quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Websérie adapta livro de José de Alencar para os dias atuais; conheça 'Dona Moça'

Oscar Wilde certa vez disse que a arte imita a vida. E a websérie "Dona Moça", com seus dez episódios que, juntos, não somam nem uma hora de duração, faz isso bebendo da fonte de um dos maiores clássicos da literatura brasileira: "Senhora", de José de Alencar.
Divulgação
Livro retrata momento de transformação da sociedade brasileira, em que os valores patriarcais são deixados de lado
Livro retrata momento de transformação da sociedade brasileira, em que os valores patriarcais são deixados de lado

Inspirada no modelo de vlog corporativo exibido em outra websérie de sucesso, a norte-americana "Emma Approved", "Dona Moça" se destaca pelo conteúdo descontraído e pela adaptação da história - originalmente publicada em 1875 - para a sociedade contemporânea. A realização fica por conta da Adorbs Produções, criada em 2014 com o intuito de desenvolver conteúdo original para a internet.

A história de José de Alencar narra o casamento entre Aurélia, moça pobre que se torna herdeira de grande fortuna, e Fernando Seixas, que frequenta os altos círculos da corte, mas é incapaz de sustentar sua vida luxuosa. Tudo muda quando Aurélia é trocada por uma moça com um dote maior que o seu e, após uma reviravolta, torna-se a herdeira de seu avô. Ela decide atrair Fernando de volta para si, anonimamente, por uma quantia três vezes maior, iniciando um jogo de intrigas.

Na websérie, a trama envolvendo o dote de casamento recebeu contornos mais atuais. Aurélia é uma moça que viveu uma vida difícil, mas se tornou a promoter mais requisitada da alta sociedade paulista. Por uma manobra do destino, ela contrata seu ex-namorado - que a trocou por uma socialite - como assistente.

Transformar a relação entre Aurélia e Fernando em um contrato de prestação de serviços foi apenas um dos fatores levados em conta durante o processo de adaptação. De acordo com Larissa Siriani, uma das responsáveis pelo roteiro e produção de "Dona Moça", a intenção é ser fiel à história original, sem abrir mão da liberdade criativa.

"Pensamos sempre em como aqueles personagens se envolveriam se vivessem no nosso período histórico, ou em como poderíamos adaptar uma cena específica para que ela tivesse o mesmo peso da original, sem desconsiderar a mudança de época", explica.
Adaptar o romance de José de Alencar parece uma tarefa complicada. Afinal, muita coisa mudou desde 1875. Porém, "Senhora" destoa dessa imagem por ser um romance moderno. "As ideias por trás de 'Senhora' já são por si muito à frente do seu tempo, e acho que isso colabora na hora de adaptar", ressalta Siriani.

NILSEN SILVA
da Livraria da Folha

Para continuar lendo acesse: http://www1.folha.uol.com.br/

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