terça-feira, 10 de abril de 2018

Ungulani diz que é urgente a valorização das línguas locais no país

Ungulani diz que é urgente a valorização das línguas locais no país Foto Divulgação

O escritor Ungulani Ba Ka Khosa foi o principal orador da palestra subordinada ao tema “Escrita, interculturalidade e cidadania”, realizada sexta-feira 6 de abril de 2018, na Universidade Lúrio, em Nampula.
No Campus de Marrere, o autor de Gungunhana defendeu a ideia de que a cidadania é um direito inalienável, tendo, igualmente, apelado aos participantes sobre a urgência da valorização das línguas locais, através da criação de bases para o efeito.
Como não deveria deixar de ser, Ungulani referiu-se ao seu último livro. Para o escritor, escrever sobre Ngungunhana justifica-se pelo fato de ele ser um grande exemplo de ditadura acabada, pois, o povo não quer ditaduras. O autor explicou que a escrita não se deve dissociar da expressão oral, pois a oralidade tem um grande contributo nesse sentido, tratando-se de fonte de narrativas únicas e peculiares. Ungulani critica o fato de o país depender, apenas, da escrita em língua portuguesa, enquanto as histórias moçambicanas são contadas em línguas locais. Entretanto, o escritor acredita que a língua portuguesa só poderá crescer quando as línguas locais moçambicanas conseguirem interpretar os seus diversos significados.
O Vice-Reitor Administrativo da UniLúrio, Marcelino Liphola, também presente no evento, explicou que as pessoas pensam que estão a escrever em línguas locais moçambicanas, mas enganam-se, o que desafia a sociedade a criar mais mecanismos para que a valorização das línguas locais seja firme, eficiente e legalmente aceite.
Por outro lado, a Vice-Reitora para a Área Acadêmica, Sónia Maciel, considera a palestra como sendo uma mais-valia para a comunidade acadêmica, e acredita que esta deu bases, principalmente aos estudantes, para perceber traços da literatura moçambicana.
Fonte: O País

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...