quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Personalidades Negras – Sueli Carneiro


Sueli Carneiro é doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra – primeira organização negra e feminista independente de São Paulo. Teórica da questão da mulher negra criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde física e mental específico para mulheres negras, onde mais de trinta mulheres são atendidas semanalmente por psicólogos e assistentes sociais.
Em 1988 foi convidada a integrar o Conselho Nacional da Condição Feminina, em Brasília. Após denúncias de um grupo de cantores de rap da cidade de São Paulo, que queriam proteção porque eram vítimas frequentes de agressão policial. Ela decidiu criar em 1992 um plano específico para a juventude negra, o Projeto Rappers, onde os jovens são agentes de denúncia e também multiplicadores da consciência de cidadania dos demais jovens.
A filósofa também é autora da obra Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil que traz uma abordagem crítica dos comportamentos humanos e apresenta os principais avanços na superação das desigualdades criadas pela prática da discriminação racial – indicadores sociais, mercado de trabalho, consciência negra, cotas, miscigenação racial no Brasil, racismo no universo infantil, obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas públicas do País, entre outros.
Fonte: FCP

Minha história em Copas é algo frustrante, diz Essien, astro de Gana


Bicampeão francês e inglês, vencedor da Liga dos Campeões da Europa e quatro vezes indicado ao prêmio de melhor jogador africano, o volante Michael Essien, 31, tem uma grande frustração.

Sua única participação em Copas do Mundo, em 2006, terminou sem ele em campo. O meia estava suspenso na derrota para o Brasil que tirou Gana nas oitavas de final.

Quatro anos depois, uma lesão no joelho impediu que o volante ajudasse seu time na repetição da melhor campanha africana na histórias dos Mundiais -as quartas.

A partir de junho, o jogador do Milan terá provavelmente sua última chance para não encerrar a carreira com a pior das imagens da competição. "Copa do Mundo é algo frustrante para mim."

Daniele Mascolo/Efe
Essien durante jogo do Milan pelo Campeonato Italiano
Essien durante jogo do Milan pelo Campeonato Italiano

Folha - Gana fez a melhor campanha da sua história em 2010, quando foi até as quartas de final. O time atual é mais forte que aquele?
Michael Essien - Não vou falar que é melhor ou pior, mas o que posso dizer é que esse é um time mais experiente, o que é bom para Gana. Estamos quatro anos mais maduros e temos jogadores que já jogaram mais de uma Copa do Mundo. Isso irá nos ajudar muito.

Você ficou fora da Copa de 2010 por lesão. Onde estava na partida contra o Uruguai? Como recebeu a eliminação?
Vi a partida da minha casa em Londres. Estávamos tão perto e deixamos escapar por causa daquela jogada de handebol [Luis Suárez impediu com a mão o gol da classificação ganense] e o pênalti perdido. Jogamos bem, fomos muito competitivos e merecíamos ir às semifinais.

Qual você imagina que seria o efeito de uma classificação africana para as semifinais?
Com certeza seria uma grande arrancada para o futebol africano. Mas estamos bem preparados para alcançar agora o objetivo do qual ficamos tão perto em 2010. Se uma seleção africana ficar entre as quatro melhores não será um grande choque. As pessoas já estão esperando isso de nós.

Você não tem muita sorte em Copas. Além de se machucar em 2010, ficou fora da eliminação de Gana em 2006 por estar suspenso. Essa é a maior frustração da sua carreira?
Não vejo como má sorte, mas Copa do Mundo é algo frustrante para mim. Sei que estar machucado em 2010 faz parte do jogo. Também é normal estar suspenso por cartões. O time sempre foi bem quando ficou sem mim. Tudo isso é muito frustrante, mas sei que o futebol é assim.

Ao contrário da maioria das seleções africanas, Gana é treinada por um técnico local. Que diferença isso faz?
Cada treinador tem seus pontos fortes e suas ideias. Desde que leve seu time à vitória, não importa se ele é africano, europeu ou sul-americano. Nigéria e Egito são bons exemplos de equipes que venceram a Copa Africana de Nações com técnicos africanos porque o treinador e os jogadores conseguiram se unir e trabalhar juntos.

O sorteio da Copa não foi muito generoso com vocês. Dá para acreditar na classificação?
Realmente foi um sorteio difícil. Todas as quatro seleções têm chances reais de se classificar. Não teremos nenhum jogo fácil na Copa do Mundo e temos que estar prontos para isso.

O que será pior de enfrentar: o jogo coletivo da Alemanha ou Cristiano Ronaldo?
Será igualmente difícil enfrentar todos os adversários do Grupo G. Nunca achamos um rival mais fraco. Vamos nos preparar bem para Alemanha, Portugal e Estados Unidos e jogaremos nosso máximo contra todos eles para alcançar nosso objetivo.

E qual é esse objetivo?
O primeiro é fazer uma boa estreia [contra os EUA, 16 de junho] para irmos confiantes para as outras partidas. A principal meta é passar da primeira fase e aí sim vamos pensar no que vem pela frente. Esses são os nossos objetivos principais para chegarmos o mais longe que pudermos.

Quem vence a Copa?
É difícil escolher um só. São quatro ou cinco times que podem vencer a Copa. Coloco entre os favoritos a Espanha, que defende o título de 2010, e o anfitrião Brasil. Talvez tenha chegado a hora de um africano. Quem sabe?
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2014/02/1418413-minha-historia-em-copas-e-algo-frustrante-diz-essien-astro-de-gana.shtml

Embaixador brasileiro vê futuro promissor para Guiné-Bissau


Antonio Patriota disse que a realização de eleições livres e justas é essencial para isso; ele afirmou que país africano, "irmão do Brasil", tem condições de ser uma nação estável, democrática e com boas instituições.
Antonio Patriota discursa no Conselho de Segurança. Foto: ONU/JC McIlwaine
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O embaixador do Brasil junto à ONU, Antonio Patriota, disse que vê um futuro promissor para a Guiné-Bissau e que o passo essencial para que isso aconteça é a realização de eleições gerais livres, justas e democráticas.
Patriota, que é o presidente da Comissão para Consolidação da Paz no país, fez a declaração em pronunciamento esta quarta-feira no Conselho de Segurança.
Eleições
Em entrevista à Rádio ONU, logo depois do discurso em Nova York, ele falou um pouco mais sobre as eleições.
"Nós esperamos que esse último atraso para 13 de abril seja o último e que elas possam ser realizadas. Mas a partir da constituição de um governo legítimo, do restabelecimento da ordem e com o apoio da ONU, o país africano e irmão do Brasil tem condições de ser uma nação estável, com boas instituições e democrático."
O embaixador brasileiro disse que a Guiné-Bissau tem a possibilidade de aproveitar o potencial econômico em benefício de uma população que é relativamente pequena.
Potencial
Para ele, o país tem um grande potencial agrícola e não há razão para importar alimentos. Patriota citou ainda o potencial dos setores de pesca e de  turismo e a riqueza mineral da Guiné-Bissau.
No pronunciamento, Patriota propôs três objetivos realizáveis para o país. O primeiro deles é que o novo governo exerça seu mandato de uma maneira eficaz e que passe o poder para um outro governo democraticamente eleito.
No plano econômico-social, o embaixador brasileiro afirmou ser importante que todos trabalhem para a melhora dos indicadores do país em todos os aspectos, inclusive de educação, saúde, segurança alimentar e  desenvolvimento rural.
Militares
Em terceiro lugar, Patriota falou sobre a importância da reforma e da modernização do sistema de defesa e segurança do país. Ele falou sobre o papel dos militares.
"Os militares asseguram a defesa, a segurança do país, mas não se envolvem em política. Protegem os governantes democraticamente eleitos e assim, contribuem para um desenvolvimento que também represente uma evolução positiva do ponto de vista das instituições e da plena cidadania da população de Guiné-Bissau."
Progresso
No debate no Conselho de Segurança sobre os progressos no processo de estabilização da Guiné-Bissau, o representante do Secretário-Geral para o país, José Ramos Horta,
José Ramos Horta discursa por videoconferência da Guiné-Bissau. Foto: ONU/JC McIlwaine
considerou um recorde "surpreendente e impressionante" o desfecho do recenseamento para as eleições marcadas para 13 de abril.
Discursando em inglês de Bissau, por videoconferência, Ramos Horta disse que os dados provisórios apontam para o registro de mais de 770 mil pessoas que correspondem a pelo menos 95% dos eleitores.
O representante afirmou que estão criadas as condições técnicas para a votação e que eles não devem considerar mais nenhum adiamento. Horta pediu uma resposta robusta do Conselho para tentativas de minar as eleições gerais na Guiné-Bissau.
Fonte: radioonu

Cientistas da ONU fazem expedição a vulcão na RD Congo


Helicóptero aterrou em Nyamuragira, um dos vulcões mais ativos em África; equipa da Monusco procura saber quais são as probabilidades de erupção e o volume de magma que poderia subir para a superfície.
A equipa recolheu amostras de pedras e de gás. Foto: UN Photo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Um helicóptero da Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, aterrou recentemente no topo do vulcão Nyamuragira, um dos mais ativos de África.
A expedição revela uma faceta diferente do trabalho da missão de paz. Com a meta de proteger os civis congoleses, a equipa de cientistas foi entender se está a ocorrer o aumento do volume de magma na superfície do vulcão.
Desastre Natural
Além disso, o grupo pretende avaliar as probabilidades da sua erupção. Os cientistas também foram para o Monte Nyiragongo que juntamente com Nyamuragira é responsável pela maioria das erupções vulcânicas no continente.
O cientista que lídera o estudo, Dario Tedesco, afirmou que caso os dois vulcões entrassem em erupção ao mesmo tempo, o mundo poderia ver um dos desastres naturais mais dramáticos da história recente.
Gás Letal
Os cientistas estão preocupados com os perigos para a cidade de Goma e para o Lago Kivu, que concentra dióxido de carbono e metano. Caso Nyamuragira entre em erupção, existe a possibilidade de surgir uma nuvem de gás letal na área.
A Monusco trabalha com as autoridades locais para criar um plano de contigência, para a eventualidade de a área precisar de ser rapidamente evacuada. Em 2002, a erupção de Nyiragongo destruiu 14 mil casas em Goma e forçou 350 mil pessoas a deixar a área.
Por isso, as Nações Unidas e a União Europeia estão a ajudar a aumentar a capacidade técnica e científica dos pesquisadores locais. A expedição da ONU foi realizada com a Universidade Segunda de Nápoles e com o Observatório Vulcânico de Goma.
A equipa recolheu amostras de pedras e de gás, que devem ser analisadas na Itália.
Fonte: radioonu

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Poesia africana




YOLANDA MARAZZO
Yolanda Marazzo Lopes da Silva, poeta e escritora de língua portuguesa, nasceu em São Vicente, Cabo Verde, África, em 1926. Deixou Angola em 1975 na sequência da descolonização e reside hoje em Lisboa. • Colaborou na Claridade, Cabo Verde.

BARCOS
"Nha terra é quel piquinino
É São Vicente é que di meu"
Nas praias
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Fantasmas
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio...
A embarcação
Para o mar!
É para o mar!...
E o pobre barco
O barco triste
Cansado e frio
Não se moveu...

CONTRASTE

A minha alma trema em tuas mãos
debruçada na varanda desta tarde

Silêncio da cor em teus contornos
o adeus do mar dentro de mim

Para além do ilhéu dos pássaros da ilha
o sol morre aos poucos devagar

A minha alma treme em tuas mãos
debruçada na varanda desta tarde

Vejo os barcos ao longe na baía
as lanchas negras dos trabalhadores
a torre da capitania ao lusco-fusco

Lentamente uma a uma na cidade
vão acendendo as luzes da cidade

Na fábrica de bolacha do Matos
na padaria do Jonas depois

Só no cemitério ao lado é tudo escuro...

Branqueiam ainda as campas dos mortos
e os nomes vou ler à hora do sol
mas agora fazem medo à minha infância
Em casa dos meus vizinho perto
          nh´ugénia de Sena e nhã Nê Grande
         acenderam os candeeiros de petróleo
(Cambambe, 1969)

DERROCADA

A asa de um morcego transparente
e no canto um olho descaído
de pestanas longas espreitando
o ácido viscoso da loucura
escorrendo pelos telhados do mundo

Viajante incansável do pasmo
no silêncio das órbitas vagabundas
dos mares-mortos delírio-espasmo
do cansaço mole das brisas vazias
que do nada se afirmam nas florestas
do ódio de gigantes e anões liliputianos

Blocos monolíticos tristes quedos
imagens-desespero cancerosos
miasmas-visco cobras moribundas
agonizando em convulsões de magma
lanças setas envenenadas dirigidas
ao coração das virgens e crianças

Sombra parda pálida acutilante
teu vulto de insônia transparente
bóia nas trevas flutuantes
da noite dos espiões pelas estradas
das feras que matam as ovelhas
e apunhalam pastores no caminho

Sombra feroz invernal medonha
destroços e cadáveres pútridos
sugando o seio das madonas
e acalentando monstros nas cavernas
pelas horas taciturnas do medo dos teus passos.
(Luanda, 1977)

Militantes islâmicos matam 29 alunos em internato na Nigéria


Reuters/TL
Homens armados do grupo islamita Boko Haram invadiram um colégio interno no nordeste da Nigéria durante a noite e mataram 29 alunos, dos quais muitos morreram queimados enquanto a escola era consumida pelo fogo, informaram a polícia e os militares nesta terça-feira.

"Alguns dos corpos dos estudantes foram reduzidos a cinzas", disse o comissário de polícia Sanusi Rufai ao falar sobre o ataque ao colégio federal Buni Yadi, uma escola secundária localizada próxima à capital do Estado de Yobe, Damaturu.

Todos os mortos eram meninos. As meninas saíram ilesas, afirmou Rufai.
Os islamitas, cuja luta pela formação de um Estado islâmico no norte da Nigéria já matou milhares de pessoas e se tornou a maior ameaça de segurança no principal produtor de petróleo da África, têm vitimado cada vez mais a população civil.

O Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é pecaminosa" na língua Hausa usada no norte, possui um histórico de ataques a escolas. Um ataque similar na vila de Mamundo, em junho passado, deixou 22 estudantes mortos.

Mais de 200 pessoas foram mortas em dois ataques na semana passada, quando militantes arrasaram uma vila inteira e atiraram nos moradores em pânico que tentavam fugir.

Um porta-voz dos militares para o Estado de Yobe, capitão Lazarus Eli, confirmou o ataque e disse que "nossos homens estão lá em perseguição aos assassinos."

Os militares fecharam a faixa norte da fronteira com Camarões no fim de semana. Os insurgentes ocupam sobretudo a área montanhosa e remota de Gwoza, de onde atacam os civis que acusam ser a favor do governo. Eles também começaram a sequestrar várias meninas.
Fonte: http://www.midiamax.com.br/noticias/897854-militantes+islamicos+matam+29+alunos+internato+nigeria.html#.UwyuZo7QrtQ

Enfermeiro de 34 anos passa em 1º lugar no curso mais concorrido da USP


José Bonato
Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)
  • José Bonato/UOL
    O enfermeiro Cleidileno Teixeira Silveira foi aprovado em primeiro lugar no curso de medicina da USP de Ribeirão Preto (SP)
    O enfermeiro Cleidileno Teixeira Silveira foi aprovado em primeiro lugar no curso de medicina da USP de Ribeirão Preto (SP)
Filho de um ex-vendedor de alho em Santo André, no ABC Paulista, o enfermeiro Cleidileno Teixeira Silveira abandonou dois empregos em 2013, nos quais ganhava cerca de R$ 7.000, para tentar, aos 34 anos, realizar o sonho de ser médico. Em janeiro deste ano, descobriu que passou em primeiro lugar no curso de medicina da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto (313 km da capital).
Com 62,91 candidatos para cada vaga, o curso em que Cleidileno foi aprovado era o mais concorrido da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) 2014, que seleciona alunos para a USP e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 
"Eu entrei em estado de choque quando me contaram, não conseguia juntar as palavras e cheguei a ficar sem dormir algumas noites", afirmou. O enfermeiro, que possui mestrado, dava aulas em faculdades e trabalhava na seção administrativa do hospital A. C. Camargo, que cuida de pacientes com câncer, área na qual pretende futuramente se especializar como médico.
  • José Bonato/UOL
    O enfermeiro Cleidileno Teixeira Silveira com a família em Ribeirão Preto, onde vai cursar medicina na USP
O futuro "doutor" disputou uma das cem vagas oferecidas em Ribeirão Preto com outros 62 concorrentes. Na primeira fase, acertou 70 dos 90 testes. Nas duas etapas do processo seletivo, obteve 851,7 dos mil pontos possíveis, segundo a Fuvest.
Silveira ajudou o pai a vender alho pelas ruas de Santo André e sempre estudou em escolas públicas. Ele diz que foi chamado de "louco" quando resolveu trocar a estabilidade profissional pelo banco do cursinho.
De segunda a sexta-feira, estudava cinco horas e meia por dia. No final de semana, dedicava 11 horas às apostilas "para tentar nivelar" com os colegas do curso pré-vestibular Anglo que iam prestar medicina, a maioria deles egressos de escolas particulares.
A primeira vez que Silveira tentou uma vaga em medicina foi em 1999. "Mas como trabalhava e estudava à noite, o resultado ficou muito aquém do que eu esperava", disse. Naquele ano, acabou ingressando em enfermagem na USP.
Poupança
O enfermeiro afirma que decidiu levar adiante o sonho de cursar medicina quando soube que uma prima, moradora de Juiz de Fora (MG), havia se formado médica pelo sistema de cotas. A decisão aconteceu em setembro de 2012.
Ele conta que tinha um "pé-de-meia" suficiente para cursar três anos de cursinho sem trabalhar. "Não esperava passar logo no primeiro ano." Além da USP, o candidato conseguiu vaga em outras quatro faculdades.
Com o dinheiro que sobrou, Silveira alugou uma quitinete na avenida do Café, em Ribeirão, pela qual se chega à entrada da USP.
No último final de semana, o enfermeiro recebeu a visita do pai, Antonio, 60, da mãe, Solange, e da irmã, Regiane, também enfermeira. "Estamos muito orgulhosos dele", falou o pai.
Silveira gostou da nova cidade. "Pretendo agora estudar bastante, também curtir a vida e voltar a treinar futebol", diz o enfermeiro, que jogou como lateral-esquerdo no Santo André, aos 12 anos, e no Rio Branco, aos 17 anos.

Participante do BBB diz que se “não usar desodorante, fica com cheiro de neguinha”


Durante discussão sobre cor de pele, participante do programa declarou que se não usar desodorante fica com “cheiro de neguinha”; Franciele foi acusada de racismo pelos colegas
Por Redação
Após comentário, participante do BBB foi acusada de racismo na rede e por colegas de confinamento
Foi ao ar neste domingo (23) um diálogo entre os participantes do programa Big Brother Brasil sobre cor de pele e quem poderia ser identificado como negro. Os “brothers” conversavam sobre a prova pela qual tinham acabado de passar e um dos participantes, Cássio, comentou que já tinham passado duas Alines pelo programa e que ambas eram “negras”.
“Que morenas? Elas eram negras”, corrigiu Valter. “É, ele não entende a diferença entre morena e negra. Eu sou morena, você é negro”, disse Franciele. Posteriormente, Cássio se corrigiu e deu continuidade à conversa com Diego e Franciele continuou a falar para Valter que ele não era negro. “Você não é negro, negro! Olha a sua cor comparada à minha”, disse ela.
O dialogo continuou e, no meio dele, Franciele disse que “se não usar desodorante” fica com “cheiro de neguinha” e o colega de confinamento a acusou de ser racista, explicando que não existe diferença de cheiro. “Você está sendo racista. E branco não tem cheiro?”, questionou Valter.
Logo após a exibição do diálogo inúmeros usuários da internet acusaram Franciele de racismo.

 


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Manoel de Barros

"Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.(...)"

["O Guardador de Águas"]

Mauro Ricardo diz que INFELIZMENTE não há mais Pelourinho para cobrar dívidas


mauroricardo1
Mauro Ricardo, homem de Serra, e atualmente secretário da Fazenda da Prefeitura de Salvador na gestão ACM Neto, deu uma entrevista, na noite de ontem, no programa Se Liga Bocão, da Rádio Itapoan FM da Bahia, para defender o aumento do IPTU na cidade e criticar a inadimplência baiana. Entre outras coisas disse:
“Antigamente se botava as pessoas no pelourinho pra poder pagar as suas dívidas. INFELIZMENTE hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e o prazo é o prazo estabelecido pela Justiça.”
Você pode ouvir o áudio no pé da matéria.
Segundo a oposição de Salvador, em alguns casos o aumento do IPTU na cidade chega a 1.000%. É o maior aumento do país. A OAB local entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o aumento.
Para quem não sabe quem é Mauro Ricardo vale uma breve explicação. É homem de carreira em gestões públicas do PSDB e trabalhou nos governos de FHC e Aécio e mais recentemente nas gestões Serra e Kassab na prefeitura de São Paulo. Foi no seu período à frente da Secretaria de Finanças da cidade que a máfia do ISS, desbaratada na gestão Haddad, nadou de braçadas.
Num dos telefonemas grampeados da máfia,  Ronilson Bezerra, um dos fiscais presos por conta do roubo que pode ser de mais de 500 milhões, disse a seguinte frase.
É um absurdo. Paula, tinha que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito que eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo.”,
Há claros indícios de que ele se referia a Kassab e a Mauro Ricardo.
O pelourinho a que Mauro Ricardo se refere é um poste de madeira ou de pedra, com argolas de ferro,  onde praticamente apenas negros eram amarrados e chicoteados em praça pública.
Pra dizer o mínimo, Mauro Ricardo prefere açoites ao invés de Justiça. E provavelmente principalmente para negros e pobres que devem ser a ampla maioria dos inadimplentes que não têm condições de pagar o abusivo imposto que ele quer impor Salvador com o aval do grande ACM Neto.
Fonte: Geledes

Beyoncé é a mulher negra mais bem paga da história da música!


Beyoncé
A cantora americana Beyoncé, como todo muno sabe, é uma pessoal muito bem sucedida. Ela vive quebrando recordes e dessa vez vai quebrar um recorde histórico: a musicista negra mais bem paga da história da música, deixando pra trás Mariah Carey, Janet Jackson, Diana Ross...
A sua turnê "Mrs. Carter Show World Tour" já é a tour mais lucrativa de uma cantora em 2013, com uma estimativa de faturar nada mais, nada menos que 200 milhões de dólares.
Enquanto isso... as cifras aumentam!
Fonte: Geledes

CONVITE

A Biblioteca Nacional, a Academia Cabo-verdiana de Letras e o autor (Jorge Soares) têm a honra de convidar V. Excia. a assistir ao lançamento do livro «Contos», a ter lugar no dia 25 de Fevereiro de 2014 (terça-feira), às 18:00 horas na Sala de Conferências da Biblioteca Nacional.
A apresentação do livro será feita pela escritora Fátima Bettencourt

Foto: CONVITE

A Biblioteca Nacional, a Academia Cabo-verdiana de Letras e o autor (Jorge Soares) têm a honra de convidar V. Excia. a assistir ao lançamento do livro «Contos», a ter lugar no dia 25 de Fevereiro de 2014 (terça-feira), às 18:00 horas na Sala de Conferências da Biblioteca Nacional.
A apresentação do livro será feita pela escritora Fátima Bettencourt

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Questão racial motiva artistas a compor canções contra a opressão - Diversão e Arte - Correio Braziliense

O crime de racismo ganhou novamente os holofotes nas últimas semanas, por conta, principalmente, do jogador de futebol Tinga, do Cruzeiro, hostilizado por torcedores do time peruano Real Garcilaso, em jogo pela Libertadores da América




No fim dos anos 1970, o compositor carioca Macau sofreu uma violenta repressão policial sem razão aparente. O motivo, constatou-se depois, era o fato de ele ser negro. Levado à delegacia, o artista viu seu cabelo rastafári ser zombado pelos oficiais, alguns da mesma cor que ele. Indignado, vingou-se da maneira mais digna possível. Ele é o autor de Olhos coloridos, faixa que, na década seguinte, na voz de Sandra de Sá, fez brancos, pretos, ricos e pobres exaltarem a negritude presente na cultura brasileira. “Sarará crioulo, sarará crioulo…”

“Escrevi a faixa como uma denúncia. A interpretação contundente de Sandra deu a ela aquela força toda”, conta o compositor, cerca de 35 anos após o incidente. A canção que alegra e inebria pode também fazer doer e sangrar. Macau é um dos vários artistas que, nas últimas décadas, fizeram uso da arte como arma contra o preconceito e vislumbraram na música um meio de se autoafirmarem.

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O crime de racismo ganhou novamente os holofotes nas últimas semanas, por conta, principalmente, do jogador de futebol Tinga, do Cruzeiro, hostilizado por torcedores do time peruano Real Garcilaso, em jogo pela Libertadores da América. A questão, mais uma vez, era a cor da pele. Além disso, vários casos de injúria racial no Distrito Federal chegaram aos noticiários nos dias que se passaram.

A música popular brasileira, miscigenada por natureza, trata da temática com propriedade. O gênero que aborda o racismo com mais frequência, e mais veemência, é o rap. Artistas de Brasília e São Paulo, principalmente, têm se empenhado em difundir o discurso antipreconceito.

A partir da década de 1990, o rap começou a ganhar voz na periferia do Distrito Federal, especialmente em Ceilândia. “Lá, os artistas se juntaram e conseguiram espaço na mídia para além das páginas policiais”, lembra o sociólogo Breitner Tavares, morador da cidade e autor do livro Na quebrada, a parceria é mais forte (2012), fruto de pesquisa sobre o gênero no DF.
Fonte: correiobraziliense

Humor negro é o que combate o racismo


Imagino que muitas pessoas devam ler textos das Blogueiras Negras e pensarem: “nossa, que mulheres sem humor”. O humor é uma das melhores formas de comunicação humana, um texto bem humorado facilmente conquista as pessoas. Porém, em nossa sociedade, é preciso sempre se perguntar: quem está rindo? está rindo de quem? Porque o humor, assim como qualquer outro elemento cultural, também é utilizado para perpetuar preconceitos e apontar quem pode rir de quem.
Mulheres negras são muito bem humoradas. Converse com elas e descobrirá expressões, piadas internas e muitas gargalhadas. Porém, quantas humoristas negras tem destaque em nosso país? Sim, há pouquíssimas humoristas mulheres fazendo sucesso e eu ainda quero que elas sejam negras. Sei que estou pedindo demais, mas minha proposta nesse texto é justamente procurar iniciativas humorísticas produzidas por negras e negros que ajudem no combate ao racismo.
Wanda Sykes
O primeiro nome que sempre me vem a cabeça quando penso em comediantes negras é o da norte-americana Wanda Sykes. Entre seus vídeos mais famosos no youtube estão o que ela questiona o que é pior Ser gay ou negra?  e o que apresenta a proposta da vagina removível, fazendo inclusive piada com a violência sexual que afeta as mulheres. É claro que nem todo mundo vai rir das piadas de Wanda, mas acredito que seja um bom exemplo de como fazer boas piadas com temáticas complicadas, o que prova que tudo depende de qual seu objetivo no humor. Porém, meus vídeos favoritos dela são o que ela trata do racismo reverso e dos estereótipos em relação as mulheres negras a partir da figura de Michelle Obama.
Lizzie Mae e o ‘Ask a Slave’
Atriz norte-americana Azie Dungey em seu figurino de escrava, durante o período que trabalhou como atriz na propriedade de George Washington. Crédito: Azie Dungey
Atriz norte-americana Azie Dungey em seu figurino de escrava, durante o período que trabalhou como atriz na propriedade de George Washington. Crédito: Azie Dungey
Atualmente, meu canal favorito do youtube chama-se Ask a Slave ou Pergunte a Escrava. É uma iniciativa da atriz norte-americana Azie Dungey. Nos vídeos, ela interpreta Lizzie Mae, uma das escravas da propriedade agrícola de George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos, e responde perguntas sobre sua vida. A ideia surgiu depois que Azie trabalhou como atriz durante anos em Mount Vernon, a residência de George Washington, que hoje funciona como um museu. Entre as perguntas que lhes eram feitas pelos visitantes, a principal era: por que você quis ser uma escrava?
Infelizmente, os vídeos não possuem legendas, nem são dublados. Porém, para você ter um gostinho do humor de Lizzie Mae, aqui vai um exemplo:
Um homem no primeiro episódio pergunta esta pérola: “Como é que você conseguiu ser empregada de um homem tão distinto? Você viu o anúncio no jornal?”. E a resposta de Lizzie Mae é: “Com certeza! O anúncio dizia: Precisa-se de empregada. Não há pagamento. De preferência mulata, atrevida e com bons quadris. Deve trabalhar 18 horas por dia, sete dias por semana, sem feriados. Mas, você tem que usar um vestido bonito, e se for sortuda, pode se realizar tendo o filho bastardo de algum homem branco famoso. Mal acreditei quando li isso, corri e disse: Inscreva-me!”
Tá bom pra você?
No Brasil, uma das iniciativas mais bacanas é do ator Érico Braz e da atriz Kênia Dias. Junto com a família, produzem o canal Tá bom pra você? no youtube, em que recriam peças publicitárias veiculadas na TV, mas tendo personagens negros como protagonistas. O ator contou, em entrevista ao jornal A Tarde, que a ideia surgiu após sua enteada começar a questionar a participação do negro na mídia: “A Gabriela começou a questionar a participação do negro na mídia em geral. Indicamos para ela ler o livro Um Defeito de Cor (Ana Maria Gonçalves, Editora Record). Mas ela continuou fazendo perguntas. Queria saber porque os assuntos sobre negritude, que são discutidos em casa, não são realizados também na escola. Então decidimos criar o canal para mostrar o outro lado da moeda”, conta Brás.
O vídeo mais visualizado do canal é Black Margarina. Nessa mesma entrevista, Érico e Kênia apontam outras questões em relação a consumo, publicidade e racismo:
“É engraçado que margarina, por ser um produto mais barato, é consumido muito mais pela população de baixa renda. E nós sabemos a cor da pobreza. E nem mesmo assim as empresas se propõem a colocar negros fazendo a propaganda. E é isso que o Tá Bom pra Você quer fazer. Vamos afirmar que preto também come pão. Estamos mostrando que o negro consome e eles devem atentar para isso”, fala Érico.
O vídeo mais recente é Black Livre que retrata um comercial de absorvente íntimo em duas versões, para as mulheres mais velhas e para adolescentes. “Absorvente é algo que faz parte do cotidiano de qualquer mulher. E porque nunca vimos uma publicidade com mulheres negras? Isso (a ausência de modelos negras) desacata até mesmo a lei da natureza. É uma falta de respeito, ainda mais no Brasil, onde a maioria da população é negra. O que só faz constatar quanto a democracia racial é mentirosa”, diz Kênia Dias.
Humor negro?
É claro que nenhuma dessas comediantes que citei está livre de escorregar em algum tema ou desrespeitar minorias. É importante que façamos essa reflexão em cima de qualquer forma de comunicação, especialmente o humor.
Enquanto pensava nesse texto, me peguntei: qual a origem da expressão ‘humor negro’?Segundo a Wikipédia: “O humor negro é um subgênero do humor que utiliza situações consideradas por muitos como de mau gosto ou politicamente incorretas, preconceituoso, usualmente de natureza mórbida, para fazer rir ou divertir o público menos susceptível. Entre os temas retratados pelo humor negro estão a morte, o suicídio e o preconceito racial (geralmente abordando etnias excessivamente vitimizadas pelo status quo ou por algum evento histórico que façam os outros grupos vê-los como supostas “vítimas” implicitamente)”.
Além de “humor negro”, outras expressões como “lista negra”, “magia negra”, “ovelha negra”, “mercado negro” ou até mesmo “o lado negro da força” sempre nos fazem remeter a palavra negra/negro como algo ruim. São expressões usadas no cotidiano e com certeza alguém virá dizer que isso não é racismo cultural, que a cor preta é a ausência de cor, logo é utilizada para expressar o que está escondido nas sombras. Poderia questionar esse “escondido nas sombras”, mas será mesmo que não há nenhuma associação? Nossa língua é viva e perpetua-se pelo tempo de acordo com os usos que as pessoas fazem dela. Se uma palavra recebe constantemente uma conotação que a desvaloriza, como se sentem as pessoas que se identificam com ela?
No dicionário Priberam, o verbete negra/negro recebe as seguintes associações: sombrio, triste, infeliz, mofino, fúnebre, tétrico, aflito. Em comparação, o verbete branca/branco é descrito como: Que tem a cor da neve ou do leite, pálido, alvo. Um verso branco é um verso livre, solto. Ao que me parece, pálido não chega a ser algo tão ruim para identificar alguém.
Bia Cardoso
Fonte: Blogueiras negras

Ban pede fim de assassinatos na República Centro-Africana


Secretário-Geral enviou mensagem de apoio aos cidadãos do país a destacar que não estão sozinhos; chefe da ONU explicou que vários países estão trabalham pela paz.
Ban Ki-moon Foto: ONU
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque. *

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enviou uma mensagem em vídeo de apoio à população da República Centro-Africana.
Ban expressou solidariedade e disse que os centro-africanos não estão sozinhos. O responsável explicou que muitos países estão a trabalhar para que seja alcançada a paz na região.
Soldados e Forças Policiais
O chefe da ONU fez um apelo à comunidade internacional para que envie mais soldados e forças policiais, bem como ajuda adicional para salvar vidas no país africano.
Ban fez um pedido direto aos cidadãos centro-africanos para que parem com o banho de sangue e os assassinatos e que deponham as armas.
Cristãos e Muçulmanos
O representante disse que os que estão associados à violência dividem e destroem a nação.
Segundo o Secretário-Geral, cristãos e muçulmanos construíram o país juntos e voltarão a fazê-lo.
Ban encerra a mensagem a afirmar que está ao lado do povo, com a promessa de apoio total à paz e à reconciliação, bem como à justiça e à responsabilidade para todas as pessoas da República Centro-Africana.
Fonte: radioonu

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...