Há muitas e muitas luas, a lebre e o camaleão eram amigos inseparáveis.
Naquele tempo, o interior da África era percorrido a pé por longas caravanas. Todos carregavam pacotes e cestos à cabeça, repletos de cera e borracha, que trocavam por panos nas vendas dos comerciantes brancos nas vilas situadas junto ao mar.
A lebre e o camaleão, tão logo ouviam o cântico e o alarido dos carregadores, se arrumavam rapidamente para seguir atrás dos homens.
Os dois gostavam de fazer negócios também e, com suas pequenas trouxas, marchavam na retaguarda das alegres comitivas. Os carregadores traziam guizos e campainhas presos aos tornozelos, fazendo uma barulheira infernal, que servia para afugentar as feras selvagens do caminho.
A lebre, sempre apressada, fazia tudo correndo. Assim que chegava à loja do homem branco, trocava rapidinho sua cera por tecidos multicolores e dizia para o camaleão:
– Já estou indo - e sumia pela mata afora.
O camaleão, muito calmo, respondia:
– Não tenho pressa- e regressava lentamente para a imensa floresta por causa das suas correrias insensatas.
É por essa razão que a apressadinha anda até hoje vestida com um pano cinzento, sujo e desbotado.
O lento e responsável camaleão juntou muitos tecidos das mais variadas tonalidades, e é por isso que ele pode trocar de cor a toda hora.
Fonte: http://docenciaonlinesaberespedagogicos.blogspot.com.br/
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