quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Literatura angolana - Alda Lara



Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930, e faleceu em Cambambe, Angola, a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Muito nova foi para Lisboa onde concluiu o 7º ano dos liceus. Frequentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, formando-se por esta última com a apresentação da tese de licenciatura sobre psiquiatria infantilEm Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanosque então quase ninguém conhecia. Depois da suamorte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira instituiu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou  um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou revistas, incluindo a Mensagem (CEI).Figura emAntologia de poesias angolanasNova Lisboa, 1958; amostra de poesia in Estudos Ultramarinos, nº 3, Lisboa1959; Antologia da terra portuguesa -Angola, Lisboa, s/d (1961?); Poetas angolanos, Lisboa, 1962; Poetas e contistas africanos, S.Paulo, 1963; Mákua 2 - antologia poética, Sá da Bandeira, 1963;Mákua 3idemAntologia poética angolana, Sá da Bandeira, 1963; Contos portugueses do ultramar - Angola, 2º vol, Porto, 1969. Livros póstumosPoemas, Sá da Bandeira, 1966; Tempo de chuva, 1973.
Segundo Orlando de Albuquerque, no prefácio ao livro de Poemas de Alda Lara (PortoVertente, 1984, 4ª ed.), “a sua poesia caracteriza-se por uma intensaangolanidade implícita e, sobretudopor um extremo amor e carinhoquase ternurapelos outrosTernura de menina-mulher, que sofria com os sofrimentosalheiosque vibrava com as desgraças da sua terra […]”.


POEMA

Os gritos perderam-se sem encontrar eco.
Os punhos cerrados e os ódios calados
Dividiram os Homens,
que se não reconheceram mais...

Mas as lágrimas cavaram sulcos fundos
nos olhos vazios de esperança,
e os sulcos não se apagaram...

Fonte: http://lusofonia.com.sapo.pt/

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