quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A representação social do negro no livro didático: o que mudou? por que mudou?

Ana Celia da Silva-1

Title: A representação social do negro no livro didático: o que mudou? por que mudou?
Authors: Silva, Ana Célia da
Keywords: Negros nos livros didáticos
Racismo nos livros didáticos
Livros didáticos – Influências tendenciosas
Discriminação na educação
Issue Date: 2011
Publisher: EDUFBA

INTRODUÇÃO
Este livro é resultado da pesquisa intitulada As transformações da representação social do negro no livro didático e seus determinantes, apresentada como crédito para obtenção da titulação de doutora em educação, defendida  em maio de 2001. Tive como objeto de investigação a representação social do negro no livro didático de Língua Portuguesa de Ensino Fundamental de 1o e 2o ciclos, da década de 90 e os autores dos textos e ilustrações desses livros. Investiguei as transformações ocorridas nessa representação e os fatores que as determinaram.

Identifiquei, em pesquisa anterior, que os livros de Língua Portuguesa das mesmas séries e ciclos da década de 80 caracteriza- vam-se pela rara presença do negro, e essa rara presença era marcada pela desumanização e estigma. Desenvolvi, em uma segunda pesquisa, um trabalho de desconstrução dessa invisibilidade e es- tigma da representação social do negro. No presente trabalho, investiguei até que ponto, a partir dos trabalhos crítico-construtivos desenvolvidos sobre o livro didático, elaborados nas duas últimas décadas, cujos trabalhos determinaram mudanças significativas nas representações, já existe, no que tange à representação do negro, uma transformação, e os fatores que a determinaram.

Os resultados dessa investigação evidenciaram a existência de mudanças significativas na representação social do negro nos textos e ilustrações do livro de Língua Portuguesa de Ensino Fundamental de 1o e 2o ciclos. Essas mudanças podem concorrer, em grande parte, para a construção da autoestima e autoconceito da criança negra, para a aceitação e integração com as crianças pertencentes à sua raça/etnia, uma vez que a internalização de uma representação inferiorizada pode produzir a autorrejeição e a rejeição ao seu outro assemelhado, bem como para o reconhecimento e respeito do negro por parte dos indivíduos de outras raças/etnias.

Tendo em vista a importância dos estudos de representação social, procurei identificar a existência de outras pesquisas nesse âmbito, em relação ao negro. A busca no site da Universidade de São Paulo (USP) revelou 693 pesquisas sobre representação social e apenas uma sobre o negro, de autoria de Solange Martins Couceiro de Lima, do Departamento de Comunicação e Artes I, sobre a representação do negro na televisão, mencionada em poucas linhas e poucos detalhes.

A busca no Alta Vista identificou duas pesquisas sobre representação do negro. A de Alexino Ricardo Ferreira, em nível de Mestrado, da Escola de Comunicação e Artes da USP, realizada em 1988, sobre a análise do discurso jornalístico nas ma- térias publicadas em jornais de grande circulação, tais como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil e O Globo, e regionais, como A Tarde e O Dia.

A segunda pesquisa identificada investiga a representação do negro na arte e a influência africana na cultura brasileira: Reflexões a partir da obra de Seydou Keita. Não identifica o autor nem o ano de conclusão. Outro trabalho bastante recente sobre a representação do negro é a pesquisa de doutorado de Joel Zito Araújo, A negação do Brasil – o negro na telenovela brasileira, tese de doutorado defendida na Escola de Comunica- ções e Artes (ECA/USP), em 1998, publicada pela Editora Senac, São Paulo, e transformada em um filme de 90 minutos com o mes- mo título. Trata-se de um importante trabalho sobre como o negro é invisibilizado nas telenovelas e como nelas aparece no período de 1963 a 1997.

Description: Impresso em formato: 15,5 x 22,5. Tiragem: 300 exemplares. 182 p.
URI: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8688
ISBN: 978-85-232-0815-8
Appears in Collections:Ciências Humanas (EDUFBA)

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Fonte: Geledes

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