sábado, 21 de dezembro de 2013

Brasil e África misturam padrões de design, revela pesquisa de dez anos

Memórias enraizadas trocadas de geração em geração entre a África e o Brasil são mais comuns do que supõem as publicações brasileiras de história da moda e do design.
Esse é um dos motes do novo livro do tecelão Renato Imbroisi e da jornalista Maria Emília Kubrusly, "Lá e Cá: Trocas Culturais entre o Brasil e Países Africanos de Língua Portuguesa", resultado de uma pesquisa de dez anos em países como Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Salta aos olhos a estrutura têxtil muito parecida apresentada em produtos de tapeçaria e cestaria do Brasil e dos países africanos.

Moda África e Brasil

Lucas Moura/Reprodução do livro \" Lá e Cá
AnteriorPróxima
Esteira de palha de palmeira piaçava da Costa dos Coqueiros, na Bahia
A obra, que é toda ilustrada, joga luz nas semelhanças entre a produção artesanal feita em Muquém (MG) e Maciene, na província africana de Gaza – e também na criação de acessórios de grifes refinadas como a italiana Bottega Veneta e a brasileira Serpui Marie.
O trançado usado na cestaria da Costa dos Coqueiros, na Bahia, por exemplo, é quase o mesmo que a Bottega utiliza em bolsas, carteiras e sapatos de couro, vendidos a preços altos em lojas chiques.
Já as bolsas de Serpuie Marie bebem da fonte da cestaria da cidadezinha de Mecúfi, distrito de Cabo Delgado, em Moçambique, que por sua vez guarda relações com o que se faz em palha em Parnaíba, no Piauí.
"Não sabemos o que vem de cá e o que vem de lá e há poucos registros sobre essas semelhanças. A troca de escravos explica alguns exemplos, mas não essa mesma herança estética enraizada nas duas culturas. O trabalho em tear dos países é idêntico", diz Imbroisi.
Bom exemplo são os padrões geométricos dos teares de Minas, que se assemelham aos do que as mulheres africanas de Palma produzem.
LÁ E CÁ
AUTOR Renato Imbroisi e Maria Emilia Kubrusly
EDITORA Senac
QUANTO R$ 65 (160 págs.)
Fonte: Folhauol

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...