quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Mulheres ocupam Brasília na primeira Marcha Nacional das Mulheres Negras

Evento reuniu mais de 50 mil pessoas

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Para a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, a Marcha é motivo de orgulho para todos os brasileiros.
“Quero parabenizar a comissão que organizou a Marcha e dizer que nós estamos juntas. Essa luta é nossa, é do Brasil. Tenho muito orgulho de ser uma mulher negra e muito orgulho de estar à frente deste Ministério, que vai pensar e articular cada vez mais políticas que garantam os direitos das mulheres negras.”
Para a gestora, o evento demonstra a capacidade de articulação das mulheres negras no Brasil. A articulação, segundo a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) é uma forma de lutar contra a crescente violência contra as mulheres, em especial as pobres e negras.
A preocupação com os índices de violência é compartilhada por Nilma Lino Gomes.
“Dados do Mapa da Violência 2015 revelam que a violência que assola as mulheres brasileiras tem mais incidência sobre as mulheres negras. Isso é algo que o movimento de mulheres negras vem denunciando há muito tempo no nosso país e que coloca para nós, governo federal, a responsabilidade de uma escuta atenta a essa realidade. Nos coloca também a responsabilidade de cada vez mais aperfeiçoarmos as nossas políticas, tanto as políticas de promoção da igualdade racial, quanto as políticas para as mulheres e de direitos humanos, levando em consideração o recorte de gênero e raça, e levando em consideração a realidade específica dessas mulheres negras.”
Dados do Censo de 2010 indicam que as mulheres negras são 25,5% da população brasileira (48,6 milhões de pessoas) e são as maiores vítimas de crimes violentos. Segundo o Mapa da Violência 2015, os assassinatos de mulheres negras cresceram 54,2% no período de 2003 a 2013, ao passo em que os assassinatos de mulheres brancas caíram 9,8% no período.
A mensagem da ministra Nilma Lino Gomes as participantes é pela continuidade da luta por mais direitos.
“Sabemos da luta que foi para cada uma estar aqui neste momento. A luta nos estados, nos municípios e a luta cotidiana. Hoje, nós, mulheres negras brasileiras, mostramos para o Brasil e para o mundo a nossa força, a nossa garra, a nossa persistência e mostramos que nós temos lugar nessa sociedade. E o lugar da mulher negra é o lugar em que ela quiser estar.”
Além da ministra Nilma, a marcha contou com a presença da secretária especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Eleonora Menicucci, da diretora da ONU Mulheres e ex-vice presidente da África do Sul, Phumzile Mlambo, e da consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras, além de parlamentares, lideranças sindicais e universitárias.
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Fonte: Seppir/PR

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