Mulheres de cerca de 20 chefes de Estado africanos denunciaram na sexta-feira em Paris as violações sistemáticas, "armas de guerra" nas zonas de conflito como na República Democrática do Congo e pediram punições contra os autores destes crimes sexuais.
"Rejeitamos que a violência sexual seja considerada como inevitável nas guerras", diz a declaração, resultado de uma "conferência de mobilização", que reuniu as mulheres dos chefes de Estado africanos e a primeira-dama de França, Valerie Trierweiler, e que aconteceu à margem da cimeira do Eliseu sobre Paz e Segurança em África, que reúne chefes de Estado de vários países africanos com o presidente François Hollande.
Os crimes de natureza sexual que ocorrem durante guerras civis foram ignorados durante muito tempo mas têm sido objeto de numerosas resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) nos últimos anos, pedindo aos estados membros que tomem medidas específicas para combater este flagelo.
"A violência sexual sempre foi utlizada ao longo dos tempos", sublinhou Zainab Hawa Bangura, representante do secretário-geral da ONU para as questões da violência sexual em períodos de conflito, na conferência a que assistiu também Margarida Sousa Uva, mulher do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Só em África, centenas de milhares de mulheres foram violadas durante o genocídio no Ruanda, em 1994, e cerca de 60% da população feminina foi vítima de violência sexual na Libéria, durante a guerra civil, entre 1989 e 2003, segundo algumas estimativas.
Fonte: Portal de Angola
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