E
teu nome — irina —
verde
azul de hialina
transparência,
que
nem é mistura
que
se ensina,
alquimia
de que se conhece
a
exacta ciência —
apenas
esse riso de menina,
semovente
correnteza,
água
pura da mina
que
lava as angústias
do
pai rezinga.
Pomba
de alvura
que
ao tiro da matina adeja,
céu
de boa sina seja a estrela
que
te ilumina, tu mesma
primavera
alevantada no fluxo
em
que toda a vida se anima.
E
vai e deixa sobre a terra
o
lume de ser lava; e tenhas
sombra
e paz ao calor do dia a pino,
ou
nos nevoeiros em que por vezes
a
tarde finda.
E
a mão da honra te seja
cajado
na subida, e ainda que pela
selva
do mundo deambulando,
como
grão catado na algibeira
a
alegria tenhas por medida,
que
o que o arrojo furta à sina
é
sal de toda a humana aventura.
José Luiz Tavares - é cabo-verdeano, nascido na ilha de Santiago. Seu primeiro
livro, Paraíso Apagado por um Trovão, recebeu o Prêmio Mário António de Poesia 2004, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2005, seu segundo livro Agreste Matéria Mundo foi contemplado com o Prêmio Jorge Barbosa. Atualmente trabalha na tradução de poemas de Fernando Pessoa e Camões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário