sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Estética e moda negra brasileira são tema de seminários em BH

seminario_moda_estetica

Capital mineira recebe evento que vai mapear a cadeia produtiva do setor no país e 
refletir sobre a relação com economia criativa e a estética negra. Pegue um grande pote de
 barro e adicione pedras, sementes, madeira, verdadeiras esculturas feita com cabelos e
 toda a riqueza visual das tribos africanas. Misture tudo, acrescente doses generosas de 
cores vibrantes, palhas, búzios e respeito pelo sagrado. Tempere com doses de ritmo e 
alegria, e leve para assar em forno pré-aquecido pelo sol que brinda a Mãe-África.

O resultado dessa receita é a moda negra brasileira, que nos brinda com vestidos, 

túnicas, calças, macacões, turbantes e saias que mais do que vestir o corpo, expressam a
 afirmação e a valorização das culturas e identidades africanas presentes no Brasil.

Para refletir sobre essa temática,a Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), em 

parceria com a Associação Nacional da Moda Afro-Brasileira (ANAMAB) e a Prefeitura
 de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, realiza nos dias
 24 e 25 de outubro, em Belo Horizonte/MG, o I Seminário – Moda, Estética Negra e 
Economia Criativa, que pretende também debater o mercado brasileiro de moda afro e 
a sua relação com a economia criativa e a estética negra.

De acordo com Lindivaldo Júnior, diretor do Departamento de Fomento e Promoção

 da Cultura Afro-brasileira da FCP – MinC, a ideia de realizar o seminário surgiu 
a partir de uma demanda das produtoras de moda que sentiam há algum tempo a 
necessidade de se discutir a situação do mercado brasileiro da moda afro. Ainda segundo
 ele, o evento que acontece dentro da programação do Festival de Arte Negra – 
FAN-BH, é mais uma forma de subsidiar a construção de uma Política Nacional de 
Cultura Afro-brasileira.

“Embora existam algumas ações, em âmbito federal, que contemplem a cultura afro-brasileira,

 nós precisamos de uma política estruturada que atenda as necessidades da população”,
afirma. “O conjunto de debates que a FCP tem realizado nas comemorações dos seus
 25 anos são também uma forma de reunir materiais que vão contribuir para a construção
 dessa Política. A moda,que é uma das formas de expressar e representar a nossa cultura,
 também precisa subsidiar essa caminhada”, pontuou.

Mapeamento – O Seminário – Moda, Estética Negra e Economia Criativa também 

será uma oportunidade para realizar um mapeamento inédito no Brasil, que vai revela
r o número de ateliês e estilistas de moda afro-brasileira e qual é a realidade desses 
produtores.

A Makota Kizandembu Kiamaza, uma das coordenadoras da ANAMAB, ressalta que 

a partir do mapeamento, será possível identificar a cadeia produtiva da moda 
afro-brasileira e quais posições são ocupadas. “A partir daí, vamos discutir porque a
nossa moda não tem visibilidade no Brasil”, declara. “Quando se fala que a moda brasileira 
movimenta cerca de 30% da economia, é importante questionar porque as produtoras 
de moda afro não estão inseridas nesse contexto”, alerta a Makota.

Para participar do evento, que vai debater ainda sobre desenvolvimento sustentável

 e empreendorismo, os interessados devem acessar a ficha de inscrição preencher 
o formulário e enviar para os e-mails: 25anospalmares@palmares.gov.br e
makotafan2013@noderosa.com.br . As vagas são limitadas.

Confira a programação completa do Seminário:


PROGRAMAÇÃO


Homenageadas: Makota Subukenã Kiamaza- MG e Maria do Carmo Valerio (Muene-SP)


24 de Outubro (Quinta-feira)

19h30 – Solenidade de Abertura com autoridades local e nacional

20h – Palestra “Desafios para uma política nacional para a cultura negra”

21h - Festa da Moda (Espaço Cultural 104)

25 de Outubro (sexta-feira)

Painéis temáticos

8h às 12h – Painel – História da Moda Afro-Brasileira e o Simbólico:

12h30 às 13h30– Almoço

14h às 16h– Mesa Redonda – Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável

16h30 às 18h30 – Painel – Inserção da Moda Afro-brasileira no Mercado

Fonte: FCP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...