Ao lado dos africanos Uganda e Quénia, país foi citado por adotar leis contra a prática; estimativas globais apontam para potencial de cerca de 86 milhões de meninas e mulheres em tornar-se vítimas até 2030.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, mencionou a Guiné-Bissau pelos avanços no combate à mutilação genital feminina. O país foi citado ao lado do Uganda e do Quénia, como um dos que adotaram leis contra a prática.
A referência foi feita na sua mensagem, alusiva ao Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, assinalado esta quinta-feira.
Prisões
Relativamente a África, o chefe da ONU lembrou detenções feitas na Etiópia contra autores da prática. Foi igualmente enaltecida uma campanha sudanesa denominada Saleema, que inspirou um pai a não circuncidar a filha. Em árabe, a palavra significa intocável.
O Secretário-Geral ressalta que a data é uma oportunidade de lutar pelo fim da prática, que afeta mais de 125 milhões de meninas e mulheres no mundo com a maioria no continente africano.
Danos Físicos
Para ajudar as mulheres que já passaram pela prática, a organização leva a cabo ações com agências parceiras com vista a recuperar os danos físicos causados às vítimas da mutilação genital.
Ban disse que o mundo precisa preservar o que é bom em cada cultura e deixar para trás o que é mau. Vários defensores da mutilação feminina alegam que a prática é uma questão de costume e tradição.
Para o responsável, não existe nenhuma razão religiosa, de saúde ou desenvolvimento que possa justificar que uma menina ou mulher seja mutilada. Como defendeu, qualquer tradição que rebaixe ou humilhe um ser humano deve ser erradicada.
Complicações
A mutilação, também conhecida como circuncisão feminina, causa danos graves além da possibilidade de infecções, de complicações na gravidez e no parto que podem levar à morte.
Pelo menos 29 países de África e do Médio Oriente já registaram a prática. Há relatos de que a mutilação também ocorra em comunidades de migrantes fora do continente africano.
Dia Internacional
Para especialistas, caso a prática permaneça até 2030, 86 milhões de meninas e mulheres poderão se tornar vítimas.
Ban lembrou que todos os países africanos apoiaram a resolução da Assembleia Geral sobre o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.
Como desafio da organização, o Secretário-Geral apontou a angariação do apoio da opinião pública e a criação de mecanismos de auxílio a todas as mulheres e meninas afetadas pelo risco da mutilação.
*Apresentação: Denise Costa.
Fonte: radioonu
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