Durante evento acadêmico, realizado no Brasil em junho na Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG, Chiziane destacou a necessidade de os brasileiros conhecerem realmente os povos africanos, para garantir a melhoria da relação entre o país e o continente.
A escritora já teve a primeira evidência do desconhecimento que os brasileiros têm da África na chegada à cidade de Belo Horizonte (MG) para a Jornada de Estudos Africanos. No hotel, a ficha de cadastro indicava que a moçambicana era de origem sul-africana.
Ao apontar o equívoco, Paulina foi informada de que não constam no programa de computador da rede hoteleira os países africanos, somente o termo África para descrever todas as nações. A identificação “África do Sul”, de acordo com informações do hotel, passou a existir, apenas, depois que o país sediou a Copa do Mundo.
O episódio foi só mais um a explicitar o conhecimento mínimo que os brasileiros têm da África, chegando ao ponto de, em ambientes universitários, encontrarmos boa parte dos estudantes acreditando que a África é um país e não um continente.
Para a escritora, é tempo de mudar essa realidade. “Nós somos um povo, como africanos, eu como moçambicana, que falamos a mesma língua portuguesa, tivemos uma história comum, mas não nos conhecemos. Vocês estão mais perto da África do que da Europa.
Além disso, uma boa parte da população brasileira é proveniente da África. Então, preciso “quebrar o gelo”, abrir as fronteiras para que haja mais comunicação entre o povo africano e o Brasil”.
A mesma história que une pode separar. Paulina Chiziane atribui o distanciamento e a falta de conhecimento brasileiro sobre a África ao contexto histórico.
“A história tem o seu percurso. Ontem, foram as colonizações, as escravaturas, as guerras de libertação que foram criando sequelas nos povos. Chegou o momento de ver que precisamos, afinal, estar muito mais unidos do que antes. São processos históricos. Ninguém tem culpa disso. Chegou a hora, então vamos trabalhar para esse reencontro”, afirma.
Paulina Chiziane, amante da literatura brasileira, principalmente dos escritores Jorge Amado e Vinicius de Morais, acha que é importante que os brasileiros conheçam a literatura africana como forma de aproximação entre os povos.
Perguntada sobre a imagem negativa, de neocolonialistas, que as empresas brasileiras estão criando dentro da África, a escritora lembra que problemas dessa natureza não têm partido só de povos do Brasil.
“Eu acho que estamos a dar uma nova imagem do poder brasileiro. Criaram muitos postos de trabalho e isso tem os seus conflitos. Mas, as coisas vão ser digeridas na medida no possível. Deixa-me dizer que não são apenas as empresas brasileiras, existem empresas de outros continentes, do asiático, que vêm e fazem exatamente a mesma coisa. Eu não sei se isso é lei do capitalismo ou não. A verdade é que nem tudo está a correr bem”.
O episódio foi só mais um a explicitar o conhecimento mínimo que os brasileiros têm da África, chegando ao ponto de, em ambientes universitários, encontrarmos boa parte dos estudantes acreditando que a África é um país e não um continente.
Para a escritora, é tempo de mudar essa realidade. “Nós somos um povo, como africanos, eu como moçambicana, que falamos a mesma língua portuguesa, tivemos uma história comum, mas não nos conhecemos. Vocês estão mais perto da África do que da Europa.
Além disso, uma boa parte da população brasileira é proveniente da África. Então, preciso “quebrar o gelo”, abrir as fronteiras para que haja mais comunicação entre o povo africano e o Brasil”.
A mesma história que une pode separar. Paulina Chiziane atribui o distanciamento e a falta de conhecimento brasileiro sobre a África ao contexto histórico.
“A história tem o seu percurso. Ontem, foram as colonizações, as escravaturas, as guerras de libertação que foram criando sequelas nos povos. Chegou o momento de ver que precisamos, afinal, estar muito mais unidos do que antes. São processos históricos. Ninguém tem culpa disso. Chegou a hora, então vamos trabalhar para esse reencontro”, afirma.
Paulina Chiziane, amante da literatura brasileira, principalmente dos escritores Jorge Amado e Vinicius de Morais, acha que é importante que os brasileiros conheçam a literatura africana como forma de aproximação entre os povos.
Perguntada sobre a imagem negativa, de neocolonialistas, que as empresas brasileiras estão criando dentro da África, a escritora lembra que problemas dessa natureza não têm partido só de povos do Brasil.
“Eu acho que estamos a dar uma nova imagem do poder brasileiro. Criaram muitos postos de trabalho e isso tem os seus conflitos. Mas, as coisas vão ser digeridas na medida no possível. Deixa-me dizer que não são apenas as empresas brasileiras, existem empresas de outros continentes, do asiático, que vêm e fazem exatamente a mesma coisa. Eu não sei se isso é lei do capitalismo ou não. A verdade é que nem tudo está a correr bem”.
Entrevista concedida a Maria Cláudia Santos. Disponível em: http://www.voaportugues.com/content/escritora-chiziane-brasil-mocambique/1681994.html
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