sábado, 23 de novembro de 2013

EUA executam homem que matou mais de vinte negros e judeus entre 1977 e 1980


As autoridades do estado americano do Missouri executaram na manhã de quarta-feira com uma injecção letal Joseph Paul Franklin, de 63 anos, defensor da 'supremacia branca' que confessou ter morto mais de vinte negros e judeus entre 1977 e 1980. Franklin também baleou o editor de pornografia Larry Flynt, que acabou por ficar paraplégico em consequência dos ferimentos – o episódio foi mostrado no filme O Povo Contra Larry Flynt, de 1996.
A execução estava originalmente prevista para ocorrer na terça-feira à noite, mas acabou sendo adiada por ordem de dois juízes. Horas depois, outro tribunal derrubou as decisões, abrindo caminho para a morte de Franklin. O racista confesso aguardava há quinze anos pela execução na prisão de Potosi. Ele foi condenado por um total de sete assassinatos, todos com motivação racial. Franklin foi preso em 1981 e estava no 'corredor da morte' desde 1998.
Condenador morteO crime que lhe valeu a pena de morte foi o assassinato em 1977 de um homem na saída de uma cerimónia de Bar Mitzvá numa sinagoga do Missouri. Outras condenações, como as sentenças pelos assassinatos de dois negros em 1980, valeram-lhe penas de prisão perpétua. Franklin também confessou ter atirado em Larry Flynt, o notório editor da revista pornográfica Hustler, em 1978. Os ferimentos acabaram por deixar Flint parcialmente paralisado.
Ao confessar o crime, Franklin disse que atacou Flynt porque o editor havia publicado fotos de sexo inter-racial na sua revista. Nas últimas semanas, Flynt chegou a pedir clemência para Franklin, afirmando ser contra a pena de morte e que a prisão perpétua era mais adequada.
Droga - A execução mostrou-se especialmente problemática porque na última hora o estado trocou a fórmula do coquetel de drogas que seria administrado para matar Franklin. A administração penitenciária esperava usar uma droga chamada propofol, mas o fabricante, uma empresa alemã, suspendeu as vendas da substância para uso em execuções. Com isso, foi necessário usar pentobarbital, fabricado por uma farmácia de manipulação. Foi a primeira vez que tal droga, que é administrada numa única dose, foi usada numa execução no Missouri.
Horas antes da execução, uma juíza mandou suspender a execução atendendo um pedido da defesa do condenado, que havia levantado dúvidas sobre o uso da droga, com a suspeita de que ela poderia causar “dor desnecessária”. A defesa também alegou que Franklin era esquizofrênico, e, portanto, não poderia responder pelos seus crimes. Esse pedido também foi atendido por outro juiz. Algumas pessoas contrárias à pena de morte manifestaram-se em Saint Louis, a segunda maior cidade do Missouri.
O Ministério Público recorreu das decisões e conseguiu derrubá-las. A autorização para a execução também recebeu aval da Suprema Corte do país. Depois da derrubada das decisões, a suspensão passou a depender do governador do Missouri, Jay Nixon. Ele acabou negando clemência alegando que Franklin cometeu “acto impiedosos de violência motivados pelo ódio”. Franklin acabou por receber a dose fatal às 6h07 no horário local (15h07 no horário de Moçambique). Morreu dez minutos depois. Nenhuma declaração final foi divulgada.
Fonte: sapomz

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...