quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A branquitude está nua - Ana Maria Gonçalves


"Quando pegas em um ato ou uma fala racista, as 

pessoas dizem que foram mal interpretadas e que 

não esperavam tal repercussão, pois até então se 

sentiam seguras, escondidas atrás de sua 

branquitude. E aqui uso o conceito de branquitude de 

Ruth Frankenburg, como sendo “um lugar estrutural 

de onde o sujeito branco vê aos outros e a si mesmo, 

uma posição de poder não nomeada, vivenciada em 

uma geografia social de raça como um lugar 

confortável e do qual se pode atribuir ao outro aquilo 

que não atribui a si mesmo”. Ana Maria Gonçalves.


http://blogueirasnegras.org/2013/09/11/a-

branquitude-esta-nua/


Ana Maria Gonçalves nasceu em 1970, na cidade Ibiá-MG. Publicitária por formação, residiu em São Paulo por treze anos até se cansar do ritmo intenso da cidade e da profissão. Em 
viagem à Bahia, encantou-se com a Ilha de Itaparica, onde fixou residência por cinco anos e descobriu sua veia de ficcionista, passando a se dedicar integralmente à literatura. Atualmente, 
reside em New Orleans, no estado americano da Louisiana. 

Em 2002, estreou como escritora com a publicação de Ao lado e à margem do que sentes por mim – “livro terno, íntimo, vivido e escrito em Itaparica”, segundo o depoimento de Millor Fernandes. O livro teve circulação restrita, apesar da primorosa edição artesanal. Mas é em 2006 que a autora se torna 
conhecida no meio literário com o lançamento de Um defeito de cor, épico de 952 páginas. 

O romance narra a trajetória de Kehinde, uma escrava nascida no Benin (atual Daomé), desde o instante em que é capturada, aos 8 anos, até seu retorno à África como mulher livre, porém sem o filho, vendido como escravo pelo próprio pai a fim de saldar uma dívida de jogo. O texto dialoga com o modelo pósmoderno da metaficção historiográfica e traz para a narrativa parte da trajetória de vida do poeta Luís Gama, também ele vendido como escravo, embora nascido livre. Um defeito de cor conquistou o importante o Prêmio Casa de Las Américas de 2007 como melhor romance de literatura brasileira.

Ana Maria Gonçalves vem participando de inúmeros eventos literários no Brasil e no exterior. Atualmente, prepara seu novo romance, que aborda o universo das Minas Gerais no tempo da colônia.
Fonte: Literafro/UFMG

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