Série retrata personalidades da cultura afro-brasileira que se destacaram na história do país
Cartola, Chica da Silva, Bispo do Rosário, Dom Obá e Maria Firmina são alguns dos nomes que fizeram história no Brasil. Ao lado de mais onze personagens, eles formam o rol de homenageados da terceira temporada de “Heróis de Todo Mundo”, com estreia marcada para 20 de novembro (quarta-feira),Dia da Consciência Negra, no Canal Futura. Dirigidos por Luiz Antônio Pilar, os episódios resgatam personalidades marcantes da cultura afro-brasileira.
Com linguagem ficcional que mistura elementos documentais, os 15 interprogramas de “Heróis de Todo Mundo” têm dois minutos de duração cada. A atração conta com criteriosa pesquisa de imagens para mostrar as trajetórias dos “heróis”, que servem de exemplo para muitos brasileiros até hoje. OFutura exibirá a atração nos intervalos da programação, de quarta a sexta-feira, às 19h55.
A série “Heróis de Todo Mundo” integra o projeto social de valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro “A Cor da Cultura”, que produz conteúdos impressos e séries de televisão. Reunido em um kit educativo, esse material será distribuído em escolas públicas de cinco estados (Pará, Maranhão, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul), em 2014, como ferramenta de apoio à lei 10.639/2003, que institui o ensino de história e cultura da África e dos povos afrodescendentes na grade curricular. O objetivo da iniciativa é tirar a história da população negra da invisibilidade tanto na tela da televisão quanto nas salas de aula.
Heróis de Todo Mundo
Estreia: 20 de novembro
Exibição: quartas, quintas e sextas-feiras
Horário: 19h55
Duração: 2 min
Classificação indicativa: livre
Os “heróis”
Abdias do Nascimento (encenado pelo ator Antônio Pompêo)
Ex-deputado, secretário estadual e senador, Abdias foi também pintor autodidata, escritor, jornalista, poeta e ator. Ganhou reconhecimento pelo engajamento na defesa dos direitos humanos dos afrodescendentes, que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2010.
Ana das Carrancas (encenada pela atriz Lea Garcia)
Considerada uma das artesãs e ceramistas mais populares do Nordeste, a sertaneja Ana Leopoldina dos Santos ficou conhecida no mundo das artes como Ana das Carrancas. Ela homenageava seu marido José Vicente, deficiente visual, na maioria das peças, marcadas com os olhos vazados. A obra peculiar foi apresentada em feiras e exposições pelo país. A artista faleceu em 2008, aos 85 anos.
Aniceto do Império (encenado pelo sambista Bira Presidente)
Grande nome do samba do partido-alto, uma das variações do estilo marcada pelo improviso, Aniceto foi um dos fundadores da tradicional escola de samba carioca Império Serrano, em 1947.
Bispo do Rosário (encenado pelo ator Wilson Rabelo)
Artista plástico brasileiro que ganhou fama na década de 1980 quando foi encontrado no centro psiquiátrico Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Ele viveu no manicômio durante 50 anos e dentro de um quartinho produziu obras impressionantes, famosas pela originalidade e expressividade, como colagens, tapeçarias, estandartes, pinturas e bordados.
Cartola e Dona Zica (encenados pelos compositores Gabriel Moura e Mariene de Castro)
Fundador da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, Angenor de Oliveira foi um cantor, compositor, poeta e violonista. Ao lado de sua esposa Dona Zica, inaugurou o Zicartola na década de 1960, reduto de grandes nomes da música brasileira que reunia representantes da bossa nova da zona sul carioca e sambistas do morro.
Chica da Silva (encenada pela atriz Cris Vianna)
Umas das personagens mais populares na história do Brasil, Chica da Silva foi uma escrava alforriada que ganhou notoriedade com o poder e a riqueza conquistados por meio da sua relação com um contratador de diamantes nas Minas Gerais do século 18.
Clementina de Jesus (encenada pela atriz Zezeh Barbosa)
Trabalhou por 20 anos como empregada doméstica para se sustentar até se apresentar nos palcos do Rio de Janeiro como intérprete. Seu canto, muito influenciado pelos terreiros de candomblé, conquistou a crítica, compositores, artistas e o público. Apenas em 1964, aos 62 anos, conseguiu o reconhecimento como artista.
Dom Obá (encenado pelo ator Tony Tornado)
Uma figura incomum na história brasileira, Cândido da Fonseca Galvão, conhecido como Dom Obá II d’ África, tornou-se um dos pioneiros na luta pela igualdade racial no Brasil. Lutou na Guerra do Paraguai e frequentava as audiências públicas de D. Pedro II no século 19.
Esperança Garcia (encenada pela atriz Sheron Menezes)
Nascida no Piauí, em 1770, a escrava Esperança Garcia destacou-se pela sua coragem ao escrever uma petição dirigida ao governador da capitania denunciando os maus-tratos sofridos na fazenda em que vivia. Virou símbolo da luta pela liberdade dos negros.
João do Vale (encenado pelo apresentador MV Bill)
Natural do Maranhão, na década de 1950 conquistou a fama pelos seus baiões. Suas canções foram gravadas por grandes nomes do cenário musical da época, como Maria Bethânia e Chico Buarque, que interpretaram “Carcará”.
Maria Firmina (encenada pela atriz Lucy Ramos)
Autora do primeiro romance abolicionista e uma das raras representantes da literatura feminina no Brasil do século 19. Ela escreveu o livro intitulado “Úrsula”, uma produção que apresentava a temática do negro e a condição dos afrodescendentes na sociedade daquela época.
Mestre Valentim (encenado pelo cantor Tonho Matéria)
Valentim foi escultor e entalhador. Ao lado de Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde, tornou-se um dos nomes mais importantes da arte colonial brasileira.
Oliveira Silveira (encenado pelo cineasta Joel Zito)
Nascido em 1941, Oliveira foi pesquisador, historiador e poeta, além de um dos idealizadores do dia da consciência negra no Brasil, celebrado em 20 de novembro.
Thereza Santos (encenada pela ativista social Matilde Ribeiro)
Atriz, educadora e filósofa, atuou durante 50 anos no movimento negro. Na África, participou, como guerrilheira, do movimento de libertação de Guiné-Bissau e de Angola.
Zózimo Bulbul (encenado por Walter Rosa)
Foi ator, cineasta e roteirista brasileiro. Em 1969, tornou-se o primeiro negro a protagonizar uma novela brasileira, “Vidas em Conflito” da TV Excelsior.
O projeto “A Cor da Cultura”
Iniciado em 2004, em consonância com a Lei 10.639, que acaba de completar 10 anos, “A Cor da Cultura” produz conteúdos audiovisuais e pedagógicos que visam valorizar o patrimônio cultural afro-brasileiro. Para tal, alia a exibição nacional de programas sobre a temática ao uso desse conteúdo na formação de educadores. De 2010 a 2012, o projeto formou mais de 4 mil profissionais da rede de ensino (professores, técnicos e coordenadores pedagógicos) em oficinas presenciais.
Em 2014, o projeto contará com mais dois programas. O infantil Livros Animados vai ganhar dez episódios, de trinta minutos cada, com novas dicas que estimulam o hábito da leitura ao mesmo tempo em que proporcionam uma visão multirracial. Experiências bem-sucedidas na área de educação vão conduzir os vinte programas inéditos, com duração de sete minutos, de Nota 10 – Especial A Cor da Cultura.
Para mais informações, educadores e público em geral podem acessar o site www.acordacultura.org.br, que funciona como um ambiente de gestão, relacionamento e espaço para retirada de dúvidas. “A Cor da Cultura” é uma parceria entre Petrobras, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), Ministério da Educação, por meio do SECADI, Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, Fundação Roberto Marinho, via Canal Futura, e TV Globo.
Fonte: Fundação Cultural Palmares
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