terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Obama defende a luta pela justiça e a paz durante discurso sobre Mandela


Obama defende a luta pela justiça e a paz durante discurso sobre MandelaE critica líderes mundiais que afirmam se espelhar em Mandela, mas que "não toleram as distinções de seu próprio povo"

10/12/2013 09:53
Uma tela gigante mostra o presidente dos EUA, Barack Obama durante o discurso feito no memorial para Nelson Mandela, no Soccer City Stadium, em Joanesburgo  (Roberto Schmidt/AFP Photo )
Uma tela gigante mostra o presidente dos EUA, Barack Obama durante o discurso feito no memorial para Nelson Mandela, no Soccer City Stadium, em Joanesburgo


O presidente Barack Obama definiu, nesta terça-feira (10/12), o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela como um "gigante da História", por ter guiado seu país pelo caminho da reconciliação. "É difícil elogiar qualquer homem; muito mais difícil fazê-lo com um gigante da História que dirigiu uma nação para a justiça", afirmou Obama ao dirigir-se a milhares de pessoas reunidas em um estádio de Soweto na cerimônia em homenagem ao Prêmio Nobel da Paz, Mandela, falecido na quinta-feira passada (5/12), aos 95 anos.

Obama cumprimenta o presidente cubano, Raúl Castro antes de falar no serviço memorial a Nelson Mandela, no estádio Soccer City, em Joanesburgo 10 de dezembro de 2013. Obama apertou a mão de Castro em um memorial para Nelson Mandela na terça-feira, um gesto raro entre os líderes das duas nações em conflito há mais de meio século (Kai Pfaffenbach/Reuters )
Obama cumprimenta o presidente cubano, Raúl Castro antes de falar no serviço memorial a Nelson Mandela, no estádio Soccer City, em Joanesburgo 10 de dezembro de 2013. Obama apertou a mão de Castro em um memorial para Nelson Mandela na terça-feira, um gesto raro entre os líderes das duas nações em conflito há mais de meio século


Antes de subir na tribuna para fazer o discurso em honra ao líder mundial, o presidente Barack Obama apertou a mão de seu colega cubano Raul Castro, testemunhando sua vontade de se aproximar de antigos inimigos dos Estados Unidos, explicou esta autoridade, segundo uma autoridade americana. Durante o discurso Obama ressaltou que Mandela não mudou apenas leis, mas também mudou corações. "É uma época de luto, de celebração e autorreflexão sobre o até que ponto, as lições que ele deixou em minha vida estão sendo aplicadas". 
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Obama aproveitou o momento para falar sobre a luta contra a discriminação racial e as desigualdades sociais enfrentadas em todo mundo atualmente. "Nos EUA, na África do Sul em todo mundo o nosso trabalho ainda não acabou. Ainda vemos crianças sofrendo de fome, escolas depredadas, homens em prisões por suas crenças políticas. Isso tudo ainda ocorre hoje, por tanto, nós também temos que nos unir em prol da justiça e da paz."  O presidente norte-amaricano também criticou os governos que se dizem seguir o exemplo de igualdade e liberdade, dado por Mandela, mas que resistem, por exemplo, "as reformas modernas que tratam da pobreza", ou os lideres que "não toleram as distinções de seu próprio povo". 

Obama ainda agradeceu o povo da África do Sul por compartilhar Mandela com o mundo. “A luta dele, foi sua luta. O triunfo dele, foi seu triunfo. Sua dignidade e sua esperança encontraram expressão na vida dele e na luta pela democracia”, disse aos participantes. Ele também comparou o sul-africano ao líder indiano Mahatma Ghandi e ao ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln – que, segundo ele, mantiveram os respectivos países unidos em um contexto de separação. “Ele compartilhou conosco suas falhas. Disse que não era um 'santo, mas um pecador que continuava tentando'”, discursou Obama, citando as palavras de Mandela.

Para o presidente norte-americano, o trabalho de Nelson Mandela, não chegou ao fim. Obama pediu aos jovens que ajam em nome da paz. “Nós podemos fazer da vida dele, a nossa. Há 30 anos, Mandela me inspirou. Ele me fez querer ser um homem melhor.”

Com informações da France Presse e Agência Brasil /correiobraziliense

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