Morreu na terça (14), no México, aos 83 anos, o poeta e jornalista argentino Juan Gelman. As causas da morte não foram divulgadas.
Reconhecido tanto pela qualidade dos seus versos quanto pela sua militância política, Gelman publicou mais de 20 livros e recebeu em 2007 o prêmio Cervantes, o principal em língua espanhola.
Foi também um ícone da resistência à ditadura na argentina. Perseguido pelos militares, se exilou primeiro na Itália, nos anos 1970. Teve o filho e a nora sequestrados e mortos pelo regime. Uma neta nascida durante o cativeiro dos pais também esteve desaparecida até que Gelman conseguiu resgatá-la.
Por ter desacreditado da eficácia da luta armada e dos rumos que tomaram os grupos de esquerda, foi condenado à morte pelo grupo guerrilheiro Montoneros
Num artigo em 2008, o colunista da Folha Clóvis Rossi escreveu que "Gelman teve a penosa honra de ter sido condenado à morte duas vezes, por entidades opostas, aliás" —referência aos militares e aos guerrilheiros. "Em ambos os casos, por olhar para os fatos e dizer que os fatos eram como eram".
As obras do argentino incluem "Bajo la Lluvia Allena" (debaixo da chuva alheia) e "Amor que Serena Termina?" ( Record, esgotado).
Gelman vivia no México havia mais de 20 anos.
Fonte: Folhauol |
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