divulgaçãao
Rubem Alves teve uma vida marcada pela pregação de ideias. Vivendo num mundo singular, o autor queria levar as pessoas à transformação; delas mesmas e das coisas ao seu redor. Se fosse com as palavras, melhor ainda. Esse e outros aspectos da vida do escritor podem ser encontrados em "É uma Pena Não Viver", biografia assinada pelo jornalista Gonçalo Junior.
Outro aspecto ressaltado pelo biógrafo são os pensamentos de Rubem Alves sobre fama, sucesso e a vida de escritor. No livro, Junior apresenta histórias pouco conhecidas sobre Rubem Alves, como a perseguição que sofreu pela Igreja Presbiteriana do Brasil, que o denunciou nos primeiros dias que seguiram ao golpe militar de 1964 como um perigoso subversivo e comunista. Isso fez com que o escritor buscasse o exílio, o que, por sua vez, o levou a teorizar em uma obra pioneira que trazia os fundamentos da Teologia da Libertação.
Na segunda metade da década de 2000, os novos livros do escritor repetiam o sucesso dos anteriores. Embora estivesse feliz com a recepção do público, ele mantinha os pés no chão, sem vaidades. Em uma crônica da época, observou: "Escrevo na solidão do meu escritório. Sozinho, não sinto vergonha porque não há olhos que me vejam. Confessada como literatura, a vergonha se torna suportável".
Junior explica que, para Rubem Alves, a literatura era a "feiticeira curante" que poderia transformar a vergonha em arte ou em documento psicológico. Por outro lado, dizia não gostar da palavra sucesso, um tema que os jornalistas abordavam com frequência nas entrevistas.
"Vender um milhão de livros? Muitos livros medíocres são vendidos aos milhões enquanto outros livros geniais não vendem uma única edição. Muitos sucessos acontecem por acidente, trapaça ou malandragem", afirmou.
Para Alves, uma pessoa que busca o sucesso deve fazer exatamente o contrário. "Não queira afinar-se para o sucesso. Não faça do sucesso o seu Deus. Seja fiel a você mesmo. Se vier o tal do 'sucesso', melhor para você. Ou pior para você, nunca se sabe".
Alves ainda afirmava ser um fingidor por representar um personagem. "O que escrevo é melhor que eu. Finjo ser outro. O texto é mais bonito que o escritor. Fernando Pessoa se espantava com isso. Tinha clara consciência de que era pequeno quando comparado com a sua obra".
Em "É uma Pena Não Viver", Gonçalo Junior também narra a história de vida, os dramas pessoais, as amizades, as relações familiares e a descoberta de duas doenças devastadoras que minaram a saúde e a paixão de Rubem Alves pelas coisas simples da vida. Fã de quebra-cabeças, brincar de balanço e dar ouvido às crianças, o escritor morreu em julho de 2014, mas deixou um legado com 146 obras escritas e a sensibilidade em todos os seus textos.
Fonte: folhauol
Outro aspecto ressaltado pelo biógrafo são os pensamentos de Rubem Alves sobre fama, sucesso e a vida de escritor. No livro, Junior apresenta histórias pouco conhecidas sobre Rubem Alves, como a perseguição que sofreu pela Igreja Presbiteriana do Brasil, que o denunciou nos primeiros dias que seguiram ao golpe militar de 1964 como um perigoso subversivo e comunista. Isso fez com que o escritor buscasse o exílio, o que, por sua vez, o levou a teorizar em uma obra pioneira que trazia os fundamentos da Teologia da Libertação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário