quarta-feira, 13 de maio de 2015

Escravidão, abolição e resistência

abolicao_escravidao_cata
No Dia da Consciência Negra, cabe relembrar que a luta pela abolição da escravidão no Brasil remonta aos tempos dos quilombos, com a tragédia épica do líder negro Zumbi, da República dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, no século XVII, e transporta-se, objetivamente, para o recinto da Assembléia Geral, Constituinte e Legislativa do Império do Brasil em 1823, levando então 65 longos anos para que os abolicionistas triunfassem sobre os escravocratas com a aprovação da Lei Áurea (1888); passa pela Revolta da Chibata, em 1910; pelas primeiras discussões e propos- tas contra a discriminação racial no Parlamento; pelo processo constituinte de 1987-1988, com o reconhecimento dos direitos da comunidade negra, quando da promulgação da Constituição Cidadã (1988); e se encerra com a apresentação de projetos que se trans- formaram em lei, além de mais de uma centena de proposições que estão tramitando na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e que tratam da implementação de políticas públicas e de outros assuntos de interesse da comunidade negra.
Registram-se nesse contexto, as nossas raízes e a evolução de nossa nacionalidade, a índole de nosso povo e principalmente a nossa tendência e vocação para o diálogo na solução dos grandes e cruciais problemas, pois enquanto na América do Norte a escravidão foi varrida pelas armas e lavada pelo sangue de irmãos, aqui a abolição se processou, salvo alguns incidentes, pela força da palavra e das idéias, pela negociação – ainda que demorada. Fica para o registro histórico, depois dessa mancha da experiência desumana – a escravidão – a nossa intransigência com a forma mais terrível de dominação do homem sobre outros homens. No horizonte descortina-se um novo caminhar em busca da cidadania e do resgate da emocionante e belíssima história da comunidade negra. História de lutas, de sofrimento, de humilhação, mas também de vitórias sobre a insensatez dos homens e da vaidade humana.
A luta pela cidadania plena para milhões de brasileiros, independentemente de cor, raça ou classe social, continua e permanece acesa na atuação dos movimentos que impulsionam as transformações no país.
Leia a matéria completa em: Escravidão, abolição e resistência - Geledés 
Follow us: @geledes on Twitter | geledes on Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...