Capital mineira recebe evento que vai mapear a cadeia produtiva do setor no país e
refletir sobre a relação com economia criativa e a estética negra. Pegue um grande pote de barro e adicione pedras, sementes, madeira, verdadeiras esculturas feita com cabelos e toda a riqueza visual das tribos africanas. Misture tudo, acrescente doses generosas de cores vibrantes, palhas, búzios e respeito pelo sagrado. Tempere com doses de ritmo e alegria, e leve para assar em forno pré-aquecido pelo sol que brinda a Mãe-África. O resultado dessa receita é a moda negra brasileira, que nos brinda com vestidos, túnicas, calças, macacões, turbantes e saias que mais do que vestir o corpo, expressam a afirmação e a valorização das culturas e identidades africanas presentes no Brasil. Para refletir sobre essa temática,a Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), em parceria com a Associação Nacional da Moda Afro-Brasileira (ANAMAB) e a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, realiza nos dias 24 e 25 de outubro, em Belo Horizonte/MG, o I Seminário – Moda, Estética Negra e Economia Criativa, que pretende também debater o mercado brasileiro de moda afro e a sua relação com a economia criativa e a estética negra. De acordo com Lindivaldo Júnior, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP – MinC, a ideia de realizar o seminário surgiu a partir de uma demanda das produtoras de moda que sentiam há algum tempo a necessidade de se discutir a situação do mercado brasileiro da moda afro. Ainda segundo ele, o evento que acontece dentro da programação do Festival de Arte Negra – FAN-BH, é mais uma forma de subsidiar a construção de uma Política Nacional de Cultura Afro-brasileira. “Embora existam algumas ações, em âmbito federal, que contemplem a cultura afro-brasileira, nós precisamos de uma política estruturada que atenda as necessidades da população”, afirma. “O conjunto de debates que a FCP tem realizado nas comemorações dos seus 25 anos são também uma forma de reunir materiais que vão contribuir para a construção dessa Política. A moda,que é uma das formas de expressar e representar a nossa cultura, também precisa subsidiar essa caminhada”, pontuou. Mapeamento – O Seminário – Moda, Estética Negra e Economia Criativa também será uma oportunidade para realizar um mapeamento inédito no Brasil, que vai revela r o número de ateliês e estilistas de moda afro-brasileira e qual é a realidade desses produtores. A Makota Kizandembu Kiamaza, uma das coordenadoras da ANAMAB, ressalta que a partir do mapeamento, será possível identificar a cadeia produtiva da moda afro-brasileira e quais posições são ocupadas. “A partir daí, vamos discutir porque a nossa moda não tem visibilidade no Brasil”, declara. “Quando se fala que a moda brasileira movimenta cerca de 30% da economia, é importante questionar porque as produtoras de moda afro não estão inseridas nesse contexto”, alerta a Makota. Para participar do evento, que vai debater ainda sobre desenvolvimento sustentável e empreendorismo, os interessados devem acessar a ficha de inscrição preencher o formulário e enviar para os e-mails: 25anospalmares@palmares.gov.br e makotafan2013@noderosa.com.br . As vagas são limitadas. Confira a programação completa do Seminário: PROGRAMAÇÃO Homenageadas: Makota Subukenã Kiamaza- MG e Maria do Carmo Valerio (Muene-SP) 24 de Outubro (Quinta-feira) 19h30 – Solenidade de Abertura com autoridades local e nacional 20h – Palestra “Desafios para uma política nacional para a cultura negra” 21h - Festa da Moda (Espaço Cultural 104) 25 de Outubro (sexta-feira) Painéis temáticos 8h às 12h – Painel – História da Moda Afro-Brasileira e o Simbólico: 12h30 às 13h30– Almoço 14h às 16h– Mesa Redonda – Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável 16h30 às 18h30 – Painel – Inserção da Moda Afro-brasileira no Mercado
Fonte: FCP
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Estética e moda negra brasileira são tema de seminários em BH
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