No Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, comemorado nesta segunda-feira (25), a presidente Dilma Rousseff disse que a "sociedade ainda é sexista e preconceituosa"
"A violência contra a mulher envergonha uma sociedade que, infelizmente, ainda é sexista e preconceituosa", comentou a presidente em sua conta no Twitter.
A data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1993 e escolhida para relembrar o assassinato das irmãs Mirabal --Minerva, Pátria e Maria Teresa, organizadoras do movimento oposicionista Las Mariposas, mortas durante o governo do ditador Trujillo, da República Dominicana, em 1960.
No dia 25 de novembro, Trujillo ordenou a execução delas. Elas foram pegas desarmadas e levadas para uma plantação de cana-de-açúcar, onde foram apunhaladas e estranguladas. O assassinato causou grande comoção no país e contribuiu para acabar com a ditadura em 1961.
Segunda a presidente a Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, foi o alicerce do combate à violência contra as mulheres no país. "Combater à violência contra a mulher é condição para uma Nação mais justa, cidadã e igualitária. É uma forma de preconceito do "mais forte" contra a mulher apenas pelo fato de ser mulher. Graças às lutas das mulheres, o Brasil está mudando. A Lei Maria da Penha foi o alicerce do combate à violência contra as mulheres."
Dilma também destacou o programa Casas da Mulher, ligado à Secretaria de Políticas para as Mulheres, onde o governo atua com parceria com os demais Poderes para coibir a violência contra a mulher. O programa foi lançado em março e prevê a construção de Casas da Mulher Brasileira em todas as capitais do país.
"As Casas da Mulher são o caminho para garantir um combate permanente e sistemático a essa violência. Nessas Casas estão os serviços para o atendimento à mulher com delegacia, Judiciário, Defensoria Pública e atendimento psicossocial."
No começo do mês, a presidente disse que eram "alarmantes" os dados que indicavam crescimento de 18% nos registros de estupros no país. Segundo o 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em todo o Brasil foram registrados 50,6 mil casos. Trata-se de 26,1 estupros por grupo de 100 mil habitantes, contra 22,1 em 2011. O estudo mostra que o total de casos de estupro superou o total de casos de homicídios dolosos, que, em 2012, registrou 47,1 mil.
"A violência contra a mulher é uma vergonha que a sociedade brasileira precisa superar. Para isso é necessário: o fim da impunidade dos agressores, o combate implacável ao preconceito sexista, o respeito às diferenças e o apoio e acolhimento às vítimas."
Fonte: Folha de S.Paulo
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