sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"A Sopa da Madrugada” de Luísa Diogo



Luisa-Diogo_-08x13x625x230A antiga primeira-ministra moçambicana estreou-se ontem no mundo literário com a obra “A Sopa da Madrugada”.
Trata-se de um livro que fala da economia moçambicana no período entre 1994 e 2009, retratando as reformas e a transformação económica e social que o país assistiu.
“É  minha convicção é que se há-de falar imenso de Moçambique em desenvolvimento. Não só com Produto Interno Bruto (PIB) per capita crescente, mas também um com Índice de Desenvolvimento Humano condigno e encorajador”, este é o optimismo que a antiga primeira-ministra moçambicana transmitiu a todos os participantes do lançamento da sua primeira obra, intitulada “A Sopa da Madrugada - Das Reformas à Transformação Económica e Social em Moçambique: 1994 - 2009”.
A presidente do Conselho de Administração do Barclays Moçambique iniciou a abordagem retratando que o país já é conhecido por ter gerido uma boa transição colonial para a independência, por ser um Estado com paz e um grande receptor de investimentos, em particular de mega-projectos. Neste contexto, Luísa Diogo acredita que todos estes aspectos deverão transformar-se “em desenvolvimento”, na medida e que “todas as bases foram criadas”.

“A Sopa da Madrugada” é uma obra de economia escrita na primeira pessoa, mas que, segundo o prefaciador da mesma, o linguista Lourenço de Rosário, não se trata de um livro autobiográfico e nem de um livro de memórias, mas sim a abertura de “capítulo de testemunhos de um período assaz na história contemporânea do país e, quiçá, mal compreendido”.
Do Rosário prefere atribuir muitos dos feitos realçados na obra à geração 8 de Março - da qual a economista Luísa Diogo faz parte -, sendo inclusive uma geração que não teve escolhas, tal como sucedeu com a geração de 25 de Setembro
O MOMENTO QUE INSPIROU “A SOPA DA MADRUGADA” 
Segundo Luísa Diogo contou ontem à noite, o título “A Sopa da Madrugada” resulta de um momento marcante da história do país e da sua vida, em particular. A sopa foi tomada por uma equipa de moçambicanos, às quatro horas e trinta minutos do dia 21 de Novembro de 2001, em Paris (França), minutos depois dessa mesma equipa ter conseguido negociar com sucesso o perdão de uma dívida pública de cerca de dois biliões de dólares americanos no Clube de Paris. Luísa Diogo, na qualidade de primeira-ministra de Moçambique, era a chefe da equipa que conseguiu desbloquear parte de uma dívida considerada insustentável por várias instituições internacionais.
“O perdão da dívida externa, naquela madrugada de 21 de Novembro de 2001, foi uma verdadeira ‘sopa da madrugada’, que nos deu alento e energia para continuar com o processo de reformas para a transformação de Moçambique em um país atractivo para o investimento nacional e estrangeiro”, considerou Luísa Diogo.
O PAÍS – 23.08.2013

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