Presidente do júri da edição 2013 dos Prémios Sirius, o economista Manuel Nunes Júnior afirma que há ainda uma grande escassez de quadros em Angola em quantidade e qualidade a vários níveis. Por isso, defende a aposta na educação, como base do sucesso económico do país. Em entrevista ao Jornal de Angola, o economista, que é docente universitário e presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, afirma que os gestores que tiverem uma boa compreensão do que está a acontecer no mundo das tecnologias vão ser sempre capazes de se adaptar e estar à frente dos principais competidores.
Jornal de Angola – Qual o objectivo do prémio de Educação Financeira?
Manuel Nunes Júnior - O desenvolvimento da economia depende de muitos factores e um, de especial relevância, é a sofisticação e o desenvolvimento do sistema financeiro nacional. O sector bancário assume um papel insubstituível, enquanto veículo que presta às sociedades modernas relevantes serviços na captação da poupança e na sua alocação ao processo produtivo. Este prémio vem distinguir a instituição bancária que melhor contribuição apresenta no que respeita à educação financeira dos cidadãos e das famílias angolanas.
JA - Que avaliação faz do nível dos candidatos e dos vencedores dos Prémios Sirius?
MNJ - Existe em Angola, de uma forma crescente, um sentido individual e colectivo de fazer mais e de o fazer de uma forma qualitativamente superior, com dedicação, determinação e conhecimento. Ao distinguir os melhores, estamos igualmente a apontar o caminho a todos - pessoas, instituições e empresas - estimulando-os a que copiem os bons exemplos e os suplantem. A quantidade e a qualidade da informação sobre as empresas angolanas estão a aumentar nos últimos anos, o que é um indicador importante para o estabelecimento de um clima de rigor e transparência na gestão empresarial do país.
JA - Por que razão este tipo de iniciativas é importante?
MNJ - São prémios que se destinam a premiar a excelência das empresas e dos actores que, no dia-a-dia, fazem crescer a economia angolana. Por essa via, contribuem para a melhoria do bem-estar da população. Angola tem crescido muito do ponto de vista económico e para que essas taxas se mantenham e se elevem cada vez mais no futuro é necessário, entre outras coisas, apostar na inovação. A inovação só tem lugar quando se aposta na excelência e a excelência tem como substrato o conhecimento. Por essa razão, estes prémios são importantes para o presente e para o futuro de Angola.
JA - Da observação dos candidatos é possível ter uma percepção do nível organizacional das empresas angolanas?
MNJ - O nível organizacional das empresas angolanas dos sectores público e privado tem aumentado de modo significativo. À medida que os níveis de concorrência no mercado vão aumentando, a organização e a competitividade das empresas angolanas é maior. Ainda há muita coisa a fazer, mas está-se no caminho certo. A componente humana deste processo é crucial. Há ainda uma grande escassez de quadros em Angola, em quantidade e qualidade, aos vários níveis. Por isso, a aposta na educação é essencial. Diria mesmo que é a base do sucesso.
JA - Como avalia a aposta de Angola na formação de quadros?
MNJ - Este ano, iniciou-se a aplicação do Plano Nacional de Formação de Quadros, o primeiro plano integrado de formação desde a Independência e que envolve a preparação de quadros médios, superiores, docentes, investigadores em educação, quadros da administração pública e formação de pessoal de apoio ao empreendedorismo e desenvolvimento empresarial. O país tem hoje cerca de 1,2 milhões de quadros (dirigentes, gestores, técnicos superiores e técnicos médios), número insuficiente para fazer face às enormes e complexas tarefas que se colocam a Angola. O objectivo é atingir, em 2020, os 2,3 milhões de quadros.
JA - Como está a ser feita a formação?
MNJ - Estes quadros são formados para fazer face às necessidades do desenvolvimento dos clusters estruturantes e prioritários da economia nacional. Para garantir a excelência da formação destes quadros faz-se uma combinação das capacidades internas de formação com as capacidades existentes noutras partes do mundo, através de parcerias com os melhores centros de formação que o mundo pode oferecer.
JA - Que relação faz entre o nível organizativo e o aumento da produtividade das empresas nacionais?
MNJ - Produtividade e organização são factores intimamente ligados. Não há ganhos de produtividade sem níveis adequados de organização dos processos de produção e de distribuição de uma determinada empresa. O papel dos recursos humanos é fundamental. Quanto maior for a preparação académica, profissional e técnica das pessoas, maiores são os seus níveis de produtividade. A produção nacional ainda é frágil e os níveis de importação são muito altos.
JA - Qual deve ser o papel do Estado?
MNJ - Para que haja produção nacional é preciso ter um empresariado bem preparado, forte, competitivo e apoiado pelo Estado. Para incentivar as empresas de capitais maioritariamente angolanos a ultrapassar o desnível competitivo que as separa das empresas de referência internacionais, é necessário adoptar temporariamente uma politica económica estratégica, parcialmente proteccionista que, ao mesmo tempo, estimule a competitividade das mesmas. Se assim não for feito, o empresariado nacional pode morrer à nascença. Não se pode ter uma economia de mercado sem empresários nacionais de referência e competitivos, sob o risco de se ter um sistema económico pouco endógeno e, por essa razão, muito vulnerável e pouco consistente.
JA - Como devem agir as empresas?
MNJ - As empresas angolanas devem despontar para o mundo com uma competitividade estrutural em determinados sectores de actividade, o que pressupõe apostar na diferenciação e qualidade dos seus produtos e serviços de modo a criar vantagens comparativas dinâmicas, que sejam capazes de sustentar o posicionamento nos segmentos das cadeias produtivas de maior valor acrescentado. O investimento privado estrangeiro vai ser sempre bem-vindo. Os números mostram que é grande o interesse do capital internacional pelo mercado angolano e isso é importante para aumentar a capacidade produtiva do país, principalmente para sectores mais exigentes em know-how e tecnologicamente mais exigentes e diferenciados.
JA - Quais as principais características de um bom gestor?
MNJ – Tradicionalmente, a gestão estava associada à ideia de uma liderança baseada no medo. Os empregados tinham de trabalhar arduamente para fazer com que os seus gestores tivessem sucesso. Os empregados são o activo mais valioso de qualquer organização. Se no passado os gestores diziam “saltem” e os empregados perguntavam “a que altura chefe”? Hoje os gestores modernos saltam juntamente com os empregados e atingem a altura que for possível para todos. Lead by example (liderar através do exemplo) é uma condição indispensável para um líder no mundo moderno que quer ter sucesso. Além disso, há a questão da tecnologia. Os gestores que tiverem uma boa compreensão sobre o que está a acontecer no mundo da tecnologia vão ser sempre capazes de se adaptar e estar à frente dos principais competidores.
JA - A economia angolana está suficientemente sólida para atrair grandes empresas?
MNJ - O ambiente de negócios em Angola tem melhorado e isso é bom para investidores nacionais e estrangeiros. No ano passado, o país iniciou a retoma da actividade económica, depois de ter vivido as consequências da crise económica e financeira que se abateu no mundo em 2008. Angola terá crescido, em 2012, 5,2 por cento, com uma contribuição do sector petrolífero de 4,3 por cento e 5,6 por cento do sector não petrolífero.
JA - Mas a economia continua a ser suportada pelo petróleo.
MNJ - Desde 2006 que registamos uma tendência do sector não petrolífero para crescer mais do que o sector petrolífero, o que é um bom sinal do processo de diversificação da economia angolana. Para este ano, prevê-se um crescimento de 5,1 por cento, com o sector petrolífero a crescer 2,6 por cento e o não petrolífero 6,5. A inflação tem estado a diminuir de modo significativo. Para 2013 aponta-se como objectivo uma inflação de move por cento. Para os próximos cinco anos prevê-se uma inflação média anual em torno dos sete por cento. Para um país que já teve taxas anuais de inflação de três mil por cento é realmente um percurso assinalável em relação ao qual os angolanos devem sentir-se orgulhosos. Sendo um país com uma economia muito aberta ao exterior, importando a maior parte dos bens de consumo, este é um elemento muito importante para assegurar a estabilidade dos preços em Angola.
JA - E para os cidadãos?
MNJ - A redução da inflação é importante para os cidadãos, para as famílias e para o próprio Estado. A inflação a níveis muito altos funciona como um imposto sobre os detentores de activos líquidos e como um factor de incerteza para os investidores. Com a sua redução, o clima de negócios do país melhora significativamente e também tem reflexos na redução das taxas de juro, que representam o preço do capital financeiro. Quanto mais baixas forem as taxas de juro, mais barato é obter financiamentos para investimento. Do ponto de vista macroeconómico, a posição interna e externa de Angola é robusta e credível.
JA - Como transformar este crescimento em desenvolvimento?
MNJ - O crescimento económico é a condição essencial para o desenvolvimento. Não se pode distribuir o que não existe. Temos de ser eficientes na produção da riqueza nacional, para depois podermos ser equitativos na sua distribuição. Nos últimos cinco anos, Angola cresceu a uma taxa média anual de 9,2 por cento, tendo a produção não petrolífera quase duplicado nesse período. Este crescimento tem sido puxado, fundamentalmente, pelos investimentos públicos, que têm criado externalidades positivas para o crescimento do sector privado, que deve constituir o motor de desenvolvimento da economia nacional.
JA - Qual o grande desafio para Angola?
MNJ - O grande desafio é a diversificação da economia, de modo a diminuir a sua ainda grande dependência do petróleo. Tem de se evitar que em Angola ocorra aquilo que na literatura se chama de maldição dos recursos naturais, uma situação paradoxal, em que um país com abundantes recursos naturais não renováveis, não consegue diversificar a sua economia, não cresce do ponto de vista económico e passa a viver uma situação de estagnação ou até mesmo de contracção económica.
Jornal de Angola – Qual o objectivo do prémio de Educação Financeira?
Manuel Nunes Júnior - O desenvolvimento da economia depende de muitos factores e um, de especial relevância, é a sofisticação e o desenvolvimento do sistema financeiro nacional. O sector bancário assume um papel insubstituível, enquanto veículo que presta às sociedades modernas relevantes serviços na captação da poupança e na sua alocação ao processo produtivo. Este prémio vem distinguir a instituição bancária que melhor contribuição apresenta no que respeita à educação financeira dos cidadãos e das famílias angolanas.
JA - Que avaliação faz do nível dos candidatos e dos vencedores dos Prémios Sirius?
MNJ - Existe em Angola, de uma forma crescente, um sentido individual e colectivo de fazer mais e de o fazer de uma forma qualitativamente superior, com dedicação, determinação e conhecimento. Ao distinguir os melhores, estamos igualmente a apontar o caminho a todos - pessoas, instituições e empresas - estimulando-os a que copiem os bons exemplos e os suplantem. A quantidade e a qualidade da informação sobre as empresas angolanas estão a aumentar nos últimos anos, o que é um indicador importante para o estabelecimento de um clima de rigor e transparência na gestão empresarial do país.
JA - Por que razão este tipo de iniciativas é importante?
MNJ - São prémios que se destinam a premiar a excelência das empresas e dos actores que, no dia-a-dia, fazem crescer a economia angolana. Por essa via, contribuem para a melhoria do bem-estar da população. Angola tem crescido muito do ponto de vista económico e para que essas taxas se mantenham e se elevem cada vez mais no futuro é necessário, entre outras coisas, apostar na inovação. A inovação só tem lugar quando se aposta na excelência e a excelência tem como substrato o conhecimento. Por essa razão, estes prémios são importantes para o presente e para o futuro de Angola.
JA - Da observação dos candidatos é possível ter uma percepção do nível organizacional das empresas angolanas?
MNJ - O nível organizacional das empresas angolanas dos sectores público e privado tem aumentado de modo significativo. À medida que os níveis de concorrência no mercado vão aumentando, a organização e a competitividade das empresas angolanas é maior. Ainda há muita coisa a fazer, mas está-se no caminho certo. A componente humana deste processo é crucial. Há ainda uma grande escassez de quadros em Angola, em quantidade e qualidade, aos vários níveis. Por isso, a aposta na educação é essencial. Diria mesmo que é a base do sucesso.
JA - Como avalia a aposta de Angola na formação de quadros?
MNJ - Este ano, iniciou-se a aplicação do Plano Nacional de Formação de Quadros, o primeiro plano integrado de formação desde a Independência e que envolve a preparação de quadros médios, superiores, docentes, investigadores em educação, quadros da administração pública e formação de pessoal de apoio ao empreendedorismo e desenvolvimento empresarial. O país tem hoje cerca de 1,2 milhões de quadros (dirigentes, gestores, técnicos superiores e técnicos médios), número insuficiente para fazer face às enormes e complexas tarefas que se colocam a Angola. O objectivo é atingir, em 2020, os 2,3 milhões de quadros.
JA - Como está a ser feita a formação?
MNJ - Estes quadros são formados para fazer face às necessidades do desenvolvimento dos clusters estruturantes e prioritários da economia nacional. Para garantir a excelência da formação destes quadros faz-se uma combinação das capacidades internas de formação com as capacidades existentes noutras partes do mundo, através de parcerias com os melhores centros de formação que o mundo pode oferecer.
JA - Que relação faz entre o nível organizativo e o aumento da produtividade das empresas nacionais?
MNJ - Produtividade e organização são factores intimamente ligados. Não há ganhos de produtividade sem níveis adequados de organização dos processos de produção e de distribuição de uma determinada empresa. O papel dos recursos humanos é fundamental. Quanto maior for a preparação académica, profissional e técnica das pessoas, maiores são os seus níveis de produtividade. A produção nacional ainda é frágil e os níveis de importação são muito altos.
JA - Qual deve ser o papel do Estado?
MNJ - Para que haja produção nacional é preciso ter um empresariado bem preparado, forte, competitivo e apoiado pelo Estado. Para incentivar as empresas de capitais maioritariamente angolanos a ultrapassar o desnível competitivo que as separa das empresas de referência internacionais, é necessário adoptar temporariamente uma politica económica estratégica, parcialmente proteccionista que, ao mesmo tempo, estimule a competitividade das mesmas. Se assim não for feito, o empresariado nacional pode morrer à nascença. Não se pode ter uma economia de mercado sem empresários nacionais de referência e competitivos, sob o risco de se ter um sistema económico pouco endógeno e, por essa razão, muito vulnerável e pouco consistente.
JA - Como devem agir as empresas?
MNJ - As empresas angolanas devem despontar para o mundo com uma competitividade estrutural em determinados sectores de actividade, o que pressupõe apostar na diferenciação e qualidade dos seus produtos e serviços de modo a criar vantagens comparativas dinâmicas, que sejam capazes de sustentar o posicionamento nos segmentos das cadeias produtivas de maior valor acrescentado. O investimento privado estrangeiro vai ser sempre bem-vindo. Os números mostram que é grande o interesse do capital internacional pelo mercado angolano e isso é importante para aumentar a capacidade produtiva do país, principalmente para sectores mais exigentes em know-how e tecnologicamente mais exigentes e diferenciados.
JA - Quais as principais características de um bom gestor?
MNJ – Tradicionalmente, a gestão estava associada à ideia de uma liderança baseada no medo. Os empregados tinham de trabalhar arduamente para fazer com que os seus gestores tivessem sucesso. Os empregados são o activo mais valioso de qualquer organização. Se no passado os gestores diziam “saltem” e os empregados perguntavam “a que altura chefe”? Hoje os gestores modernos saltam juntamente com os empregados e atingem a altura que for possível para todos. Lead by example (liderar através do exemplo) é uma condição indispensável para um líder no mundo moderno que quer ter sucesso. Além disso, há a questão da tecnologia. Os gestores que tiverem uma boa compreensão sobre o que está a acontecer no mundo da tecnologia vão ser sempre capazes de se adaptar e estar à frente dos principais competidores.
JA - A economia angolana está suficientemente sólida para atrair grandes empresas?
MNJ - O ambiente de negócios em Angola tem melhorado e isso é bom para investidores nacionais e estrangeiros. No ano passado, o país iniciou a retoma da actividade económica, depois de ter vivido as consequências da crise económica e financeira que se abateu no mundo em 2008. Angola terá crescido, em 2012, 5,2 por cento, com uma contribuição do sector petrolífero de 4,3 por cento e 5,6 por cento do sector não petrolífero.
JA - Mas a economia continua a ser suportada pelo petróleo.
MNJ - Desde 2006 que registamos uma tendência do sector não petrolífero para crescer mais do que o sector petrolífero, o que é um bom sinal do processo de diversificação da economia angolana. Para este ano, prevê-se um crescimento de 5,1 por cento, com o sector petrolífero a crescer 2,6 por cento e o não petrolífero 6,5. A inflação tem estado a diminuir de modo significativo. Para 2013 aponta-se como objectivo uma inflação de move por cento. Para os próximos cinco anos prevê-se uma inflação média anual em torno dos sete por cento. Para um país que já teve taxas anuais de inflação de três mil por cento é realmente um percurso assinalável em relação ao qual os angolanos devem sentir-se orgulhosos. Sendo um país com uma economia muito aberta ao exterior, importando a maior parte dos bens de consumo, este é um elemento muito importante para assegurar a estabilidade dos preços em Angola.
JA - E para os cidadãos?
MNJ - A redução da inflação é importante para os cidadãos, para as famílias e para o próprio Estado. A inflação a níveis muito altos funciona como um imposto sobre os detentores de activos líquidos e como um factor de incerteza para os investidores. Com a sua redução, o clima de negócios do país melhora significativamente e também tem reflexos na redução das taxas de juro, que representam o preço do capital financeiro. Quanto mais baixas forem as taxas de juro, mais barato é obter financiamentos para investimento. Do ponto de vista macroeconómico, a posição interna e externa de Angola é robusta e credível.
JA - Como transformar este crescimento em desenvolvimento?
MNJ - O crescimento económico é a condição essencial para o desenvolvimento. Não se pode distribuir o que não existe. Temos de ser eficientes na produção da riqueza nacional, para depois podermos ser equitativos na sua distribuição. Nos últimos cinco anos, Angola cresceu a uma taxa média anual de 9,2 por cento, tendo a produção não petrolífera quase duplicado nesse período. Este crescimento tem sido puxado, fundamentalmente, pelos investimentos públicos, que têm criado externalidades positivas para o crescimento do sector privado, que deve constituir o motor de desenvolvimento da economia nacional.
JA - Qual o grande desafio para Angola?
MNJ - O grande desafio é a diversificação da economia, de modo a diminuir a sua ainda grande dependência do petróleo. Tem de se evitar que em Angola ocorra aquilo que na literatura se chama de maldição dos recursos naturais, uma situação paradoxal, em que um país com abundantes recursos naturais não renováveis, não consegue diversificar a sua economia, não cresce do ponto de vista económico e passa a viver uma situação de estagnação ou até mesmo de contracção económica.
Fonte: Angonoticias
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