A escritora, poeta e ativista dos direitos humanos Maya Angelou morreu nesta quarta (28) em sua casa. Ela tinha 86 anos e vivia em Winston-Salem, na Carolina do Norte, EUA.
O prefeito da cidade, Allen Joines, afirmou a uma TV local que Angelou foi encontrada morta pela manhã por sua cuidadora. A causa da morte ainda não foi determinada, mas sua empresária, Helen Brann, disse que Angelou estava com a saúde frágil e tinha problemas do coração.
Angelou lançou em 1969 o livro de memórias "Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola", sobre sua infância em uma época de segregação racial nos EUA. Foi o primeiro livro escrito por uma autora negra do século 20 que gerou grande repercussão.
No Brasil, a obra foi publicada em 1996 pela editora José Olympio e pode ser encontrada em sebos do país. Em 2010, foi publicado "Carta a Minha Filha" (ed. Nova Fronteira), em que a autora relata como acertos, erros e dificuldades ao longo de sua vida levaram a um crescimento pessoal.
Em 1993, ela leu o poema "On the Pulse of Morning" na cerimônia de posse do presidente Bill Clinton, que, como ela, cresceu no ambiente rural e pobre do Estado do Arkansas.
Em sua vida, Angelou foi dançarina, cantora, motorista de ônibus, editora de uma revista no Cairo (Egito) e assistente administrativa em Gana, atriz, professora e pesquisadora, entre outras atividades. Ela foi amiga de alguns dos maiores líderes negros do século 20, como James Baldwin, Martin Luther King Jr. e Malcolm X.
Maya Angelou trabalhou com Martin Luther King Jr. nos anos 1960 como coordenadora da região norte da Conferência de Liderança Cristã Sulista. Na época, os dois discutiram a possibilidade de um presidente negro nos Estados Unidos. Para King, isso aconteceria em até 40 anos. Já Angelou lhe disse que não aconteceria enquanto ela estivesse viva.
Ela errou, como se sabe. E em 2011, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a condecorou com a medalha presidencial da liberdade, a mais alta honraria do país concedida a civis.
A obra de Angelou discute, entre outros temas, sobre como a individualidade é afetada pela opressão social, racial e de gênero.
Até recentemente, a escritora era ativa nas redes sociais. "Ouça a si mesmo e, neste silêncio, você deverá ouvir a voz de Deus", escreveu no Twitter em 23 de maio.
Fonte: Folhauol
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