Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A organização social Mozambikes, de Moçambique, aliou-se à iniciativa global Chamada de Ação Empresarial, Bcta, para vender bicicletas de marca a preços acessíveis a milhares de cidadãos mais pobres do país.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, é um dos principais mentores da parceria com a sociedade civil, que envolve outras organizações no combate à pobreza através de negócios inclusivos.
Rede Nacional
Com o modelo moçambicano, a meta é chegar a mais de 50 mil pessoas no país até 2018. Nos próximos cinco anos, a ideia é que uma rede nacional de vendas e distribuição do meio de transporte alcance cerca de 125 mil pessoas.
A Rádio ONU conversou com o cofundador da iniciativa Mozambikes, Rui Mesquita, de Maputo. Ele falou do envolvimento de jovens no modelo de negócios, que até 2020 pretende chegar a 25 mil pessoas por ano.
“Procuramos que os lucros estejam alinhados com a missão social do projeto. Que é reduzir a pobreza ao facilitar o transporte de pessoal de baixo custo e altamente eficiente. Oferecendo ao mercado as bicicletas de baixo custo e de melhor qualidade fazendo com que várias empresas e instituições consigam ver o potencial e o impacto das bicicletas e nas zonar rurais e se juntem a nós.”
Parceiros
A Mozambikes importa peças dos veículos para serem montados localmente com a marca, as cores e logótipos de organizações que depois poderão atribuir aos seus parceiros. O preço de cada bicicleta é de menos de US$ 20 e devem servir como meios de transporte, de incentivo ou usados em ações de responsabilidade social.
Várias organizações também podem anunciar nos veículos, numa ação que permite que a venda das bicicletas aos consumidores saia a preços mais acessíveis.
O Pnud destaca também o facto de a Mozambikes formar pessoas e oferecer serviços pós-venda, que incluem sessões para treinar mulheres e campanhas de segurança rodoviária.
Indústria de Bicicletas
A agência da ONU realça a intenção da parceria em estabelecer a indústria de bicicletas no país onde 54% da população vive abaixo da linha da pobreza.
Nas áreas rurais, a maioria das pessoas caminha longas distâncias e carece de serviços básicos. Estima-se que dois terços dos habitantes dessas áreas sejam obrigados a andar mais de uma hora para ter o acesso a um centro de saúde.
Fonte: radioonu
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