Após dez anos fechada, a casa onde viveu o casal de escritores Jorge Amado (1912-2001) e Zélia Gattai (1916-2008) deve finalmente tornar-se um memorial aberto à visitação em Salvador.
A inauguração do novo museu já tem data marcada: 2 de julho -marco da independência da Bahia-, segundo a Prefeitura de Salvador, que recebeu da família do casal o imóvel de cerca de mil metros quadrados.
A exemplo de outros museus, a Casa do Rio Vermelho -como o imóvel ficou conhecido- terá vídeos e interatividade com o público.
Casa de Jorge Amado e Zélia Gattai
A abertura do memorial ao público era um desejo antigo de Zélia, que morreu sem ver o museu concretizado.
"[O museu] significa compartilhar com as pessoas as emoções vividas pela nossa família e uma história de amor que durou mais de 50 anos", afirma João Jorge Amado, 66, filho do casal.
Comprado em 1961, o imóvel número 33 da rua Alagoinhas recebeu visitantes como José Saramago, Mario Vargas Llosa, Pablo Neruda e Gabriel García Márquez.
Fonte: Folhauol
O projeto prevê investimentos de R$ 6 milhões. Metade dos recursos virá da Prefeitura de Salvador, oriundos da arrecadação de patrocínios para o Carnaval. A outra parte virá da iniciativa privada por meio da Lei Rouanet.
O memorial terá 20 espaços temáticos, com vídeos, efeitos de som e interatividade com o público, que contarão histórias de Jorge e Zélia, incluindo a do jardim onde estão depositadas as cinzas dos dois escritores.
Intervenções nas estruturas elétrica e hidráulica da casa serão feitas até julho. O imóvel ainda passará por reformas para garantir o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção. A expectativa é que o memorial receba 10 mil pessoas por mês.
Para que o espaço seja financeiramente sustentável, será cobrada uma taxa de visitação -cujo valor ainda não foi definido pelo museu.
Após a entrega da Casa do Rio Vermelho, a prefeitura pretende incluir dois novos museus no circuito turístico de Salvador, dedicados a artistas radicados na Bahia e amigos de Jorge Amado.
Um deles vai homenagear o artista plástico argentino Carybé, enquanto o outro vai se dedicar ao fotógrafo e antropólogo francês Pierre Verger. Os museus serão instalados, respectivamente, no forte de Santa Maria e no forte de São Diogo.
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