Ahmad Al Mahdi Al Faqi é o primeiro a ficar preso em Haia acusado do crime de guerra que envolve danos a monumentos religiosos ou históricos na área do Mali; para procuradora-chefe do tribunal, ação terá impacto no Sahel e no Saara.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, saudou este sábado a transferência de um suposto extremista ao Tribunal Penal Internacional,TPI, onde deve ser julgado pela destruição do Património de Timbuktu.
Ahmad Al Mahdi Al Faqi, conhecido como Abu Tourab, é o primeiro suspeito a ficar sob custódia do tribunal por cometer crimes de guerra de destruição de monumentos religiosos ou históricos na área maliana.
Transferência
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, elogiou a procuradora-chefe do TPI, Fatou Bensouda, e as autoridades do Mali e do Níger pela transferência do acusado de causar dano “intencional a monumentos e edifícios históricos”.
O TPI disse que Faqi, nascido a cerca de 100 km a oeste de Timbuktu, era um membro do grupo Ansar Dine. As milícias associadas à al-Qaeda realizam ataques no norte do Mali desde 2012.
Níger
A procuradora Fatou Bensouda disse que vai continuar a fazer a sua parte para realçar a gravidade do crime que levou à transferência do suspeito para Haia, a partir do Níger.
A procuradora disse que a detenção representa um importante avanço na luta contra a impunidade, não somente no país envolvido mas também no Sahel e na região do Saara. Bensouda declarou que a população dessas áreas esteve sujeita a crimes indescritíveis durante os últimos anos.
Crimes
A responsável declarou ainda que as pessoas no Mali merecem justiça pelos ataques contra as suas cidades, edifícios e comunidades. Ela acrescentou que os crimes envolvem a destruição de “monumentos históricos insubstituíveis”.
O Estatuto de Roma, que criou o TPI, considera crimes de guerra os “ataques diretos contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade”, incluindo monumentos históricos.
Extremismo
A nota realça que a Unesco liderou um movimento global que deplorou a destruição dos mausoléus e de monumentos na cidade de Timbuktu, quando esta “caiu nas mãos do extremismo violento” em 2012.
Bokova afirmou que a Unesco cumpriu a sua promessa de reconstruir os mausoléus da área. A agência anunciou ainda que está a trabalhar com o governo e com a comunidade local para o efeito.
Fonte: radioonu
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