas (SP).
Ygor é filho de Sebastião Dias de Oliveira, 50, fundador (em 1998) do projeto social que revelou os, agora, dois atletas olímpicos do Brasil. Lohaynny morava na favela do Chapadão (de onde saiu após o pai ter sido assassinado –chefiava o tráfico) antes de ir ao encontro de outra comunidade no Rio.
Atualmente, a Associação Miratus de Badminton tem atletas no topo de quase todos os rankings nacionais e já conquistou mais de 60 medalhas internacionais. O projeto tem 16 atletas beneficiados pela bolsa-atleta federal.
"Ser o primeiro brasileiro a disputar os Jogos Olímpicos no badminton é fantástico. Tudo o que eu abri mão durante quatro anos valeu a pena. Morei sozinho, deixei minha família, amigos em busca de um sonho. Estou orgulhoso e mais ainda por ter conseguido a vaga pelo ranking, sem precisar do convite pelo fato de o Brasil ser o país sede. Devo muito ao meu pai, que sempre me apoiou, e ao técnico Marco Vasconcelos, que me treinou e com ele tive grandes resultados", afirmou Ygor nesta quinta.
João Pires/Foto Jump/Divulgação
Ygor Coelho será o primeiro atleta do badminton do Brasil a disputar os Jogos Olímpicos
Ygor Coelho será o primeiro atleta do badminton do Brasil a disputar os Jogos Olímpicos
Eu não esperava me classificar. A confirmação da vaga veio no último minuto. Ser a primeira atleta do Brasil a participar dos Jogos Olímpicos no badminton é uma emoção muito grande. Agora vem a expectativa do começo dos Jogos Olímpicos e a realização do sonho de todo atleta", disse Lohaynny, que disputou a vaga olímpica com Fabiana Silva.Por ser o país sede dos Jogos, o Brasil ganhou o direito de ter um representante na simples masculina e outro na simples feminina. Mas, hoje, Ygor é o 62º no ranking mundial e 29º no ranking olímpico. Lohaynny é a 67ª no ranking mundial e a 35ª no ranking olímpico. Ao todo, 76 atletas vão disputar as chaves de simples nos Jogos do Rio, sendo 38 no masculino e 38 no feminino.
"É uma satisfação muito grande participarmos pela primeira vez dos Jogos Olímpicos classificados pelo ranking, sem precisar do convite. O Brasil vai jogar a competição não porque é sede, mas porque tem competência e foi melhor do que outros. Jogaríamos os Jogos Olímpicos mesmo que fosse em outro país. É uma meta que tínhamos e cumprimos", declarou o superintendente de gestão esportiva da CBBd, José Roberto Santini Campos.
O período de classificação olímpica se encerra neste domingo (1º de maio). No dia 5 de maio, a Federação Mundial de Badminton (BWF) divulga o ranking final dos atletas classificados para os Jogos Olímpicos.
Ygor e Lohaynny terão alguns dias de férias e se representam em 16 de maio. A preparação terá início no Centro de Treinamento em Campinas. No fim de maio, Ygor vai para a Dinamarca e Lohaynny e o técnico Marco Vasconcelos vão para a Ilha da Madeira, em Portugal. No dia 5 de junho, Ygor se junta aos dois em Portugal até o dia 23 de junho. De lá, os três partem para os Estados Unidos e Canadá para a disputa de duas competições. Logo depois, voltam para a fase final de treinamentos em Campinas até a entrada na Vila Olímpica em 4 de agosto.
João Pires/Foto Jump/Divulgação
Lohaynny Vicente será a primeira atleta do badminton do Brasil a disputar os Jogos Olímpicos
Lohaynny Vicente será a primeira atleta do badminton do Brasil a disputar os Jogos Olímpicos



1º medalhista olímpico do atletismo brasileiro: José Telles

Divulgação José Telles da Conceição, nascido em 23 de maio de 1931 no bairro do Méier, Rio de Janeiro, conquistou a primeira medalha olímpica do atletismo brasileiro, quando levou o bronze no salto em altura, em Helsinque, em 1952.
De família humilde (seus pais vieram de Santo Amaro da Purificação – BA), o grande sonho de Telles quando criança era ser engenheiro. Mas foi no atletismo que construiu sua carreira e marcou a história do atletismo brasileiro como o primeiro nome da modalidade a subir no pódio olímpico.
A sua carreira começou ainda no período escolar, onde em uma competição de atletismo venceu quase todas as provas que disputou e, por ironia do destino, só não ganhou a prova de salto em altura.
Após esse excelente desempenho, foi convidado para treinar no Vasco em 1946, aos 15 anos de idade, e ganhou destaque no clube logo que chegou, no salto em altura e nas provas de pista. Os excelentes aparelhos que ficavam na antiga pista localizada no entorno do campo em São Januário, fez Telles descobrir também que era versátil. Tal característica o fez tornar-se um grande atleta de pentatlo.
Porém, apesar do talento e do excelente porte físico, José Telles não gostava de treinar, o que prejudicava o seu desempenho. Isso foi determinante em sua saída do Vasco, já que o clube matinha um controle rígido de seus atletas. Essa saída não agradou a Telles, que então foi treinar no clube rival, o Flamengo. Lá ganhou o apelido de “homem-equipe”, por causa do grande número de provas em que competia e vencia.
Telles tinha tanto velocidade horizontal quanto vertical. Corria 100 metros, 200 metros, fazia 110 metros com barreira, salto em distância, salto triplo, salto em altura e encarava até o decatlo.
Nos anos 1950, a técnica do salto em altura era diferente, era feito de frente e as pernas iam antes do tronco (salto tesoura), um estilo considerado rudimentar. E foi com esse salto que Telles consagrou-se e escreveu seu nome na história dos esportes olímpicos e do atletismo brasileiro.
Nos Jogos Olímpicos de Helsinque (Finlândia), em 1952, ele saltou 1,98m na primeira tentativa e ganhou a medalha de bronze para o Brasil. Foi uma marca excepcional para a época, homologada como o novo recorde sul-americano. O sueco Gosta Svenson igualou a marca 1,98m, mas na terceira tentativa, perdendo a medalha para o brasileiro. O ouro ficou com o americano Walt Davis com 2,04m e a prata com outro americano, Ken Wiesner com 2,01m.
Aos 21 anos, José Telles conquistou a primeira medalha olímpica do atletismo brasileiro, feito que foi ofuscado pela medalha de ouro conquistada por Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo, que lhe conferiu os recordes olímpico e mundial.
Em 1954, Telles alcançou a marca de 2 metros no salto em altura, em São Paulo, estabelecendo um recorde nacional que foi superando somente 19 anos depois, quando Irajá Chedid Cecy saltou 2,01m, em Brasília. Ainda em 1954, Telles recebeu o troféu Helms, um dos mais importantes prêmios esportivos da época, como melhor atleta da América do Sul.
Em 1955, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, Telles ganhou medalhas tanto nos 200 metros quanto no salto em altura, ambas de bronze. Em 1956, nos Jogos Olímpicos de Melbourne (Austrália), foi finalista dos 200 metros e chegou em 6° lugar.
José Telles ainda jogou basquete e futebol, comprovando suas qualidades de atleta completo, e chegou a participar das Olimpíadas de Roma em 1960. Em 1963, na abertura dos Jogos Pan-americanos de São Paulo, carregou a tocha e foi o responsável pelo acendimento da pira pan-americana.
Telles transformou-se no maior recordista do atletismo nacional, estabelecendo 21 recordes em cinco provas diferentes. Terminou a sua carreira em 1966 e então passou a atuar como consultor da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
O primeiro medalhista do atletismo brasileiro morreu em 18 de outubro de 1974, assassinado a tiros dentro de seu carro, em uma praia do Rio de Janeiro.
Em sua homenagem, a CBAt instituiu a medalha Medalha José Telles da Conceição. Essa medalha é concedida aos atletas que subiram ao pódio em competições mundiais. A primeira medalha foi entregue à Telles, que deu nome ao prêmio, sendo representado pela viúva, Dona Cely.
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Os dados para essa matéria foram levantados de vários sítios eletrônicos relevantes, porém foi encontrado um documentário (De Olaria a Helsinque, a história de um salto) produzido pelo canal esportivo ESPN, onde existem alguns dados conflitantes, como data e local de nascimento, primeiras competições, entre outros. 
Mateus Santana
Fonte: Fundação Cultural Palmares


Arena Conta Zumbi - Florianópolis 2013

Fonte;https://www.youtube.com/watch?v=ceVlZlad1ik

terça-feira, 12 de abril de 2016

Calendário Internacional da Cultura Negra - Abril



Dia 01- Acontece o Primeiro Festival Mundial das Artes Negras. Dakar/Senegal (1966).
- Criação do Partido dos Panteras Negras. EUA (1967).
Dia 04- Morre Marthin Luther King, ativista e Prêmio Nobel da Paz, assassinado minutos antes de uma marcha em favor dos direitos dos negros. Memphis/EUA (1968).
Dia 05- Nasce Vicente Ferreira Pastinha, o “Mestre Pastinha”, capoeirista e ícone da cultura afro-brasileira. Salvador/BA (1889).
Dia 25- Criado o bloco afro Olodum. Salvador/BA (1979).
Dia 26- Nasce Benedita Silva, primeira mulher negra a ocupar um cargo de governadora. Praia do Pinto/RJ (1942).
Fonte: FCP

Donga, um dos inventores do samba



O samba surgiu como criação coletiva, nas reuniões que se davam na casa das Tias Baianas, que residiam na Cidade Nova, bairro carioca. Suas casas funcionavam como espaços culturais que ligavam aqueles que migraram da Bahia para a capital da República (em geral negros/as alforriados/as e outros que participaram daGuerra de Canudos) ao que tinha sido deixado para trás.
Suas casas abrigavam terreiros de candomblés e batuques, e para lá iam pessoas atrás de bênçãos e festas. Entre as mais famosas estavam Tia Ciata, Tia Presciliana de Santo Amaro, Tia Gracinda e Tia Verdiana. Entre as inúmeras pessoas que passaram por lá estavam também os responsáveis pelo criação do ritmo que se tornou o maior expoente da música brasileira, como João da Baiana, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Sinhô e Donga.
Ernesto Joaquim Maria dos Santos, seu nome de batismo, era filho de Pedro Joaquim Maria e Amélia Silvana de Araújo, e teve oito irmãos. O pai era pedreiro e tocava bombardino nas horas vagas. A mãe era uma das famosas Tias Baianas. Tia Amélia gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas em sua residência.
Vivendo em ambientes cercado de música e festividades, começou a tocar cavaquinho aos 14 anos, observando Mário Cavaquinho, e pouco depois aprendeu a tocar violão, estudando com Quincas Laranjeiras.
Donga, assim como os colegas, era assíduo frequentador da casa de Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata. Foi exatamente no quintal de Tia Ciata e pelas cordas do violão de Donga que foi composto aquele que é hoje considerado o primeiro de todos os sambas. Pelo telefone foi escrita em parceria com Mauro de Almeida e gravada no ano de 1917.
Em 1919, monta com Pixinguinha e outros seis músicos o grupo Os oito batutas, que saiu em excursão pela Europa no ano de 1922. Nessa mesma década, Donga voltaria a fazer um giro pelo Velho continente, agora como integrante do grupo Carlito Jazz.
Ainda com Pixinguinha, criou os grupos Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, que gravou para o seloParlophon nos anos 1920 e 1930, Guarda Velha e Diabos do Céu.
Em 1940, foi escolhido entre os mais representativos artistas nacionais pelo maestro Heitor Villa-Lobos para participar das gravações, a bordo do navio Uruguai, do disco Native Brazilian Music, do também maestro Leopold Stokowski. Além dele também participaram Cartola, Pixinguinha, João da Baiana e Zé Espinguela. Donga gravou nove composições em vários estilos (sambas, toadas, lundus e toques de macumba).
Já na segunda metade do século XX, Donga volta a se apresentar com o grupo Guarda Velha, a convite do cantor e radialista, Almirante.
Ficou viúvo em 1951, após a morte de sua primeira esposa Zaira Cavalcanti, mãe de sua única filha, Lígia. Dois anos depois, volta a casar-se, agora com Maria das Dores Santos Conceição (a Vó Maria) e vai morar no bairro de Aldeia Campista, para onde se retirara como oficial de justiça aposentado, local que se tornou ponto de encontro de grandes nomes da música popular brasileira, entre eles Pixinguinha, Xangô da Mangueira, Aniceto do Império, Walter Rosa, Jorginho Peçanha, Jacob do Bandolim, João da Baiana, Ney Lopes e os iniciantes Martinho da Vila, Clara Nunes, João Nogueira, entre outros.
Doente e quase cego, viveu seus últimos dias noRetiro dos Artistas, falecendo em 1974.
As criações mais conhecidas de Donga, além de Pelo telefone são Passarinho bateu asasBambo-bambaCantiga de festaMacumba de OxóssiMacumba de IansãSeu Mané Luís e Ranchinho desfeito.
Fonte: FCP

Briga expõe tensão entre casal Bill e Hillary Clinton e eleitorado negro

A pré-candidata democrata Hillary Clinton participa de discussão sobre a violência provocada por armas
Kena Betancur/AFP
A pré-candidata democrata Hillary Clinton participa de discussão sobre a violência
 provocada por armas

Uma discussão de 15 minutos entre Bill Clinton e dois integrantes do movimento Black Lives Matter roubou os holofotes de um evento da pré-candidatura de sua mulher, Hillary, à Casa Branca. De quebra, trouxe à tona uma relação de amor e ódio de 25 anos entre o casal Clinton e o eleitorado afro-americano.
As duas faces da moeda:

1) Negros odeiam os Clinton. Em 1996, a então primeira-dama culpou jovens "superpredadores" pelo aumento da criminalidade, e muitos viram cunho racial no termo.

Quando presidente, Bill Clinton aprovou uma regulamentação que expandiu a pena de morte e endureceu punições. Para críticos, a comunidade negra levou a pior —hoje, há seis negros para cada branco preso no país.

2) Negros amam os Clinton. Deram mais de 80% dos votos a Hillary nas prévias democratas, em Estados sulistas como Virginia e Alabama.

A simpatia vem de longe. Na campanha de 1992 contra George Bush pai, Bill tocou saxofone na TV no programa do ícone negro Arsenio Hall.

Era o "cara" que faria os EUA "transcenderem a divisão racial", dizia o "New York Times". Em seus dois mandatos, a renda dos lares afro-americanas subiu 25%, o dobro da média nacional.

No escândalo com Monica Lewinsky, ganhou apoio de Toni Morrison, a primeira negra a ganhar um Nobel de Literatura, que o descreveu como "primeiro presidente negro dos EUA". "Clinton exibia os traços de negritude: filho de mãe solteira nascido pobre, um garoto do Arkansas que amava 'junk-food'."

De volta a 2016: numa eleição na qual o voto negro pode ser decisivo, Bill brigou, na semana passada, com ativistas do Black Lives Matter ("vidas negras importam"), na Filadélfia, reagindo a um cartaz sobre os "superpredadores". "Não sei como vocês caracterizariam líderes de gangues que viciavam crianças de 13 anos em crack e as soltavam na rua para matar outros afro-americanos."

Em artigo, a cofundadora do Black Lives Matter Alicia Garza chamou de "vergonhosa" a tentativa "de atrair eleitores brancos que poderiam migrar [para a oposição].

O professor da Universidade Princeton Paul Frymer disse à Folha não esperar que Hillary saia prejudicada. "Não há outro candidato, e incluo [o senador democrata] Bernie Sanders, visto pelos negros como alternativa melhor em direitos civis."

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE NOVA YORK
Fonte: Folhauol

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...