Poetisa angolana, Ana Paula de Jesus Faria Santana nasceu a 20 de Setembro de 1960, em Luanda (Angola).
Completou o curso de Ciências Económicas na Universidade de Lisboa e, em 1985, ingressou na União de Escritores Angolanos. A poetisa publicou, em 1986, Sabores, Odores e Sonho .
Completou o curso de Ciências Económicas na Universidade de Lisboa e, em 1985, ingressou na União de Escritores Angolanos. A poetisa publicou, em 1986, Sabores, Odores e Sonho .
Biografia extraída de: www.infopedia.pt
Música sanguínea
No cimo do tambor
continuar brincando, queria,
mas não,
Cantar o belo,
mas as mãos, os olhos, a carne?
(quanto sofre a carne inconformada)
ter olhos passando tempo
pelo imediato,
eu passo
por aqui, sempre
(como não encontro o infinito)
a angústia no caso
que não há.
Como romper, rasgar
para essa lua entrar,
que luz?
Aonde o sol
e o tempo para soltar a voz,
a fórmula do amar
à força de estar, quem entende?
Oh, discreto riso,
suave tristeza,
olho molhado, olhando-se,
amor fardado (falhado?)
o que será dessa
música sanguínea?
Núpcias
Penetro
esse colchão de cristal,
e
um lençol de mar
me envolve
tecendo o meu vestido raro,
espuma e sal.
Interrompo estas núpcias com o coral,
vem-me o mavioso murmurar
das palmeiras pela brisa
será que não aprovam?
Canção para uma mulher
Nunca me falaste
da tua música
estuprada à força do falo<
nem me contaste
das partículas que
pacientemente raspaste
ao sol para fecundar a terra.
Nunca me falaste
da tua música
estuprada à força do falo<
nem me contaste
das partículas que
pacientemente raspaste
ao sol para fecundar a terra.
Apenas dizes dos braços
cruzados à volta do filho
ou do milho a colher
Sempre espero, pacientemente,
tua boca liberta,
pelas mãos mostrando o sol
e,
pelos teus filhos contando-te
da vida que semeaste.
cruzados à volta do filho
ou do milho a colher
Sempre espero, pacientemente,
tua boca liberta,
pelas mãos mostrando o sol
e,
pelos teus filhos contando-te
da vida que semeaste.
Barco aberto
Como um pão aberto
assim te ofereço
este rio em prata
sorrindo
para que te embebedes
da certeza de que
os caminhos se fazem,
como este barco
perseguido por pássaros
enfeitiçados
de todas as latitudes
salpicam da espuma
as luzes da cidade
Como um pão aberto
assim te ofereço
este rio em prata
sorrindo
para que te embebedes
da certeza de que
os caminhos se fazem,
como este barco
perseguido por pássaros
enfeitiçados
de todas as latitudes
salpicam da espuma
as luzes da cidade
mostrando-me como
se rompem os contornos.
se rompem os contornos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário