segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Médicos cubanos são recebidos pela ministra Luiza Bairros em Salvador (BA)


Data: 02/12/2013
Eles atuarão em 161 municípios baianos, beneficiando mais de 630 mil pessoas. Em todo o Brasil, 2.117 médicos aprovados na avaliação do programa começaram a se deslocar para os estados a partir deste sábado (30). Outros 700 concluem o curso na próxima quarta-feira (9)
Médicos cubanos são recebidos pela ministra Luiza Bairros em Salvador (BA)
A médica Esmiurky Guibert já atuou em três países da América Latina

A ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) recebeu ontem (1º/12) médicos cubanos que vão ocupar vagas ociosas da segunda etapa do Programa Mais Médicos em 161 municípios da Bahia. Ao todo, 183 profissionais desembarcaram em Salvador, onde permanecem durante esta semana conhecendo a realidade local da rede pública de saúde do estado e as características epidemiológicas da população antes de seguirem para as cidades onde vão atuar.

“Estamos aqui, representando o governo federal, trazendo a vocês o abraço da presidenta Dilma Rousseff e desejando uma excelente estadia na Bahia, primeiro estado do Brasil e um lugar muito bom de se viver”, destacou a ministra ainda no pátio da Base Aérea da capital baiana, onde também elogiou a receptividade do povo baiano, assegurando aos médicos que eles não terão dificuldades de adaptação na Bahia.

A julgar pela disposição do médico Estevan Sanches Martinez (52), os cubanos realmente não vão estranhar seus novos pacientes e ambientes de atuação profissional. “Estou aqui para entregar meu coração nessa missão pela saúde e pela vida de brasileiros”, declarou Martinez. Para Esmiurky Guibert, 32 anos, a experiência na Bahia já não soa novidade. Nos oito anos de graduada, ela já integrou grupos de profissionais semelhantes em outros três países da América Latina. “São pessoas muito carentes, que precisam de assistência e atenção básica”, declarou a jovem médica.

Sobre o Mais Médicos, a chefe da Seppir declarou se tratar de um esforço conjunto do governo federal visando a otimizar o atendimento do Sistema Única de Saúde, o SUS. “O programa é integrado por várias ações e também incorpora a dimensão da educação, especialmente naquilo que se refere à ampliação da oferta do número de vagas nos cursos de medicina, bem como um componente importante do ponto de vista de equipar as unidades básicas de saúde em todo o país”, disse. Ela explicou que a iniciativa do governo federal responde a uma demanda em relação à qualidade dos serviços de saúde e o faz obtendo por parte da sociedade uma resposta que considera “extremamente positiva”.

Os profissionais que chegaram ontem se juntam aos 408 que já estão em atividade na Bahia, totalizando 591 médicos do programa em 302 cidades baianas. Com isso, o Mais Médicos chegará a cerca de 2 milhão de pessoas que não tinham acesso a atendimento médico em atenção básica no estado. O novo grupo está entre os 2.117 que começaram a se deslocar para os estados brasileiros a partir de sábado (30), após aprovação no curso de avaliação do programa. Outros 700, totalizando os três mil médicos que desembarcaram no Brasil no início do mês, terminam o curso nesta quarta-feira (4).

“Com a atuação desses médicos e médicas, já na segunda etapa do programa, nós vamos conseguir atender a todos os municípios do Semiárido nordestino e da Amazônia Legal, entre outras regiões carentes do país, com o Vale do Jequitinhonha e Vale do Ribeira. Em dezembro, quando todos tiveram concluído a avaliação, vamos garantir que todos os municípios prioritários que solicitaram médicos do programa tenham pelo menos um profissional do Mais Médicos atendendo”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Impacto - Atualmente, 3.678 profissionais participam do programa, sendo 819 brasileiros e 2.859 estrangeiros. Esses médicos estão atendendo a população de 1.099 municípios e 19 distritos indígenas, a maioria deles no Norte e Nordeste do país. Com os 2.117 de agora, o Mais Médicos chega a 5.795 profissionais em atuação em mais de 2 mil cidades. Até o fim do ano, serão 6,6 mil profissionais. Isso representa impacto na assistência em atenção básica em mais de 22,7 milhões de pessoas, que antes não tinham acesso a atendimento em suas comunidades.

Dos 2.3 mil que fizeram a avaliação na sexta-feira (29/11), 2.117 foram aprovados, 19 reprovados e 156 ficaram em recuperação e passarão por mais duas semanas de avaliação antes de se deslocar para os municípios. Além desses, dois médicos apresentaram problemas de saúde e voltaram para Cuba e seis ainda aguardam validação de seus documentos para seguir para os estados.

A aprovação na etapa de avaliação é condição para a emissão do registro profissional provisório pelo Ministério da Saúde, sem o qual os médicos estrangeiros não podem atuar no Brasil.

Na próxima semana, os 183 médicos que atuarão nos municípios baianos serão apresentados aos gestores locais e receberão informações sobre as estratégias em curso no estado e nos municípios em relação à Atenção Básica, sistemas de informação e regulação, os planos de Saúde, além de fazer visitas guiadas às unidades básicas de saúde. Além da Bahia, outras capitais do país receberão médicos cubanos por uma semana para conhecerem a estrutura hospitalar da rede pública dos estados antes de seguirem aos municípios.

DISTRIBUIÇÃO – A maior parte do novo grupo, 1.152 médicos, atenderá a população do Nordeste. O Norte contará com adicional de 406 profissionais e o Sudeste, 247. Em seguida vem o Sul (200) e o Centro-Oeste (112). Do total de 2.117 médicos, 47 vão atuar em 16 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

A distribuição dos médicos cubanos nos municípios segue critérios técnicos, dando igual prioridade às cidades em que é maior a parcela de pessoas dependentes completamente do atendimento ofertado pelo SUS e àquelas com alto percentual da população em situação de pobreza, conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

TERCEIRA ETAPA – Na última quinta-feira (28) foram abertas as inscrições para a terceira etapa do programa em edital publicado no Diário Oficial da União. Os interessados devem se inscrever no site www.maismedicos.saude.gov.br. Para formados no Brasil, a inscrição vai até 9 de dezembro. Médicos com registro profissional em outros países devem anexar ao formulário os documentos validados pelos consulados até o dia 13.

Mais Médicos - Lançado em 8 de julho pelo Governo Federal, o Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país.

Os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custos pagos pelo Ministério da Saúde (MS). Também será depositado mensalmente para o médico, junto com a bolsa, o valor de R$ 457,49, referente à contribuição previdenciária obrigatória aos participantes do programa e custeada pelo MS. O tributo será recolhido pela Previdência Social por meio de desconto em folha do valor. Os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos selecionados. Como definido desde o lançamento, os brasileiros têm prioridade no preenchimento dos postos apontados e as vagas remanescentes são oferecidas aos estrangeiros.

Todos os profissionais cursam durante sua participação no Mais Médicos especialização em atenção básica, oferecida pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), na modalidade de educação a distância. O acompanhamento das atividades acadêmicas desses médicos é feito por tutores e supervisores vinculados às universidades públicas que aderiram ao programa.
 
Coordenação de Comunicação da Seppir

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