De família humilde (seus pais vieram de Santo Amaro da Purificação – BA), o grande sonho de Telles quando criança era ser engenheiro. Mas foi no atletismo que construiu sua carreira e marcou a história do atletismo brasileiro como o primeiro nome da modalidade a subir no pódio olímpico.
A sua carreira começou ainda no período escolar, onde em uma competição de atletismo venceu quase todas as provas que disputou e, por ironia do destino, só não ganhou a prova de salto em altura.
Após esse excelente desempenho, foi convidado para treinar no Vasco em 1946, aos 15 anos de idade, e ganhou destaque no clube logo que chegou, no salto em altura e nas
provas de pista. Os excelentes aparelhos que ficavam na antiga pista localizada no entorno do campo em São Januário, fez Telles descobrir também que era versátil. Tal característica o fez tornar-se um grande atleta de pentatlo.
Porém, apesar do talento e do excelente porte físico, José Telles não gostava de treinar, o que prejudicava o seu desempenho. Isso foi determinante em sua saída do Vasco, já que o clube matinha um controle rígido de seus atletas. Essa saída não agradou a Telles, que então foi treinar no clube rival, o Flamengo. Lá ganhou o apelido de “homem-equipe”, por causa do grande número de provas em que competia e vencia.
Telles tinha tanto velocidade horizontal quanto vertical. Corria 100 metros, 200 metros, fazia 110 metros com barreira, salto em distância, salto triplo, salto em altura e encarava até o decatlo.
Nos Jogos Olímpicos de Helsinque (Finlândia), em 1952, ele saltou 1,98m na primeira tentativa e ganhou a medalha de bronze para o Brasil. Foi uma marca excepcional para a época, homologada como o novo recorde sul-americano. O sueco Gosta Svenson igualou a marca 1,98m, mas na terceira tentativa, perdendo a medalha para o brasileiro. O ouro ficou com o americano Walt Davis com 2,04m e a prata com outro americano, Ken Wiesner com 2,01m.
Em 1954, Telles alcançou a marca de 2 metros no salto em altura, em São Paulo, estabelecendo um recorde nacional que foi superando somente 19 anos depois, quando Irajá Chedid Cecy saltou 2,01m, em Brasília. Ainda em 1954, Telles recebeu o troféu Helms, um dos mais importantes prêmios esportivos da época, como melhor atleta da América do Sul.
Em 1955, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, Telles ganhou medalhas tanto nos 200 metros quanto no salto em altura, ambas de bronze. Em 1956, nos Jogos Olímpicos de Melbourne (Austrália), foi finalista dos 200 metros e chegou em 6° lugar.
Telles transformou-se no maior recordista do atletismo nacional, estabelecendo 21 recordes em cinco provas diferentes. Terminou a sua carreira em 1966 e então passou a atuar como consultor da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
O primeiro medalhista do atletismo brasileiro morreu em 18 de outubro de 1974, assassinado a tiros dentro de seu carro, em uma praia do Rio de Janeiro.
Em sua homenagem, a CBAt instituiu a medalha Medalha José Telles da Conceição. Essa medalha é concedida aos atletas que subiram ao pódio em competições mundiais. A primeira medalha foi entregue à Telles, que deu nome ao prêmio, sendo representado pela viúva, Dona Cely.
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Os dados para essa matéria foram levantados de vários sítios eletrônicos relevantes, porém foi encontrado um documentário (De Olaria a Helsinque, a história de um salto) produzido pelo canal esportivo ESPN, onde existem alguns dados conflitantes, como data e local de nascimento, primeiras competições, entre outros.
Mateus Santana
Fonte: Fundação Cultural Palmares
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