sexta-feira, 1 de junho de 2018

Países da África buscam restituir tesouros coloniais roubados


Apesar da resistência dos países da Europa, países africanos querem seus bens de volta

Karlos Yukio
Três Tótens de Benin, pais da África Ocidental, são exemplos de tesouros roubados
Foto: Olivier Laban-Mattei
Numerosas coleções europeias têm em seu conteúdo vários objetos de arte nomeados como “coloniais”, mas adquiridos em condições muitas vezes discutíveis e não claras. O British Museum de Londres e o Museu Tervuren da Bélgica são exemplos desse tipo de prática.
Na época colonial, militares, antropólogos, etnógrafos e missionários que percorriam os países conquistados voltavam para seus países de origem com recordações compradas ou trocadas, e às vezes até roubadas.
Os três totens expostos no Museu Quai Branly de Paris, por exemplo, são detidos com a justificativa de serem uma “doação”. Seu país de origem, o Benim pede a restituição dizendo que os bens são tesouros roubados durante a época colonial.
Na verdade, as imponentes estátuas foram pegas em 1892 pelas tropas francesas do general Alfred Amédée Dodds durante o roubo do Palácio de Abomey, a capital histórica do atual Benim, país vizinho da Nigéria.
Segundo o Benim, na França existem entre 4.500 e 6.000 objetos que pertencem ao país, incluindo tronos, portas de madeira gravada e cetros reais.
A controvérsia não é nova e não concerne unicamente à África. Há décadas a Grécia exige ao Reino Unido, em vão, a restituição dos frisos do Partenon.
Mas o continente africano foi especialmente afetado, como lamenta El Hadji Malick Ndiaye, conservador do museu de arte africana de Dakar, capital do Senegal. “A África sofreu uma hemorragia de seu patrimônio durante a colonização e inclusive depois, com o tráfico ilegal”.
Mais de 90% das peças importantes da África subsaariana estão fora do território do continente, segundo os especialistas. A Unesco apoia há mais de 40 anos a luta dessas nações para que lhes restituam seus bens culturais desaparecidos durante a época colonial.
Para Crusoe Osagie, porta-voz do governador do estado de Edo, na Nigéria, não é normal que seus filhos tenham que ir ao exterior para admirar o patrimônio de seu país. “Esses objetos pertencem a nós e nos tiraram à força”, destaca.
Os dirigentes africanos esperam agora uma mudança de atitude da França, depois que o presidente Emmanuel Macron disse em novembro em Burkina Faso que dará “as condições para uma devolução do patrimônio africano à África” em um prazo de cinco anos.
“Macron se comprometeu com os africanos a mudar o que tem sido as cinco últimas décadas da política de nossos museus: encontrar as artimanhas jurídicas necessárias para evitar a devolução” das peças, observa o historiador Pascal Blanchard, especialista na época colonial.
O British Museum propôs empréstimos à Nigéria e à Etiópia, saqueadas durante uma expedição britânica em 1868, mas resiste a restituir os bens.
Para se negar a devolver as obras, os especialistas argumentaram durante anos que os museus africanos não têm as condições adequadas de segurança e conservação.
Mas de acordo com o conservador do museu de Dakar, El Hadji Malick Ndiaye, se trata de um velho debate. Na África “existem muitas instituições de museus, na África do Sul, no Quênia, no Mali, em Zimbábue”, assegura.
Entretanto, vários museus estão trabalhando para identificar a origem de milhares de obras da época colonial, quando a Alemanha controlava Camarões, Togo e Tanzânia. É o caso do Museu Humboldt Forum, que abrirá em breve em Berlim e especificará a procedência dos objetos.
Fonte: Midiamax

sexta-feira, 20 de abril de 2018

A raposa e o camelo. Lenda do Sudão para as crianças

Resultado de imagem para sudao
Fonte: https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/68352-proxima-parada-sudao-conheca-melhor-este-pais-repleto-de-piramides.htm

Awan era uma raposa muito esperta que adorava as lagartixas. Já tinha comido todas de um lado do rio, mas ela sabia que do outro lado tinha muitas mais. O problema é que Awan não sabia nadar. Depois de pensar muito ela encontrou a solução. Foi ao seu amigo Zorol, que era um camelo e lhe disse: 

- Olá Zorol, eu sei aonde tem um campo enorme, e como eu sei que a cevada te deixa louco, eu gostaria de te ensinar o caminho se você me levar em cima. 

- Vamos, suba! – Disse Zorol sem pensar duas vezes. 

Awan subiu em cima de Zorol e começaram a caminhada. Awan lhe indicou que cruzasse o rio para chegar ao campo cheio de cevada. Logo que cruzaram para o outro lado, Awan mostrou o campo ao seu amigo e foi correndo buscar mais lagartixas. Como o corpo de Awan era pequeno, em pouco tempo já estava satisfeita de comer lagartixas. Foi correndo ao campo onde Zorol estava e começou a gritar e a correr como uma louca. 

Os donos do campo, que tinham uma casa próxima dali ouviram os gritos da raposa. Alarmados, eles pegaram pedras e paus e foram em busca da raposa. Ao chegar ao campo, eles descobriram Zorol, o camelo, que desfrutava tranquilamente da cevada. Deram uma paulada fortíssima em Zorol e pensando que já estivesse morto eles se foram. 

Awan regressou e quando viu a Zorol no chão disse: 

- Zorol, já está anoitecendo. Vamos voltar pra casa! 

Zorol respondeu: Por que você fez isso? Por que gritou como uma louca? Quase me mataram por sua culpa. 

- É que eu tenho o costume de corre e gritar depois de comer lagartixas, respondeu Awan. 

- É isso? Muito bem, vamos pra casa – Disse Zorol. 

Awan subiu de novo ao dolorido corpo do camelo. Zorol entrou no rio e começou a cruzá-lo. Quando estava no meio do rio, Zorol começou a dançar. Awan morrendo de medo gritou:

- O que você está fazendo Zorol? Não faça isso, eu não sei nadar! 

- É que tenho o costume de dançar depois de comer cevada – respondeu Zorol. 

Awan caiu na água e a corrente a levou. Zorol cruzou o rio sem problemas. Dessa forma a raposa recebeu uma boa lição.
Fonte: https://br.guiainfantil.com

A Dinastia dos Faraós Negros


Vindos da Núbia, no atual Sudão, eles conquistaram o Egito antigo e reinaram absolutos por décadas. Mas foram vítimas de preconceito arqueológico
Por Iuri Ramos, do Superinteressante





As pirâmides de Meroë e o faraó Taharqa: história ignorada por muito tempo. (Alexandre Jubran/Superinteressante)


A cena deve ter sido incrível e assustadora. Imagine dezenas de embarcações lotadas de guerreiros descendo o rio Nilo por volta de 730 a.C. O exército havia partido do reino de Kush, na Núbia, território que hoje pertence ao Sudão. Objetivo: conquistar o Egito, já em franca decadência àquela altura.

Quem liderava o ataque era o próprio rei, Piye. No decorrer de um ano inteiro, ele e seus homens derrotaram todos os chefes egípcios que lhes apareceram pela frente. Alguns combates foram especialmente encarniçados. Mesmo assim, as tropas do governante núbio chegaram inteiras até o delta do Nilo. Ao final da campanha, Piye era o senhor absoluto de um império que ia do norte sudanês ao Mediterrâneo. Tornou-se, assim, o primeiro faraó negro da história, representante de uma casta de núbios que controlaria o Egito antigo por décadas durante o que os historiadores hoje chamam de 25ª Dinastia.

Tudo em família

Com a vitória sacramentada, Piye regressou a Napata, na Núbia, trazendo os tesouros  que haviam sido pilhados pelo caminho. Daquela cidade, ele governaria o Egito por 35 anos sem jamais ter seu poder ameaçado. Ao morrer, em 721 a.C., foi sepultado no melhor estilo faraônico: numa pirâmide que havia mandado construir em El-Kurru, no Sudão, junto com seus cavalos favoritos.

Depois dele, vieram Shabaka e Taharqa, integrantes da mesma família. O primeiro, irmão de Piye, decidiu transferir o centro do poder para a cidade de Mênfis, em território egípcio. Ordenou a construção de vários monumentos em Tebas e Luxor, que estão lá até hoje. Em Karnak, Shabaka eternizou sua imagem numa estátua de granito rosa na qual ele aparece com uma coroa formada por duas serpentes – simbolizando a unificação do Alto e do Baixo Egito. Taharqa, por sua vez, era filho de Piye e assumiu o trono em 690 a.C., após a morte do tio Shabaka. Notabilizou-se como guerreiro e chefe militar antes mesmo de virar faraó. E encontraria nos poderosos assírios os seus maiores inimigos.

Hipótese racista

Além de serem personagens historicamente importantes, os faraós negros do Egito deixaram para a posteridade monumentos fantásticos – como as pirâmides de Nuri ou Meroë, bem menos conhecidas e visitadas que as egípcias. Mesmo assim, foram solenemente ignorados ou subestimados por muito tempo. Só nas últimas 5 décadas os arqueólogos passaram a creditar-lhes a devida relevância. O motivo? Preconceito de boa parte dos arqueólogos que monopolizaram as pesquisas sobre o Egito do final do século 19 até a década de 1950.



Os núbios foram reis do Egito por 60 anos. (Pedro Henrique/Superinteressante)

Até o famoso egiptólogo americano George Reisner, da Universidade de Harvard, embarcou no racismo. Entre 1916 e 1919, ele descobriu no Sudão as primeiras evidências de que reis núbios haviam conquistado o Egito. Recusava-se, no entanto, a acreditar que pudessem ter sido negros. Preferia a tese de que, embora controlassem um reino de africanos negros e “primitivos”, eles  teriam a pele mais clara – herança de antepassados egípcios e líbios.

A partir da década de 1960, essa hipótese começou a ser desmontada. Até ser definitivamente arquivada em 2003, quando o arqueólogo suíço Charles Bonnet encontrou em território sudanês 7 grandes estátuas dos faraós negros. Hoje, ninguém mais questiona que o controle dos núbios sobre o Egito foi total. Seu reinado só chegaria ao fim em 670 a.C., com uma ocupação assíria que duraria 8 anos. Ao final desse período, os egípcios passariam a ser governados por Psamtik I, que nada tinha a ver com a dinastia núbia. O Egito ingressaria numa fase de recuperação econômica conhecida como renascença saíta, assim chamada por ter sido liderada pelos soberanos da cidade de Sais.

Citação bíblica

Taharqa, filho de Piye e 3º faraó negro da 25ª dinastia egípcia, é personagem da Bíblia. Ele aparece no Livro dos Reis, do Antigo Testamento. A citação se refere ao avanço do imperador assírio Senaqueribe sobre a região da Judeia por volta de 701 a.C. Taharqa, grafado Tiraca no texto bíblico, ainda não era faraó. Liderava um exército que enfrentou os assírios em Eltekeh, na costa mediterrânea da Palestina – uma batalha sangrenta e que acabou sem vencedores. Quando se preparava para um segundo round, dessa vez nos arredores de Jerusalém, aconteceu o “milagre”: Senaqueribe suspendeu o ataque, levantou o cerco que havia imposto à cidade e misteriosamente foi embora.

Fonte: Gelèdes

terça-feira, 10 de abril de 2018

Brasileiros adaptam Niketche para o cinema

Brasileiros adaptam Niketche para o cinema Foto Divulgação

É do quarto livro de Paulina Chiziane que se trata. Depois de conquistar um vasto público nacional e estrangeiro, a estória da autora moçambicana vai ganhar uma nova vida, com outras personagens, interpretadas maioritariamente por atores brasileiros.
A ideia de levar Niketche para o cinema surgiu de um diretor brasileiro chamado Joel Zito Araújo, muito conhecido por divulgar a importância das culturas africanas naquele país. Na verdade, Araújo está na linha da frente como diretor que fez um filme com o elenco todo negro: As Filhas do vento, de 2004, com participação de Taís Araújo, e que ganhou muitos prêmios com esse questionamento sobre as relações África e Brasil. Joel Zito Araújo leu Niketche e apaixonou-se pela estória. A partir daí, o artista contactou outro rosto influente no processo: Luiza Botelho Almeida, produtora e guionista, a quem coube o desenvolvimento da ideia de adaptar a literatura para as telas.
Até aqui, a equipe que trabalha no projeto já tem um trailer feito. Agora, acertam-se pormenores técnicos e relacionados com patrocínios para que, primeiro, o filme aconteça e, depois, a série televisiva.
Referindo-se a esta experiência, Luiza Botelho Almeida, entende que a maior responsabilidade, no trabalho todo, é a de honrar a cultura de Moçambique, e esclarece: “porque não é possível fazer a adaptação de uma obra tão importante e profunda, como Niketche, de uma autora como Paulina, e ignorar a beleza da cultura de Moçambique. Ao mesmo tempo, temos também a responsabilidade de fazer com que a obra seja extremamente popular. Esses são os dois maiores objetivos que temos. E aqui o Joel Zito traz um elenco brilhante de protagonistas e atores fabulosos no Brasil”. Botelho Almeida refere-se a Adriana Lessa (Rami), Léa Garcia (Abiba), Ery Costa (Tony), Erika Januza (Jacira), Sheron Menezzes (Inês), Juliana Alves (Julieta), Roberta Valente (Luisa) e Cristina Lago (Eva).
Enquanto o filme e a séria ainda não acontecem, a equipe envolvida na produção e realização já partilhou o trailer na internet. Em três dias, alcançaram 40 mil visualizações e inúmeros comentários, por exemplo, no Facebook. Um desses comentários pertence ao ator Lázaro Ramos (marido de Taís Araújo): “Parabéns, Joel. Muito bom. Já quero ver”, disse o ator brasileiro bem conhecido no país por via das telenovelas exibidas pela Stv. Para Almeida, isso revela o interesse que as pessoas têm por este tipo de estórias: “Muitos brasileiros, moçambicanos, portugueses e angolanos querem ver este filme”. E Botelho Almeida não fica por aí: “Achamos que este filme é um passo largo rumo à aproximação cultural entre os povos brasileiro e moçambicano, porque o livro não é só poligamia, uma estória engraçada ou que diverte as pessoas, é também, e essa é a coisa mais profunda, a realidade do lugar da mulher na sociedade, a luta da mulher, dos relacionamentos e das suas verdades”.
Como guionista, Luiza Botelho Almeida revela que sentiu necessidade de conhecer Paulina Chiziane. E, agora que a conhece, deseja conhecê-la ainda mais. “Fiquei com um gostinho de quero mais, depois de conhecer Paulina pessoalmente”.
O espaço escolhido para rodar o filme Niketche, a rainha das rivais é Minas Gerais, uma terra com muita exploração de minas desde o tempo colonial. “Então, acreditamos que o mineiro se parece muito com o moçambicano. O mineiro é muito aconchegante, mas, ao mesmo tempo, desconfiado. Ele é calado, observa e é muito inteligente. Não conta muito de si, faz perguntas”.
Luiza Botelho Almeida acredita que a adaptação de Niketche é relevante para o público brasileiro porque, ainda que a poligamia não faça parte da realidade daquele país, há uma outra vertente com forte relação: “o amantismo. É comum no Brasil um homem com uma esposa e filhos em casa ter uma segunda ou terceira família, sem que saiba. Casos há em que a verdade torna-se pública depois da morte do homem, já no funeral”.   
Entre a emoção e a surpresa…
Embora Paulina Chiziane saiba que é muito e bem estudada no Brasil, a ideia da adaptação do seu livro para o cinema a encontrou desprevenida. “Foi uma surpresa boa! Quando sonhamos com alguma coisa e conseguimos concretizar a nossa pretensão, naturalmente, ficamos muitos felizes. Quando soube da iniciativa de se adaptar Niketche, perguntei-me se era do meu texto que se estava a falar. Estou muito encantada”, expressou-se Chiziane.
Quanto à relevância temática do livro, que faz com que Luiza Botelho Almeida acredite que o filme e a série Niketche, a rainha das rivais serão um sucesso no Brasil e noutros países, Paulina Chiziane esclarece: “somos diferentes como pessoas, mas todos temos um denominador comum. O homem e a mulher têm comportamentos iguais em todo o mundo. O que conto no meu livro, sobre as traições de Tony, tanto encontramos reflectido no Brasil como na China. Confesso que nunca tinha pensado que a voz de uma mulher do meu país pudesse ter tanto eco num outro continente”. Por isso, defende Paulina, o país deve celebrar esta conquista tanto quanto ela a celebra.
 Fonte: O País

Ungulani diz que é urgente a valorização das línguas locais no país

Ungulani diz que é urgente a valorização das línguas locais no país Foto Divulgação

O escritor Ungulani Ba Ka Khosa foi o principal orador da palestra subordinada ao tema “Escrita, interculturalidade e cidadania”, realizada sexta-feira 6 de abril de 2018, na Universidade Lúrio, em Nampula.
No Campus de Marrere, o autor de Gungunhana defendeu a ideia de que a cidadania é um direito inalienável, tendo, igualmente, apelado aos participantes sobre a urgência da valorização das línguas locais, através da criação de bases para o efeito.
Como não deveria deixar de ser, Ungulani referiu-se ao seu último livro. Para o escritor, escrever sobre Ngungunhana justifica-se pelo fato de ele ser um grande exemplo de ditadura acabada, pois, o povo não quer ditaduras. O autor explicou que a escrita não se deve dissociar da expressão oral, pois a oralidade tem um grande contributo nesse sentido, tratando-se de fonte de narrativas únicas e peculiares. Ungulani critica o fato de o país depender, apenas, da escrita em língua portuguesa, enquanto as histórias moçambicanas são contadas em línguas locais. Entretanto, o escritor acredita que a língua portuguesa só poderá crescer quando as línguas locais moçambicanas conseguirem interpretar os seus diversos significados.
O Vice-Reitor Administrativo da UniLúrio, Marcelino Liphola, também presente no evento, explicou que as pessoas pensam que estão a escrever em línguas locais moçambicanas, mas enganam-se, o que desafia a sociedade a criar mais mecanismos para que a valorização das línguas locais seja firme, eficiente e legalmente aceite.
Por outro lado, a Vice-Reitora para a Área Acadêmica, Sónia Maciel, considera a palestra como sendo uma mais-valia para a comunidade acadêmica, e acredita que esta deu bases, principalmente aos estudantes, para perceber traços da literatura moçambicana.
Fonte: O País

Gilberto Gil - Palco

Poesia Africana


JOSINA MACHEL

JOSINA Abiathan Muthemba Machel nasceu em Moçambique, em 1945. Faleceu na Tanzânia em 1971.
Josina Machel (em solteira, Josina Muthemba) foi uma das jovens que na juventude fugiram de Moçambique para se integrarem na FRELIMO e lutarem pela independência do seu país. Em 1969, casou-se com Samora Machel, a quem deu um filho, mas morreu no dia 7 de Abril de 1971, vítima de doença. Com a independência de Moçambique, esta data foi consagrada como Dia da Mulher Moçambicana.
Josina é considerada modelo de inspiração do movimento de mulheres. Na luta pela libertação de Moçambique, desempenhou um papel muito importante. Foi uma das fundadoras do Destacamento Feminino, chefe da Seção dos Assuntos Sociais e chefe da Seção da Mulher no Departamento de Relações Exteriores da FRELIMO. Foi ela que impulsionou a criação do Centro Infantil de Nangade, em Cabo Delgado, onde elementos do Destacamento Feminino tomavam conta das crianças que ficavam órfãs ou cujos pais estavam ausentes, no combate da FRELIMO pela libertação nacional. (...)
Em homenagem às conquistas de Josina Machel, na década de 1980 foi batizada com o seu nome uma rua do bairro de Bangu, na cidade brasileira do Rio de Janeiro. Em Maputo, a principal escola secundária, o Liceu Salazar, foi renomeada Escola Secundária Josina Machel.   Em 1977, o antigo hospital Maria Pia em Luanda, Angola, foi também rebatizado com o nome de Josina Machel, embora os dois nomes sejam usados ao letreiro que identifica o edifício.
        É NESTE MOMENTO

E neste momento
que devemo-nos preparar
p'ra enfrentar dificuldades.
E neste momento 
que devemos decidir

unir, lutar e avançar.

E neste momento
que devemos estar firmes
labutar e defender a nossa Pátria.
E neste momento
que devemos sentir com mágoa
o sangue derramado pelos nossos heróis.
É neste momento
que devemos estar conscientes
mais corajosos
p'ra lutar nunca vacilar.
E neste momento
que devemos ter em mente
e compreender a causa da nossa luta.
E neste momento
que devemos voluntariamente
entregarmo-nos à Revolução

Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/mocambique/josina_machel.html

Mulheres Pretas

    Conversar com a atriz Ruth de Souza era como viver a ancestralidade. Sinto o mesmo com Zezé Motta. Sua fala, imortalizada no filme “Xica...